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Barroco:
Uma viagem pela Arte
e Cultura
2024
Introdução
Você já se perguntou como surgiram as majestosas construções
barrocas que ainda nos impressionam até os dias de hoje? Imagine
adentrar os salões decorados com extravagância, sentir a
imponência das fachadas ornamentadas e desvendar os segredos
por trás dessas obras arquitetônicas que desafiam o tempo. Neste
convite à descoberta, embarque conosco em uma viagem
fascinante através das primeiras construções barrocas, onde
desvendaremos não apenas o processo de criação desses
monumentos, mas também a história e os contextos que as
moldaram.
Pronto para mergulhar em um mundo de beleza, emoção e mistério?
Então venha conosco desvendar os segredos das construções que
definiram uma era!
"Barroco é o nome de um estilo de época surgido no final do século XVI,
na Itália, e caracterizado por forte influência religiosa, devido ao
contexto histórico marcado pela Reforma Protestante e pela
Contrarreforma. No entanto, ao lado de tanta religiosidade, havia
também, na época, um forte apelo aos prazeres sensoriais. Desse modo,
o estilo configura-se, basicamente, na aproximação dos
opostos.Portanto, são características presentes em obras de Gregório
de Matos e Pe. António Vieira, os principais autores do Barroco
brasileiro: culto ao contraste, fusionismo, pessimismo, feísmo, cultismo,
conceptismo, além do uso de antítese, paradoxo, hipérbole, hipérbato e
sinestesia.Leia também: Arcadismo – movimento literário posterior ao
Barroco”
Veja mais sobre "Barroco" em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/o-barroco.htm
• Conceito
O surgimento das primeiras construções barrocas marcou um momento
de transição na história da arquitetura europeia. Emergindo no final do
século XVI e florescendo no início do século XVII, o estilo barroco
representou uma ruptura significativa com os princípios estéticos
predominantes do Renascimento. Influenciado por uma variedade de
fatores culturais, sociais e religiosos, o barroco foi além da mera busca
pela beleza clássica e racionalidade, buscando expressar uma nova
dimensão de emoção, movimento e grandiosidade. Nesta introdução,
exploraremos as origens do barroco, os principais elementos
arquitetónicos que o caracterizam e as primeiras construções que
marcaram esse período de inovação e transformação na história da
arquitetura europeia.
O advento das primeiras construções barrocas marcou uma revolução na
arquitetura europeia, inaugurando um período de exuberância,
teatralidade e expressividade artística.
• Primeira Construções
Surgindo no final do século XVI e ganhando destaque no século XVII, o
estilo barroco foi uma resposta vigorosa às tendências do Renascimento,
procurando romper com a sobriedade clássica em favor de uma
linguagem arquitetônica mais emotiva e dinâmica. Neste contexto de
mudança cultural e religiosa, as primeiras construções barrocas não
apenas refletiram a mentalidade da época, mas também estabeleceram
os fundamentos para uma nova forma de conceber e construir edifícios.
Quando em 1500 a Frota de Cabral avistou as terras brasileiras, iniciou-
se oficialmente a posse de um vasto território. O que fazer? Como
povoar toda aquela vastidão territorial? Como proteger? Ou melhor,
como construir casas, igrejas, fortes e outros prédios, que garantissem a
proteção e o povoamento daquele lugar e de seus novos habitantes?
As primeiras construções realizadas foram às fortalezas, erguidas com o
objetivo de defesa das vilas e cidades litorâneas. Os arquitetos eram
militares e, posteriormente, padres jesuítas, que fundaram vilas e
construíram igrejas e conventos.
• Primeira Construções
As construções dos Séculos XVI e início do XVII possuem uma arquitetura simples
de inspiração Maneirista, estilo arquitetônico que traz do Renascimento tardio a
preferência por linhas geométricas, de visão prática, que simplifica as formas e não
permite caprichos estéticos. As construções barrocas eram caracterizadas por uma
rica ornamentação, formas curvilíneas e uma abordagem dramática da luz e
sombra. Uma das técnicas mais distintivas empregadas na arquitetura barroca foi o
uso abundante de elementos decorativos, como esculturas, relevos, efeitos de
iluminação e pinturas murais. Além disso, as estruturas barrocas muitas vezes
apresentavam uma planta arquitetônica complexa, com uma profusão de espaços
interiores dinâmicos e uma fachada elaborada que enfatizava a verticalidade e o
movimento ascendente. Entre as primeiras construções barrocas mais
emblemáticas está a Igreja de Il Gesù, em Roma, projetada por Giacomo della Porta
e Giacomo Barozzi da Vignola, e concluída em 1584. Esta igreja exemplifica muitas
das características distintivas do estilo barroco, incluindo uma fachada elaborada
com colunas salomônicas, esculturas em relevo e uma profusão de detalhes
ornamentais. Outro exemplo notável é o Palácio de Versalhes encapsula a
grandiosidade e opulência típicas do barroco. Essas construções pioneiras não
apenas definiram o estilo barroco, mas também estabeleceram um legado
duradouro que influenciou a arquitetura por séculos.
•Arquitetura Civil
A arquitetura civil pertence ao período colonial brasileiro é composta por modelos
arquitetónicos distintos e específicos. Ainda que em pouca quantidade, cada edifício
possuía uma função específica dentro do sistema sociopolítico. Podemos destacar,
entretanto, as tipologias que figuram em maior importância dentro deste cenário.
Casas de Câmara e Cadeia
Possuía função administrativa e representava o poder real sobre a colônia.
Acumulava além de suas funções administrativas, funções judiciárias e
penitenciárias. Dependendo das necessidades, o projeto arquitetónico poderia ser
muito extenso, incluindo salas de audiência, arsenal de milícia, sala do juiz, plenários,
etc.
• Tipos de Arquitetura
Casa Térrea e Sobrados
As casas térreas, ou habitações urbanas de único pavimento, eram residências de
cidadãos da colônia. Possuíam janelas e porta para a rua, com telhado
predominantemente dividido em duas águas. Janelas de madeiras pintadas com
verniz de navio e paredes brancas (caiadas).Os sobrados por sua vez, constituíam a
moradia de cidadãos com maiores recursos financeiros. Neles, as salas da frente do
piso superior tinham a função de receber. Percebem sacadas das quais as pessoas
que frequentavam a sala de receber poderiam observar a movimentação da rua.
• Tipos de Arquitetura
Arquitetura Religiosa
Os primeiros templos religiosos construídos no Brasil seguiram o estilo tardio-
renascentista ou maneirista português. Este estilo é caracterizado por possuir
fachadas geometrizadas, com formas geométricas básicas, frontões triangulares,
janelas simples e paredes marcadas pelo contraste entre pedra e superfícies
brancas (paredes). A decoração, inicialmente, é quase inexistente. Os elementos
decorativos existentes estão normalmente fixados nas portadas, nos altares
interiores com pinturas e azulejos.
Características:
• Ausência de ornamentação na fachada, inspiração Maneirista.
• Austeridade, rigidez formal.
• Traçado geométrico, arcos plenos, linhas retas, frontão triangular, janelas
retangulares.
• Tipos de Arquitetura
Arquitetura Militar
Nos primeiros anos da colonização uma das maiores preocupações da metrópole
portuguesa era asseguração a vigilância e proteção da do território, ou seja, a
posse das terras brasileiras. As primeiras fortificações foram povoadas com
muralhas. Os fortes ou fortalezas apresentavam simplicidade em suas formas,
ausência de decoração e contraste entre paredes brancas e pedras aparentes.
Características:
• Simplicidade das Formas
• Ausência de Decoração.
• Racionalidade.
• Emprego de formas geométricas.
• Formas Estáticas, Regulares e Equilibradas.
• Tipos de Arquitetura
O Barroco no Brasil foi o estilo artístico com maior expressão durante a maior parte
do período colonial, encontrando um terreno receptivo para um rico florescimento.
Este estilo chaga ao Brasil no século XVII, introduzido por missionários católicos,
especialmente jesuítas, que para cá se dirigiram. Ao longo do período colonial
vigorou uma íntima associação entre a Igreja e o Estado, mas como na colônia não
havia uma corte que servisse de mecenas, a vasta maioria do legado barroco
brasileiro está ligada a arte sacra: estatuária, pintura e obra de talha para
decoração de igrejas e conventos ou para culto privado. A participação da
sociedade para a construção de Igrejas de Ordem Terceira (igrejas que não são
ligadas diretamente ao Vaticano, mas são construídas por grupos de pessoas
devotas) também são muito representativas neste período.
O Barroco é descrito usualmente como um estilo dinâmico, narrativo,
ornamental,dramático, cultivando contrastes e uma plasticidade sedutora,
possuindo um conteúdo programático articulado com requintes de retórica e
grande pragmatismo. A arte barroca foi uma arte em essência funcional,
prestando-se muito bem aos fins a que foi posta a servir:
• Barroco Brasileiro
além de sua função puramente decorativa, facilitava a absorção da doutrina
católica e dos costumes tradicionais, sendo eficiente instrumento pedagógico e
catequético. Logo os índios pacificados mais habilidosos, e depois os negros
importados como escravos, expostos maciçamente à cultura portuguesa, de meros
espectadores de suas expressões artísticas passaram a agentes produtores,
sendo responsáveis, principalmente os negros, por grande parte do acervo
barroco produzido no país. Eles, os negros e mestiços, que eram os artesãos
populares, numa sociedade em processo de integração e estabilização,
começaram a dar ao Barroco europeu feições novas, originais, e por isso se
considera que esta aclimatação constitua num dos primeiros testemunhos da
formação de uma cultura genuinamente brasileira.
O Barroco no Brasil floresceu como um estilo artístico de imensa expressividade
durante a maior parte do período colonial, encontrando um terreno fértil para seu
rico desenvolvimento. Este estilo chegou ao Brasil no século XVII, trazido por
missionários católicos, especialmente os jesuítas, que aqui se estabeleceram. Num
contexto onde a Igreja e o Estado mantinham uma estreita associação, mas sem
uma corte que servisse de mecenas,
• Barroco Brasileiro
a vasta maioria do legado barroco brasileiro se voltou para a arte sacra: estatuária,
pintura e talha para ornamentação de igrejas e conventos, bem como para culto
privado. Além disso, a construção de Igrejas de Ordem Terceira, erguidas por grupos
devotos, desempenhou um papel significativo neste período.
O Barroco é frequentemente descrito como um estilo dinâmico, narrativo, ornamental
e dramático, que cultiva contrastes e uma sedutora plasticidade. Sua arte era
funcional, servindo não apenas como decoração, mas também como veículo de
absorção da doutrina católica e dos costumes tradicionais, sendo um eficaz
instrumento pedagógico e catequético. Os índios pacificados e os negros
escravizados, expostos à cultura portuguesa, tornaram-se não apenas espectadores,
mas também produtores ativos da arte barroca. Os negros e mestiços, em especial,
como artesãos populares em uma sociedade em formação, começaram a imprimir ao
Barroco europeu novas e originais características, contribuindo assim para a formação
de uma cultura genuinamente brasileira. Assim, o Barroco brasileiro não apenas
absorveu influências europeias, mas também as transformou, dando origem a uma
expressão artística única e profundamente enraizada na diversidade étnica e cultural
do país. Esta aclimatação e reinvenção do Barroco constituem um dos primeiros
testemunhos da emergência de uma identidade cultural brasileira singular e em
constante evolução.
além de sua função puramente decorativa, facilitava a absorção da doutrina
católica e dos costumes tradicionais, sendo eficiente instrumento pedagógico e
catequético. Logo os índios pacificados mais habilidosos, e depois os negros
importados como escravos, expostos maciçamente à cultura portuguesa, de meros
espectadores de suas expressões artísticas passaram a agentes produtores,
sendo responsáveis, principalmente os negros, por grande parte do acervo
barroco produzido no país. Eles, os negros e mestiços, que eram os artesãos
populares, numa sociedade em processo de integração e estabilização,
começaram a dar ao Barroco europeu feições novas, originais, e por isso se
considera que esta aclimatação constitua num dos primeiros testemunhos da
formação de uma cultura genuinamente brasileira.
O Barroco no Brasil floresceu como um estilo artístico de imensa expressividade
durante a maior parte do período colonial, encontrando um terreno fértil para seu
rico desenvolvimento. Este estilo chegou ao Brasil no século XVII, trazido por
missionários católicos, especialmente os jesuítas, que aqui se estabeleceram. Num
contexto onde a Igreja e o Estado mantinham uma estreita associação, mas sem
uma corte que servisse de mecenas,
• Barroco Brasileiro
• Barroco Brasileiro
Mosteiro de São Bento Rio de Janeiro
O Barroco nasceu na Itália, na passagem do século XVI para o século XVII, em meio
a uma das maiores crises religiosas que a Europa já enfrentara: a Reforma
Protestante, que cindiu a antiga unidade religiosa do continente e provocou um
rearranjo político internacional em que a Igreja Católica, outrora todo-poderosa,
perdeu força e espaço. Foi um estilo de reação contra o classicismo do
Renascimento, cujas bases giravam em torno da simetria, da proporcionalidade, da
economia, da racionalidade e do equilíbrio formal. Assim, a estética barroca primou
pela assimetria, pelo excesso e dinamismo das formas, pela dramaticidade e pela
irregularidade, tanto que o próprio termo "barroco", que nomeou o estilo,
designava uma pérola de formato bizarro e irregular. Além de uma tendência
estética, esses traços constituíram uma verdadeira forma de vida e deram o tom a
toda a cultura do período, uma cultura que enfatizava o contraste, o conflito, o
dinâmico, o dramático, o grandiloquente, a dissolução dos limites, junto com um
gosto acentuado pela opulência de formas e materiais, tornando-se um veículo
perfeito para a Igreja Católica da Contrarreforma e as monarquias absolutistas em
ascensão expressarem visivelmente seus ideais de glória e pompa. As estruturas
monumentais erguidas durante o Barroco,
• Modelo Europeu
buscavam criar um impacto de natureza espetacular e exuberante, propondo uma
integração entre as várias linguagens artísticas e prendendo o observador numa
atmosfera envolvente e apaixonada. Essa estética teve grande aceitação na
Península Ibérica, especialmente em Portugal, cuja cultura, além de
essencialmente católica e monárquica, em que se uniam oficialmente Igreja e
Estado e se delimitavam fronteiras frouxas e indistintas entre o público e o privado,
estava impregnada de milenarismo e misticismo, favorecendo uma religiosidade
onipresente e supersticiosa, caracterizada pela intensidade emocional. E de
Portugal o movimento passou à sua colônia na América, onde o contexto cultural
dos povos indígenas, marcado pelo ritualismo e festividade, forneceu um pano de
fundo receptivo.
O Barroco, portanto, encontrou terreno fértil na Península Ibérica, especialmente
em Portugal, onde sua cultura profundamente católica e monárquica se mesclava
com um intenso milenarismo e misticismo. Nesse ambiente, a religiosidade era não
apenas uma prática, mas uma presença constante e emocionalmente intensa.
• Modelo Europeu
A Igreja, unida ao Estado, exercia uma influência dominante sobre a vida pública e
privada, criando uma atmosfera propícia para a exuberância e a extravagância do
estilo barroco. A estruturas monumentais construídas durante esse período
refletiam essa mentalidade, buscando impressionar e envolver o observador com
sua grandiosidade e dramaticidade. As igrejas e palácios barrocos eram
verdadeiros espetáculos arquitetônicos, onde elementos como a assimetria, o
excesso de ornamentação e a dinâmica das formas criavam uma atmosfera teatral
e envolvente. Essa estética barroca também se estendeu além das fronteiras
europeias, alcançando as colônias portuguesas na América. Aqui, o contexto
cultural dos povos indígenas, com sua rica tradição ritualística e festiva, combinou-
se de maneira peculiar com os elementos barrocos trazidos pelos colonizadores,
resultando em uma síntese única e vibrante de formas de expressão artística.
Assim, o Barroco não apenas refletiu as transformações políticas e religiosas da
época, mas também se tornou um poderoso instrumento de expressão para as
aspirações de poder e glória das instituições dominantes, ao mesmo tempo em
que incorporava elementos das culturas locais, enriquecendo-se e transformando-
se em um fenômeno verdadeiramente global.
• Modelo Europeu
• Modelo Europeu
A Ceia de Emaús (1601), de Caravaggio
O Barroco se desenvolveu no Brasil quando já se haviam passado cerca de cem anos
de presença colonizadora portuguesa no território. A população já se multiplicava nas
primeiras vilas e alguma cultura autóctone já lançava raízes, embora os colonizadores
ainda lutassem por estabelecer uma infraestrutura essencial até onde permitisse sua
condição de colônia pesadamente explorada pela metrópole.
O Barroco no Brasil foi formado por uma complexa teia de influências europeias e
adaptações locais, embora em geral coloridas pela interpretação portuguesa do estilo.
É preciso lembrar que o contexto em que o Barroco se desenvolveu na colônia era
completamente diferente daquele que lhe dera origem na Europa. Aqui tudo ainda
estava "por fazer". Por isso o Barroco brasileiro, apesar de todo ouro nas igrejas
nacionais, já foi acusado de pobreza e ingenuidade quando comparado com o Barroco
europeu, de caráter erudito, cortesão, sofisticado, muito mais rico e sobretudo
branco, pois grande parte da produção local tem de fato uma técnica rudimentar,
criada por artesãos com pouco estudo, incluindo escravos, muitos mulatos forros e
até índios. Mas essa feição mestiça, ingênua e inculta é um dos elementos que lhe
empresta originalidade, tipicidade e grande valor.
• Originalidade Do Barroco Brasileiro
No fim do século XVIII o Barroco já estava perfeitamente aclimatado ao contexto
nacional, tendo produzido inumeráveis frutos. Foi quando apareceram em Minas
Gerais — um dos principais polos culturais e econômicos do Brasil naquela época
— as duas figuras célebres que o levaram a uma culminação como corrente
estética
dominante: Aleijadinho na arquitetura e na escultura, e na pintura, Mestre Ataíde.
Eles sintetizam uma arte que havia conseguido amadurecer e se adaptar ao
ambiente de um país tropical e dependente da Metrópole, ligando- se aos recursos
e valores regionais e constituindo um dos primeiros grandes momentos de
originalidade nativa, de brasilidade genuína.
• Originalidade Do Barroco Brasileiro
Durante o século XVII a Igreja teve um importante papel como mecenas na arte
colonial. Algumas ordens religiosas como beneditinos, carmelitas, franciscanos e
jesuítas que começaram a se instalar no Brasil desde a metade do século XVI
desenvolveram uma arquitetura religiosa sóbria e muitas vezes monumental,
traços de gosto europeu eram reconhecidas nas fachas e plantas retilíneas de
grande simplicidade ornamental.
O barroco acaba se desenvolvendo com maior destaque no Nordeste e no sudeste
do país, porém a primeira manifestação de traços barrocos, se bem que misturado
ao estilo gótico e românico pode ser encontrada na arte missionária dos Sete
Povos das Missões na região da Bacia da Prata no Rio Grande do Sul, nessa região
durante um século e meio padres missionários ensinaram índios guaranis uma
síntese artística com base em modelos europeus.
• Originalidade Do Barroco Brasileiro
• Originalidade Do Barroco Brasileiro
Outeiro da Glória - RJ
Durante o século XVII a Igreja teve um importante papel como mecenas na arte
colonial. Algumas ordens religiosas como beneditinos, carmelitas, franciscanos e
jesuítas que começaram a se instalar no Brasil desde a metade do século XVI
desenvolveram uma arquitetura religiosa sóbria e muitas vezes monumental,
traços de gosto europeu eram reconhecidas nas fachas e plantas retilíneas de
grande simplicidade ornamental.
O barroco acaba se desenvolvendo com maior destaque no Nordeste e no sudeste
do país, porém a primeira manifestação de traços barrocos, se bem que misturado
ao estilo gótico e românico pode ser encontrada na arte missionária dos Sete
Povos das Missões na região da Bacia da Prata no Rio Grande do Sul, nessa região
durante um século e meio padres missionários ensinaram índios guaranis uma
síntese artística com base em modelos europeus.
• Originalidade Do Barroco Brasileiro
Em meados do século XVII, manifestações de
espírito barroco são vistas no resto do país,
presentes em fachadas e frontões. Construída
entre 1633 e 1691 a Igreja e Mosteiro de São Bento
do Rio de Janeiro, possuí talha barroca dourada
em ouro em estilo português. Os motivos
folheares, a multidão de anjinhos e pássaros, a
figura dinâmica da Virgem no retábulo-mor,
projetam um ambiente barroco no interior de uma
arquitetura clássica. Na Bahia no fim do século XVII
é introduzido na decoração o barroco, um exemplo
disso é antiga Igreja dos Jesuítas, hoje a Igreja
Catedral Basílica.
• Originalidade Do Barroco Brasileiro
Igreja São Francisco Assis
Ouro Preto,MG- Aleijadinho.
Os traços barrocos podem ser identificados na capela-mor, com seus cachos de uva,
pássaros, flores tropicais e anjos-meninos.
Entre 1700 e 1730 uma onda de pedra esculpida tende a se disseminar nas fachadas,
como imitação dos retábulos, seguindo a lógica da ornamentação barroca. Somente em
1703 que o dinamismo do estilo conquista o exterior de um edifício, na Igreja da Ordem
Terceira de São Francisco da Penitência em Salvador. É importante observar que o
barroco brasileiro apresenta uma exceção, mesmo em um período grandioso das igrejas
barrocas nacionais, essas são marcadas por um contraste entre a relativa simplicidade
entre seus exteriores e suas ricas decorações internas, sinalizando com isso, a virtude de
recolhimento, requisito necessário à alma cristã.
Por meados de 1730 e 1760 surge um novo ciclo de desenvolvimento do barroco, com a
construção de naves poligonais e plantas em elipses entrelaçadas. Destacam-se também
nesse período os artistas portugueses Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito. Na
metade do século XVIII, ocorre uma certa estagnação no Nordeste das construções
barrocas devido a perda de força econômica e política.
• Originalidade Do Barroco Brasileiro
O foco do estilo barroco volta-se para o Rio de Janeiro, transformada em capital da
colônia em 1763 e a Região de Minas Gerais cujo desenvolvimento foi forçado pela
descoberta de minas de ouro e diamante. Por isso que é exatamente nesse período que
os maiores artistas barrocos brasileiros se revelam, o Mestre Valentim no Rio de Janeiro,
e Antônio Francisco Lisboa o Aleijadinho na região de Ouro Preto e seu entorno.
A partir de 1760 é na suavidade do estilo mineiro que se encontra a linha mais autêntica
do barroco brasileiro. A extrema religiosidade popular é expressa em um espírito contido
e elegante, constituindo templos de arquitetura em planos circulares e de índole
harmônica e dinâmica, com uma bela decoração em pedra-sabão. As construções
monumentais são então substituídas por templos mais intimistas, de proporções singelas
e decoração requintada, voltados para a espiritualidade e condições materiais da região.
Na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Penitência encontra-se um
dos melhores exemplos desse estilo, cujo risco, frontispício, retábulos laterais, altar-mor,
púlpitos e lavabo são de autoria de Aleijadinho. No teto da nave encontra-se uma pintura
ilusionista de um dos mais talentosos pintores barrocos Manoel da Costa Athaide. Outra
grande parceria desses dois artistas está representado aos Passos da Paixão de Cristo
para o Santuário do Bom Jesus dos Matozinhos em Congonhas do Campo, e é nesse
mesmo santuário que Aleijadinho deixa o testemunho mais adorável de seu talento
artístico, seus 12 profetas de pedra-sabão.
Os traços barrocos podem ser identificados na capela-mor, com seus cachos de uva,
pássaros, flores tropicais e anjos-meninos.
Entre 1700 e 1730 uma onda de pedra esculpida tende a se disseminar nas fachadas,
como imitação dos retábulos, seguindo a lógica da ornamentação barroca. Somente em
1703 que o dinamismo do estilo conquista o exterior de um edifício, na Igreja da Ordem
Terceira de São Francisco da Penitência em Salvador. É importante observar que o
barroco brasileiro apresenta uma exceção, mesmo em um período grandioso das igrejas
barrocas nacionais, essas são marcadas por um contraste entre a relativa simplicidade
entre seus exteriores e suas ricas decorações internas, sinalizando com isso, a virtude de
recolhimento, requisito necessário à alma cristã.
Por meados de 1730 e 1760 surge um novo ciclo de desenvolvimento do barroco, com a
construção de naves poligonais e plantas em elipses entrelaçadas. Destacam-se também
nesse período os artistas portugueses Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito. Na
metade do século XVIII, ocorre uma certa estagnação no Nordeste das construções
barrocas devido a perda de força econômica e política.
• Originalidade Do Barroco Brasileiro
A pintura e a escultura barrocas se desenvolveram como artes coadjuvantes no
cenográfico total da arquitetura sagrada, a igreja, onde todas as especialidades c em
busca de um impacto sinestésico. Grande parte das pinturas barrocas brasileiras têmpera
ou óleo sobre madeira ou tela, e inserida na decoração em talha. Sobrevivem alguns
raríssimos exemplos da técnica do afresco no Mosteiro de São Bento no Rio e n em
Cachoeira do Paraguaçu, mas não há registro de popularização da técnica. A obtenção
do efeito conjugavam esforços foi realizada em algumas igrejas brasileiras, vários
sobrevivendo maior idas. A esta altura, a principal fonte de tais o massiva de tais
brasileiros, ofereciam outros.
O século XVIII viu a pintura florir em quase todas as regiões do país, formando os germes
de escolas regionais e número de identidades individuais conhece já circulava uma vasta
quantidade de gravuras europeias, que reproduziam obras de mestres célebres os
modelos iconográficos. Essas gravuras fora
de inspiração para os pintores coloniais estudos já documentaram sua apropriação
modelos, adaptando-os
• Pintura
às necessidades e possibilidades de cada local. Serviam-
lhes mesmo de escola, uma vez que não havia academias
formais de arte e poucos eram os artistas bem preparados.
Destes, quase só os missionários educados na Europa, os
primeiros professores de pintura do Brasil. Contudo, como
esse acervo iconográfico importado tinha um perfil muito
heterogêneo, composto de imagens de diferentes épocas
e estilos, decorre que apintura barroca brasileira tem um
caráter igualmente dinâmico e multifacetado, não sendo
possível estudá-la sob um prisma de unidade e coerência
formal.
No Rio, no Nordeste, em São Paulo, já havia em meados do
século XVIII ativas escolas regionais. Mas foi em Minas que
nasceu e atuou Mestre Ataíde, o maior mestre da pintura
barroca brasileira e tido como um dos pioneiros na
organização de uma estética nativa; pintou um teto muito
louvado na Igreja de São Francisco de Ouro Preto, além de
ter deixado muitas outras obras.
• Pintura
Nossa Senhora do Carmo,Mestre Ataíde
- Museu da Incofidência
Com a chegada do barroco ao Brasil, originou-se uma produção estatuária sacra, que
foi difundida por uma parte do litoral e interior do Brasil. As esculturas eram símbolos
de devoção, por isso, eram encontradas tanto nas igrejas quanto nas casas. As
primeiras esculturas barrocas que chegaram ao Brasil eram de origem portuguesa, e
ao longo do período barroco, as importações continuaram. Entretanto no século XVII
foram criadas ,pelos religiosos Franciscanos e Beneditinos , escolas que ensinavam a
arte de esculpir, e o suporte usado por eles era o barro. Já os Jesuítas, que também
criaram escolas, juntamente com os índios usavam a madeira como suporte. Nas
esculturas produzidas pelos índios santeiros, predominavam traços indígenas.
As esculturas se tornaram um bem de amplo consumo com modelos de grande e
pequeno porte (no caso de viagens). As escolas mais importantes estavam localizadas
em Salvador e Pernambuco, as mesmas produziam peças de alta qualidade. Por falta
de assinaturas, algumas esculturas permanecem anônimas, pois somente a análise de
estilo não são suficientes para determinar o autor da obra.
• Escultura
Em meados do século XVII os artistas se preocuparam com a estética das obras,
nesse período nota- se um crescente refinamento e acabamento das peças. Além
disso, existia uma aparente preocupação em se reproduzir movimentos de conteúdo
dramático. O uso de linhas e curvas foram essenciais para o impacto visual, capaz de
chamar atenção dos admiradores. Porém essas mudanças não foram capazes de
chamar atenção das classes superiores, que preferiam obras importadas, pois tinha
um melhor acabamento e artistas eruditos.
• Escultura
Os estudos realizados durante este trabalho focam nas mulheres na sociedade colonial do
Brasil, período que se estende de 1500 a 1822, com o objetivo de compreendê-las em seus
diversos papéis e funções: as mulheres indígenas, as mulheres negras e as mulheres
brancas portuguesas. As condições das mulheres indígenas com a chegada dos
colonizadores portugueses levaram a um relacionamento entre duas etnias, gerando assim
uma miscigenação do povo brasileiro. Também é importante refletir sobre o quão crucial foi
o papel das mulheres indígenas nos primeiros anos do processo produtivo no Brasil, bem
como a forte resistência delas em se adaptar aos novos costumes impostos pelos
colonizadores que desembarcaram no Brasil.
As mulheres negras na sociedade colonial viviam em casas grandes e frequentemente eram as
responsáveis por iniciar os filhos dos grandes proprietários na vida sexual. Eram amas de
leite, cuidavam da casa, prestavam serviços e frequentemente eram submetidas a condições
de violência sexual. No final do regime colonial, muitas conseguiram obter seus documentos
de alforria, alcançando assim a liberdade após anos de escravidão. Mesmo quando livres,
ainda enfrentavam dificuldades em seus caminhos; agora livres, muitas vezes não tinham
para onde ir e acabavam se tornando prostitutas para evitar fome e miséria.
• As mulheres na colonia
Quanto às mulheres brancas, eram vistas como a elegância da sociedade. Apesar das condições
precárias de vida em relação à alimentação e higiene em que também viviam, eram
responsáveis por preservar os costumes europeus. Também eram excluídas da educação e
frequentemente de organizações sociais.
Os colonizadores, por assim dizer, foram os que mais sofreram em silêncio com a poligamia, pois
seus maridos, em diversos casos, mantinham relacionamentos com escravos e mulheres
indígenas e, em troca, as mulheres brancas eram obrigadas a manter a virgindade, sutileza,
submissão à moral masculina e também castidade. Em outras palavras, elas tinham que
preservar costumes como fidelidade e submissão aos maridos em uma terra onde a
poligamia era praticada diariamente pelos grandes proprietários e seus descendentes.
É sabido que, apesar das exigências e da dificuldade de manter casos amorosos, muitas vezes
os donos de grandes fazendas também tinham relacionamentos sexuais com escravos
negros. O início da colonização e a união de duas etnias
A colonização do território brasileiro pelos portugueses realmente começou em 1532. A direção
agrícola, a noção de família e a escassez de mulheres brancas levaram os recém-chegados a
viver em uma terra de mulheres com cabelos longos, olhos escuros e completamente nuas, o
que era muito diferente da realidade vivenciada na Europa.
• As mulheres na colonia
A ignorância e a percepção indígena de que os homens eram deuses de outro mundo
desembarcando em sua costa territorial despertaram o interesse das mulheres indígenas
que, no primeiro contato, se entregaram aos homens brancos em troca de um pedaço de
espelho ou um pente. "As sexualidades dos dois povos que se encontraram pela primeira vez
nesta parte da América foram exaltadas: o português e a mulher indígena" (FREYRE, 2013, p.
171). A sociedade indígena recebeu os portugueses em um mundo totalmente diferente
daquele vivenciado na Europa. A cultura indígena recebeu hospitaleiramente esses homens
em sua sociedade e até permitiu a união com suas mulheres. Este foi o primeiro grande papel
desenvolvido pelas mulheres de 1500 a 1535, um período chamado pré- colonização quando
os homens se estabeleceram como amigos da cultura existente no território, formando assim
as primeiras bases da sociedade que seria colonizada.
Segundo Gilberto Freyre (2013), não havia tantos nem tão agudos impedimentos quanto os que
dificultavam os relacionamentos amorosos entre europeus. Esse relacionamento com as
mulheres indígenas era muito diferente dos relacionamentos românticos na sociedade
europeia onde a corte era essencial e as mulheres agiam com mais modéstia, contrastando
completamente com os costumes de nudez das mulheres nativas encontradas aqui.
.
• As mulheres na colonia
"Já aperfeiçoados pela poligamia [...] os portugueses encontraram na moral sexual dos
ameríndios um campo fácil para expandir essa tendência [...] viver com muitas mulheres"
(FREYRE, 2013, p. 61). Em outras palavras, o espírito aventureiro e a exploração dos mares
permitiram aos homens portugueses fazer o que era inaceitável na Europa e aos olhos da
religião: ter relacionamentos com mais de uma mulher. Em uma terra completamente distante
do outro lado do oceano, os homens encontraram diferentes culturas sexuais e interagiram
amigavelmente com elas.
Em relação à força produtiva, eram as mulheres muito mais do que os homens que garantiam a
produção e agricultura para subsistência antes da chegada dos portugueses. O trabalho no
campo era quase inteiramente confiado às mulheres, assim como o trabalho doméstico.
Eram as mulheres indígenas que cuidavam dos campos, da casa, das crianças, enquanto os
homens se concentravam mais em produções artísticas. Gilberto Freyre (2013, p. 13)
enfatiza que "a produção artística era exclusiva ou principalmente feita por homens [...]
construir cabanas era o trabalho mais árduo deles".
Mesmo grávidas, as mulheres indígenas serviam nos campos e para os homens. Seu papel na
produtividade era de extrema importância para consolidar a monocultura, que mais tarde se
tornaria a base da economia colonial.
• As mulheres na colonia
"Na cultura indígena, os meninos eram ensinados a tratar as mulheres de forma inferior, com
ensinamentos impostos a eles e um costume de sempre se considerarem superiores a elas.
Em outras palavras, a submissão feminina também estava presente na cultura nativa muito
antes da chegada dos colonizadores que viam
O papel das mulheres brancas no Brasil colonial foi mais complexo no período posterior em
comparação aos primeiros séculos da colonização portuguesa na América. As mulheres
estavam envolvidas em diversas atividades, desafiando o mito das mulheres brancas
ociosas. O conceito de honra para donzelas e mulheres brancas casadas é analisado, com
exemplos de desonra por meio de sequestro e estupro. Conflitos matrimoniais revelam um
comportamento mais ativo do que tradicionalmente atribuído a elas. As mulheres brancas às
vezes viviam à margem das leis eclesiásticas e civis, envolvendo-se em crimes como
prostituição, concubinato e adultério. Na velhice, encontravam abrigo e proteção com seus
filhos ou parentes.
No final do período colonial, o cenário demográfico e social para as mulheres brancas havia
mudado significativamente. Havia uma população maior e mais diversificada de mulheres
brancas envolvidas em diversas atividades, desde agricultura até comércio e artesanato. O
mito das mulheres brancas ociosas ao lado de mulheres negras e mestiças trabalhadoras é
desmistificado, destacando os papéis ativos desempenhados pelas esposas brancas em
conflitos matrimoniais e estratégias de sobrevivência na velhice.
• As mulheres na colonia
Viajantes estrangeiros no início do século XIX contribuíram para a concepção errônea de
mulheres brancas ociosas no Brasil, ignorando a diversidade de situações e hierarquias
sociais. A gestão de propriedades e fazendas por mulheres era considerada trabalho,
especialmente na ausência de maridos. Muitas mulheres na Bahia gerenciavam engenhos e
plantações de açúcar, demonstrando seu envolvimento ativo em atividades econômicas.
A percepção das mulheres brancas como ociosas não era precisa, pois estavam ativamente
envolvidas na gestão de seus bens e negócios, especialmente na ausência de maridos. Os
papéis desempenhados pelas mulheres brancas no Brasil colonial eram diversos e essenciais
para o funcionamento da sociedade.
Em contextos coloniais, algumas mulheres estavam envolvidas na produção de arte doméstica,
como bordados, tapeçarias, cerâmica e pintura decorativa. Embora essas formas de arte
fossem muitas vezes desvalorizadas em relação à "alta arte", hoje são reconhecidas como
expressões importantes da cultura e da vida cotidiana.
No geral, a presença das mulheres na arte barroca e colonial foi diversificada e multifacetada,
abrangendo desde artistas individuais até patronas, modelos e artesãs. Embora muitas
mulheres não tenham recebido o reconhecimento merecido durante suas vidas, seu papel na
criação e promoção da arte foi fundamental para a evolução e a riqueza cultural desses
períodos históricos.
• As mulheres na colonia
Agora falamos sobre algumas das artistas que deixaram sua marca no cenário artístico durante o
período barroco e colonial. Embora muitas vezes eclipsadas pela predominância masculina na
história da arte, essas mulheres desempenharam papéis significativos como criadoras, patronas
e influenciadoras culturais. Suas contribuições, embora por vezes subestimadas, são
testemunhos valiosos da diversidade e da riqueza da expressão artística feminina em tempos
historicamente desafiadores. Vamos explorar algumas dessas figuras inspiradoras e suas
realizações dentro dos contextos artísticos e culturais de suas épocas.
Clara Peeters (1607-1621)
Foi uma pintora flamenga, foi uma pioneira no gênero da natureza morta e uma das poucas mulheres
ativas como pintora profissional no início da Europa moderna.Muita natureza-morta, e o que
mais gostei: os detalhes!!! Ela colocava reflexos dela mesma nos objetos!Na imagem acima, a
obra e seu detalhe: Still Life with Flowers, a Silver-gilt Goblet, Dried Fruit, Sweetmeats, Bread
sticks, Wine and a Pewter Pitcher, 1611.
Artemisia Gentileschi (1593-1656):
Judite Decapitando Holofernes: Esta obra é uma das mais famosas de Gentileschi, representando
uma cena do Livro de Judite no Antigo Testamento, onde Judite decapita o general assírio
Holofernes.
Elisabetta Sirani (1638-1665):
Virgem e o Menino com Santa Ana e João Batista: Esta pintura é uma das obras mais conhecidas de
Sirani, demonstrando sua habilidade em retratar temas religiosos com delicadeza e
expressividade.
Maria Sibylla Merian (1647-1717):
Metamorphosis Insectorum Surinamensium: Esta série de ilustrações científicas é uma das
contribuições mais importantes de Merian para a história da arte e da ciência, destacando-se
por sua precisão e beleza.
Louise Moillon (1610-1696):
Natureza Morta com Cerejas, Morangos e Ameixas: Moillon foi uma mestra em pintura de natureza
morta, e esta obra é um exemplo impressionante de sua habilidade em representar detalhes
realistas e texturas vívidas.
Judith Leyster (1609-1660):
O Serão: Esta pintura é uma das obras mais conhecidas de Leyster, retratando uma cena animada
de pessoas reunidas em torno de uma mesa, demonstrando seu talento em capturar a vida
cotidiana com vivacidade e humor. Embora haja uma escassez de registros sobre artistas
mulheres no Brasil durante o período barroco e colonial, há algumas figuras que se destacaram e
contribuíram para a cena artística. Aqui estão algumas brasileiras notáveis e algumas
informações sobre elas:
Joana de Ângelis (c. 1685 - c. 1753):
Joana de Ângelis foi uma escultora brasileira do período colonial. Pouco se sabe sobre sua vida, mas
é reconhecida por suas obras religiosas esculpidas em madeira, especialmente imagens de
santos e virgens.
Bárbara Heliodora (1759-1836):
Bárbara Heliodora foi uma poetisa brasileira do final do século XVIII e início do século XIX. Embora
seja mais conhecida por sua produção literária, também era uma figura importante nos círculos
intelectuais de sua época.
Ana Teixeira (1760-1837):
Ana Teixeira foi uma pintora brasileira que trabalhou durante o final do século XVIII e início do século
XIX. Ela produziu principalmente retratos e cenas do cotidiano, contribuindo para a
representação visual da sociedade brasileira da época.
Isabel Gomes da Silva (c. 1769 - após 1827):
Isabel Gomes da Silva foi uma pintora brasileira ativa no final do século XVIII e início do século XIX.
Ela é conhecida por suas pinturas de flores e frutas, bem como por retratos.
A poesia barroca é algo interessante e complexo para olhos cuidados que se aprofundam muito
no assunto. Citando breves exemplos como: Os Lusíadas (1572) - Luís de Camões: Este
poema épico narra as viagens de Vasco da Gama e os feitos dos portugueses durante a era
dos Descobrimentos, sendo um dos pilares da literatura portuguesa.Paraíso Perdido (1667) -
John Milton: Este poema épico inglês retrata a história de Adão e Eva no Jardim do Éden e
sua queda, explorando temas de livre- arbítrio, redenção e a natureza do mal.
Fábula de Polifemo e Galateia (1617) - Luis de Góngora: Este poema barroco espanhol é uma
obra- prima de Góngora, caracterizada por seu estilo complexo e metafórico, que explora o
mito de Polifemo e Galateia.
Lira X (1640) - Gregório de Matos: Este poema é um exemplo da poesia lírica satírica de Gregório
de Matos, conhecido como o "Boca do Inferno", por sua língua afiada e crítica social.
A poesia barroca começou a ser produzida no princípio do século XV, época do Renascimento
na Europa. No Brasil, o barroco foi implementado pelos jesuítas, no princípio do século XVI. O
maior expoente da poesia barroca no Brasil foi o poeta Gregório de Matos (1636-1696).
• Poesias
A poesia barroca é algo interessante e complexo para olhos cuidados que se aprofundam muito
no assunto. Citando breves exemplos como: Os Lusíadas (1572) - Luís de Camões: Este
poema épico narra as viagens de Vasco da Gama e os feitos dos portugueses durante a era
dos Descobrimentos, sendo um dos pilares da literatura portuguesa.Paraíso Perdido (1667) -
John Milton: Este poema épico inglês retrata a história de Adão e Eva no Jardim do Éden e
sua queda, explorando temas de livre- arbítrio, redenção e a natureza do mal.
Fábula de Polifemo e Galateia (1617) - Luis de Góngora: Este poema barroco espanhol é uma
obra- prima de Góngora, caracterizada por seu estilo complexo e metafórico, que explora o
mito de Polifemo e Galateia.
Lira X (1640) - Gregório de Matos: Este poema é um exemplo da poesia lírica satírica de Gregório
de Matos, conhecido como o "Boca do Inferno", por sua língua afiada e crítica social.
A poesia barroca começou a ser produzida no princípio do século XV, época do Renascimento
na Europa. No Brasil, o barroco foi implementado pelos jesuítas, no princípio do século XVI. O
maior expoente da poesia barroca no Brasil foi o poeta Gregório de Matos (1636-1696).
• Poesias
1. O poeta descreva a Bahia, de Gregório de Matos A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha; Não sabem governar sua cozinha
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um bem frequente olheiro, Que a vida do vizinho e da vizinha Pesquisa, escuta,
espreita e esquadrinha, Para o levar à praça e ao terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados, Trazidos sob os pés os homens nobres, Posta nas palmas toda a
picardia,
Estupendas usuras nos mercados, Todos os que não furtam muito pobres: E eis aqui a cidade da
Bahia.
Gregório de Matos (1636-1696) é o maior nome da literatura barroca no Brasil. A sua obra contém
poemas satíricos, religiosos e lírico-amorosos. O poeta descreva a Bahia é um exemplar da sua
criação satírica, onde há muito uso de ironia e deboche.
Ao longo dos versos, o sujeito descreve uma série de comportamentos reprováveis da cidade onde
vivia. Esse tipo de poética, que tinha um tom de denúncia social foi, muitas vezes, mal vista
porque apontava dedos para personalidades importantes da época que eram desmascaradas
• Poesias
Além de falar sobre a camada governante, Gregório de Matos também retrata o cotidiano da vida
baiana: o comportamento curioso dos vizinhos, o abismo social entre os homens nobres e os
pobres.
Descrição do Recife, de Bento Teixeira
Para a parte do Sul onde a pequena Ursa se vê de guardas rodeada, Onde o Céu luminoso, mais
serena, Tem sua influição, e temperada, Junto da nova Lusitânia ordena,
A natureza, mãe bem atentada, Um porto tão quieto, e tão seguro,
Que para as curvas Naus serve de muro.
É este porto tal, por estar posta, Uma cinta de pedra, inculta, e viva, Ao longo da soberba, e larga
costa, Onde quebra Neptuno a fúria esquiva, Entre a praia, e pedra descomposta,
O estranhado elemento se deriva, Com tanta mansidão, que uma fateixa, Basta ter à fatal Argos
aneixa.
Em o meio desta obra alpestre, e dura, Sua boca rompeu o Mar inchado, Que na língua dos bárbaros
escura, Paranambuco, de todos é chamado De Paraná que é Mar, Puca - rotura,
Feita em fúria desse Mar salgado, Que sem no derivar cometer míngua,
Cova do Mar se chama em nossa língua.
• Poesias
Bento Teixeira Pinto (1561-1600) é um escritor menos conhecido do grande público, mas que teve a sua importância
por ter sido o autor do primeiro poema épico da literatura brasileira, todo construído a partir de versos barrocos.
Os versos barrocos são caracterizados por utilizarem uma linguagem rebuscada, elaborada, com muitos detalhes. Há
também o emprego de muitas figuras de linguagem fazendo um verdadeiro jogo com as palavras. Nesse caso a
elaboração da linguagem está a serviço do projeto poético de louvar a pátria. A única obra que Bento publicou,
chamada Prosopopeia (1601), era dirigida a Jorge d’Albuquerque Coelho, então capitão e governador da capitania de
Pernambuco. Prosopopeia foi escrito entre 1584 e 1594 e teve como maior fonte de inspiração o clássico Os Lusíadas
(1571), de Luís de Camões.
Usando como base o poema de Camões, Bento criou um poema extremamente rigoroso do ponto de vista formal
trazendo à tona muitos personagens mitológicos.Nos poemas épicos - e Prosopopeia não foge à regra - há um esforço
para louvar um território. Através de versos, os poemas épicos contam a história de um povo e dos seus principais
heróis. Nesse caso, e como vemos no trecho acima, em Descrição do Recife, encontramos um descarado elogio
poético a Recife, a natureza e ao povo brasileiro.
• Poesias
Além de louvar a nossa terra, o poema funciona também como um registro do tempo histórico em que foi escrito, sendo
um exemplar importante de literatura produzida sobre a colônia durante o século XVI.
* Que amor sigo?, de Francisco Rodrigues Lobo
Que amor sigo? Que busco? Que desejo?
Que enleo é este vão da fantasia?
Que tive? Que perdi? Quem me queria? Quem me faz guerra? Contra quem pelejo?
Foi por encantamento o meu desejo, e por sombra passou minha alegria;
mostrou-me Amor, dormindo, o que não via, e eu ceguei do que vi, pois já não vejo.
Fez à sua medida o pensamento aquela estranha e nova fermosura e aquele parecer quase divino.
Ou imaginação, sombra ou figura, é certo e verdadeiro meu tormento:
Eu morro do que vi, do que imagino.
Nascido em Leiria no ano de 1580 (e falecido em Lisboa em 1622), Francisco Rodrigues Lobo é um dos nomes de
destaque da poesia barroca portuguesa e foi dos maiores discípulos de Camões. Em Portugal, o período barroco se
iniciou com a morte do poeta Camões, em 1580. O trecho Que amor sigo? foi retirado da obra A Primavera,
publicada em 1601. O amor nesses versos de Francisco Rodrigues Lobo é visto como fonte de sofrimento, um
sentimento na sua gênese triste relatado a partir de uma linguagem dramática, típica da produção barroca. O poema
começa com uma série de indagações genéricas, sucessivas e sem resposta, até o eu-lírico começar a narrar o seu
caso pessoal de apaixonamento.
• Poesias
Observamos, ao longo dos versos, o amor como um sentimento complexo, contraditório e cheio de
dualidades. Não sabemos quem é a amada em questão e sequer se haverá uma relação entre os
dois, o que ficamos a conhecer é a tamanha angústia do eu-lírico, que se vê assombrado com o
arrebatamento amoroso.
Por mais que fosse tão difícil encontrar mulheres que tenham poesias reconhecidas e até mesmo
conhecidas no dia a dia ou pelos anos atuais. Fora dos muros dos conventos, onde os livros e o
conhecimento eram mais acessíveis, poucas mulheres tinham a oportunidade de receber uma
educação que lhes permitisse além de uma leitura básica e uma escrita ainda mais limitada.
Apenas as meninas nascidas em famílias privilegiadas economicamente, muitas vezes
pertencentes à aristocracia, tinham acesso aos recursos educacionais que poderiam aprimorar
suas habilidades intelectuais. Essa realidade explica por que é tão raro encontrar escritoras
provenientes de camadas sociais menos privilegiadas na
• Poesias
•Barroco - todo um período histórico, todo um novo modo de entender o
mundo, o homem e Deus
•Estilo preponderante entre o final do século XVI e meados do século
XVIII, inicialmente na Itália
• Reforma Protestante - fim à unidade do Cristianismo
•Concílio de Trento (1545-1563) -
marco inicial da Contra-Reforma
continuação do Renascimento, difundindo-se posteriormente nos países católicos da Europa e da América.
Escravidão - uma das bases de funcionamento.
Sistema bancário – aprimorado.
Práticas de comércio - mais complexas
Importação de produtos
coloniais: café, tabaco,arroz e
açúcar, transformou hábitos culturais e a dieta.
grandes quantidades de ouro,
de prata e de diamantes
novas regras
de diplomacia e etiqueta.
Produção de arte sacra –
instrumento de proselitismo.
Guerras de religião - cisma
protestante .
Abertura de novas rotas comerciais
Grandes navegações - Itália fora do comércio internacional.
Eixo econômico - nações do oeste europeu.
Formação de um sistema de mercado internacional através do
desenvolvimento do sistema colonial
BARROCO
Ligado ao absolutismo e à Contra- Reforma
Esplendor exuberante.
Interesse pela arte
da Antiguidade clássica
Dinamismo, contrastes, dramaticidade, exuberância, realismo, decorativismo,
tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e a vida espiritual
Roma, sede do Papado, capital dos Estados Pontifícios - centro irradiador de
influência artística.
Igreja - mecenas
Imagens - formas naturalistas imediatamente compreendidas
Uso de complexos recursos ilusionistas
e dramáticos.
Efeito grandioso e teatral.
Apelo visual e emotivo para estimular a piedade e a devoção.
Painéis pintados nos tetos nas igrejas - dissolvem a arquitetura.
Abrem o teto
Visões do Paraíso
Afetou áreas protestantes: Alemanha, Países Baixos e Inglaterra.
Monarquias absolutistas: arte para
consagrar os seus valores
Palácios reais - construídos em escala monumental
Exibição do poder e da grandeza dos
Estados .
Palácio de Versalhes, erguido a mando de Luís XIV da França.
Interesse no mundo natural .
Ampliação dos horizontes culturais.
Exploração do globo
Desenvolvimento da ciência.

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  • 1. Barroco: Uma viagem pela Arte e Cultura 2024
  • 2. Introdução Você já se perguntou como surgiram as majestosas construções barrocas que ainda nos impressionam até os dias de hoje? Imagine adentrar os salões decorados com extravagância, sentir a imponência das fachadas ornamentadas e desvendar os segredos por trás dessas obras arquitetônicas que desafiam o tempo. Neste convite à descoberta, embarque conosco em uma viagem fascinante através das primeiras construções barrocas, onde desvendaremos não apenas o processo de criação desses monumentos, mas também a história e os contextos que as moldaram. Pronto para mergulhar em um mundo de beleza, emoção e mistério? Então venha conosco desvendar os segredos das construções que definiram uma era!
  • 3. "Barroco é o nome de um estilo de época surgido no final do século XVI, na Itália, e caracterizado por forte influência religiosa, devido ao contexto histórico marcado pela Reforma Protestante e pela Contrarreforma. No entanto, ao lado de tanta religiosidade, havia também, na época, um forte apelo aos prazeres sensoriais. Desse modo, o estilo configura-se, basicamente, na aproximação dos opostos.Portanto, são características presentes em obras de Gregório de Matos e Pe. António Vieira, os principais autores do Barroco brasileiro: culto ao contraste, fusionismo, pessimismo, feísmo, cultismo, conceptismo, além do uso de antítese, paradoxo, hipérbole, hipérbato e sinestesia.Leia também: Arcadismo – movimento literário posterior ao Barroco” Veja mais sobre "Barroco" em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/o-barroco.htm • Conceito
  • 4. O surgimento das primeiras construções barrocas marcou um momento de transição na história da arquitetura europeia. Emergindo no final do século XVI e florescendo no início do século XVII, o estilo barroco representou uma ruptura significativa com os princípios estéticos predominantes do Renascimento. Influenciado por uma variedade de fatores culturais, sociais e religiosos, o barroco foi além da mera busca pela beleza clássica e racionalidade, buscando expressar uma nova dimensão de emoção, movimento e grandiosidade. Nesta introdução, exploraremos as origens do barroco, os principais elementos arquitetónicos que o caracterizam e as primeiras construções que marcaram esse período de inovação e transformação na história da arquitetura europeia. O advento das primeiras construções barrocas marcou uma revolução na arquitetura europeia, inaugurando um período de exuberância, teatralidade e expressividade artística. • Primeira Construções
  • 5. Surgindo no final do século XVI e ganhando destaque no século XVII, o estilo barroco foi uma resposta vigorosa às tendências do Renascimento, procurando romper com a sobriedade clássica em favor de uma linguagem arquitetônica mais emotiva e dinâmica. Neste contexto de mudança cultural e religiosa, as primeiras construções barrocas não apenas refletiram a mentalidade da época, mas também estabeleceram os fundamentos para uma nova forma de conceber e construir edifícios. Quando em 1500 a Frota de Cabral avistou as terras brasileiras, iniciou- se oficialmente a posse de um vasto território. O que fazer? Como povoar toda aquela vastidão territorial? Como proteger? Ou melhor, como construir casas, igrejas, fortes e outros prédios, que garantissem a proteção e o povoamento daquele lugar e de seus novos habitantes? As primeiras construções realizadas foram às fortalezas, erguidas com o objetivo de defesa das vilas e cidades litorâneas. Os arquitetos eram militares e, posteriormente, padres jesuítas, que fundaram vilas e construíram igrejas e conventos. • Primeira Construções
  • 6. As construções dos Séculos XVI e início do XVII possuem uma arquitetura simples de inspiração Maneirista, estilo arquitetônico que traz do Renascimento tardio a preferência por linhas geométricas, de visão prática, que simplifica as formas e não permite caprichos estéticos. As construções barrocas eram caracterizadas por uma rica ornamentação, formas curvilíneas e uma abordagem dramática da luz e sombra. Uma das técnicas mais distintivas empregadas na arquitetura barroca foi o uso abundante de elementos decorativos, como esculturas, relevos, efeitos de iluminação e pinturas murais. Além disso, as estruturas barrocas muitas vezes apresentavam uma planta arquitetônica complexa, com uma profusão de espaços interiores dinâmicos e uma fachada elaborada que enfatizava a verticalidade e o movimento ascendente. Entre as primeiras construções barrocas mais emblemáticas está a Igreja de Il Gesù, em Roma, projetada por Giacomo della Porta e Giacomo Barozzi da Vignola, e concluída em 1584. Esta igreja exemplifica muitas das características distintivas do estilo barroco, incluindo uma fachada elaborada com colunas salomônicas, esculturas em relevo e uma profusão de detalhes ornamentais. Outro exemplo notável é o Palácio de Versalhes encapsula a grandiosidade e opulência típicas do barroco. Essas construções pioneiras não apenas definiram o estilo barroco, mas também estabeleceram um legado duradouro que influenciou a arquitetura por séculos.
  • 7. •Arquitetura Civil A arquitetura civil pertence ao período colonial brasileiro é composta por modelos arquitetónicos distintos e específicos. Ainda que em pouca quantidade, cada edifício possuía uma função específica dentro do sistema sociopolítico. Podemos destacar, entretanto, as tipologias que figuram em maior importância dentro deste cenário. Casas de Câmara e Cadeia Possuía função administrativa e representava o poder real sobre a colônia. Acumulava além de suas funções administrativas, funções judiciárias e penitenciárias. Dependendo das necessidades, o projeto arquitetónico poderia ser muito extenso, incluindo salas de audiência, arsenal de milícia, sala do juiz, plenários, etc. • Tipos de Arquitetura
  • 8. Casa Térrea e Sobrados As casas térreas, ou habitações urbanas de único pavimento, eram residências de cidadãos da colônia. Possuíam janelas e porta para a rua, com telhado predominantemente dividido em duas águas. Janelas de madeiras pintadas com verniz de navio e paredes brancas (caiadas).Os sobrados por sua vez, constituíam a moradia de cidadãos com maiores recursos financeiros. Neles, as salas da frente do piso superior tinham a função de receber. Percebem sacadas das quais as pessoas que frequentavam a sala de receber poderiam observar a movimentação da rua. • Tipos de Arquitetura
  • 9. Arquitetura Religiosa Os primeiros templos religiosos construídos no Brasil seguiram o estilo tardio- renascentista ou maneirista português. Este estilo é caracterizado por possuir fachadas geometrizadas, com formas geométricas básicas, frontões triangulares, janelas simples e paredes marcadas pelo contraste entre pedra e superfícies brancas (paredes). A decoração, inicialmente, é quase inexistente. Os elementos decorativos existentes estão normalmente fixados nas portadas, nos altares interiores com pinturas e azulejos. Características: • Ausência de ornamentação na fachada, inspiração Maneirista. • Austeridade, rigidez formal. • Traçado geométrico, arcos plenos, linhas retas, frontão triangular, janelas retangulares. • Tipos de Arquitetura
  • 10. Arquitetura Militar Nos primeiros anos da colonização uma das maiores preocupações da metrópole portuguesa era asseguração a vigilância e proteção da do território, ou seja, a posse das terras brasileiras. As primeiras fortificações foram povoadas com muralhas. Os fortes ou fortalezas apresentavam simplicidade em suas formas, ausência de decoração e contraste entre paredes brancas e pedras aparentes. Características: • Simplicidade das Formas • Ausência de Decoração. • Racionalidade. • Emprego de formas geométricas. • Formas Estáticas, Regulares e Equilibradas. • Tipos de Arquitetura
  • 11. O Barroco no Brasil foi o estilo artístico com maior expressão durante a maior parte do período colonial, encontrando um terreno receptivo para um rico florescimento. Este estilo chaga ao Brasil no século XVII, introduzido por missionários católicos, especialmente jesuítas, que para cá se dirigiram. Ao longo do período colonial vigorou uma íntima associação entre a Igreja e o Estado, mas como na colônia não havia uma corte que servisse de mecenas, a vasta maioria do legado barroco brasileiro está ligada a arte sacra: estatuária, pintura e obra de talha para decoração de igrejas e conventos ou para culto privado. A participação da sociedade para a construção de Igrejas de Ordem Terceira (igrejas que não são ligadas diretamente ao Vaticano, mas são construídas por grupos de pessoas devotas) também são muito representativas neste período. O Barroco é descrito usualmente como um estilo dinâmico, narrativo, ornamental,dramático, cultivando contrastes e uma plasticidade sedutora, possuindo um conteúdo programático articulado com requintes de retórica e grande pragmatismo. A arte barroca foi uma arte em essência funcional, prestando-se muito bem aos fins a que foi posta a servir: • Barroco Brasileiro
  • 12. além de sua função puramente decorativa, facilitava a absorção da doutrina católica e dos costumes tradicionais, sendo eficiente instrumento pedagógico e catequético. Logo os índios pacificados mais habilidosos, e depois os negros importados como escravos, expostos maciçamente à cultura portuguesa, de meros espectadores de suas expressões artísticas passaram a agentes produtores, sendo responsáveis, principalmente os negros, por grande parte do acervo barroco produzido no país. Eles, os negros e mestiços, que eram os artesãos populares, numa sociedade em processo de integração e estabilização, começaram a dar ao Barroco europeu feições novas, originais, e por isso se considera que esta aclimatação constitua num dos primeiros testemunhos da formação de uma cultura genuinamente brasileira. O Barroco no Brasil floresceu como um estilo artístico de imensa expressividade durante a maior parte do período colonial, encontrando um terreno fértil para seu rico desenvolvimento. Este estilo chegou ao Brasil no século XVII, trazido por missionários católicos, especialmente os jesuítas, que aqui se estabeleceram. Num contexto onde a Igreja e o Estado mantinham uma estreita associação, mas sem uma corte que servisse de mecenas, • Barroco Brasileiro
  • 13. a vasta maioria do legado barroco brasileiro se voltou para a arte sacra: estatuária, pintura e talha para ornamentação de igrejas e conventos, bem como para culto privado. Além disso, a construção de Igrejas de Ordem Terceira, erguidas por grupos devotos, desempenhou um papel significativo neste período. O Barroco é frequentemente descrito como um estilo dinâmico, narrativo, ornamental e dramático, que cultiva contrastes e uma sedutora plasticidade. Sua arte era funcional, servindo não apenas como decoração, mas também como veículo de absorção da doutrina católica e dos costumes tradicionais, sendo um eficaz instrumento pedagógico e catequético. Os índios pacificados e os negros escravizados, expostos à cultura portuguesa, tornaram-se não apenas espectadores, mas também produtores ativos da arte barroca. Os negros e mestiços, em especial, como artesãos populares em uma sociedade em formação, começaram a imprimir ao Barroco europeu novas e originais características, contribuindo assim para a formação de uma cultura genuinamente brasileira. Assim, o Barroco brasileiro não apenas absorveu influências europeias, mas também as transformou, dando origem a uma expressão artística única e profundamente enraizada na diversidade étnica e cultural do país. Esta aclimatação e reinvenção do Barroco constituem um dos primeiros testemunhos da emergência de uma identidade cultural brasileira singular e em constante evolução.
  • 14. além de sua função puramente decorativa, facilitava a absorção da doutrina católica e dos costumes tradicionais, sendo eficiente instrumento pedagógico e catequético. Logo os índios pacificados mais habilidosos, e depois os negros importados como escravos, expostos maciçamente à cultura portuguesa, de meros espectadores de suas expressões artísticas passaram a agentes produtores, sendo responsáveis, principalmente os negros, por grande parte do acervo barroco produzido no país. Eles, os negros e mestiços, que eram os artesãos populares, numa sociedade em processo de integração e estabilização, começaram a dar ao Barroco europeu feições novas, originais, e por isso se considera que esta aclimatação constitua num dos primeiros testemunhos da formação de uma cultura genuinamente brasileira. O Barroco no Brasil floresceu como um estilo artístico de imensa expressividade durante a maior parte do período colonial, encontrando um terreno fértil para seu rico desenvolvimento. Este estilo chegou ao Brasil no século XVII, trazido por missionários católicos, especialmente os jesuítas, que aqui se estabeleceram. Num contexto onde a Igreja e o Estado mantinham uma estreita associação, mas sem uma corte que servisse de mecenas, • Barroco Brasileiro
  • 15. • Barroco Brasileiro Mosteiro de São Bento Rio de Janeiro
  • 16. O Barroco nasceu na Itália, na passagem do século XVI para o século XVII, em meio a uma das maiores crises religiosas que a Europa já enfrentara: a Reforma Protestante, que cindiu a antiga unidade religiosa do continente e provocou um rearranjo político internacional em que a Igreja Católica, outrora todo-poderosa, perdeu força e espaço. Foi um estilo de reação contra o classicismo do Renascimento, cujas bases giravam em torno da simetria, da proporcionalidade, da economia, da racionalidade e do equilíbrio formal. Assim, a estética barroca primou pela assimetria, pelo excesso e dinamismo das formas, pela dramaticidade e pela irregularidade, tanto que o próprio termo "barroco", que nomeou o estilo, designava uma pérola de formato bizarro e irregular. Além de uma tendência estética, esses traços constituíram uma verdadeira forma de vida e deram o tom a toda a cultura do período, uma cultura que enfatizava o contraste, o conflito, o dinâmico, o dramático, o grandiloquente, a dissolução dos limites, junto com um gosto acentuado pela opulência de formas e materiais, tornando-se um veículo perfeito para a Igreja Católica da Contrarreforma e as monarquias absolutistas em ascensão expressarem visivelmente seus ideais de glória e pompa. As estruturas monumentais erguidas durante o Barroco, • Modelo Europeu
  • 17. buscavam criar um impacto de natureza espetacular e exuberante, propondo uma integração entre as várias linguagens artísticas e prendendo o observador numa atmosfera envolvente e apaixonada. Essa estética teve grande aceitação na Península Ibérica, especialmente em Portugal, cuja cultura, além de essencialmente católica e monárquica, em que se uniam oficialmente Igreja e Estado e se delimitavam fronteiras frouxas e indistintas entre o público e o privado, estava impregnada de milenarismo e misticismo, favorecendo uma religiosidade onipresente e supersticiosa, caracterizada pela intensidade emocional. E de Portugal o movimento passou à sua colônia na América, onde o contexto cultural dos povos indígenas, marcado pelo ritualismo e festividade, forneceu um pano de fundo receptivo. O Barroco, portanto, encontrou terreno fértil na Península Ibérica, especialmente em Portugal, onde sua cultura profundamente católica e monárquica se mesclava com um intenso milenarismo e misticismo. Nesse ambiente, a religiosidade era não apenas uma prática, mas uma presença constante e emocionalmente intensa. • Modelo Europeu
  • 18. A Igreja, unida ao Estado, exercia uma influência dominante sobre a vida pública e privada, criando uma atmosfera propícia para a exuberância e a extravagância do estilo barroco. A estruturas monumentais construídas durante esse período refletiam essa mentalidade, buscando impressionar e envolver o observador com sua grandiosidade e dramaticidade. As igrejas e palácios barrocos eram verdadeiros espetáculos arquitetônicos, onde elementos como a assimetria, o excesso de ornamentação e a dinâmica das formas criavam uma atmosfera teatral e envolvente. Essa estética barroca também se estendeu além das fronteiras europeias, alcançando as colônias portuguesas na América. Aqui, o contexto cultural dos povos indígenas, com sua rica tradição ritualística e festiva, combinou- se de maneira peculiar com os elementos barrocos trazidos pelos colonizadores, resultando em uma síntese única e vibrante de formas de expressão artística. Assim, o Barroco não apenas refletiu as transformações políticas e religiosas da época, mas também se tornou um poderoso instrumento de expressão para as aspirações de poder e glória das instituições dominantes, ao mesmo tempo em que incorporava elementos das culturas locais, enriquecendo-se e transformando- se em um fenômeno verdadeiramente global. • Modelo Europeu
  • 19. • Modelo Europeu A Ceia de Emaús (1601), de Caravaggio
  • 20. O Barroco se desenvolveu no Brasil quando já se haviam passado cerca de cem anos de presença colonizadora portuguesa no território. A população já se multiplicava nas primeiras vilas e alguma cultura autóctone já lançava raízes, embora os colonizadores ainda lutassem por estabelecer uma infraestrutura essencial até onde permitisse sua condição de colônia pesadamente explorada pela metrópole. O Barroco no Brasil foi formado por uma complexa teia de influências europeias e adaptações locais, embora em geral coloridas pela interpretação portuguesa do estilo. É preciso lembrar que o contexto em que o Barroco se desenvolveu na colônia era completamente diferente daquele que lhe dera origem na Europa. Aqui tudo ainda estava "por fazer". Por isso o Barroco brasileiro, apesar de todo ouro nas igrejas nacionais, já foi acusado de pobreza e ingenuidade quando comparado com o Barroco europeu, de caráter erudito, cortesão, sofisticado, muito mais rico e sobretudo branco, pois grande parte da produção local tem de fato uma técnica rudimentar, criada por artesãos com pouco estudo, incluindo escravos, muitos mulatos forros e até índios. Mas essa feição mestiça, ingênua e inculta é um dos elementos que lhe empresta originalidade, tipicidade e grande valor. • Originalidade Do Barroco Brasileiro
  • 21. No fim do século XVIII o Barroco já estava perfeitamente aclimatado ao contexto nacional, tendo produzido inumeráveis frutos. Foi quando apareceram em Minas Gerais — um dos principais polos culturais e econômicos do Brasil naquela época — as duas figuras célebres que o levaram a uma culminação como corrente estética dominante: Aleijadinho na arquitetura e na escultura, e na pintura, Mestre Ataíde. Eles sintetizam uma arte que havia conseguido amadurecer e se adaptar ao ambiente de um país tropical e dependente da Metrópole, ligando- se aos recursos e valores regionais e constituindo um dos primeiros grandes momentos de originalidade nativa, de brasilidade genuína. • Originalidade Do Barroco Brasileiro
  • 22. Durante o século XVII a Igreja teve um importante papel como mecenas na arte colonial. Algumas ordens religiosas como beneditinos, carmelitas, franciscanos e jesuítas que começaram a se instalar no Brasil desde a metade do século XVI desenvolveram uma arquitetura religiosa sóbria e muitas vezes monumental, traços de gosto europeu eram reconhecidas nas fachas e plantas retilíneas de grande simplicidade ornamental. O barroco acaba se desenvolvendo com maior destaque no Nordeste e no sudeste do país, porém a primeira manifestação de traços barrocos, se bem que misturado ao estilo gótico e românico pode ser encontrada na arte missionária dos Sete Povos das Missões na região da Bacia da Prata no Rio Grande do Sul, nessa região durante um século e meio padres missionários ensinaram índios guaranis uma síntese artística com base em modelos europeus. • Originalidade Do Barroco Brasileiro
  • 23. • Originalidade Do Barroco Brasileiro Outeiro da Glória - RJ
  • 24. Durante o século XVII a Igreja teve um importante papel como mecenas na arte colonial. Algumas ordens religiosas como beneditinos, carmelitas, franciscanos e jesuítas que começaram a se instalar no Brasil desde a metade do século XVI desenvolveram uma arquitetura religiosa sóbria e muitas vezes monumental, traços de gosto europeu eram reconhecidas nas fachas e plantas retilíneas de grande simplicidade ornamental. O barroco acaba se desenvolvendo com maior destaque no Nordeste e no sudeste do país, porém a primeira manifestação de traços barrocos, se bem que misturado ao estilo gótico e românico pode ser encontrada na arte missionária dos Sete Povos das Missões na região da Bacia da Prata no Rio Grande do Sul, nessa região durante um século e meio padres missionários ensinaram índios guaranis uma síntese artística com base em modelos europeus. • Originalidade Do Barroco Brasileiro
  • 25. Em meados do século XVII, manifestações de espírito barroco são vistas no resto do país, presentes em fachadas e frontões. Construída entre 1633 e 1691 a Igreja e Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, possuí talha barroca dourada em ouro em estilo português. Os motivos folheares, a multidão de anjinhos e pássaros, a figura dinâmica da Virgem no retábulo-mor, projetam um ambiente barroco no interior de uma arquitetura clássica. Na Bahia no fim do século XVII é introduzido na decoração o barroco, um exemplo disso é antiga Igreja dos Jesuítas, hoje a Igreja Catedral Basílica. • Originalidade Do Barroco Brasileiro Igreja São Francisco Assis Ouro Preto,MG- Aleijadinho.
  • 26. Os traços barrocos podem ser identificados na capela-mor, com seus cachos de uva, pássaros, flores tropicais e anjos-meninos. Entre 1700 e 1730 uma onda de pedra esculpida tende a se disseminar nas fachadas, como imitação dos retábulos, seguindo a lógica da ornamentação barroca. Somente em 1703 que o dinamismo do estilo conquista o exterior de um edifício, na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência em Salvador. É importante observar que o barroco brasileiro apresenta uma exceção, mesmo em um período grandioso das igrejas barrocas nacionais, essas são marcadas por um contraste entre a relativa simplicidade entre seus exteriores e suas ricas decorações internas, sinalizando com isso, a virtude de recolhimento, requisito necessário à alma cristã. Por meados de 1730 e 1760 surge um novo ciclo de desenvolvimento do barroco, com a construção de naves poligonais e plantas em elipses entrelaçadas. Destacam-se também nesse período os artistas portugueses Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito. Na metade do século XVIII, ocorre uma certa estagnação no Nordeste das construções barrocas devido a perda de força econômica e política. • Originalidade Do Barroco Brasileiro
  • 27. O foco do estilo barroco volta-se para o Rio de Janeiro, transformada em capital da colônia em 1763 e a Região de Minas Gerais cujo desenvolvimento foi forçado pela descoberta de minas de ouro e diamante. Por isso que é exatamente nesse período que os maiores artistas barrocos brasileiros se revelam, o Mestre Valentim no Rio de Janeiro, e Antônio Francisco Lisboa o Aleijadinho na região de Ouro Preto e seu entorno. A partir de 1760 é na suavidade do estilo mineiro que se encontra a linha mais autêntica do barroco brasileiro. A extrema religiosidade popular é expressa em um espírito contido e elegante, constituindo templos de arquitetura em planos circulares e de índole harmônica e dinâmica, com uma bela decoração em pedra-sabão. As construções monumentais são então substituídas por templos mais intimistas, de proporções singelas e decoração requintada, voltados para a espiritualidade e condições materiais da região. Na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Penitência encontra-se um dos melhores exemplos desse estilo, cujo risco, frontispício, retábulos laterais, altar-mor, púlpitos e lavabo são de autoria de Aleijadinho. No teto da nave encontra-se uma pintura ilusionista de um dos mais talentosos pintores barrocos Manoel da Costa Athaide. Outra grande parceria desses dois artistas está representado aos Passos da Paixão de Cristo para o Santuário do Bom Jesus dos Matozinhos em Congonhas do Campo, e é nesse mesmo santuário que Aleijadinho deixa o testemunho mais adorável de seu talento artístico, seus 12 profetas de pedra-sabão.
  • 28. Os traços barrocos podem ser identificados na capela-mor, com seus cachos de uva, pássaros, flores tropicais e anjos-meninos. Entre 1700 e 1730 uma onda de pedra esculpida tende a se disseminar nas fachadas, como imitação dos retábulos, seguindo a lógica da ornamentação barroca. Somente em 1703 que o dinamismo do estilo conquista o exterior de um edifício, na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência em Salvador. É importante observar que o barroco brasileiro apresenta uma exceção, mesmo em um período grandioso das igrejas barrocas nacionais, essas são marcadas por um contraste entre a relativa simplicidade entre seus exteriores e suas ricas decorações internas, sinalizando com isso, a virtude de recolhimento, requisito necessário à alma cristã. Por meados de 1730 e 1760 surge um novo ciclo de desenvolvimento do barroco, com a construção de naves poligonais e plantas em elipses entrelaçadas. Destacam-se também nesse período os artistas portugueses Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito. Na metade do século XVIII, ocorre uma certa estagnação no Nordeste das construções barrocas devido a perda de força econômica e política. • Originalidade Do Barroco Brasileiro
  • 29. A pintura e a escultura barrocas se desenvolveram como artes coadjuvantes no cenográfico total da arquitetura sagrada, a igreja, onde todas as especialidades c em busca de um impacto sinestésico. Grande parte das pinturas barrocas brasileiras têmpera ou óleo sobre madeira ou tela, e inserida na decoração em talha. Sobrevivem alguns raríssimos exemplos da técnica do afresco no Mosteiro de São Bento no Rio e n em Cachoeira do Paraguaçu, mas não há registro de popularização da técnica. A obtenção do efeito conjugavam esforços foi realizada em algumas igrejas brasileiras, vários sobrevivendo maior idas. A esta altura, a principal fonte de tais o massiva de tais brasileiros, ofereciam outros. O século XVIII viu a pintura florir em quase todas as regiões do país, formando os germes de escolas regionais e número de identidades individuais conhece já circulava uma vasta quantidade de gravuras europeias, que reproduziam obras de mestres célebres os modelos iconográficos. Essas gravuras fora de inspiração para os pintores coloniais estudos já documentaram sua apropriação modelos, adaptando-os • Pintura
  • 30. às necessidades e possibilidades de cada local. Serviam- lhes mesmo de escola, uma vez que não havia academias formais de arte e poucos eram os artistas bem preparados. Destes, quase só os missionários educados na Europa, os primeiros professores de pintura do Brasil. Contudo, como esse acervo iconográfico importado tinha um perfil muito heterogêneo, composto de imagens de diferentes épocas e estilos, decorre que apintura barroca brasileira tem um caráter igualmente dinâmico e multifacetado, não sendo possível estudá-la sob um prisma de unidade e coerência formal. No Rio, no Nordeste, em São Paulo, já havia em meados do século XVIII ativas escolas regionais. Mas foi em Minas que nasceu e atuou Mestre Ataíde, o maior mestre da pintura barroca brasileira e tido como um dos pioneiros na organização de uma estética nativa; pintou um teto muito louvado na Igreja de São Francisco de Ouro Preto, além de ter deixado muitas outras obras. • Pintura Nossa Senhora do Carmo,Mestre Ataíde - Museu da Incofidência
  • 31. Com a chegada do barroco ao Brasil, originou-se uma produção estatuária sacra, que foi difundida por uma parte do litoral e interior do Brasil. As esculturas eram símbolos de devoção, por isso, eram encontradas tanto nas igrejas quanto nas casas. As primeiras esculturas barrocas que chegaram ao Brasil eram de origem portuguesa, e ao longo do período barroco, as importações continuaram. Entretanto no século XVII foram criadas ,pelos religiosos Franciscanos e Beneditinos , escolas que ensinavam a arte de esculpir, e o suporte usado por eles era o barro. Já os Jesuítas, que também criaram escolas, juntamente com os índios usavam a madeira como suporte. Nas esculturas produzidas pelos índios santeiros, predominavam traços indígenas. As esculturas se tornaram um bem de amplo consumo com modelos de grande e pequeno porte (no caso de viagens). As escolas mais importantes estavam localizadas em Salvador e Pernambuco, as mesmas produziam peças de alta qualidade. Por falta de assinaturas, algumas esculturas permanecem anônimas, pois somente a análise de estilo não são suficientes para determinar o autor da obra. • Escultura
  • 32. Em meados do século XVII os artistas se preocuparam com a estética das obras, nesse período nota- se um crescente refinamento e acabamento das peças. Além disso, existia uma aparente preocupação em se reproduzir movimentos de conteúdo dramático. O uso de linhas e curvas foram essenciais para o impacto visual, capaz de chamar atenção dos admiradores. Porém essas mudanças não foram capazes de chamar atenção das classes superiores, que preferiam obras importadas, pois tinha um melhor acabamento e artistas eruditos. • Escultura
  • 33. Os estudos realizados durante este trabalho focam nas mulheres na sociedade colonial do Brasil, período que se estende de 1500 a 1822, com o objetivo de compreendê-las em seus diversos papéis e funções: as mulheres indígenas, as mulheres negras e as mulheres brancas portuguesas. As condições das mulheres indígenas com a chegada dos colonizadores portugueses levaram a um relacionamento entre duas etnias, gerando assim uma miscigenação do povo brasileiro. Também é importante refletir sobre o quão crucial foi o papel das mulheres indígenas nos primeiros anos do processo produtivo no Brasil, bem como a forte resistência delas em se adaptar aos novos costumes impostos pelos colonizadores que desembarcaram no Brasil. As mulheres negras na sociedade colonial viviam em casas grandes e frequentemente eram as responsáveis por iniciar os filhos dos grandes proprietários na vida sexual. Eram amas de leite, cuidavam da casa, prestavam serviços e frequentemente eram submetidas a condições de violência sexual. No final do regime colonial, muitas conseguiram obter seus documentos de alforria, alcançando assim a liberdade após anos de escravidão. Mesmo quando livres, ainda enfrentavam dificuldades em seus caminhos; agora livres, muitas vezes não tinham para onde ir e acabavam se tornando prostitutas para evitar fome e miséria. • As mulheres na colonia
  • 34. Quanto às mulheres brancas, eram vistas como a elegância da sociedade. Apesar das condições precárias de vida em relação à alimentação e higiene em que também viviam, eram responsáveis por preservar os costumes europeus. Também eram excluídas da educação e frequentemente de organizações sociais. Os colonizadores, por assim dizer, foram os que mais sofreram em silêncio com a poligamia, pois seus maridos, em diversos casos, mantinham relacionamentos com escravos e mulheres indígenas e, em troca, as mulheres brancas eram obrigadas a manter a virgindade, sutileza, submissão à moral masculina e também castidade. Em outras palavras, elas tinham que preservar costumes como fidelidade e submissão aos maridos em uma terra onde a poligamia era praticada diariamente pelos grandes proprietários e seus descendentes. É sabido que, apesar das exigências e da dificuldade de manter casos amorosos, muitas vezes os donos de grandes fazendas também tinham relacionamentos sexuais com escravos negros. O início da colonização e a união de duas etnias A colonização do território brasileiro pelos portugueses realmente começou em 1532. A direção agrícola, a noção de família e a escassez de mulheres brancas levaram os recém-chegados a viver em uma terra de mulheres com cabelos longos, olhos escuros e completamente nuas, o que era muito diferente da realidade vivenciada na Europa. • As mulheres na colonia
  • 35. A ignorância e a percepção indígena de que os homens eram deuses de outro mundo desembarcando em sua costa territorial despertaram o interesse das mulheres indígenas que, no primeiro contato, se entregaram aos homens brancos em troca de um pedaço de espelho ou um pente. "As sexualidades dos dois povos que se encontraram pela primeira vez nesta parte da América foram exaltadas: o português e a mulher indígena" (FREYRE, 2013, p. 171). A sociedade indígena recebeu os portugueses em um mundo totalmente diferente daquele vivenciado na Europa. A cultura indígena recebeu hospitaleiramente esses homens em sua sociedade e até permitiu a união com suas mulheres. Este foi o primeiro grande papel desenvolvido pelas mulheres de 1500 a 1535, um período chamado pré- colonização quando os homens se estabeleceram como amigos da cultura existente no território, formando assim as primeiras bases da sociedade que seria colonizada. Segundo Gilberto Freyre (2013), não havia tantos nem tão agudos impedimentos quanto os que dificultavam os relacionamentos amorosos entre europeus. Esse relacionamento com as mulheres indígenas era muito diferente dos relacionamentos românticos na sociedade europeia onde a corte era essencial e as mulheres agiam com mais modéstia, contrastando completamente com os costumes de nudez das mulheres nativas encontradas aqui. . • As mulheres na colonia
  • 36. "Já aperfeiçoados pela poligamia [...] os portugueses encontraram na moral sexual dos ameríndios um campo fácil para expandir essa tendência [...] viver com muitas mulheres" (FREYRE, 2013, p. 61). Em outras palavras, o espírito aventureiro e a exploração dos mares permitiram aos homens portugueses fazer o que era inaceitável na Europa e aos olhos da religião: ter relacionamentos com mais de uma mulher. Em uma terra completamente distante do outro lado do oceano, os homens encontraram diferentes culturas sexuais e interagiram amigavelmente com elas. Em relação à força produtiva, eram as mulheres muito mais do que os homens que garantiam a produção e agricultura para subsistência antes da chegada dos portugueses. O trabalho no campo era quase inteiramente confiado às mulheres, assim como o trabalho doméstico. Eram as mulheres indígenas que cuidavam dos campos, da casa, das crianças, enquanto os homens se concentravam mais em produções artísticas. Gilberto Freyre (2013, p. 13) enfatiza que "a produção artística era exclusiva ou principalmente feita por homens [...] construir cabanas era o trabalho mais árduo deles". Mesmo grávidas, as mulheres indígenas serviam nos campos e para os homens. Seu papel na produtividade era de extrema importância para consolidar a monocultura, que mais tarde se tornaria a base da economia colonial. • As mulheres na colonia
  • 37. "Na cultura indígena, os meninos eram ensinados a tratar as mulheres de forma inferior, com ensinamentos impostos a eles e um costume de sempre se considerarem superiores a elas. Em outras palavras, a submissão feminina também estava presente na cultura nativa muito antes da chegada dos colonizadores que viam O papel das mulheres brancas no Brasil colonial foi mais complexo no período posterior em comparação aos primeiros séculos da colonização portuguesa na América. As mulheres estavam envolvidas em diversas atividades, desafiando o mito das mulheres brancas ociosas. O conceito de honra para donzelas e mulheres brancas casadas é analisado, com exemplos de desonra por meio de sequestro e estupro. Conflitos matrimoniais revelam um comportamento mais ativo do que tradicionalmente atribuído a elas. As mulheres brancas às vezes viviam à margem das leis eclesiásticas e civis, envolvendo-se em crimes como prostituição, concubinato e adultério. Na velhice, encontravam abrigo e proteção com seus filhos ou parentes. No final do período colonial, o cenário demográfico e social para as mulheres brancas havia mudado significativamente. Havia uma população maior e mais diversificada de mulheres brancas envolvidas em diversas atividades, desde agricultura até comércio e artesanato. O mito das mulheres brancas ociosas ao lado de mulheres negras e mestiças trabalhadoras é desmistificado, destacando os papéis ativos desempenhados pelas esposas brancas em conflitos matrimoniais e estratégias de sobrevivência na velhice. • As mulheres na colonia
  • 38. Viajantes estrangeiros no início do século XIX contribuíram para a concepção errônea de mulheres brancas ociosas no Brasil, ignorando a diversidade de situações e hierarquias sociais. A gestão de propriedades e fazendas por mulheres era considerada trabalho, especialmente na ausência de maridos. Muitas mulheres na Bahia gerenciavam engenhos e plantações de açúcar, demonstrando seu envolvimento ativo em atividades econômicas. A percepção das mulheres brancas como ociosas não era precisa, pois estavam ativamente envolvidas na gestão de seus bens e negócios, especialmente na ausência de maridos. Os papéis desempenhados pelas mulheres brancas no Brasil colonial eram diversos e essenciais para o funcionamento da sociedade. Em contextos coloniais, algumas mulheres estavam envolvidas na produção de arte doméstica, como bordados, tapeçarias, cerâmica e pintura decorativa. Embora essas formas de arte fossem muitas vezes desvalorizadas em relação à "alta arte", hoje são reconhecidas como expressões importantes da cultura e da vida cotidiana. No geral, a presença das mulheres na arte barroca e colonial foi diversificada e multifacetada, abrangendo desde artistas individuais até patronas, modelos e artesãs. Embora muitas mulheres não tenham recebido o reconhecimento merecido durante suas vidas, seu papel na criação e promoção da arte foi fundamental para a evolução e a riqueza cultural desses períodos históricos. • As mulheres na colonia
  • 39. Agora falamos sobre algumas das artistas que deixaram sua marca no cenário artístico durante o período barroco e colonial. Embora muitas vezes eclipsadas pela predominância masculina na história da arte, essas mulheres desempenharam papéis significativos como criadoras, patronas e influenciadoras culturais. Suas contribuições, embora por vezes subestimadas, são testemunhos valiosos da diversidade e da riqueza da expressão artística feminina em tempos historicamente desafiadores. Vamos explorar algumas dessas figuras inspiradoras e suas realizações dentro dos contextos artísticos e culturais de suas épocas. Clara Peeters (1607-1621) Foi uma pintora flamenga, foi uma pioneira no gênero da natureza morta e uma das poucas mulheres ativas como pintora profissional no início da Europa moderna.Muita natureza-morta, e o que mais gostei: os detalhes!!! Ela colocava reflexos dela mesma nos objetos!Na imagem acima, a obra e seu detalhe: Still Life with Flowers, a Silver-gilt Goblet, Dried Fruit, Sweetmeats, Bread sticks, Wine and a Pewter Pitcher, 1611. Artemisia Gentileschi (1593-1656): Judite Decapitando Holofernes: Esta obra é uma das mais famosas de Gentileschi, representando uma cena do Livro de Judite no Antigo Testamento, onde Judite decapita o general assírio Holofernes.
  • 40. Elisabetta Sirani (1638-1665): Virgem e o Menino com Santa Ana e João Batista: Esta pintura é uma das obras mais conhecidas de Sirani, demonstrando sua habilidade em retratar temas religiosos com delicadeza e expressividade. Maria Sibylla Merian (1647-1717): Metamorphosis Insectorum Surinamensium: Esta série de ilustrações científicas é uma das contribuições mais importantes de Merian para a história da arte e da ciência, destacando-se por sua precisão e beleza. Louise Moillon (1610-1696): Natureza Morta com Cerejas, Morangos e Ameixas: Moillon foi uma mestra em pintura de natureza morta, e esta obra é um exemplo impressionante de sua habilidade em representar detalhes realistas e texturas vívidas. Judith Leyster (1609-1660): O Serão: Esta pintura é uma das obras mais conhecidas de Leyster, retratando uma cena animada de pessoas reunidas em torno de uma mesa, demonstrando seu talento em capturar a vida cotidiana com vivacidade e humor. Embora haja uma escassez de registros sobre artistas mulheres no Brasil durante o período barroco e colonial, há algumas figuras que se destacaram e contribuíram para a cena artística. Aqui estão algumas brasileiras notáveis e algumas informações sobre elas:
  • 41. Joana de Ângelis (c. 1685 - c. 1753): Joana de Ângelis foi uma escultora brasileira do período colonial. Pouco se sabe sobre sua vida, mas é reconhecida por suas obras religiosas esculpidas em madeira, especialmente imagens de santos e virgens. Bárbara Heliodora (1759-1836): Bárbara Heliodora foi uma poetisa brasileira do final do século XVIII e início do século XIX. Embora seja mais conhecida por sua produção literária, também era uma figura importante nos círculos intelectuais de sua época. Ana Teixeira (1760-1837): Ana Teixeira foi uma pintora brasileira que trabalhou durante o final do século XVIII e início do século XIX. Ela produziu principalmente retratos e cenas do cotidiano, contribuindo para a representação visual da sociedade brasileira da época. Isabel Gomes da Silva (c. 1769 - após 1827): Isabel Gomes da Silva foi uma pintora brasileira ativa no final do século XVIII e início do século XIX. Ela é conhecida por suas pinturas de flores e frutas, bem como por retratos.
  • 42. A poesia barroca é algo interessante e complexo para olhos cuidados que se aprofundam muito no assunto. Citando breves exemplos como: Os Lusíadas (1572) - Luís de Camões: Este poema épico narra as viagens de Vasco da Gama e os feitos dos portugueses durante a era dos Descobrimentos, sendo um dos pilares da literatura portuguesa.Paraíso Perdido (1667) - John Milton: Este poema épico inglês retrata a história de Adão e Eva no Jardim do Éden e sua queda, explorando temas de livre- arbítrio, redenção e a natureza do mal. Fábula de Polifemo e Galateia (1617) - Luis de Góngora: Este poema barroco espanhol é uma obra- prima de Góngora, caracterizada por seu estilo complexo e metafórico, que explora o mito de Polifemo e Galateia. Lira X (1640) - Gregório de Matos: Este poema é um exemplo da poesia lírica satírica de Gregório de Matos, conhecido como o "Boca do Inferno", por sua língua afiada e crítica social. A poesia barroca começou a ser produzida no princípio do século XV, época do Renascimento na Europa. No Brasil, o barroco foi implementado pelos jesuítas, no princípio do século XVI. O maior expoente da poesia barroca no Brasil foi o poeta Gregório de Matos (1636-1696). • Poesias
  • 43. A poesia barroca é algo interessante e complexo para olhos cuidados que se aprofundam muito no assunto. Citando breves exemplos como: Os Lusíadas (1572) - Luís de Camões: Este poema épico narra as viagens de Vasco da Gama e os feitos dos portugueses durante a era dos Descobrimentos, sendo um dos pilares da literatura portuguesa.Paraíso Perdido (1667) - John Milton: Este poema épico inglês retrata a história de Adão e Eva no Jardim do Éden e sua queda, explorando temas de livre- arbítrio, redenção e a natureza do mal. Fábula de Polifemo e Galateia (1617) - Luis de Góngora: Este poema barroco espanhol é uma obra- prima de Góngora, caracterizada por seu estilo complexo e metafórico, que explora o mito de Polifemo e Galateia. Lira X (1640) - Gregório de Matos: Este poema é um exemplo da poesia lírica satírica de Gregório de Matos, conhecido como o "Boca do Inferno", por sua língua afiada e crítica social. A poesia barroca começou a ser produzida no princípio do século XV, época do Renascimento na Europa. No Brasil, o barroco foi implementado pelos jesuítas, no princípio do século XVI. O maior expoente da poesia barroca no Brasil foi o poeta Gregório de Matos (1636-1696). • Poesias
  • 44. 1. O poeta descreva a Bahia, de Gregório de Matos A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana e vinha; Não sabem governar sua cozinha E podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um bem frequente olheiro, Que a vida do vizinho e da vizinha Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha, Para o levar à praça e ao terreiro. Muitos mulatos desavergonhados, Trazidos sob os pés os homens nobres, Posta nas palmas toda a picardia, Estupendas usuras nos mercados, Todos os que não furtam muito pobres: E eis aqui a cidade da Bahia. Gregório de Matos (1636-1696) é o maior nome da literatura barroca no Brasil. A sua obra contém poemas satíricos, religiosos e lírico-amorosos. O poeta descreva a Bahia é um exemplar da sua criação satírica, onde há muito uso de ironia e deboche. Ao longo dos versos, o sujeito descreve uma série de comportamentos reprováveis da cidade onde vivia. Esse tipo de poética, que tinha um tom de denúncia social foi, muitas vezes, mal vista porque apontava dedos para personalidades importantes da época que eram desmascaradas • Poesias
  • 45. Além de falar sobre a camada governante, Gregório de Matos também retrata o cotidiano da vida baiana: o comportamento curioso dos vizinhos, o abismo social entre os homens nobres e os pobres. Descrição do Recife, de Bento Teixeira Para a parte do Sul onde a pequena Ursa se vê de guardas rodeada, Onde o Céu luminoso, mais serena, Tem sua influição, e temperada, Junto da nova Lusitânia ordena, A natureza, mãe bem atentada, Um porto tão quieto, e tão seguro, Que para as curvas Naus serve de muro. É este porto tal, por estar posta, Uma cinta de pedra, inculta, e viva, Ao longo da soberba, e larga costa, Onde quebra Neptuno a fúria esquiva, Entre a praia, e pedra descomposta, O estranhado elemento se deriva, Com tanta mansidão, que uma fateixa, Basta ter à fatal Argos aneixa. Em o meio desta obra alpestre, e dura, Sua boca rompeu o Mar inchado, Que na língua dos bárbaros escura, Paranambuco, de todos é chamado De Paraná que é Mar, Puca - rotura, Feita em fúria desse Mar salgado, Que sem no derivar cometer míngua, Cova do Mar se chama em nossa língua. • Poesias
  • 46. Bento Teixeira Pinto (1561-1600) é um escritor menos conhecido do grande público, mas que teve a sua importância por ter sido o autor do primeiro poema épico da literatura brasileira, todo construído a partir de versos barrocos. Os versos barrocos são caracterizados por utilizarem uma linguagem rebuscada, elaborada, com muitos detalhes. Há também o emprego de muitas figuras de linguagem fazendo um verdadeiro jogo com as palavras. Nesse caso a elaboração da linguagem está a serviço do projeto poético de louvar a pátria. A única obra que Bento publicou, chamada Prosopopeia (1601), era dirigida a Jorge d’Albuquerque Coelho, então capitão e governador da capitania de Pernambuco. Prosopopeia foi escrito entre 1584 e 1594 e teve como maior fonte de inspiração o clássico Os Lusíadas (1571), de Luís de Camões. Usando como base o poema de Camões, Bento criou um poema extremamente rigoroso do ponto de vista formal trazendo à tona muitos personagens mitológicos.Nos poemas épicos - e Prosopopeia não foge à regra - há um esforço para louvar um território. Através de versos, os poemas épicos contam a história de um povo e dos seus principais heróis. Nesse caso, e como vemos no trecho acima, em Descrição do Recife, encontramos um descarado elogio poético a Recife, a natureza e ao povo brasileiro. • Poesias
  • 47. Além de louvar a nossa terra, o poema funciona também como um registro do tempo histórico em que foi escrito, sendo um exemplar importante de literatura produzida sobre a colônia durante o século XVI. * Que amor sigo?, de Francisco Rodrigues Lobo Que amor sigo? Que busco? Que desejo? Que enleo é este vão da fantasia? Que tive? Que perdi? Quem me queria? Quem me faz guerra? Contra quem pelejo? Foi por encantamento o meu desejo, e por sombra passou minha alegria; mostrou-me Amor, dormindo, o que não via, e eu ceguei do que vi, pois já não vejo. Fez à sua medida o pensamento aquela estranha e nova fermosura e aquele parecer quase divino. Ou imaginação, sombra ou figura, é certo e verdadeiro meu tormento: Eu morro do que vi, do que imagino. Nascido em Leiria no ano de 1580 (e falecido em Lisboa em 1622), Francisco Rodrigues Lobo é um dos nomes de destaque da poesia barroca portuguesa e foi dos maiores discípulos de Camões. Em Portugal, o período barroco se iniciou com a morte do poeta Camões, em 1580. O trecho Que amor sigo? foi retirado da obra A Primavera, publicada em 1601. O amor nesses versos de Francisco Rodrigues Lobo é visto como fonte de sofrimento, um sentimento na sua gênese triste relatado a partir de uma linguagem dramática, típica da produção barroca. O poema começa com uma série de indagações genéricas, sucessivas e sem resposta, até o eu-lírico começar a narrar o seu caso pessoal de apaixonamento. • Poesias
  • 48. Observamos, ao longo dos versos, o amor como um sentimento complexo, contraditório e cheio de dualidades. Não sabemos quem é a amada em questão e sequer se haverá uma relação entre os dois, o que ficamos a conhecer é a tamanha angústia do eu-lírico, que se vê assombrado com o arrebatamento amoroso. Por mais que fosse tão difícil encontrar mulheres que tenham poesias reconhecidas e até mesmo conhecidas no dia a dia ou pelos anos atuais. Fora dos muros dos conventos, onde os livros e o conhecimento eram mais acessíveis, poucas mulheres tinham a oportunidade de receber uma educação que lhes permitisse além de uma leitura básica e uma escrita ainda mais limitada. Apenas as meninas nascidas em famílias privilegiadas economicamente, muitas vezes pertencentes à aristocracia, tinham acesso aos recursos educacionais que poderiam aprimorar suas habilidades intelectuais. Essa realidade explica por que é tão raro encontrar escritoras provenientes de camadas sociais menos privilegiadas na • Poesias
  • 49. •Barroco - todo um período histórico, todo um novo modo de entender o mundo, o homem e Deus •Estilo preponderante entre o final do século XVI e meados do século XVIII, inicialmente na Itália • Reforma Protestante - fim à unidade do Cristianismo •Concílio de Trento (1545-1563) - marco inicial da Contra-Reforma continuação do Renascimento, difundindo-se posteriormente nos países católicos da Europa e da América. Escravidão - uma das bases de funcionamento. Sistema bancário – aprimorado. Práticas de comércio - mais complexas Importação de produtos coloniais: café, tabaco,arroz e açúcar, transformou hábitos culturais e a dieta. grandes quantidades de ouro, de prata e de diamantes novas regras de diplomacia e etiqueta.
  • 50. Produção de arte sacra – instrumento de proselitismo. Guerras de religião - cisma protestante . Abertura de novas rotas comerciais Grandes navegações - Itália fora do comércio internacional. Eixo econômico - nações do oeste europeu. Formação de um sistema de mercado internacional através do desenvolvimento do sistema colonial BARROCO Ligado ao absolutismo e à Contra- Reforma Esplendor exuberante. Interesse pela arte da Antiguidade clássica Dinamismo, contrastes, dramaticidade, exuberância, realismo, decorativismo, tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e a vida espiritual Roma, sede do Papado, capital dos Estados Pontifícios - centro irradiador de influência artística. Igreja - mecenas
  • 51. Imagens - formas naturalistas imediatamente compreendidas Uso de complexos recursos ilusionistas e dramáticos. Efeito grandioso e teatral. Apelo visual e emotivo para estimular a piedade e a devoção. Painéis pintados nos tetos nas igrejas - dissolvem a arquitetura. Abrem o teto Visões do Paraíso Afetou áreas protestantes: Alemanha, Países Baixos e Inglaterra. Monarquias absolutistas: arte para consagrar os seus valores Palácios reais - construídos em escala monumental Exibição do poder e da grandeza dos Estados . Palácio de Versalhes, erguido a mando de Luís XIV da França. Interesse no mundo natural . Ampliação dos horizontes culturais. Exploração do globo Desenvolvimento da ciência.