O documento descreve o trovadorismo em Portugal entre 1189-1385. Apresenta o contexto histórico e literário, as características das cantigas trovadorescas, incluindo os gêneros lírico e satírico. Destaca exemplos de cantigas de amigo, amor e escárnio dos trovadores Martim Codax e D. Dinis.
2. Contexto históricoContexto histórico
Alguns aspectos da história da Península Ibérica
importantes:
Séculos XII a XIV.
Feudalismo.
Reconquista do território dominado pelos árabes.
Teocentrismo.
Alguns aspectos da história da Península Ibérica
importantes:
Séculos XII a XIV.
Feudalismo.
Reconquista do território dominado pelos árabes.
Teocentrismo.
3. Contexto LiterárioContexto Literário
A arte medieval é essencialmente não naturalista e alegórica.
Pretende ensinar aos que não sabem ler.
Poesia trovadoresca era poesia cantada cantigas.
Características importantes:
repetição de temas convencionais;
repetição de palavras, de versos ou de estrofes inteiras.
“Cantiga da Ribeirinha” ou “Cantiga de Guarvaia” Paio Soares de Taveirós.
A arte medieval é essencialmente não naturalista e alegórica.
Pretende ensinar aos que não sabem ler.
Poesia trovadoresca era poesia cantada cantigas.
Características importantes:
repetição de temas convencionais;
repetição de palavras, de versos ou de estrofes inteiras.
“Cantiga da Ribeirinha” ou “Cantiga de Guarvaia” Paio Soares de Taveirós.
4. Características das cantigasCaracterísticas das cantigas
Língua: galego-português.
Tradição oral e coletiva.
Poesia de tradição oral, cantada e acompanhada por
instrumentos musicais, colecionada posteriormente em
cancioneiros.
Autores: trovadores.
Intérpretes: jograis, segréis e menestréis.
Gêneros: lírico e satírico.
Acompanhadas por dança.
Língua: galego-português.
Tradição oral e coletiva.
Poesia de tradição oral, cantada e acompanhada por
instrumentos musicais, colecionada posteriormente em
cancioneiros.
Autores: trovadores.
Intérpretes: jograis, segréis e menestréis.
Gêneros: lírico e satírico.
Acompanhadas por dança.
5. Cantigas LíricasCantigas Líricas
Características das cantigas de amigo:
Voz lírica feminina.
Tratamento dado ao namorado: amigo.
Expressão da vida campesina e urbana.
Realismo: fatos comuns da vida
cotidiana.
Amor realizado ou possível: sofrimento
amoroso.
Simplicidade: pequenos quadros
sentimentais.
Paralelismo e refrão.
Origem popular e autóctone.
Características das cantigas de amigo:
Voz lírica feminina.
Tratamento dado ao namorado: amigo.
Expressão da vida campesina e urbana.
Realismo: fatos comuns da vida
cotidiana.
Amor realizado ou possível: sofrimento
amoroso.
Simplicidade: pequenos quadros
sentimentais.
Paralelismo e refrão.
Origem popular e autóctone.
Características das cantigas de amor:
Voz lírica masculina.
Tratamento dado à mulher: mia senhor.
Expressão da vida da corte.
Convenções do amor cortês:
Idealização da mulher;
Vassalagem amorosa;
Expressão da coita.
Origem provençal.
Características das cantigas de amor:
Voz lírica masculina.
Tratamento dado à mulher: mia senhor.
Expressão da vida da corte.
Convenções do amor cortês:
Idealização da mulher;
Vassalagem amorosa;
Expressão da coita.
Origem provençal.
6. Cantigas SatíricasCantigas Satíricas
Características das cantigas de escárnio:
Utilizam a ironia e o equívoco.
Realiza zombaria, menosprezo,
desprezo, desdém.
Características das cantigas de escárnio:
Utilizam a ironia e o equívoco.
Realiza zombaria, menosprezo,
desprezo, desdém.
Características das cantigas de maldizer:
Sátiras diretas, sem equívocos.
Intenção difamatória
Emprego de palavrões e xingamentos.
Virulência.
Características das cantigas de maldizer:
Sátiras diretas, sem equívocos.
Intenção difamatória
Emprego de palavrões e xingamentos.
Virulência.
7. Cantigas LíricasCantigas Líricas
Cantiga de amigo
Martim Codax
Ondas do mar de Vigo,
acaso vistes meu amigo?
Queira Deus que ele venha cedo!
Ondas do mar agitado
acaso vistes meu amado?
Queira Deus que ele venha cedo!
Acaso vistes meu amigo,
aquele por quem suspiro?
Queira Deus que ele venha cedo!
Acaso vistes meu amado,
por quem tenho grande cuidado (preocupação)?
Queira Deus que ele venha cedo!
In: Elsa Gonçalves. A lírica galego-portuguesa.
Lisboa: Editorial Comunicação,1983. p. 161.
Cantiga de amigo
Martim Codax
Ondas do mar de Vigo,
acaso vistes meu amigo?
Queira Deus que ele venha cedo!
Ondas do mar agitado
acaso vistes meu amado?
Queira Deus que ele venha cedo!
Acaso vistes meu amigo,
aquele por quem suspiro?
Queira Deus que ele venha cedo!
Acaso vistes meu amado,
por quem tenho grande cuidado (preocupação)?
Queira Deus que ele venha cedo!
In: Elsa Gonçalves. A lírica galego-portuguesa.
Lisboa: Editorial Comunicação,1983. p. 161.
Cantiga de amor
D. Dinis
Quero à moda provençal
fazer agora um cantar de amor,
e quererei muito aí louvar minha senhora
a quem honra nem formosura não faltam,
nem bondade; e mais vos direi sobre ela:
Deus a fez tão cheia de qualidades
que ela vale mais que todas as do mundo.
Pois Deus quis fazer minha senhora de tal modo,
quando a fez, que a fez conhecedora
de todo bem e de muito grande valor,
e além de tudo isto é muito sociável
quando deve; também deu-lhe bom senso,
e desde então não lhe fez pouco bem
impedindo que nenhuma outra
fosse igual a ela.
Porque em minha senhora nunca Deus pôs mal,
mas pôs nela honra e beleza e mérito
[...]
In: Elsa Gonçalves. Op. cit., p. 284.
Cantiga de amor
D. Dinis
Quero à moda provençal
fazer agora um cantar de amor,
e quererei muito aí louvar minha senhora
a quem honra nem formosura não faltam,
nem bondade; e mais vos direi sobre ela:
Deus a fez tão cheia de qualidades
que ela vale mais que todas as do mundo.
Pois Deus quis fazer minha senhora de tal modo,
quando a fez, que a fez conhecedora
de todo bem e de muito grande valor,
e além de tudo isto é muito sociável
quando deve; também deu-lhe bom senso,
e desde então não lhe fez pouco bem
impedindo que nenhuma outra
fosse igual a ela.
Porque em minha senhora nunca Deus pôs mal,
mas pôs nela honra e beleza e mérito
[...]
In: Elsa Gonçalves. Op. cit., p. 284.
8. Cantigas SatíricasCantigas Satíricas
Cantiga de escárnio
Pero Larouco
De vós, senhor, quer’eu dizer verdade
e nom ja sobr’[o] amor que vos ei:
senhor, bem [moor] é vossa torpidade
de quantas outras eno mundo sei;
assi de fea come de maldade
nem vos vence oje senom filha dum rei.
[Eu] nom vos amo nem me perderei,
u vos nom vir, por vós de soidade.
[...]
In: Elsa Gonçalves. Op. cit., p. 182.
Cantiga de escárnio
Pero Larouco
De vós, senhor, quer’eu dizer verdade
e nom ja sobr’[o] amor que vos ei:
senhor, bem [moor] é vossa torpidade
de quantas outras eno mundo sei;
assi de fea come de maldade
nem vos vence oje senom filha dum rei.
[Eu] nom vos amo nem me perderei,
u vos nom vir, por vós de soidade.
[...]
In: Elsa Gonçalves. Op. cit., p. 182.
Cantiga de escárnio
Pero Larouco
Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós:
senhora, bem maior é vossa torpidez
do que a de quantas outras conheço no mundo;
tanto na feiura quanto na maldade
não vos vence hoje senão a filha de um rei.
Eu não vos amo nem me perderei
de saudade por vós, quando não vos vir.
Cantiga de escárnio
Pero Larouco
Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós:
senhora, bem maior é vossa torpidez
do que a de quantas outras conheço no mundo;
tanto na feiura quanto na maldade
não vos vence hoje senão a filha de um rei.
Eu não vos amo nem me perderei
de saudade por vós, quando não vos vir.
9. Considerações finais e BibliografiaConsiderações finais e Bibliografia
Matim Codax – trovador jogral da época de Afonso III (meados do século XIII).
“Dele só nos restam sete cantigas d’amigo, que se caracterizam por um delicioso
primitivismo poético e pelo fato de serem seis destas composições as únicas cantigas
trovadorescas acompanhadas da respectiva notação musical” (S. Spina).
D. Dinis (1261 – 1325) – grande incentivador da cultura, fundou a universidade de
Lisboa (1291), posteriormente transferida para Coimbra (1308). Foi chamado o rei-
trovador, com 138 cantigas conhecidas.
Bibliografia:
Coleção Novas Palavras (nova edição), vol. 1, Língua Portuguesa.
Emília Amaral, Mauro Ferreira, Ricardo Leite, Severino Antônio.
FTD
Matim Codax – trovador jogral da época de Afonso III (meados do século XIII).
“Dele só nos restam sete cantigas d’amigo, que se caracterizam por um delicioso
primitivismo poético e pelo fato de serem seis destas composições as únicas cantigas
trovadorescas acompanhadas da respectiva notação musical” (S. Spina).
D. Dinis (1261 – 1325) – grande incentivador da cultura, fundou a universidade de
Lisboa (1291), posteriormente transferida para Coimbra (1308). Foi chamado o rei-
trovador, com 138 cantigas conhecidas.
Bibliografia:
Coleção Novas Palavras (nova edição), vol. 1, Língua Portuguesa.
Emília Amaral, Mauro Ferreira, Ricardo Leite, Severino Antônio.
FTD
10. Considerações finais e BibliografiaConsiderações finais e Bibliografia
Matim Codax – trovador jogral da época de Afonso III (meados do século XIII).
“Dele só nos restam sete cantigas d’amigo, que se caracterizam por um delicioso
primitivismo poético e pelo fato de serem seis destas composições as únicas cantigas
trovadorescas acompanhadas da respectiva notação musical” (S. Spina).
D. Dinis (1261 – 1325) – grande incentivador da cultura, fundou a universidade de
Lisboa (1291), posteriormente transferida para Coimbra (1308). Foi chamado o rei-
trovador, com 138 cantigas conhecidas.
Bibliografia:
Coleção Novas Palavras (nova edição), vol. 1, Língua Portuguesa.
Emília Amaral, Mauro Ferreira, Ricardo Leite, Severino Antônio.
FTD
Matim Codax – trovador jogral da época de Afonso III (meados do século XIII).
“Dele só nos restam sete cantigas d’amigo, que se caracterizam por um delicioso
primitivismo poético e pelo fato de serem seis destas composições as únicas cantigas
trovadorescas acompanhadas da respectiva notação musical” (S. Spina).
D. Dinis (1261 – 1325) – grande incentivador da cultura, fundou a universidade de
Lisboa (1291), posteriormente transferida para Coimbra (1308). Foi chamado o rei-
trovador, com 138 cantigas conhecidas.
Bibliografia:
Coleção Novas Palavras (nova edição), vol. 1, Língua Portuguesa.
Emília Amaral, Mauro Ferreira, Ricardo Leite, Severino Antônio.
FTD