2. Momento
histórico• Implantação da dinastia de
Avis;
• Consolidação da
independência;
• Ascenção da burguesia
(mercantilismo);
• Expansão ultramarina (tomada
de Ceuta, descoberta das Índias
e do Brasil);
• Invenção da imprensa por
Gutemberg em 1439;
3. Momento
históricoO início do Humanismo em
Portugal é marcado pela
nomeação de Fernão Lopes à
cronista-mor do Reino.
O fim, e início do Classicismo,
é marcado pelo retorno do
escritor Sá de Miranda da
Itália.
4. No plano da
cultura e
literatura• A língua portuguesa firma-
se como língua
independente;
• A corte torna-se o principal
centro de produção cultural
e literária graças ao
fortalecimento da casa real
em detrimento das casas
senhoriais;
5. Características• Antropocentrismo: concepção horizontal da vida
em que o homem (ánthropos) é o centro e a
medida do universo. A vida e o universo explicam-
se pelos valores humanos;
• Florescimento da prosa; declínio da poesia;
• Manifestações literárias:
Poesia palaciana;
Historiografia;
Teatro de Gil Vicente;
6. Poesia palaciana
• Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende,
1516;
• Ligada à vida social da corte;
• Transição entre a tradição medieval e a
tradição moderna;
• Autonomia em relação à música (passa a ser
destinada também à leitura individual);
• Uso de redondilhas: menor com 5 sílabas
poéticas e a maior com 7;
7. Poesia palaciana
“Cantiga Sua Partindo-se”
Senhora partem tam tristes.
Meus olhos por vós, meu bem,
Que nunca tam tristes vistes
Outros nenhuns por ninguém.
Tam tristes, tam saudosos,
Tam doentes da partida,
Tam cansados, tam chorosos,
Da morte mais desejosos
Cem mil vezes que da vida.
Partem tam tristes os tristes,
Tam fora d’esperar bem,
Que nunca tam tristes vistes
Outros nenhuns por ninguém.
João Ruiz de Castelo Branco
8. Prosa historiográfica
• Principal cronista:
Fernão Lopes: considerado o
fundador da historiografia portuguesa;
• Crônicas:
Crônica de D. Pedro;
Crônica de D. Fernando;
Crônica de D. João (Primeira e
segunda parte)
9. Características da Prosa de
Fernão Lopes
• Investigação crítica das fontes;
• Concepção histórica medieval e regiocêntrica;
• Apresenta o painel de uma coletividade
portuguesa;
• Qualidades artísticas: impressionantes quadros
descritivos; personagens complexos;
10. O cerco de Lisboa
Andavam os moços de três e de quatro anos
pedindo pão pela cidade pelo amor de Deus,
como lhes ensinavam suas madres; e muitos não
tinham outra cousa que lhes dar senão lágrimas
que com eles choravam, que era triste cousa de
ver, e se lhes davam tamanho pão como noz,
haviam-no por grande bem.
11. O teatro de Gil Vicente
• Mentalidade medieval;
• Teatro popular:
• Teatro alegórico: representação de ideias
abstratas com personagens, situações e
coisas concretas;
• Teatro de tipos: com personagens que
reúnem os caracteres mais marcantes de
sua classe social, profissão, sexo, idade,
etc.;
• Teatro de quadros: sucessão de cenas
relativamente independentes;
• Rupturas com a linearidade do tempo e
despreocupação com a verossimilhança;
• Teatro cômico e satírico;
12. Auto da barca do inferno
Vem um Frade com üa
Moça pela mão, e um broquel e üa
espada na outra, e um casco
debaixo do capelo; e, ele mesmo
fazendo a baixa, começou de
dançar, dizendo:
FRADE Tai-rai-rai-ra-rã; ta-ri-ri-rã;
ta-rai-rai-rai-rã; tai-ri-ri-rã:
tã-tã; ta-ri-rim-rim-rã. Huhá!
DIABO Que é isso, padre?! Que vai
lá?
FRADE Deo gratias! Som cortesão.
DIABO Sabês também o tordião?
FRADE Porque não? Como ora sei!
DIABO Pois entrai! Eu tangerei
e faremos um serão.
Essa dama é ela vossa?
FRADE Por minha la tenho eu,
e sempre a tive de meu,
DIABO Fezestes bem, que é
fermosa!
E não vos punham lá grosa
no vosso convento santo?
FRADE E eles fazem outro tanto!
DIABO Que cousa tão preciosa...
Entrai, padre reverendo!
FRADE Para onde levais gente?
DIABO Pera aquele fogo ardente
que nom temestes vivendo.
FRADE Juro a Deus que nom
t'entendo!
E este hábito no me val?
DIABO Gentil padre mundanal,
a Berzebu vos encomendo!