Apresentação para as aulas da Escola Alexandre Herculano no Porto sobre os trovadores da ria de Vigo impartida por Ana Martíns dentro do projeto Piale 2018 da Xunta da Galiza
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MARTIM CODAX
Martin Codax ou Martín Codax
(meados do século XIII - início do
XIV) foi um jogral (artista itinerante
de origem popular, típico da Idade
Média) galego.
3. 3
MARTIM CODAX
Pouco se conhece acerca da
sua biografia, a começar pela
sua origem.
Acredita-se que seja oriundo
do sul da Galiza - de Vigo,
uma vez que, em seus
poemas, há numerosas
referências a esta cidade - ou
da ilha de São Simão, em
Redondela.
Monumento dedicado aos
poetas, cantores e trovadores
da Ria de Vigo, Martín Codax,
Pero Meogo, Mendinho e Paio
Gómez Charinho.
A fada e o dragão de Xaime
Quessada, no Passeio de
Afonso XII de Vigo.
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AS SETE CANTIGAS DE AMIGO DE MARTIM CODAX
As suas sete composições são
consideradas das mais importantes da
lírica trovadoresca galaico-portuguesa.
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PERGAMINHO VINDEL
A descoberta desse pergaminho foi
casual: em 1914, o bibliógrafo Pedro
Vindel, em princípios do século XX
encontrou-o em sua biblioteca,
servindo de folha de guarda a um
volume do De officiis de Cícero.
9. 9
PERGAMINHOS VINDEL E SHARRER
●
No pergaminho Vindel,
conserva-se também a
notação musical destas
cantigas. Durante largo
tempo foi este o único
testemunho conservado da
música dos trovadores
galego-portugueses.
●
Em 1990, a estas músicas
veio juntar-se um outro
testemunho musical, o das
sete cantigas de amor de
D. Dinis conservadas no
chamado Pergaminho
Sharrer, encontrado pelo
professor H. Sharrer na
Torre do Tombo, em Lisboa.
●
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PERGAMINHO VINDEL
Os poemas de Martim Codax que figuram no
pergaminho não têm título, sendo citados pelo seu
primeiro verso:
“Ondas do mar de Vigo"
"Mandad'ey comigo"
"Mia yrmana fremosa treides comigo"
"Ay Deus se sab'ora meu amado"
"Quantas sabedes amar amigo"
"'En o sagrad' em Vigo"
"Ay ondas que eu vin veer"
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“Ondas do mar de Vigo”
Ondas do mar de Vigo
se vistes meu amigo!
E ai, Deus!, se verrá cedo!
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado
E ai Deus!, se verrá cedo!
Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro!
E ai Deus!, se verrá cedo!
Se vistes meu amado,
por que ei gram coidado!
E ai Deus!, se verrá cedo!
Ondas do mar de Vigo
acaso vistes meu Amigo ?
Queira Deus que ele venha cedo!
Ondas do mar agitado,
acaso vistes meu amado?
Queira Deus que ele venha cedo!
Acaso vistes meu amigo,
aquele por quem suspiro?
Queira Deus que ele venha cedo!
Acaso vistes meu amado,
por quem tenho grande cuidado ?
Queira Deus que ele venha cedo!
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Mandado ei’comigo”
Mandad'hei comigo
ca vem meu amigo,
e irei, madr', a Vigo.
Comig'hei mandado
ca vem meu amado,
e irei, madr', a Vigo.
Ca vem meu amigo
e vem san'e vivo,
e irei, madr', a Vigo.
Ca vem meu amado
e vem viv'e sano,
e irei, madr', a Vigo.
Ca vem san'e vivo
e d'el-rei amigo,
e irei, madr', a Vigo.
Ca vem vivo e sano
e d'el-rei privado,
e irei, madr', a Vigo.
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“Mia yrmana fremosa, treides comigo”
Mia yrmana fremosa, treides comigo
a la igreja de Vig', u é o mar salido
e miraremo-las ondas.
Mia yrmana fremosa, treides de grado
a la igreja de Vig', u é o mar levado
e miraremo-las ondas.
A la ygreja de Vig', u é o mar levado,
e verrá hy, mia madre, o meu amado
e miraremo-las ondas.
A la ygreja de Vig', u é o mar salido,
e verrá hy, mia madre , o meu amigo
e miraremo-las ondas.
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Ay Deus, se sab'ora meu amigo
com'eu senlheira estou en Vigo
e vou namorada!
Ay Deus, se sab'ora meu amado
com'eu en Vigo senlheira manho!
e vou namorada!
Com'eu senlheira estou em Vigo
e nulhas guardas non ei comigo
e vou namorada!
“Ay Deus, se sab'ora meu amigo”
Com'eu en Vigo senlheira manho
e nulhas guardas migo non trago
e vou namorada!
E nulhas guardas non el comigo,
ergas meus olhos que choran migo
e vou namorada!
E nulhas guardas migo non trago,
ergas meus olhos que choran
ambos
e vou namorada!
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“Quantas sabedes amar amigo"
Quantas sabedes amar amigo
treides comig' a lo mar de Vigo.
E bannar nos emos nas ondas!
Quantas sabedes d´amor amado,
treides comig' a lo mar levado.
E bannar nos emos nas ondas!
Treides comig' a lo mar de Vigo
e veeremos lo meu amigo.
E bannar nos emos nas ondas!
Treides comig' a lo mar levado
e veeremo' lo meu amado.
E bannar nos emos nas ondas!
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"'En o sagrad' em Vigo"
Eno sagrado, en Vigo,
baylava corpo velido.
Amor ei.
En Vigo, no sagrado,
baylava corpo delgado.
Amor ei.
Baylava corpo velido,
que nunca ouver' amigo.
Amor ei.
Baylava corpo delgado
que nunca ouver' amado.
Amor ei.
Que nunca ouver' amigo,
ergas no sagrad', en Vigo
Amor ei.
Que nunca ouver amado,
ergas en Vigo, no sagrado
Amor ei.
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"Ay ondas que eu vin veer"
Ai ondas que eu vin veer,
se me saberedes dizer
por que tarda meu amigo
sen min.
Ai ondas que eu vin
mirar,
se me saberedes contar
por que tarda meu amigo
sen min.
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MARTIM CODAX
Na Galiza dedicou-se-lhe o prémio do
"Dia das Letras Galegas" do ano 1998
(junto com Joam de Cangas e
Meendinho).
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COLECTIVO RONSELTZ
Neotrovadorismo (I)
Os espárragos son diuréticos
E ti es o amor da miña vida
E ti es o amor da miña vida
Neotrovadorismo (II)
(cantiga de amigo, escarnio e maldizer)
Antes eras un colega
pero agora
me cago en tu puta madre
me cago en tu puta madre
Neotrovadorismo (IV)
Ondas do mar de Vigo
se vistes meu amigo:
que marchei.