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                 O que pensam os idosos frequentadores
           do Centro de Atenção Integral a Saúde do Idoso (CAISI)
                      em São Luís (MA) sobre o lazer


                                                        Luiz Ricardo Mendes de Sousa Silva
                                                   Ana Teresa Ramos Ferreira Duque Bacelar


     A população continua a envelhecer. No Brasil esse fenômeno também é
     encontrado em um ritmo sistemático e consistente, como mostram os últimos
     dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios – PNAD 2009.
     Segundo as estimativas, em 2009 “o Brasil contava com uma população de
     cerca de 21 milhões de pessoas de 60 anos ou mais de idade.” (IBGE, 2009).

     Diante desse cenário é notório que a expectativa de vida das pessoas tem
     aumentado muito e com isso crescem também as novas possibilidades de
     atividades dos idosos, ou seja, possuem maior tempo livre e, portanto, mais
     tempo para dedicar à sua saúde, às atividades recreativas e ao lazer.

     De acordo com Schwartz e Dias (2005) “o lazer, pode também ser uma forma
     de além de melhorar os contatos sociais, amenizar estes problemas sócio-
     psicológicos dos idosos”, ou seja, é uma atividade que pode ser escolhida de
     acordo com suas necessidades e preferências para manter-se ativo na
     sociedade, favorecendo assim um estímulo para continuar vivendo com
     qualidade de vida.

     Mas afinal, o que é lazer?

     O termo lazer possui diversas conotações e frequentemente está associado a
     tempo livre, inatividade, ócio, mas também é comum estar relacionado ao
     prazer, ou seja, é algo para ser realizado no tempo livre como forma de
     satisfação. Schwartz e Dias (2005, s/p) corroboram com essa ideia:

                                       O lazer, ao longo dos anos, tem sido considerado o
                                       tempo livre do homem. Momento em que as pessoas
                                       podem desfrutar prazeres, tranqüilidade e até
                                       descanso. Portanto, o lazer deve ser um momento,
                                       onde o indivíduo se empenha em algo que escolhe,
                                       que lhe dá prazer e que o modifica como pessoa.

     Assim, são atividades realizadas de forma desinteressada, descompromissada,
     uma escolha da própria pessoa e não uma imposição, não obedece a regras
     nem horários. São apenas atividades que buscam trazem algum prazer.




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     Para alguns estudiosos do assunto o prazer advindo do lazer ocorre quando
     um cidadão pode realizar qualquer coisa a seu gosto, algo que lhe faça relaxar,
     divertir-se em determinado tempo livre. Este tempo livre também pode ser
     chamado de tempo liberado, como afirma Santini (1993) “tempo livre é a
     parcela do tempo linear, marcado pelo relógio e que cada um de nós possui
     para si, após o cumprimento das atividades profissionais e sócio-familiares. O
     preenchimento deste tempo com atividades discricionais depende da apetência
     individual” (p. 18).

     A partir desses desejos as escolhas são feitas com mais liberdade e menos
     rigor, caracterizada como livre escolha. Mas a verdade é que cada opção é
     feita dentro de um contexto. De acordo com Bruhns (1997), “[...] as escolhas
     individuais nunca têm o caráter isolado do seu meio; ao contrario, elas
     acontece dentro de uma situação de significados específicos sociais e
     individuais, num determinado espaço de tempo” (p.84).

     Em outras palavras, os fatores sociais, econômicos, culturais e políticos são
     determinantes sobre todas as atividades da vida, inclusive do lazer. Portanto,
     segundo Marcellino (2000) “não é possível se entender o lazer isoladamente,
     sem relação com outras esferas da vida social. Ele influencia e é influenciado
     por outras áreas de atuação, numa relação dinâmica” (p.14).

     Lazer e Envelhecimento

     Não é segredo que o envelhecimento ativo é a melhor forma de prolongar a
     vida com qualidade, e a responsabilidade de proporcionar a vivência do lazer e,
     conseqüentemente, melhorar a qualidade de vida desses cidadãos, na visão da
     maioria dos autores é do Estado, com a função de desenvolver as políticas
     públicas essenciais e executar essas ações.

     Legalmente, o lazer está presente na Declaração Universal dos Direitos
     Humanos e, mais especificamente para os idosos, no Brasil, na Política
     Nacional do Idoso e ainda no Estado do Idoso.

     Entretanto, apesar de existir na forma de lei percebe-se que ainda existe um
     longo caminho a ser percorrido para a garantia de todos esses direitos básicos
     ao público idoso. Ainda existem barreiras, como por exemplo, a chegada da
     aposentadoria, que dificilmente, dentro da nossa sociedade capitalista, é vista
     de forma positiva, e da qual decorre que o idoso tem maiores dificuldades para
     prover seu tempo livre por causa da queda na renda.

     Assim, concorda-se com Schwartz e Dias (2005, s/p) quando diz que devem
     ser priorizadas políticas públicas na área do lazer que:

                                       [...] estimule e beneficie o idoso, nos segmentos da
                                       cultura, lazer, esporte e educação, tendo como meta
                                       a promoção da cidadania na terceira idade,
                                       preparando-os para uma maturidade e vida felizes, e
                                       ainda, proporcionar uma maior integração entre os


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                                       idosos, oferecendo oportunidades do descobrimento
                                       de mais fontes de satisfação de vida, através do
                                       entretenimento e do lazer, motivando-os ao convívio
                                       social, descobrindo valores.

     Contudo, vários destes programas são feitos com caráter meramente
     publicitário, servindo de propagandas políticas, pois a maioria não leva em
     conta as preferências dos idosos, nem tampouco suas necessidades. Mas
     existem, no entanto, projetos que são elaborados observando todas essas
     condições.

     Assim, elaborou-se essa pesquisa de natureza qualitativa e quantitativa,
     objetivando conhecer os significados do lazer para as vidas dos idosos que
     frequentam o Centro de Atenção Integral a Saúde do Idoso (CAISI) em São
     Luís-MA, bem como identificar a (in) existências e (in) suficiências da qualidade
     dos serviços de lazer oferecidos no referido centro.

     Os sujeitos da pesquisa foram 40 idosos freqüentadores do centro, tendo com
     critérios de inclusão os que participam das atividades com constância acima de
     duas vezes por semana, no turno da manhã, de ambos os sexos, com mais de
     60 anos de idade, selecionados aleatoriamente. E para a coleta de dados
     foram aplicados questionários com perguntas abertas, no período de outubro a
     novembro de 2009.

     Apresentando os resultados

     Na pesquisa realizada foi constatado que 82% eram do sexo feminino e 18%
     do sexo masculino, sendo 65% com idade entre 70 e 79 anos idade, seguido
     de 35% entre 60 a 69 e empatados em 2,5% os que estão entre 80 a 89 e 90 a
     99 anos.

     Dito isso, verificou-se que 13% frequentam o centro duas vezes na semana;
     27% três vezes na semana; 20% quatro vezes e 40% cinco vezes na semana,
     ou todos os dias que tem funcionamento.

     No que se refere à conceituação de lazer e seus benefícios, apenas 7% não
     souberam responder o que era lazer. Entretanto dos 93% restantes foi possível
     separar nove categorias de conceituação e benefícios do lazer. São elas:
     Descanso e Relaxamento (15%); Atividades Físicas que melhoravam a saúde
     (18%); Distração (18%); Prazer (15%); Diversão (32%); Lazer como oposto do
     Trabalho (2,5%); Convívio Harmonioso com as pessoas no dia-a-dia (25%);
     Recreação (2,5%); Aprendizado (5%). Esses resultados vêm corroborar as
     múltiplas formas de conceituar lazer visto ao longo do trabalho.

     Analisando o significado do lazer para suas vidas apenas 7% dos entrevistados
     não souberam responder. Os outros, 30% disseram que o lazer era bom, pois
     melhorava sua saúde física e mental. 28% consideravam o lazer como forma
     de esquecer os problemas. Para 30% dos entrevistados, viver com mais
     alegria, felicidade era o maior significado da prática do lazer para suas vidas.


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     15% disseram que fazer amizades era o maior significado. 10% disseram que
     se sentiam úteis e por isso o lazer era importante.

     Assim, percebe-se que o lazer possui diversos significados e oportunidades de
     realização pessoal nesta fase da vida, o que pode ser observado em
     Dumazedier (1999) “[...] é o lazer que constitui o conjunto de atividades mais
     extenso e mais significativo desta idade, mesmo quando a doença e a miséria
     erguem seus obstáculos” (p. 114).

     Abordando os tipos de atividades de lazer ofertadas pelo Centro, 7% não
     souberam responder, 45% disseram que todas as atividades que eles
     participavam no CAISI eram de lazer; 20% disseram ser a Educação Física
     uma atividade de lazer; 25% consideraram as caminhadas como sendo
     atividade de lazer; 15% disseram que o grupo de convivência é atividade de
     lazer; 20% citaram o grupo de memória como lazer. A dança foi considerada
     por 13% dos entrevistados como sendo lazer. Os trabalhos manuais
     (reciclagem) foram tidos por 15% dos entrevistados como lazer. E a fisioterapia
     e a terapia ocupacional também foram consideradas como sendo atividades de
     lazer por 12% dos entrevistados.

     Complementando essa pergunta questionou-se sobre a qualidade dessas
     atividades e, retirando os 7% que não sabiam o que é lazer e qual seu
     significado, 26% consideraram-nas como sendo boas atividades e mais da
     metade dos entrevistados, 67%, consideram as atividades de lazer praticadas
     no CAISI como muito boas, por inúmeros os motivos, como pode se perceber
     nas falas de alguns entrevistados: - “As atividades são muito boas porque nos
     fazer evoluir” (Idoso A); - “Melhoram nosso corpo como um todo, cabeça, corpo
     e alma” (Idoso R); - “Não me deixam abatida em casa” (Idoso C), ou ainda, -
     “Desenvolvem a auto-estima, a gente faz amizades, melhora a saúde e
     combate o stress. (Idoso S)”.

     Finalizando, perguntou-se a fim de verificar a (in) existência e/ou (in)
     suficiências da qualidade dos serviços de lazer oferecidos pelo centro os
     pontos fortes e fracos das atividades oferecidas e novamente retirando os 7%
     acima mencionado, percebeu-se que 57% disseram só haver pontos positivos
     nas atividades. E nenhum entrevistado, 0%, disse haver apenas pontos fracos,
     porém, 36% disseram que além de pontos positivos havia também pontos
     negativos.

     Inúmeros pontos fortes foram citados entre eles 47% disseram que o próprio
     CAISI já era um ponto forte - “Atividades adequadas para nossa idade” (Idoso
     F); - “Conviver com outros amigos e aprender coisas novas” (Idoso G) foram
     outros pontos também citados como forte das atividades do centro.

     Como pontos fracos, os entrevistados citaram a não utilização da piscina, a
     falta de materiais, o espaço físico, e a falta de organização e de mais
     atividades, como pode ser visto nas seguintes falas: - “A gente tem a piscina,
     mas ninguém pode usar por que ela não é adaptada” (Idoso H); - “Tem essa
     piscina ai, mas ninguém usa, a gente poderia fazer ginástica dentro dela”


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     (Idoso R); - “Não são muito organizadas, às vezes não começa no horário, o
     professor não explica” (Idoso J); - “Falta material, tem muita gente pra pouco
     material” (Idoso K).

     Conclusão

     A partir dos resultados obtidos, pode-se afirmar que os idosos entrevistados
     conhecem o termo lazer, o conceituam de acordo com suas vivências e
     experiências de maneira satisfatória. Deste modo foram detectadas falas que
     tinham um significado comum para o lazer: melhorar a vida, em todos os
     aspectos e que é essencial para seu desenvolvimento.

     Quanto à oferta, identificou-se através das falas dos idosos que o CAISI
     oferece de maneira satisfatória e com qualidade, as atividades de lazer, mesmo
     havendo alguns pontos a serem melhorados.

     Portanto, deve-se reconhecer a importância do CAISI, como um centro de
     favorecimento de desenvolvimento de pessoas da terceira idade e que é um
     modelo para ser copiado por todas as esferas do governo.

     Referências
     Bruhns, H. T. Introdução aos estudos do lazer. São Paulo: Editora da UNICAMP,1997.
     Dumazedier, J. Sociologia empírica do lazer. São Paulo: Perspectiva: SESC, 1999.
     Marcellino, N. C. Estudos do lazer: uma introdução. Campinas, SP: Autores
     associados, 2000.
     Santini, R. de C. G. Dimensões do lazer e da recreação. São Paulo, SP: Angelotti,
     1993.
     Schwartz, G; & Dias, V. K. O lazer na perspectiva do indivíduo idoso. Educación física
     y deportes, 87, 2005. Recuperado em 15 de agosto 2009 da Revista digital. Buenos
     Aires: http//www.efdeportes.com/efd87/idos.htm
     Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostragem de
     Domicílios (2009). Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil. Rio de
     Janeiro: Estudos e Pesquisas.Recuperado em 28 de setembro de 2010, de
     http://www.ibge.gov.br


                                   _______________________________________



     Luiz Ricardo Mendes de Sousa Silva - Graduado em Educação Física
     (UFMA). Membro pesquisador do Laboratório de Fisiologia e Prescrição de
     Exercício do Maranhão - LAFIPEMA. Email: ricardinho-ms@hotmail.com

     Ana Teresa Ramos Ferreira Duque Bacelar - Graduada em Educação Física
     (UFMA). Pós-graduada em Gerontologia pela Faculdade Santa Fé. Mestranda
     em Gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
     Email: atbacelar@hotmail.com




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O que pensam os idosos sobre lazer no CAISI de São Luís

  • 1. 21 O que pensam os idosos frequentadores do Centro de Atenção Integral a Saúde do Idoso (CAISI) em São Luís (MA) sobre o lazer Luiz Ricardo Mendes de Sousa Silva Ana Teresa Ramos Ferreira Duque Bacelar A população continua a envelhecer. No Brasil esse fenômeno também é encontrado em um ritmo sistemático e consistente, como mostram os últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios – PNAD 2009. Segundo as estimativas, em 2009 “o Brasil contava com uma população de cerca de 21 milhões de pessoas de 60 anos ou mais de idade.” (IBGE, 2009). Diante desse cenário é notório que a expectativa de vida das pessoas tem aumentado muito e com isso crescem também as novas possibilidades de atividades dos idosos, ou seja, possuem maior tempo livre e, portanto, mais tempo para dedicar à sua saúde, às atividades recreativas e ao lazer. De acordo com Schwartz e Dias (2005) “o lazer, pode também ser uma forma de além de melhorar os contatos sociais, amenizar estes problemas sócio- psicológicos dos idosos”, ou seja, é uma atividade que pode ser escolhida de acordo com suas necessidades e preferências para manter-se ativo na sociedade, favorecendo assim um estímulo para continuar vivendo com qualidade de vida. Mas afinal, o que é lazer? O termo lazer possui diversas conotações e frequentemente está associado a tempo livre, inatividade, ócio, mas também é comum estar relacionado ao prazer, ou seja, é algo para ser realizado no tempo livre como forma de satisfação. Schwartz e Dias (2005, s/p) corroboram com essa ideia: O lazer, ao longo dos anos, tem sido considerado o tempo livre do homem. Momento em que as pessoas podem desfrutar prazeres, tranqüilidade e até descanso. Portanto, o lazer deve ser um momento, onde o indivíduo se empenha em algo que escolhe, que lhe dá prazer e que o modifica como pessoa. Assim, são atividades realizadas de forma desinteressada, descompromissada, uma escolha da própria pessoa e não uma imposição, não obedece a regras nem horários. São apenas atividades que buscam trazem algum prazer. REVISTA PORTAL de Divulgação, n.6, Jan. 2011 - http://www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista/index.php
  • 2. 22 Para alguns estudiosos do assunto o prazer advindo do lazer ocorre quando um cidadão pode realizar qualquer coisa a seu gosto, algo que lhe faça relaxar, divertir-se em determinado tempo livre. Este tempo livre também pode ser chamado de tempo liberado, como afirma Santini (1993) “tempo livre é a parcela do tempo linear, marcado pelo relógio e que cada um de nós possui para si, após o cumprimento das atividades profissionais e sócio-familiares. O preenchimento deste tempo com atividades discricionais depende da apetência individual” (p. 18). A partir desses desejos as escolhas são feitas com mais liberdade e menos rigor, caracterizada como livre escolha. Mas a verdade é que cada opção é feita dentro de um contexto. De acordo com Bruhns (1997), “[...] as escolhas individuais nunca têm o caráter isolado do seu meio; ao contrario, elas acontece dentro de uma situação de significados específicos sociais e individuais, num determinado espaço de tempo” (p.84). Em outras palavras, os fatores sociais, econômicos, culturais e políticos são determinantes sobre todas as atividades da vida, inclusive do lazer. Portanto, segundo Marcellino (2000) “não é possível se entender o lazer isoladamente, sem relação com outras esferas da vida social. Ele influencia e é influenciado por outras áreas de atuação, numa relação dinâmica” (p.14). Lazer e Envelhecimento Não é segredo que o envelhecimento ativo é a melhor forma de prolongar a vida com qualidade, e a responsabilidade de proporcionar a vivência do lazer e, conseqüentemente, melhorar a qualidade de vida desses cidadãos, na visão da maioria dos autores é do Estado, com a função de desenvolver as políticas públicas essenciais e executar essas ações. Legalmente, o lazer está presente na Declaração Universal dos Direitos Humanos e, mais especificamente para os idosos, no Brasil, na Política Nacional do Idoso e ainda no Estado do Idoso. Entretanto, apesar de existir na forma de lei percebe-se que ainda existe um longo caminho a ser percorrido para a garantia de todos esses direitos básicos ao público idoso. Ainda existem barreiras, como por exemplo, a chegada da aposentadoria, que dificilmente, dentro da nossa sociedade capitalista, é vista de forma positiva, e da qual decorre que o idoso tem maiores dificuldades para prover seu tempo livre por causa da queda na renda. Assim, concorda-se com Schwartz e Dias (2005, s/p) quando diz que devem ser priorizadas políticas públicas na área do lazer que: [...] estimule e beneficie o idoso, nos segmentos da cultura, lazer, esporte e educação, tendo como meta a promoção da cidadania na terceira idade, preparando-os para uma maturidade e vida felizes, e ainda, proporcionar uma maior integração entre os REVISTA PORTAL de Divulgação, n.6, Jan. 2011 - http://www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista/index.php
  • 3. 23 idosos, oferecendo oportunidades do descobrimento de mais fontes de satisfação de vida, através do entretenimento e do lazer, motivando-os ao convívio social, descobrindo valores. Contudo, vários destes programas são feitos com caráter meramente publicitário, servindo de propagandas políticas, pois a maioria não leva em conta as preferências dos idosos, nem tampouco suas necessidades. Mas existem, no entanto, projetos que são elaborados observando todas essas condições. Assim, elaborou-se essa pesquisa de natureza qualitativa e quantitativa, objetivando conhecer os significados do lazer para as vidas dos idosos que frequentam o Centro de Atenção Integral a Saúde do Idoso (CAISI) em São Luís-MA, bem como identificar a (in) existências e (in) suficiências da qualidade dos serviços de lazer oferecidos no referido centro. Os sujeitos da pesquisa foram 40 idosos freqüentadores do centro, tendo com critérios de inclusão os que participam das atividades com constância acima de duas vezes por semana, no turno da manhã, de ambos os sexos, com mais de 60 anos de idade, selecionados aleatoriamente. E para a coleta de dados foram aplicados questionários com perguntas abertas, no período de outubro a novembro de 2009. Apresentando os resultados Na pesquisa realizada foi constatado que 82% eram do sexo feminino e 18% do sexo masculino, sendo 65% com idade entre 70 e 79 anos idade, seguido de 35% entre 60 a 69 e empatados em 2,5% os que estão entre 80 a 89 e 90 a 99 anos. Dito isso, verificou-se que 13% frequentam o centro duas vezes na semana; 27% três vezes na semana; 20% quatro vezes e 40% cinco vezes na semana, ou todos os dias que tem funcionamento. No que se refere à conceituação de lazer e seus benefícios, apenas 7% não souberam responder o que era lazer. Entretanto dos 93% restantes foi possível separar nove categorias de conceituação e benefícios do lazer. São elas: Descanso e Relaxamento (15%); Atividades Físicas que melhoravam a saúde (18%); Distração (18%); Prazer (15%); Diversão (32%); Lazer como oposto do Trabalho (2,5%); Convívio Harmonioso com as pessoas no dia-a-dia (25%); Recreação (2,5%); Aprendizado (5%). Esses resultados vêm corroborar as múltiplas formas de conceituar lazer visto ao longo do trabalho. Analisando o significado do lazer para suas vidas apenas 7% dos entrevistados não souberam responder. Os outros, 30% disseram que o lazer era bom, pois melhorava sua saúde física e mental. 28% consideravam o lazer como forma de esquecer os problemas. Para 30% dos entrevistados, viver com mais alegria, felicidade era o maior significado da prática do lazer para suas vidas. REVISTA PORTAL de Divulgação, n.6, Jan. 2011 - http://www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista/index.php
  • 4. 24 15% disseram que fazer amizades era o maior significado. 10% disseram que se sentiam úteis e por isso o lazer era importante. Assim, percebe-se que o lazer possui diversos significados e oportunidades de realização pessoal nesta fase da vida, o que pode ser observado em Dumazedier (1999) “[...] é o lazer que constitui o conjunto de atividades mais extenso e mais significativo desta idade, mesmo quando a doença e a miséria erguem seus obstáculos” (p. 114). Abordando os tipos de atividades de lazer ofertadas pelo Centro, 7% não souberam responder, 45% disseram que todas as atividades que eles participavam no CAISI eram de lazer; 20% disseram ser a Educação Física uma atividade de lazer; 25% consideraram as caminhadas como sendo atividade de lazer; 15% disseram que o grupo de convivência é atividade de lazer; 20% citaram o grupo de memória como lazer. A dança foi considerada por 13% dos entrevistados como sendo lazer. Os trabalhos manuais (reciclagem) foram tidos por 15% dos entrevistados como lazer. E a fisioterapia e a terapia ocupacional também foram consideradas como sendo atividades de lazer por 12% dos entrevistados. Complementando essa pergunta questionou-se sobre a qualidade dessas atividades e, retirando os 7% que não sabiam o que é lazer e qual seu significado, 26% consideraram-nas como sendo boas atividades e mais da metade dos entrevistados, 67%, consideram as atividades de lazer praticadas no CAISI como muito boas, por inúmeros os motivos, como pode se perceber nas falas de alguns entrevistados: - “As atividades são muito boas porque nos fazer evoluir” (Idoso A); - “Melhoram nosso corpo como um todo, cabeça, corpo e alma” (Idoso R); - “Não me deixam abatida em casa” (Idoso C), ou ainda, - “Desenvolvem a auto-estima, a gente faz amizades, melhora a saúde e combate o stress. (Idoso S)”. Finalizando, perguntou-se a fim de verificar a (in) existência e/ou (in) suficiências da qualidade dos serviços de lazer oferecidos pelo centro os pontos fortes e fracos das atividades oferecidas e novamente retirando os 7% acima mencionado, percebeu-se que 57% disseram só haver pontos positivos nas atividades. E nenhum entrevistado, 0%, disse haver apenas pontos fracos, porém, 36% disseram que além de pontos positivos havia também pontos negativos. Inúmeros pontos fortes foram citados entre eles 47% disseram que o próprio CAISI já era um ponto forte - “Atividades adequadas para nossa idade” (Idoso F); - “Conviver com outros amigos e aprender coisas novas” (Idoso G) foram outros pontos também citados como forte das atividades do centro. Como pontos fracos, os entrevistados citaram a não utilização da piscina, a falta de materiais, o espaço físico, e a falta de organização e de mais atividades, como pode ser visto nas seguintes falas: - “A gente tem a piscina, mas ninguém pode usar por que ela não é adaptada” (Idoso H); - “Tem essa piscina ai, mas ninguém usa, a gente poderia fazer ginástica dentro dela” REVISTA PORTAL de Divulgação, n.6, Jan. 2011 - http://www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista/index.php
  • 5. 25 (Idoso R); - “Não são muito organizadas, às vezes não começa no horário, o professor não explica” (Idoso J); - “Falta material, tem muita gente pra pouco material” (Idoso K). Conclusão A partir dos resultados obtidos, pode-se afirmar que os idosos entrevistados conhecem o termo lazer, o conceituam de acordo com suas vivências e experiências de maneira satisfatória. Deste modo foram detectadas falas que tinham um significado comum para o lazer: melhorar a vida, em todos os aspectos e que é essencial para seu desenvolvimento. Quanto à oferta, identificou-se através das falas dos idosos que o CAISI oferece de maneira satisfatória e com qualidade, as atividades de lazer, mesmo havendo alguns pontos a serem melhorados. Portanto, deve-se reconhecer a importância do CAISI, como um centro de favorecimento de desenvolvimento de pessoas da terceira idade e que é um modelo para ser copiado por todas as esferas do governo. Referências Bruhns, H. T. Introdução aos estudos do lazer. São Paulo: Editora da UNICAMP,1997. Dumazedier, J. Sociologia empírica do lazer. São Paulo: Perspectiva: SESC, 1999. Marcellino, N. C. Estudos do lazer: uma introdução. Campinas, SP: Autores associados, 2000. Santini, R. de C. G. Dimensões do lazer e da recreação. São Paulo, SP: Angelotti, 1993. Schwartz, G; & Dias, V. K. O lazer na perspectiva do indivíduo idoso. Educación física y deportes, 87, 2005. Recuperado em 15 de agosto 2009 da Revista digital. Buenos Aires: http//www.efdeportes.com/efd87/idos.htm Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (2009). Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Estudos e Pesquisas.Recuperado em 28 de setembro de 2010, de http://www.ibge.gov.br _______________________________________ Luiz Ricardo Mendes de Sousa Silva - Graduado em Educação Física (UFMA). Membro pesquisador do Laboratório de Fisiologia e Prescrição de Exercício do Maranhão - LAFIPEMA. Email: ricardinho-ms@hotmail.com Ana Teresa Ramos Ferreira Duque Bacelar - Graduada em Educação Física (UFMA). Pós-graduada em Gerontologia pela Faculdade Santa Fé. Mestranda em Gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Email: atbacelar@hotmail.com REVISTA PORTAL de Divulgação, n.6, Jan. 2011 - http://www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista/index.php