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Prof. José Arnaldo da Silva
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Dom Afonso Sanches
Dizia la fremosinha:
"ai, Deus, val!
Com'estou d'amor ferida!
ai, Deus, val!"
Dizia la bem talhada
"ai, Deus, val!
Com'estou d'amor coitada!
ai, Deus, val!
Com'estou d'amor ferida!
ai, Deus, val!
Nom vem o que bem queria!
ai, Deus, val!
Com'estou d'amor coitada!
ai, Deus, val!
Nom vem o que muit'amava!
ai, Deus, val!“
MOMENTO HISTÓRICO DO TROVADORISMO
O Trovadorismo foi a primeira escola literária da
língua portuguesa, sendo a principal forma de expressão da
poesia medieval do século XI até o século XIV. Porém,
também se manifestou na música. Essa escola surgiu no sul
da França, na região da Provença. Desta forma, muitos
também a chamam de poesia provençal.
Neste período, a Europa passava por várias invasões
dos povos germânicos, o que estava gerando muitas guerras.
Assim, surgiu o sistema econômico que foi chamado de
feudalismo. No feudalismo apenas o senhor feudal era
quem governava, pois possuía poderes totais sobre seus
servos e vassalos. O senhor cedia terras a um vassalo que era
quem cultivaria a terra e depois repassaria parte da
produção ao senhor feudal. Os vassalos concordavam com
isso, pois precisavam de proteção caso fossem atacados ou
invadidos.
Além disso, nesta época a sociedade era dividida em três
estamentos: a nobreza, o clero e a plebe, e, segundo a Igreja,
cada um deles deveria cumprir um papel ordenado por Deus.
Os nobres (bellatores) deveriam lutar, o clero
(oratores) deveria orar e a plebe (laboratores) deveria
trabalhar. A figura de Deus domina toda a cultura da época -
Teocentrismo: Deus como o centro do universo e a justificativa
de tudo, portanto a religiosidade foi um aspecto marcante da
cultura medieval. A vida do povo estava voltada para os valores
espirituais e a salvação da alma. Neste período eram frequentes
as procissões e as Cruzadas, que eram expedições realizadas
para libertar os lugares santos na Palestina.
Período do Trovadorismo: século XII a XIV, que teve
início com a “Cantiga da Ribeirinha”, que também pode ser
chamada de “Cantiga da Garvaia”, escrita por Paio Soares de
Taveirós em 1189 (ou 1198?). Término: 1385 com a nomeação de
Fernão Lopes como guarda-mor da Torre do Tombo.
Ribeirinha
No mundo non me sei pareiha,
Mentre me for como me vai,
Ca já moiro por vós – e ai!
Mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
Quando vos eu vi em saia!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
Me foi a mim mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
D’haver eu por vós guarvaia,
Pois, eu, mia senhor, d’alfaia
Nunca de vós houve nen hei
Valia d’ua Correa.
Paio Soares de Taveirós
Ribeirinha
No mundo não conheço quem se compare
A mim enquanto eu viver como vivo,
Pois eu moro por vós – ai!
Pálida senhora de face rosada,
Quereis que eu vos retrate
Quando eu vos vi sem manto!
Infeliz o dia em que acordei,
Que então eu vos vi linda!
E, minha senhora, desde aquele dia, ai!
As coisas ficaram mal para mim,
E vós, filha de Dom Paio
Moniz, tendes a impressão de
Que eu possuo roupa luxuosa para vós,
Pois, eu, minha senhora, de presente
Nunca tive de vós nem terei
O mimo de uma correia.
Primeira fase da história de portugal – Século XII a XIV
 1095 – O rei Afonso VI, de Leão e Castela, concede o condado Portucalense a
seu genro Henrique de Borgonha.
 1139 – Declaração de independência do Condado Portucalense por Afonso
Henriques.
 1143 – Reconhecimento da independência do reino de Portugal.
 1189 (ou 1198) – "Cantiga da Ribeirinha", de Paio Soares de Taveirós.
 1261– Nascimento de D. Dinis, o mais fecundo trovador português.
 1290 – Determinação real do uso do português em documentos oficiais
 1308 – Instalação da Universidade em Coimbra (antes sediada em Lisboa).
 1325 – Morte de D. Dinis.
 1383 – Morte do último rei da dinastia de Borgonha, D. Fernando, cuja filha
única era casada com o rei de Castela. Ascensão de D. João I, o Mestre de Avis,
ao trono português.
 1415 – Tomada de Ceuta, na África.
 1418 – Nomeação de Fernão Lopes como guarda-mor da Torre do Tombo.
A poesia no período trovadoresco
A o ler um texto poético desse período, não se
deve ter em mente a tradição moderna e o que hoje
entendendo por poesia. A poesia não era escrita para ser
lida por um leitor solitário. Era poesia cantada (por isso o
nome de cantiga), geralmente acompanhada por um
coro e por instrumentos musicais. Seu público não era,
portanto, constituído de leitores, mas de ouvintes.
Assim, deve-se sempre considerar as cantigas do
período trovadoresco como poesia intimamente ligada à
música, própria para apresentações coletivas.
Os autores
Os autores das cantigas são chamados de trovadores. Eram
pessoas cultas, quase sempre nobres, contando-se entre eles
alguns reis como D. Sancho I, D. Afonso X, de Castela, e D.
Dinis. Nos cancioneiros conhecidos estão reunidas
aproximadamente 1680 cantigas de 153 trovadores.
Os interpretes
As cantigas compostas pelos trovadores eram musicadas e
interpretadas pelos jograis, pelos segréis e pelo
menestréis, artistas agregados às cortes ou que
perambulavam pelas cidades e feiras. Muitas vezes o jogral
também compunha cantigas.
Os cancioneiros
Só muito tempo depois (a partir do final do século XIII) que
as cantigas foram copiadas e colecionadas em manuscritos
chamados cancioneiros. A maioria delas se encontra em três
coletâneas:
 Cancioneiro da Ajuda: é assim chamado por ter sido
encontrado na Biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa. É o
mais antigo dos cancioneiros conhecidos, sendo contemporâneo
dos trovadores. Contém 310 cantigas de amor.
 Cancioneiro da Vaticana: seu nome deve-se ao fato de ter sido
encontrado na Biblioteca do Vaticano. É cópia de um manuscrito
anterior e contém 1205 cantigas.
 Cancioneiro da Biblioteca Nacional: atualmente se encontra
na Biblioteca Nacional de Lisboa. É uma cópia italiana de
manuscritos anteriores e pertenceu a um humanista italiano,
Ângelo Colocci, integrando mais tarde a biblioteca do conde
Brancuti – por isso foi por muito tempo conhecido como
Cancioneiro de Colocci Brancuti. Contém 1567 cantigas.
Os gêneros ou classificação das cantigas
SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS DAS CANTIGAS
 Língua galego-português
 Tradição oral e coletiva
 Poesia cantada e acompanhada por instrumentos
musicais colecionada em cancioneiros
 Autores: trovadores
 Intérpretes: jograis, segréis e menestréis.
 Gênero Lírico:
 Cantiga de amigo
 Cantiga de amor
 Gênero satírico:
 Cantiga de escárnio
 Cantiga de Maldizer
Cantiga de amigo e suas características
Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo?
E ai Deus, se verra cedo!
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado?
E ai Deus, se verra cedo!
Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro?
E ai Deus, se verra cedo!
Se vistes meu amado,
por que ei gran coitado?
E ai Deus, se verra cedo!
Martim Codax
As Cantigas de Amigo têm suas origens
na própria Península Ibérica, surgindo
do sentimento popular.
Cronologicamente, são as mais
antigas.
 Autoria masculina;
 Sentimento feminino (voz lírica);
 Origem: galego-português;
 Ambiente rural (popular);
 A mulher sofre pelo amigo
(namorado, amante) ausente;
 A mulher é um ser mais real e
concreto;
 Paralelismo repetição do ultimo
verso da estrofe anterior.
Cantiga de amor e suas características
Quer'eu em maneira de proençal
fazer agora un cantar d'amor,
e querrei muit'i loar mia senhor
a que prez nen fremusura non fal,
nen bondade; e mais vos direi en:
tanto a fez Deus comprida de ben
que mais que todas las do mundo val.
Ca mia senhor quiso Deus fazer tal,
quando a faz, que a fez sabedor
de todo ben e de mui gran valor,
e con todo est'é mui comunal
ali u deve; er deu-lhi bon sen,
e des i non lhi fez pouco de ben,
quando non quis que lh'outra foss'igual.
Ca en mia senhor nunca Deus pôs mal,
mais pôs i prez e beldad'e loor
e falar mui ben, e riir melhor
que outra molher; des i é leal
muit', e por esto non sei oj'eu quen
possa compridamente no seu ben
falar, ca non á, tra-lo seu ben, al.
Dom Dinis
As Cantigas de Amor têm origem
provençal - região do sul da França, no
período entre os séculos XI e XIII, quando
desenvolve-se a arte dos trovadores e o
"amor cortês", que tanto influenciou as
cantigas de amor em Portugal.
 Autoria masculina;
 Sentimento masculino (voz lírica);
 Origem: provençal;
 Ambiente palaciano (aristocrático);
 O homem presta vassalagem amorosa
(a coita);
 A mulher é um ser idealizado, superior.
Cantiga de escárnio e suas características
Ai, dona fea! Foste-vos queixar
que vos nunca louv'en meu trobar;
mas ora quero fazer um cantar
en que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
Ai, dona fea! Se Deus me pardon!
pois avedes [a] tan gran coraçon
que vos eu loe, en esta razon
vos quero já loar toda via;
e vedes qual será a loaçon:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
en meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já un bon cantar farei,
en que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!
João Garcia de Guilhade
Os trovadores não só expressam seu lirismo
amoroso como também se preocupam em
ridicularizar os costumes da época, outros
trovadores e até as mulheres.
 Sátiras indiretas;
 Críticas de forma indireta e velada, através
de trocadilhos, da ambiguidade;
 Expressões irônicas (sem revelar o nome
da pessoa satirizada).
CANTIGA DE MALDIZER E SUAS CARACTERÍSTICAS
Maria Pérez se maenfestou
noutro dia, ca por [mui] pecador
se sentiu, e log'a Nostro Senhor
pormeteu, polo mal em que andou,
que tevess'um clérig'a seu poder,
polos pecados que lhi faz fazer
o Demo, com que x'ela sempr'andou.
Maenfestou-se ca diz que s'achou
pecador muit', e por en rogador
foi log'a Deus, ca teve por melhor
de guardar a El ca o que a guardou;
e mentre viva, diz que quer teer
um clérigo com que se defender
possa do Demo, que sempre guardou.
E pois que bem seus pecados catou,
de sa mort'houv'ela gram pavor
e d'esmolnar houv'ela gram sabor;
e log'entom um clérigo filhou
e deu-lh'a cama em que sol jazer,
e diz que o terrá, mentre viver;
e est'afã todo por Deus filhou.
E pois que s'este preito começou
antr'eles ambos houve grand'amor
antr'ela sempr'[e] o Demo maior,
atá que se Balteira confessou;
mais, pois que vio o clérigo caer
antr'eles ambos, houv'i a perder
o Demo, des que s'ela confessou.
Fernão Velho
Características das cantigas de maldizer
A Cantiga de Maldizer caracteriza-se por ser uma
crítica direta e mais grosseira que a de escárnio.
 Sátira direta com citação nominal do
destinatário, ofendendo-o explicitamente;
 Tema predileto: adultério;
 Palavras obscenas;
 Erotismo e maldade.
16
RESUMODO TROVADORISMO
Em imagens
17
18
19
FEUDALISMO
20
21
A SOCIEDADE FEUDAL
22
.
23
NOBREZA
O CLERO
24
o povo
25
AS CRUZADAS
27
28
POESIA TROVADORESCA
29
Cantigas satíricas
30
Cantigas líricas
31
REFERÊNCIAS
AMARAL, Emília et al. Português: Novas palavras:
literatura, gramática, redação e leitura. volumes 1,2 e
3: ensino médio/ 2 ed. – São Paulo: FTD, 2013.

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O Trovadorismo

  • 1. Prof. José Arnaldo da Silva Telefones: (98)3664-2231 ou (98) 99157-2274 e-mails: jarnaldosilva@professor.ma.gov.br jarnaldosilva@yahoo.com.br
  • 2. Dom Afonso Sanches Dizia la fremosinha: "ai, Deus, val! Com'estou d'amor ferida! ai, Deus, val!" Dizia la bem talhada "ai, Deus, val! Com'estou d'amor coitada! ai, Deus, val! Com'estou d'amor ferida! ai, Deus, val! Nom vem o que bem queria! ai, Deus, val! Com'estou d'amor coitada! ai, Deus, val! Nom vem o que muit'amava! ai, Deus, val!“
  • 3. MOMENTO HISTÓRICO DO TROVADORISMO O Trovadorismo foi a primeira escola literária da língua portuguesa, sendo a principal forma de expressão da poesia medieval do século XI até o século XIV. Porém, também se manifestou na música. Essa escola surgiu no sul da França, na região da Provença. Desta forma, muitos também a chamam de poesia provençal. Neste período, a Europa passava por várias invasões dos povos germânicos, o que estava gerando muitas guerras. Assim, surgiu o sistema econômico que foi chamado de feudalismo. No feudalismo apenas o senhor feudal era quem governava, pois possuía poderes totais sobre seus servos e vassalos. O senhor cedia terras a um vassalo que era quem cultivaria a terra e depois repassaria parte da produção ao senhor feudal. Os vassalos concordavam com isso, pois precisavam de proteção caso fossem atacados ou invadidos.
  • 4. Além disso, nesta época a sociedade era dividida em três estamentos: a nobreza, o clero e a plebe, e, segundo a Igreja, cada um deles deveria cumprir um papel ordenado por Deus. Os nobres (bellatores) deveriam lutar, o clero (oratores) deveria orar e a plebe (laboratores) deveria trabalhar. A figura de Deus domina toda a cultura da época - Teocentrismo: Deus como o centro do universo e a justificativa de tudo, portanto a religiosidade foi um aspecto marcante da cultura medieval. A vida do povo estava voltada para os valores espirituais e a salvação da alma. Neste período eram frequentes as procissões e as Cruzadas, que eram expedições realizadas para libertar os lugares santos na Palestina. Período do Trovadorismo: século XII a XIV, que teve início com a “Cantiga da Ribeirinha”, que também pode ser chamada de “Cantiga da Garvaia”, escrita por Paio Soares de Taveirós em 1189 (ou 1198?). Término: 1385 com a nomeação de Fernão Lopes como guarda-mor da Torre do Tombo.
  • 5.
  • 6. Ribeirinha No mundo non me sei pareiha, Mentre me for como me vai, Ca já moiro por vós – e ai! Mia senhor branca e vermelha, Queredes que vos retraia Quando vos eu vi em saia! Mau dia me levantei, Que vos enton non vi fea! E, mia senhor, dês aquel di’, ai! Me foi a mim mui mal, E vós, filha de don Paai Moniz, e bem vos semelha D’haver eu por vós guarvaia, Pois, eu, mia senhor, d’alfaia Nunca de vós houve nen hei Valia d’ua Correa. Paio Soares de Taveirós Ribeirinha No mundo não conheço quem se compare A mim enquanto eu viver como vivo, Pois eu moro por vós – ai! Pálida senhora de face rosada, Quereis que eu vos retrate Quando eu vos vi sem manto! Infeliz o dia em que acordei, Que então eu vos vi linda! E, minha senhora, desde aquele dia, ai! As coisas ficaram mal para mim, E vós, filha de Dom Paio Moniz, tendes a impressão de Que eu possuo roupa luxuosa para vós, Pois, eu, minha senhora, de presente Nunca tive de vós nem terei O mimo de uma correia.
  • 7. Primeira fase da história de portugal – Século XII a XIV  1095 – O rei Afonso VI, de Leão e Castela, concede o condado Portucalense a seu genro Henrique de Borgonha.  1139 – Declaração de independência do Condado Portucalense por Afonso Henriques.  1143 – Reconhecimento da independência do reino de Portugal.  1189 (ou 1198) – "Cantiga da Ribeirinha", de Paio Soares de Taveirós.  1261– Nascimento de D. Dinis, o mais fecundo trovador português.  1290 – Determinação real do uso do português em documentos oficiais  1308 – Instalação da Universidade em Coimbra (antes sediada em Lisboa).  1325 – Morte de D. Dinis.  1383 – Morte do último rei da dinastia de Borgonha, D. Fernando, cuja filha única era casada com o rei de Castela. Ascensão de D. João I, o Mestre de Avis, ao trono português.  1415 – Tomada de Ceuta, na África.  1418 – Nomeação de Fernão Lopes como guarda-mor da Torre do Tombo.
  • 8. A poesia no período trovadoresco A o ler um texto poético desse período, não se deve ter em mente a tradição moderna e o que hoje entendendo por poesia. A poesia não era escrita para ser lida por um leitor solitário. Era poesia cantada (por isso o nome de cantiga), geralmente acompanhada por um coro e por instrumentos musicais. Seu público não era, portanto, constituído de leitores, mas de ouvintes. Assim, deve-se sempre considerar as cantigas do período trovadoresco como poesia intimamente ligada à música, própria para apresentações coletivas.
  • 9. Os autores Os autores das cantigas são chamados de trovadores. Eram pessoas cultas, quase sempre nobres, contando-se entre eles alguns reis como D. Sancho I, D. Afonso X, de Castela, e D. Dinis. Nos cancioneiros conhecidos estão reunidas aproximadamente 1680 cantigas de 153 trovadores. Os interpretes As cantigas compostas pelos trovadores eram musicadas e interpretadas pelos jograis, pelos segréis e pelo menestréis, artistas agregados às cortes ou que perambulavam pelas cidades e feiras. Muitas vezes o jogral também compunha cantigas.
  • 10. Os cancioneiros Só muito tempo depois (a partir do final do século XIII) que as cantigas foram copiadas e colecionadas em manuscritos chamados cancioneiros. A maioria delas se encontra em três coletâneas:  Cancioneiro da Ajuda: é assim chamado por ter sido encontrado na Biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa. É o mais antigo dos cancioneiros conhecidos, sendo contemporâneo dos trovadores. Contém 310 cantigas de amor.  Cancioneiro da Vaticana: seu nome deve-se ao fato de ter sido encontrado na Biblioteca do Vaticano. É cópia de um manuscrito anterior e contém 1205 cantigas.  Cancioneiro da Biblioteca Nacional: atualmente se encontra na Biblioteca Nacional de Lisboa. É uma cópia italiana de manuscritos anteriores e pertenceu a um humanista italiano, Ângelo Colocci, integrando mais tarde a biblioteca do conde Brancuti – por isso foi por muito tempo conhecido como Cancioneiro de Colocci Brancuti. Contém 1567 cantigas.
  • 11. Os gêneros ou classificação das cantigas SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS DAS CANTIGAS  Língua galego-português  Tradição oral e coletiva  Poesia cantada e acompanhada por instrumentos musicais colecionada em cancioneiros  Autores: trovadores  Intérpretes: jograis, segréis e menestréis.  Gênero Lírico:  Cantiga de amigo  Cantiga de amor  Gênero satírico:  Cantiga de escárnio  Cantiga de Maldizer
  • 12. Cantiga de amigo e suas características Ondas do mar de Vigo, se vistes meu amigo? E ai Deus, se verra cedo! Ondas do mar levado, se vistes meu amado? E ai Deus, se verra cedo! Se vistes meu amigo, o por que eu sospiro? E ai Deus, se verra cedo! Se vistes meu amado, por que ei gran coitado? E ai Deus, se verra cedo! Martim Codax As Cantigas de Amigo têm suas origens na própria Península Ibérica, surgindo do sentimento popular. Cronologicamente, são as mais antigas.  Autoria masculina;  Sentimento feminino (voz lírica);  Origem: galego-português;  Ambiente rural (popular);  A mulher sofre pelo amigo (namorado, amante) ausente;  A mulher é um ser mais real e concreto;  Paralelismo repetição do ultimo verso da estrofe anterior.
  • 13. Cantiga de amor e suas características Quer'eu em maneira de proençal fazer agora un cantar d'amor, e querrei muit'i loar mia senhor a que prez nen fremusura non fal, nen bondade; e mais vos direi en: tanto a fez Deus comprida de ben que mais que todas las do mundo val. Ca mia senhor quiso Deus fazer tal, quando a faz, que a fez sabedor de todo ben e de mui gran valor, e con todo est'é mui comunal ali u deve; er deu-lhi bon sen, e des i non lhi fez pouco de ben, quando non quis que lh'outra foss'igual. Ca en mia senhor nunca Deus pôs mal, mais pôs i prez e beldad'e loor e falar mui ben, e riir melhor que outra molher; des i é leal muit', e por esto non sei oj'eu quen possa compridamente no seu ben falar, ca non á, tra-lo seu ben, al. Dom Dinis As Cantigas de Amor têm origem provençal - região do sul da França, no período entre os séculos XI e XIII, quando desenvolve-se a arte dos trovadores e o "amor cortês", que tanto influenciou as cantigas de amor em Portugal.  Autoria masculina;  Sentimento masculino (voz lírica);  Origem: provençal;  Ambiente palaciano (aristocrático);  O homem presta vassalagem amorosa (a coita);  A mulher é um ser idealizado, superior.
  • 14. Cantiga de escárnio e suas características Ai, dona fea! Foste-vos queixar que vos nunca louv'en meu trobar; mas ora quero fazer um cantar en que vos loarei toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! Ai, dona fea! Se Deus me pardon! pois avedes [a] tan gran coraçon que vos eu loe, en esta razon vos quero já loar toda via; e vedes qual será a loaçon: dona fea, velha e sandia! Dona fea, nunca vos eu loei en meu trobar, pero muito trobei; mais ora já un bon cantar farei, en que vos loarei toda via; e direi-vos como vos loarei: dona fea, velha e sandia! João Garcia de Guilhade Os trovadores não só expressam seu lirismo amoroso como também se preocupam em ridicularizar os costumes da época, outros trovadores e até as mulheres.  Sátiras indiretas;  Críticas de forma indireta e velada, através de trocadilhos, da ambiguidade;  Expressões irônicas (sem revelar o nome da pessoa satirizada).
  • 15. CANTIGA DE MALDIZER E SUAS CARACTERÍSTICAS Maria Pérez se maenfestou noutro dia, ca por [mui] pecador se sentiu, e log'a Nostro Senhor pormeteu, polo mal em que andou, que tevess'um clérig'a seu poder, polos pecados que lhi faz fazer o Demo, com que x'ela sempr'andou. Maenfestou-se ca diz que s'achou pecador muit', e por en rogador foi log'a Deus, ca teve por melhor de guardar a El ca o que a guardou; e mentre viva, diz que quer teer um clérigo com que se defender possa do Demo, que sempre guardou. E pois que bem seus pecados catou, de sa mort'houv'ela gram pavor e d'esmolnar houv'ela gram sabor; e log'entom um clérigo filhou e deu-lh'a cama em que sol jazer, e diz que o terrá, mentre viver; e est'afã todo por Deus filhou. E pois que s'este preito começou antr'eles ambos houve grand'amor antr'ela sempr'[e] o Demo maior, atá que se Balteira confessou; mais, pois que vio o clérigo caer antr'eles ambos, houv'i a perder o Demo, des que s'ela confessou. Fernão Velho Características das cantigas de maldizer A Cantiga de Maldizer caracteriza-se por ser uma crítica direta e mais grosseira que a de escárnio.  Sátira direta com citação nominal do destinatário, ofendendo-o explicitamente;  Tema predileto: adultério;  Palavras obscenas;  Erotismo e maldade.
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  • 18. 18
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  • 31. 31 REFERÊNCIAS AMARAL, Emília et al. Português: Novas palavras: literatura, gramática, redação e leitura. volumes 1,2 e 3: ensino médio/ 2 ed. – São Paulo: FTD, 2013.