O documento descreve a arquitetura e arte barroca na Europa entre os séculos XVII e XVIII. O estilo barroco originou-se na Itália no século XVII e espalhou-se pela Europa e Américas levado pelos colonizadores portugueses e espanhóis. Caracteriza-se pelo predomínio das emoções sobre o racionalismo renascentista, buscando impressionar os sentidos do observador através de efeitos decorativos, luz e sombra, pinturas ilusionistas e dramatização dos espaços. Arquitet
1. História da Cultura e das
Artes
Módulo VI – A Cultura do Palco
Arquitectura Barroca
Carlos Jorge Canto Vie
2. Arte Barroca
• Origem
– na Itália (séc. XVII)
– Espalha-se por outros países da
Europa
– Chega continente americano e
asiático, levada pelos
colonizadores portugueses e
espanhóis.
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3. Arte Barroca
• Objectivo
– As obras romperam o equilíbrio entre o sentimento e a
razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas
renascentistas procuram realizar de forma muito
consciente;
– na arte barroca predominam as emoções e não o
racionalismo da arte renascentista.
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4. Arte Barroca
• É uma época de conflitos espirituais e religiosos.
– O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar
forças antagônicas:
• bem e mal;
• Deus e Diabo;
• céu e terra;
• pureza e pecado;
• alegria e tristeza;
• paganismo e cristianismo;
• espírito e matéria.
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5. Arte Barroca
• Principais características I:
– O emocional sobre o racional;
• seu propósito é impressionar os sentidos do observador,
baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser
atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas
pelo raciocínio.
– busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas,
contracurvas, colunas retorcidas;
– ligação entre a arquitectura e escultura;
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6. Arte Barroca
• Principais características:
– Jogo ostentatório de luz e sombra;
– pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a
impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade
conseguida.
– Busca do infinito, do teatral, do fantástico, da cenografia.
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9. Arquitectura Barroca
• Plantas das igrejas
– grande diversidade formal
– Planta centralizada
• em formas geométricas curvas, elípticas e ovais, irregulares
como as trapezoidais, e estreladas, integradas ou
combinadas umas com as outras.
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10. Arquitectura Barroca
Igreja de Sant´Andrea della Valle
1591-1665, Roma
Theatinerkirche St. Gajetan
1763-1767, Munique
10Prof. Carlos Vieira
11. Arquitectura Barroca
• Plantas das igrejas
– Preferiram-se plantas de nave única que se apresentam
segundo duas tipologias:
• as rectangulares, onde a nave central se alongou,
empurrando as naves laterais de modo a ficarem reduzidas a
capelas abertas para o espaço central;
• e as elíptico-transversais e elíptico-Iongitudinais.
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12. Igreja de Santa Maria in
Campinelli, Roma
1660-1667
Carlos Rainaldi
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13. Igreja de São João de Latrão, Roma
1646-1650
Francesco Borromini
13Prof. Carlos Vieira
14. Arquitectura Barroca
• As paredes
– alternaram entre côncavas e
convexas, formando paredes
ondulantes, criando surpresa e
efeitos luminosos.
– Interiormente, estão cobertas
por estuques, pinturas,
retábulos em talha dourada,
criando a ilusão de um espaço
maior, ligando tecto e parede
14Prof. Carlos Vieira
15. Arquitectura Barroca
• Modelos de cobertura
– Abóbadas que, para serem sustentadas, precisavam de
contrafortes exteriores
– Eram decorados com volutas, aletas ou orelhões
– Cúpula -> enormes dimensões
• representava simbolicamente o Céu.
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18. Arquitectura Barroca
• As fachadas
– 1ª Fase
• Seguem primeiro o esquema renascentista e maneirista da
Igreja de Il Gesu
– 2ª Fase
• Mais tarde apareceram fachadas mais caprichosas que
atraíram e envolveram ainda mais a população.
• Estas foram divididas em andares, com formas onduladas -
côncavas e convexas -, de uma irregularidade bizarra,
contribuindo para o jogo de luz e sombra
18Prof. Carlos Vieira
20. Arquitectura Barroca
• As fachadas
– O portal principal, pela
decoração vertical e pela
acumulação de
ornamentação - esculturas,
cartelas, frontões, colunas...
– teve aqui maior ênfase.
– As torres sineiras, nos lados
da fachada, são elementos
independentes que reforçam
a verticalidade da mesma.
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Igreja de Santa Inês, Roma
Borromini
21. Igreja de Santa Susana (Roma)
Carlo Maderno
Construção: 1597-1603
21Prof. Carlos Vieira
25. Arquitectura Barroca
• Decoração interior das paredes, das abóbadas e das
cúpulas
– feita para aumentar o movimento;
– cobertas com pinturas a fresco:
• linhas ondulantes, serpentinadas, servidas por turbilhões de
figuras voadoras, de querubins e de anjos, inseridos numa
luz celestial, ascendendo ao infinito, na procura de Deus,
através de invisíveis linhas de perspectiva.
25Prof. Carlos Vieira
26. Arquitectura Barroca
– Pintadas em trompe-l'oeil, valorizadas pela luz dos
janelões, das janelas e da cúpula com lanternim;
– Aos frescos estão associados mármores policromados,
talha dourada, esculturas, retábulos, telas e órgãos que
contribuíram para a profusão da cor e para o prazer dos
sentidos.
26Prof. Carlos Vieira
28. Arquitectura civil
• A arquitectura civil
– Palácios citadinos e às villas de reis, pontífices, nobres e
alta burguesia
expressão de um poder absolutista e capitalista.
28Prof. Carlos Vieira
29. Arquitectura civil
• Exterior
– Palácio estava relacionado com a paisagem e o espaço
envolvente.
– As ligações entre o meio e o palácio era feitas através de
jardins que o antecediam ou lhe davam continuidade.
– A planta tinha a forma de U ou de duplo U.
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32. Arquitectura civil
• A fachada
– Parte mais importante do palácio.
• Pilastras colossais ligavam o rés-do-chão ao piano nobile e ao
2.° andar;
• O corpo central e a porta continham maior decoração do
que os corpos laterais que copiavam o modelo das fachadas
das igrejas.
32Prof. Carlos Vieira
33. Arquitectura civil
• Interior
– o piano nobile tinha geralmente, ao centro, um grande
salão - a sala de festas.
– Ligando os diferentes andares havia galerias e escadarias.
Imponentes quer no interior quer no exterior, possuíam
dois lanços simétricos, com uma decoração e cenografia
teatrais, constituindo um belo complemento para as
festas.
– Os espaços privados não mereceram grande atenção e só
os arquitectos franceses souberam criar-lhes algumas
comodidades
33Prof. Carlos Vieira
35. Arquitectura civil
• As uillas
– seguiram os princípios renascentistas de diálogo com a
Natureza.
– O terreno era cuidadosamente escolhido, valorizando a
orientação solar e os jardins.
– Estes tornaram-se mais arquitecturais ligando escadarias,
terraços, loggias e foram povoados de estátuas.
35Prof. Carlos Vieira
38. Arquitectura civil
• A arte do jardim I
– Desenvolvida e enriquecida com bosques, grutas artificiais,
pavilhões e labirintos - artifícios cenográficos que
embelezaram palácios, uillas e castelos -, passando a ser
espaços de ostentação e luxo.
– Partiu de concepções arquitectónicas geometrizantes;
38Prof. Carlos Vieira
39. Arquitectura civil
• A arte do jardim II
– Organizado segundo um eixo que está no prolongamento
do eixo central do palácio;
– Depois era subdividido simetricamente, segundo um
esquema de linhas transversais e radiais;
– Este tipo de jardim, por ser típico da França, passou a ser
designado por "jardim à francesa“.
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44. Arquitectos
• Gian Lorenzo Bernini (1598-
1680)
– Escultor, arquitecto, pintor e
dramaturgo
– Obras Principais
• Êxtase de Santa Teresa
(escultura)
• Praça de São Pedro (urbanismo)
44Prof. Carlos Vieira
46. asílica e Praça de S. Pedro do Vaticano, Roma
46Prof. Carlos Vieira
47. Arquitectos
• Carlo Maderno (1556-1629)
– Arquitecto e escultor;
– Obras Principais:
• Fachada da Igreja de Santa Susana,
Roma
• Fachada da Basílica de S. Pedro, Roma
• Fachada da Igreja de Santa Andrea,
Roma
47Prof. Carlos Vieira
48. 48
Fachada de S. Pedro do Vaticano, Roma
1603 -1612
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49. Igreja de Santa Susana, Roma
Construção: 1597-1603
49Prof. Carlos Vieira
51. Arquitectos
• Francesco Borromini (1599-1667)
– Arquitecto e escultor;
– Obras Principais:
• Igreja de San Carlo alle Quattro Fontane
• Igreja S. João de Latrão, Roma
• Colunata no Palazzo Spada, Roma
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52. Arquitectos
• Igreja de San Carlo alle Quattro Fontane
– Planta complexa, a partir de uma
estrutura geométrica, produzindo efeitos
de grande ilusionismo.
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53. Prof. Carlos Vieira 53
Arquitectos
Colunata no Palazzo Spada, Roma
- Obra em trompe-l'oeil.
- A falsa perspectiva, localizada no pátio,
apresenta uma sequência de colunas de
altura decrescente e um pavimento que
sobe, o que gera a ilusão óptica de
estarmos perante uma galeria de 37
metros de comprimento (tem apenas 8),
com uma escultura num jardim ao fundo,
iluminada pelo sol.
- A estátua parece ter o tamanho natural,
embora na realidade tenha apenas 60 cm
- Borromini foi ajudado na criação por
um matemático, o Padre Giovanni Maria
da Bitonto.
56. Urbanismo
• O urbanismo é a arte de
desenhar/conceber espaços
públicos, cidades.
• Como disciplina artística só
começou a ser pensada e aplicada
de forma sistemática a partir do
renascimento, embora para trás
houvesse exemplos de
preocupações desse tipo.
Prof. Carlos Vieira 56
57. No século XVII, a Roma Papal,
capital da Cristandade
(católica) assumiu um papel de
relevo na arte da urbanística.
Tudo começou em torno da
nova basílica de S. Pedro
(Vaticano).
Planta de S. Pedro elaborada sobre a
antiga construção, com a cabeceira
de Miguel Ângelo e o acrescento das
naves de Maderno.
Urbanismo
57Prof. Carlos Vieira
58. Planta de Roma na zona de
S. Pedro, antes das obras de
Bernini no séc. XVII
Urbanismo
58Prof. Carlos Vieira
59. Pintura do séc. XVI antes da nova praça de S. Pedro, mostrando a
construção da cúpula de M. Ângelo
Urbanismo
59Prof. Carlos Vieira
60. Planta mostrando a nova
praça de S. Pedro
desenhada por Bernini e
as casas que foram
destruídas
Urbanismo
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61. Aspecto actual da
praça, encomendada
por Alexandre VII em
1656 a Bernini.
A fonte com obelisco
foi preparada também
por Bernini em 1675.
Urbanismo
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