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A Cultura do Salão 
Século XVIII 
Ascensão da 
burguesia 
Revolução 
Industrial 
Iluminismo 
Crescimento 
demográfico 
Críticas à sociedade 
da época e ao 
regime absoluto 
Revoluções Liberais
O Salão 
O novo espaço de conforto e intimidade 
Morte de Luís XIV 
- Menoridade de Luís XV 
- regências do Duque de 
Orleães e Duque de Bourbon 
Que consequência para a Corte francesa? 
Luís XV em criança
O novo espaço de conforto e intimidade 
Morte de Luís XIV 
O Salão 
- Menoridade de Luís XV 
- regências do Duque de 
Orleães e Duque de Bourbon 
Que consequência para a Corte francesa? 
Monotonia e perda de fascínio das 
cerimónias e dos rituais
O novo espaço de conforto e intimidade 
Morte de Luís XIV 
O Salão 
- Menoridade de Luís XV 
- regências do Duque de 
Orleães e Duque de Bourbon 
Que consequência para a Corte francesa? 
Monotonia e perda de fascínio das cerimónias e dos rituais 
Que opções para a aristocracia?
O Salão 
O novo espaço de conforto e intimidade 
Reação da nobreza francesa à 
perda de fascínio da corte 
francesa 
-Vida passada nos seus palácios 
- investimento no conforto dos 
seus palácios 
Decoração requintada e 
elegante, onde impera o luxo e 
a elegância 
Novo estilo artístico 
Salão dos Espelhos, Cuvilliés – 
Amalienburg - Alemanha
O Salão 
O novo espaço de conforto e intimidade 
Novo estilo artístico: 
- arte mais privada e naturalista 
- preferência por ambientes 
alegres, otimistas e 
despreocupados 
Rococó
O Salão 
O novo espaço de conforto e intimidade 
Palácio de Schonbrunn 
Viena - XVIII 
Salões 
(dependência nobre, de amplas 
dimensões, faustosamente 
decorada e mobilada) 
Centros da vida social 
- local de reunião familiar 
- visitas mais solenes 
- banquetes e bailes 
- local de reunião com uma 
personalidade em voga 
Músicos, cantores de ópera, 
escritores, filósofos e cientistas
O Salão 
O novo espaço de conforto e intimidade 
Pintura de Lemonnier, que mostra o ator Lekain a ler uma obra de 
Voltaire perante uma assembleia de aristocratas atentos e 
interessados
O Salão 
O novo espaço de conforto e intimidade 
Madame Pompadour Madame de Tecin Madame Geoffrin 
Os mais famosos protetores de enciclopedistas e artistas
O Salão 
O novo espaço de conforto e intimidade 
Madame Geoffrin 
Madame Geoffrin estabeleceu dois dias para 
receber: à segunda feira os artistas e à quinta 
feira as gentes das letras (…). Em país 
nenhum havia príncipe, ministro, homem ou 
mulher de renome que, indo visitar Mme 
Geoffrin, não desejasse ser convidado para 
estes jantares… (…). 
Na verdade, a animação estava sempre 
presente nesses encontros. Escolhia os seus 
convivas entre os estrangeiros mais instruídos 
e agradáveis que residiam em Paris ou aí se 
fixavam temporariamente. (…) 
Digo-vos apenas o suficiente para que possais 
conhecer o interesse e o encanto destes 
encontros da gente de letras. 
Marmontel, Mémoires, II, século XVIII
O Salão 
O novo espaço de conforto e intimidade 
Madame 
Geoffrin 
Busto de Voltaire O ator Lekain 
Pintura de Lemonnier, que mostra o ator Lekain a ler uma obra de 
Voltaire perante uma assembleia de aristocratas atentos e 
interessados
O Salão 
O novo espaço de conforto e intimidade 
D’Alembert Diderott Jean-Jacques Rousseau Montesquieu 
Pintura de Lemonnier, que mostra o ator Lekain a ler uma obra de 
Voltaire perante uma assembleia de aristocratas atentos e 
interessados
O Salão 
O novo espaço de conforto e intimidade 
Joseph Wright, Experiência com mecanismo 
pneumático (c. 1770) 
Os cientistas partilhavam 
as suas experiências, não 
só nos seus laboratórios 
mas também em reuniões 
sociais
O Salão 
O novo espaço de conforto e intimidade 
Defesa da civilidade, das boas 
maneiras, da galanteria 
Virtudes sociais: 
- Ser educado 
- Requintado 
- vestir bem 
- Falar rebuscado 
- Usar gestos delicados, cheios de 
floreados e gentilezas 
Baile galante, século XVIII 
Bailes galantes
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
Movimentos percursores: 
- Renascimento 
(séculos XV-XVI) 
- Revolução Científica 
(século XVII) 
O Iluminismo foi uma corrente de renovação intelectual e cultural do 
século XVIII. Quais eram as ideias defendidas pelos Iluministas?
“As nossas esperanças quanto 
ao futuro podem reduzir-se a 
esta ideia: há-de chegar um 
momento em que o Sol só 
iluminará sobre a Terra 
homens livres, que só 
reconhecem como senhor a 
razão”. 
Condorcet, Quadro dos Progressos do 
Espírito Humano, 1794 
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
“As nossas esperanças quanto ao futuro podem reduzir-se 
a esta ideia: há-de chegar um momento em que o Sol só 
iluminará sobre a Terra homens livres, que só reconhecem 
como senhor a razão”. 
Condorcet, Quadro dos Progressos do Espírito Humano, 1794 
Crença no valor da razão: só a razão 
liberta o Homem da ignorância e das 
forças opressoras 
+ 
Crença no progresso da Humanidade 
(visão otimista do futuro): a educação é 
o meio essencial para romper 
totalmente com o passado
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
O instinto, a ambição, a glória vã 
mudam perpetuamente a cena do 
mundo, inundem a terra de sangue, 
mas, no meio dos seus destroços, o 
espírito humano ilumina-se, os 
costumes suavizam-se, as nações 
isoladas aproximam-se e a massa 
total do género humano caminha 
sempre, ainda que a passos lentos, 
para uma perfeição maior. 
Turgot (1727-1781)
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
O instinto, a ambição, a glória vã mudam 
perpetuamente a cena do mundo 
inundem a terra de sangue, mas, no meio 
dos seus destroços, o espírito humano 
ilumina-se, os costumes suavizam-se, as 
nações isoladas aproximam-se e a massa 
total do género humano caminha sempre, 
ainda que a passos lentos, para uma 
perfeição maior. 
Turgot (1727-1781) 
Culto da Razão e do Progresso
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
É preciso deitar aos pés todas as 
velhas crenças; ultrapassar as 
barreiras que a Razão jamais levantou; 
permitir às artes e às ciências uma 
liberdade que lhes é tão preciosa. 
Precisaremos de uma época de 
racionalistas que não procurem mais 
as normas e as leis nos autores 
passados, mas na Natureza. 
Denis Diderot, A Enciclopédia, 1755
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
É preciso deitar aos pés todas as 
velhas crenças; ultrapassar as 
barreiras que a Razão jamais levantou; 
permitir às artes e às ciências uma 
liberdade que lhes é tão preciosa. 
Precisaremos de uma época de 
racionalistas que não procurem mais 
as normas e as leis nos autores 
passados, mas na Natureza. 
Denis Diderot, A Enciclopédia, 1755 
Defesa do exercício da razão humana 
em liberdade e sem constrangimentos 
como único meio de construir o 
conhecimento sobre a Natureza
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
“Nenhum homem 
recebeu da 
natureza o direito 
de comandar os 
outros. A liberdade 
é um presente do 
céu.” 
Diderot, in 
Enciclopédia, 1751
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
“Nenhum homem recebeu da natureza o 
direito de comandar os outros. A liberdade é 
um presente do céu.” 
Diderot, in Enciclopédia, 1751 
Defesa dos direitos inalienáveis: direito 
à liberdade, à igualdade e à felicidade 
(direito natural) 
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Críticas ao regime absolutista e à 
sociedade de ordens
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
Diderot D’Alembert 
Enciclopédia 
- compilação dos mais modernos e atualizados 
conhecimentos da época 
- representados todos os valores da ciência e 
do progresso social, constituindo um poderoso 
instrumento ao serviço das doutrinas 
filosóficas iluministas 
Enciclopédia ou Dicionário 
Racional das Ciências, 
das Artes e dos Ofícios
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
Há em cada Estado 
três espécies de 
poderes: o poder 
legislativo, o poder 
executivo e o poder 
judicial. (…) Ora, 
quando na mesma 
pessoa o poder 
legislativo está unido 
ao poder executivo 
não existe liberdade. 
Montesquieu, O Espírito
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
Há em cada Estado três espécies de poderes: o 
poder legislativo, o poder executivo e o poder judicial. 
(…) Ora, quando na mesma pessoa o poder 
legislativo está unido ao poder executivo não existe 
liberdade. 
Montesquieu, O Espírito das Leis (1748) 
Defesa de um novo regime político, 
baseado no princípio da divisão dos 
poderes: 
- legislativo – assembleia 
- executivo – governo + rei 
- judicial - tribunais
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
Jean-Jacques Rousseau – vida e 
obra (link) 
“Cada um de nós põe em comum a 
sua pessoa e todo o seu poder 
sobre a suprema direção da 
vontade geral; e recebemos 
coletivamente cada membro como 
parte indivisível do todo.” 
J.-J. Rousseau, O Contrato Social, 1762
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
Jean-Jacques Rousseau – vida e 
obra (link) 
Imediatamente, em vez da pessoa particular 
de cada contraente, este ato de associação 
produz um corpo moral e coletivo composto 
por tantos membros quantos os votos da 
assembleia, e esse corpo recebe deste 
mesmo ato a sua unidade, o seu eu comum, a 
sua vida e a sua vontade. Esta pessoa pública 
que assim se forma pela união de todas as 
outras tinha outrora o nome de cidade e tem 
agora o de república, ou corpo político, que é 
chamado pelos seus membros de Estado, 
quando é passivo, soberano quando é ativo, 
Estado soberano quando comparado aos seus 
semelhantes. 
J.-J. Rousseau, O Contrato Social, 1762
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
Jean-Jacques Rousseau – vida e 
obra (link) 
- Defesa da teoria da soberania nacional e 
do contrato social, um acordo tácito ou 
explícito celebrado entre os indivíduos 
(naturalmente iguais e livres) e a sociedade, 
pelo qual se legitima a transferência de poder 
destes para a comunidade e desta para o 
governante, com a condição deste o exercer 
no interesse da comunidade de governados. 
- O contrato legitima a resistência à opressão 
quando os governantes não governam no 
interesse da comunidade.
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
Jean-Jacques Rousseau – vida e 
obra (link) 
O mais perigoso intervalo da vida humana é 
o que vai do nascimento aos 12 anos. Então 
germinam os erros e os vícios, sem que 
tenhamos instrumentos para os destruir; e 
quando o instrumento nos chega, enfim, já 
as raízes se aprofundaram tanto que passou 
a possibilidade de as arrancar. Se as 
crianças saltassem subitamente do mamar à 
idade da razão, a educação que se lhes dá 
poder-lhes-ias convir; mas, segundo o 
programa cultural, a de que precisam é 
precisamente a contrária! Convirá que nada 
se faça da sua alma até que tenha as 
faculdades todas. 
J.-J. Rousseau, Emílio, 1762
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
A primeira educação, pois, deve ser puramente 
negativa. Ela consiste, não em ensinar a virtude ou 
a verdade, mas em garantir o coração contra o vício, 
e o espírito contra o erro. Procedei ao avesso do 
que está em uso, e digo-vos eu que acertareis 
quase sempre. Como os pais e os mestres, 
usualmente, não querem de um pequeno fazer um 
pequeno, mas um doutor, nunca acham cedo para 
rabujar com o menino, corrigir, repreender, amimar, 
ameaçar, prometer, instruir, falar à Razão. Pois fazei 
muito melhor do que isso: sede vós razoável, e 
nunca raciocineis com o vosso educando. Não o 
façais, sobretudo para o forçar a aprovar o que 
importuna, porque trazer sempre assim a Razão 
para as cousas enfadonhas e desagradecidas é 
torná-la molesta e fastidiosa, tirando-lhe o crédito 
junto de uma alma incapaz ainda de a perceber. 
J.-J. Rousseau, Emílio, 1762
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
Jean-Jacques Rousseau – vida e 
obra (link) 
- Defesa da “teoria do bom selvagem” (crença 
de que todo o homem é, por condição de 
nascimento, naturalmente bom e que é a 
sociedade que o corrompe, levando à barbárie 
do presente. 
- críticas à educação teórica e livresca do seu 
tempo 
- em “Emílio”, propõe uma educação negativa, 
progressiva e de experimentação direta, 
procurando preservar a liberdade natural da 
criança, promover a sua liberdade moral e o 
gosto por aprender.
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
O desenvolvimento das ciências e 
das técnicas favoreceu a moleza dos 
costumes e a ociosidade, falseou a 
educação e promoveu a decadência 
moral
As Luzes 
As ruturas culturais e científicas 
Discurso sobre a origem e os 
fundamentos da desigualdade entre 
os homens: 
O progresso da civilização, baseado 
na propriedade privada, fez nascer a 
desiguldade e impôs um poder 
arbitrário e despótico que oprimiu a 
Humanidade
Rousseau 
Vida 
Obra
Rousseau 
Vida Sem fortuna pessoal, com uma personalidade viva e multifacetada: músico e 
autor de óperas, escritor e filósofo 
Obra
Rousseau 
Vida Sem fortuna pessoal, com uma personalidade viva e multifacetada: músico e 
autor de óperas, escritor e filósofo 
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Ciências 
O desenvolvimento das ciências e das técnicas 
favoreceu o ócio e promoveu a decadência moral 
(o “bom selvagem” foi corrompido)
Rousseau 
Vida Sem fortuna pessoal, com uma personalidade viva e multifacetada: músico e 
autor de óperas, escritor e filósofo 
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Discurso sobre as 
Desigualdades entre os 
Homens 
A evolução das civilizações, baseada na 
propriedade, favoreceu a desigualdade e o 
despotismo
Rousseau 
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Estabelecimento de um acordo tácito entre os 
indivíduos e a sociedade, o que legitima a 
transferência destes para a comunidade e desta 
para o governo (princípio da soberania nacional)
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Nova Heloísa Romance com supremacia da paixão amorosa, 
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autor de óperas, escritor e filósofo 
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Emílio Nova pedagogia: educação progressiva e de 
experimentação direta 
Nova Heloísa Romance com supremacia da paixão amorosa, 
introspecção e amor pela natureza 
Confissões Introduziu o romance autobiográfico
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
Enquadramento 
histórico 
Grave crise financeira: défice do Estado 
Proposta de solução: pagamento de impostos 
pela nobreza e pelo clero 
Maio de 1789: reunião da 
Sala do Jogo da Pela
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
Enquadramento 
histórico 
Grave crise financeira: défice do Estado 
Proposta de solução: pagamento de impostos 
pela nobreza e pelo clero 
Maio de 1789: reunião da 
Sala do Jogo da Pela 
Impasse: 
modo de votação 
(a nobreza recusa 
igualdade de voto com o 
Terceiro Estado)
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
“O plano desta obra é simples. Temos três questões a pôr-nos: 
1º O que é o Terceiro Estado? Tudo. 
2º Que tem ele sido até ao presente na ordem política? Nada. 
3º Que pretende ele? Ser alguma coisa. 
Ora, isto é, ao mesmo tempo, uma iniquidade odiosa para a generalidade 
dos cidadãos e uma traição para a coisa pública. Quem ousará dizer que o 
Terceiro estado não contém em si tudo o que é preciso para formar uma 
nação completa? Se se excluísse a ordem privilegiada, a Nãção não ficaria 
diminuída, mas aumentada. 
Assim, o que é o Terceiro Estado? Tudo. Mas um tudo livre e florescente. 
Nada pode caminhar sem ele, tudo caminharia infinitamente melhor sem os 
outros.” 
Abade E. Sièyes, 1789
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
17 de junho de 1789 – representantes do Terceiro Estado na Assembleia dos 
Notáveis declaram-se Assembleia Nacional Constituinte.
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
17 de junho de 1789 – representantes do Terceiro Estado na Assembleia dos 
Notáveis declaram-se Assembleia Nacional Constituinte. 
Radicalização nas ruas 
de Paris 
14 de julho de 1789: 
Tomada da Bastilha
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
26 de Agosto de 1789 
A Declaração Universal dos 
Direitos do Homem e do 
Cidadão
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
“Os representantes do povo francês, constituídos em Assembleia Nacional, 
considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo pelos direitos 
do Homem são as únicas causas das infelicidades públicas e da corrupção dos 
governos, resolveram expor, numa declaração solene, os direitos naturais, 
inalienáveis e sagrados do Homem (...). Portanto, a Assembleia Nacioanl 
reconhece e declara, na presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os 
seguintes direitos do Homem e do Cidadão: 
Artigo 1º - Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As 
distinções sociais só podem ser baseadas na utilidade comum.”
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
“Os representantes do povo francês, constituídos em Assembleia Nacional, 
considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo pelos direitos 
do Homem são as únicas causas das infelicidades públicas e da corrupção dos 
governos, resolveram expor, numa declaração solene, os direitos naturais, 
inalienáveis e sagrados do Homem (...). Portanto, a Assembleia Nacioanl 
reconhece e declara, na presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os 
seguintes direitos do Homem e do Cidadão: 
Artigo 1º - Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As 
distinções sociais só podem ser baseadas na utilidade comum.” 
Ideias-base: 
- a liberdade individual, um direito natural inviolável e imprescritível 
+ 
- a igualdade (ideário radical e revolucionário), significando o fim da sociedade 
de ordens do Antigo Regime
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
“Artigo 2º - A finalidade de qualquer associação política é a conservação 
dos direitos naturais e imprescritíveis do Homem. Esses direitos são 
aliberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. 
Artigo 3º - O princípio de toda a soberania reside essencialmente na Nação. 
Nenhum corpo, nenhum indivíduo, pode exercer autoridade se nao dimanr 
expressamente dela. 
Artigo 4º - A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique 
outrem; assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem tem como 
limites os que asseguram aos outros membros da sociedade o usufruto 
desses mesmos direitos. Esses limites só podem ser determinados pela lei.”
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
“Artigo 2º - A finalidade de qualquer associação política é a conservação 
dos direitos naturais e imprescritíveis do Homem. Esses direitos são a 
liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. 
Artigo 3º - O princípio de toda a soberania reside essencialmente na Nação. 
Nenhum corpo, nenhum indivíduo, pode exercer autoridade se nao 
dimanar expressamente dela. 
Artigo 4º - A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique 
outrem; assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem tem como 
limites os que asseguram aos outros membros da sociedade o usufruto 
desses mesmos direitos. Esses limites só podem ser determinados pela lei.” 
- os restantes direitos naturais: a propriedade, 
a segurança e a resistência à opressão 
-o poder reside no povo (soberania nacional) 
- existem limites ao exercício da liberdade
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
“Artigo 6º - A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o 
direito de participar pessoalmente, ou através dos seus representantes, na 
sua formação. Sendo todos os cidadãos iguais a seus olhos, têm igualmente 
acesso a todas as digndades, lugares e empregos públicos, segundo a sua 
capacidade, e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e talentos. 
Artigo 11º - A livre comunicação de pensamentos e opiniões é um dos direitos 
mais preciosos do Homem; portanto, todo o homem deve poder falar, 
escrever, imprimir livremente, salvo em casos de abuso dessa liberdade. 
Artigo 13º - Para manter a frça pública e para as despesas da Administração, é 
indisepnsável uma contribuição comum; deve ser repartida igualemente por 
todos os cidadãos, na razão das suas capacidades.”
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
“Artigo 6º - A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o 
direito de participar pessoalmente, ou através dos seus representantes, na 
sua formação. Sendo todos os cidadãos iguais a seus olhos, têm igualmente 
acesso a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua 
capacidade, e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e talentos. 
Artigo 11º - A livre comunicação de pensamentos e opiniões é um dos direitos 
mais preciosos do Homem; portanto, todo o homem deve poder falar, 
escrever, imprimir livremente, salvo em casos de abuso dessa liberdade. 
Artigo 13º - Para manter a força pública e para as despesas da Administração, 
é indispensável uma contribuição comum; deve ser repartida igualmente por 
todos os cidadãos, na razão das suas capacidades.” 
- a lei é a expressão da vontade geral 
- defesa da liberdade de expressão 
- pagamento de impostos por todos
A Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão 
A Declaração Universal dos 
Direitos do Homem e do 
Cidadão 
- documento revolucionário 
- determinação de postulados universais 
que partiam de um novo conceito de 
Homem e de Cidadão
Nova civilidade 
Século XVII - Festas religiosas 
Século XVIII - Bailes galantes 
Revolução Francesa – Festas Cívicas 
Comemorar feitos revolucionários Exaltar os novos heróis nacionais 
Desenvolvimento do sentido cívico do cidadão francês
Nova civilidade 
A Festa da Federação, 14 Julho 1790
Grandes transformações 
no século XVIII 
Século 
XVII 
Século XVIII 
Regime 
político 
Absolutism 
o 
- direitos inalienáveis 
- divisão tripartida dos poderes 
- Contrato social 
- soberania nacional 
- nova ideologia política: o Liberalismo 
Sociedade Sociedade 
de ordens 
Críticas ao 
absolutismo 
- Igualdade perante a lei 
Críticas à sociedade 
- fim dos privilégios 
de ordens 
- ascensão política da burguesia 
- habitantes considerados como cidadãos
Grandes transformações 
no século XVIII 
Século 
XVII 
Século XVIII 
Educação Teórica e 
livresca 
- educação negativa, progressiva e de 
experimentação direta 
- respeito pela liberdade natural da 
criança 
- promoção do gosto por aprender. 
Civilidade Defesa das 
virtudes 
sociais 
- substituição das festas religiosas pelas 
festas cívicas de forma a exaltar as 
vitórias e os heróis nacionais
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Cultura do salao

  • 1.
  • 2. A Cultura do Salão Século XVIII Ascensão da burguesia Revolução Industrial Iluminismo Crescimento demográfico Críticas à sociedade da época e ao regime absoluto Revoluções Liberais
  • 3. O Salão O novo espaço de conforto e intimidade Morte de Luís XIV - Menoridade de Luís XV - regências do Duque de Orleães e Duque de Bourbon Que consequência para a Corte francesa? Luís XV em criança
  • 4. O novo espaço de conforto e intimidade Morte de Luís XIV O Salão - Menoridade de Luís XV - regências do Duque de Orleães e Duque de Bourbon Que consequência para a Corte francesa? Monotonia e perda de fascínio das cerimónias e dos rituais
  • 5. O novo espaço de conforto e intimidade Morte de Luís XIV O Salão - Menoridade de Luís XV - regências do Duque de Orleães e Duque de Bourbon Que consequência para a Corte francesa? Monotonia e perda de fascínio das cerimónias e dos rituais Que opções para a aristocracia?
  • 6. O Salão O novo espaço de conforto e intimidade Reação da nobreza francesa à perda de fascínio da corte francesa -Vida passada nos seus palácios - investimento no conforto dos seus palácios Decoração requintada e elegante, onde impera o luxo e a elegância Novo estilo artístico Salão dos Espelhos, Cuvilliés – Amalienburg - Alemanha
  • 7. O Salão O novo espaço de conforto e intimidade Novo estilo artístico: - arte mais privada e naturalista - preferência por ambientes alegres, otimistas e despreocupados Rococó
  • 8. O Salão O novo espaço de conforto e intimidade Palácio de Schonbrunn Viena - XVIII Salões (dependência nobre, de amplas dimensões, faustosamente decorada e mobilada) Centros da vida social - local de reunião familiar - visitas mais solenes - banquetes e bailes - local de reunião com uma personalidade em voga Músicos, cantores de ópera, escritores, filósofos e cientistas
  • 9. O Salão O novo espaço de conforto e intimidade Pintura de Lemonnier, que mostra o ator Lekain a ler uma obra de Voltaire perante uma assembleia de aristocratas atentos e interessados
  • 10. O Salão O novo espaço de conforto e intimidade Madame Pompadour Madame de Tecin Madame Geoffrin Os mais famosos protetores de enciclopedistas e artistas
  • 11. O Salão O novo espaço de conforto e intimidade Madame Geoffrin Madame Geoffrin estabeleceu dois dias para receber: à segunda feira os artistas e à quinta feira as gentes das letras (…). Em país nenhum havia príncipe, ministro, homem ou mulher de renome que, indo visitar Mme Geoffrin, não desejasse ser convidado para estes jantares… (…). Na verdade, a animação estava sempre presente nesses encontros. Escolhia os seus convivas entre os estrangeiros mais instruídos e agradáveis que residiam em Paris ou aí se fixavam temporariamente. (…) Digo-vos apenas o suficiente para que possais conhecer o interesse e o encanto destes encontros da gente de letras. Marmontel, Mémoires, II, século XVIII
  • 12. O Salão O novo espaço de conforto e intimidade Madame Geoffrin Busto de Voltaire O ator Lekain Pintura de Lemonnier, que mostra o ator Lekain a ler uma obra de Voltaire perante uma assembleia de aristocratas atentos e interessados
  • 13. O Salão O novo espaço de conforto e intimidade D’Alembert Diderott Jean-Jacques Rousseau Montesquieu Pintura de Lemonnier, que mostra o ator Lekain a ler uma obra de Voltaire perante uma assembleia de aristocratas atentos e interessados
  • 14. O Salão O novo espaço de conforto e intimidade Joseph Wright, Experiência com mecanismo pneumático (c. 1770) Os cientistas partilhavam as suas experiências, não só nos seus laboratórios mas também em reuniões sociais
  • 15. O Salão O novo espaço de conforto e intimidade Defesa da civilidade, das boas maneiras, da galanteria Virtudes sociais: - Ser educado - Requintado - vestir bem - Falar rebuscado - Usar gestos delicados, cheios de floreados e gentilezas Baile galante, século XVIII Bailes galantes
  • 16. As Luzes As ruturas culturais e científicas Movimentos percursores: - Renascimento (séculos XV-XVI) - Revolução Científica (século XVII) O Iluminismo foi uma corrente de renovação intelectual e cultural do século XVIII. Quais eram as ideias defendidas pelos Iluministas?
  • 17. “As nossas esperanças quanto ao futuro podem reduzir-se a esta ideia: há-de chegar um momento em que o Sol só iluminará sobre a Terra homens livres, que só reconhecem como senhor a razão”. Condorcet, Quadro dos Progressos do Espírito Humano, 1794 As Luzes As ruturas culturais e científicas
  • 18. As Luzes As ruturas culturais e científicas “As nossas esperanças quanto ao futuro podem reduzir-se a esta ideia: há-de chegar um momento em que o Sol só iluminará sobre a Terra homens livres, que só reconhecem como senhor a razão”. Condorcet, Quadro dos Progressos do Espírito Humano, 1794 Crença no valor da razão: só a razão liberta o Homem da ignorância e das forças opressoras + Crença no progresso da Humanidade (visão otimista do futuro): a educação é o meio essencial para romper totalmente com o passado
  • 19. As Luzes As ruturas culturais e científicas O instinto, a ambição, a glória vã mudam perpetuamente a cena do mundo, inundem a terra de sangue, mas, no meio dos seus destroços, o espírito humano ilumina-se, os costumes suavizam-se, as nações isoladas aproximam-se e a massa total do género humano caminha sempre, ainda que a passos lentos, para uma perfeição maior. Turgot (1727-1781)
  • 20. As Luzes As ruturas culturais e científicas O instinto, a ambição, a glória vã mudam perpetuamente a cena do mundo inundem a terra de sangue, mas, no meio dos seus destroços, o espírito humano ilumina-se, os costumes suavizam-se, as nações isoladas aproximam-se e a massa total do género humano caminha sempre, ainda que a passos lentos, para uma perfeição maior. Turgot (1727-1781) Culto da Razão e do Progresso
  • 21. As Luzes As ruturas culturais e científicas É preciso deitar aos pés todas as velhas crenças; ultrapassar as barreiras que a Razão jamais levantou; permitir às artes e às ciências uma liberdade que lhes é tão preciosa. Precisaremos de uma época de racionalistas que não procurem mais as normas e as leis nos autores passados, mas na Natureza. Denis Diderot, A Enciclopédia, 1755
  • 22. As Luzes As ruturas culturais e científicas É preciso deitar aos pés todas as velhas crenças; ultrapassar as barreiras que a Razão jamais levantou; permitir às artes e às ciências uma liberdade que lhes é tão preciosa. Precisaremos de uma época de racionalistas que não procurem mais as normas e as leis nos autores passados, mas na Natureza. Denis Diderot, A Enciclopédia, 1755 Defesa do exercício da razão humana em liberdade e sem constrangimentos como único meio de construir o conhecimento sobre a Natureza
  • 23. As Luzes As ruturas culturais e científicas “Nenhum homem recebeu da natureza o direito de comandar os outros. A liberdade é um presente do céu.” Diderot, in Enciclopédia, 1751
  • 24. As Luzes As ruturas culturais e científicas “Nenhum homem recebeu da natureza o direito de comandar os outros. A liberdade é um presente do céu.” Diderot, in Enciclopédia, 1751 Defesa dos direitos inalienáveis: direito à liberdade, à igualdade e à felicidade (direito natural) + Críticas ao regime absolutista e à sociedade de ordens
  • 25. As Luzes As ruturas culturais e científicas Diderot D’Alembert Enciclopédia - compilação dos mais modernos e atualizados conhecimentos da época - representados todos os valores da ciência e do progresso social, constituindo um poderoso instrumento ao serviço das doutrinas filosóficas iluministas Enciclopédia ou Dicionário Racional das Ciências, das Artes e dos Ofícios
  • 26. As Luzes As ruturas culturais e científicas Há em cada Estado três espécies de poderes: o poder legislativo, o poder executivo e o poder judicial. (…) Ora, quando na mesma pessoa o poder legislativo está unido ao poder executivo não existe liberdade. Montesquieu, O Espírito
  • 27. As Luzes As ruturas culturais e científicas Há em cada Estado três espécies de poderes: o poder legislativo, o poder executivo e o poder judicial. (…) Ora, quando na mesma pessoa o poder legislativo está unido ao poder executivo não existe liberdade. Montesquieu, O Espírito das Leis (1748) Defesa de um novo regime político, baseado no princípio da divisão dos poderes: - legislativo – assembleia - executivo – governo + rei - judicial - tribunais
  • 28. As Luzes As ruturas culturais e científicas Jean-Jacques Rousseau – vida e obra (link) “Cada um de nós põe em comum a sua pessoa e todo o seu poder sobre a suprema direção da vontade geral; e recebemos coletivamente cada membro como parte indivisível do todo.” J.-J. Rousseau, O Contrato Social, 1762
  • 29. As Luzes As ruturas culturais e científicas Jean-Jacques Rousseau – vida e obra (link) Imediatamente, em vez da pessoa particular de cada contraente, este ato de associação produz um corpo moral e coletivo composto por tantos membros quantos os votos da assembleia, e esse corpo recebe deste mesmo ato a sua unidade, o seu eu comum, a sua vida e a sua vontade. Esta pessoa pública que assim se forma pela união de todas as outras tinha outrora o nome de cidade e tem agora o de república, ou corpo político, que é chamado pelos seus membros de Estado, quando é passivo, soberano quando é ativo, Estado soberano quando comparado aos seus semelhantes. J.-J. Rousseau, O Contrato Social, 1762
  • 30. As Luzes As ruturas culturais e científicas Jean-Jacques Rousseau – vida e obra (link) - Defesa da teoria da soberania nacional e do contrato social, um acordo tácito ou explícito celebrado entre os indivíduos (naturalmente iguais e livres) e a sociedade, pelo qual se legitima a transferência de poder destes para a comunidade e desta para o governante, com a condição deste o exercer no interesse da comunidade de governados. - O contrato legitima a resistência à opressão quando os governantes não governam no interesse da comunidade.
  • 31. As Luzes As ruturas culturais e científicas Jean-Jacques Rousseau – vida e obra (link) O mais perigoso intervalo da vida humana é o que vai do nascimento aos 12 anos. Então germinam os erros e os vícios, sem que tenhamos instrumentos para os destruir; e quando o instrumento nos chega, enfim, já as raízes se aprofundaram tanto que passou a possibilidade de as arrancar. Se as crianças saltassem subitamente do mamar à idade da razão, a educação que se lhes dá poder-lhes-ias convir; mas, segundo o programa cultural, a de que precisam é precisamente a contrária! Convirá que nada se faça da sua alma até que tenha as faculdades todas. J.-J. Rousseau, Emílio, 1762
  • 32. As Luzes As ruturas culturais e científicas A primeira educação, pois, deve ser puramente negativa. Ela consiste, não em ensinar a virtude ou a verdade, mas em garantir o coração contra o vício, e o espírito contra o erro. Procedei ao avesso do que está em uso, e digo-vos eu que acertareis quase sempre. Como os pais e os mestres, usualmente, não querem de um pequeno fazer um pequeno, mas um doutor, nunca acham cedo para rabujar com o menino, corrigir, repreender, amimar, ameaçar, prometer, instruir, falar à Razão. Pois fazei muito melhor do que isso: sede vós razoável, e nunca raciocineis com o vosso educando. Não o façais, sobretudo para o forçar a aprovar o que importuna, porque trazer sempre assim a Razão para as cousas enfadonhas e desagradecidas é torná-la molesta e fastidiosa, tirando-lhe o crédito junto de uma alma incapaz ainda de a perceber. J.-J. Rousseau, Emílio, 1762
  • 33. As Luzes As ruturas culturais e científicas Jean-Jacques Rousseau – vida e obra (link) - Defesa da “teoria do bom selvagem” (crença de que todo o homem é, por condição de nascimento, naturalmente bom e que é a sociedade que o corrompe, levando à barbárie do presente. - críticas à educação teórica e livresca do seu tempo - em “Emílio”, propõe uma educação negativa, progressiva e de experimentação direta, procurando preservar a liberdade natural da criança, promover a sua liberdade moral e o gosto por aprender.
  • 34. As Luzes As ruturas culturais e científicas O desenvolvimento das ciências e das técnicas favoreceu a moleza dos costumes e a ociosidade, falseou a educação e promoveu a decadência moral
  • 35. As Luzes As ruturas culturais e científicas Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens: O progresso da civilização, baseado na propriedade privada, fez nascer a desiguldade e impôs um poder arbitrário e despótico que oprimiu a Humanidade
  • 37. Rousseau Vida Sem fortuna pessoal, com uma personalidade viva e multifacetada: músico e autor de óperas, escritor e filósofo Obra
  • 38. Rousseau Vida Sem fortuna pessoal, com uma personalidade viva e multifacetada: músico e autor de óperas, escritor e filósofo Obra Discurso sobre as Ciências O desenvolvimento das ciências e das técnicas favoreceu o ócio e promoveu a decadência moral (o “bom selvagem” foi corrompido)
  • 39. Rousseau Vida Sem fortuna pessoal, com uma personalidade viva e multifacetada: músico e autor de óperas, escritor e filósofo Obra Discurso sobre as Ciências O desenvolvimento das ciências e das técnicas favoreceu o ócio e promoveu a decadência moral (o “bom selvagem” foi corrompido) Discurso sobre as Desigualdades entre os Homens A evolução das civilizações, baseada na propriedade, favoreceu a desigualdade e o despotismo
  • 40. Rousseau Vida Sem fortuna pessoal, com uma personalidade viva e multifacetada: músico e autor de óperas, escritor e filósofo Obra Discurso sobre as Ciências O desenvolvimento das ciências e das técnicas favoreceu o ócio e promoveu a decadência moral (o “bom selvagem” foi corrompido) Discurso sobre as Desigualdades entre os Homens A evolução das civilizações, baseada na propriedade, favoreceu a desigualdade e o despotismo Contrato Social Estabelecimento de um acordo tácito entre os indivíduos e a sociedade, o que legitima a transferência destes para a comunidade e desta para o governo (princípio da soberania nacional)
  • 41. Rousseau Vida Sem fortuna pessoal, com uma personalidade viva e multifacetada: músico e autor de óperas, escritor e filósofo Obra Discurso sobre as Ciências O desenvolvimento das ciências e das técnicas favoreceu o ócio e promoveu a decadência moral (o “bom selvagem” foi corrompido) Discurso sobre as Desigualdades entre os Homens A evolução das civilizações, baseada na propriedade, favoreceu a desigualdade e o despotismo Contrato Social Estabelecimento de um acordo tácito entre os indivíduos e a sociedade, o que legitima a transferência destes para a comunidade e desta para o governo (princípio da soberania nacional) Emílio Nova pedagogia: educação progressiva e de experimentação direta
  • 42. Rousseau Vida Sem fortuna pessoal, com uma personalidade viva e multifacetada: músico e autor de óperas, escritor e filósofo Obra Discurso sobre as Ciências O desenvolvimento das ciências e das técnicas favoreceu o ócio e promoveu a decadência moral (o “bom selvagem” foi corrompido) Discurso sobre as Desigualdades entre os Homens A evolução das civilizações, baseada na propriedade, favoreceu a desigualdade e o despotismo Contrato Social Estabelecimento de um acordo tácito entre os indivíduos e a sociedade, o que legitima a transferência destes para a comunidade e desta para o governo (princípio da soberania nacional) Emílio Nova pedagogia: educação progressiva e de experimentação direta Nova Heloísa Romance com supremacia da paixão amorosa, introspecção e amor pela natureza
  • 43. Rousseau Vida Sem fortuna pessoal, com uma personalidade viva e multifacetada: músico e autor de óperas, escritor e filósofo Obra Discurso sobre as Ciências O desenvolvimento das ciências e das técnicas favoreceu o ócio e promoveu a decadência moral (o “bom selvagem” foi corrompido) Discurso sobre as Desigualdades entre os Homens A evolução das civilizações, baseada na propriedade, favoreceu a desigualdade e o despotismo Contrato Social Estabelecimento de um acordo tácito entre os indivíduos e a sociedade, o que legitima a transferência destes para a comunidade e desta para o governo (princípio da soberania nacional) Emílio Nova pedagogia: educação progressiva e de experimentação direta Nova Heloísa Romance com supremacia da paixão amorosa, introspecção e amor pela natureza Confissões Introduziu o romance autobiográfico
  • 44. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Enquadramento histórico Grave crise financeira: défice do Estado Proposta de solução: pagamento de impostos pela nobreza e pelo clero Maio de 1789: reunião da Sala do Jogo da Pela
  • 45. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Enquadramento histórico Grave crise financeira: défice do Estado Proposta de solução: pagamento de impostos pela nobreza e pelo clero Maio de 1789: reunião da Sala do Jogo da Pela Impasse: modo de votação (a nobreza recusa igualdade de voto com o Terceiro Estado)
  • 46. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão “O plano desta obra é simples. Temos três questões a pôr-nos: 1º O que é o Terceiro Estado? Tudo. 2º Que tem ele sido até ao presente na ordem política? Nada. 3º Que pretende ele? Ser alguma coisa. Ora, isto é, ao mesmo tempo, uma iniquidade odiosa para a generalidade dos cidadãos e uma traição para a coisa pública. Quem ousará dizer que o Terceiro estado não contém em si tudo o que é preciso para formar uma nação completa? Se se excluísse a ordem privilegiada, a Nãção não ficaria diminuída, mas aumentada. Assim, o que é o Terceiro Estado? Tudo. Mas um tudo livre e florescente. Nada pode caminhar sem ele, tudo caminharia infinitamente melhor sem os outros.” Abade E. Sièyes, 1789
  • 47. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 17 de junho de 1789 – representantes do Terceiro Estado na Assembleia dos Notáveis declaram-se Assembleia Nacional Constituinte.
  • 48. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 17 de junho de 1789 – representantes do Terceiro Estado na Assembleia dos Notáveis declaram-se Assembleia Nacional Constituinte. Radicalização nas ruas de Paris 14 de julho de 1789: Tomada da Bastilha
  • 49. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 26 de Agosto de 1789 A Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão
  • 50. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão “Os representantes do povo francês, constituídos em Assembleia Nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo pelos direitos do Homem são as únicas causas das infelicidades públicas e da corrupção dos governos, resolveram expor, numa declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do Homem (...). Portanto, a Assembleia Nacioanl reconhece e declara, na presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguintes direitos do Homem e do Cidadão: Artigo 1º - Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ser baseadas na utilidade comum.”
  • 51. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão “Os representantes do povo francês, constituídos em Assembleia Nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo pelos direitos do Homem são as únicas causas das infelicidades públicas e da corrupção dos governos, resolveram expor, numa declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do Homem (...). Portanto, a Assembleia Nacioanl reconhece e declara, na presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguintes direitos do Homem e do Cidadão: Artigo 1º - Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ser baseadas na utilidade comum.” Ideias-base: - a liberdade individual, um direito natural inviolável e imprescritível + - a igualdade (ideário radical e revolucionário), significando o fim da sociedade de ordens do Antigo Regime
  • 52. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão “Artigo 2º - A finalidade de qualquer associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do Homem. Esses direitos são aliberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Artigo 3º - O princípio de toda a soberania reside essencialmente na Nação. Nenhum corpo, nenhum indivíduo, pode exercer autoridade se nao dimanr expressamente dela. Artigo 4º - A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique outrem; assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem tem como limites os que asseguram aos outros membros da sociedade o usufruto desses mesmos direitos. Esses limites só podem ser determinados pela lei.”
  • 53. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão “Artigo 2º - A finalidade de qualquer associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do Homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Artigo 3º - O princípio de toda a soberania reside essencialmente na Nação. Nenhum corpo, nenhum indivíduo, pode exercer autoridade se nao dimanar expressamente dela. Artigo 4º - A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique outrem; assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem tem como limites os que asseguram aos outros membros da sociedade o usufruto desses mesmos direitos. Esses limites só podem ser determinados pela lei.” - os restantes direitos naturais: a propriedade, a segurança e a resistência à opressão -o poder reside no povo (soberania nacional) - existem limites ao exercício da liberdade
  • 54. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão “Artigo 6º - A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de participar pessoalmente, ou através dos seus representantes, na sua formação. Sendo todos os cidadãos iguais a seus olhos, têm igualmente acesso a todas as digndades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade, e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e talentos. Artigo 11º - A livre comunicação de pensamentos e opiniões é um dos direitos mais preciosos do Homem; portanto, todo o homem deve poder falar, escrever, imprimir livremente, salvo em casos de abuso dessa liberdade. Artigo 13º - Para manter a frça pública e para as despesas da Administração, é indisepnsável uma contribuição comum; deve ser repartida igualemente por todos os cidadãos, na razão das suas capacidades.”
  • 55. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão “Artigo 6º - A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de participar pessoalmente, ou através dos seus representantes, na sua formação. Sendo todos os cidadãos iguais a seus olhos, têm igualmente acesso a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade, e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e talentos. Artigo 11º - A livre comunicação de pensamentos e opiniões é um dos direitos mais preciosos do Homem; portanto, todo o homem deve poder falar, escrever, imprimir livremente, salvo em casos de abuso dessa liberdade. Artigo 13º - Para manter a força pública e para as despesas da Administração, é indispensável uma contribuição comum; deve ser repartida igualmente por todos os cidadãos, na razão das suas capacidades.” - a lei é a expressão da vontade geral - defesa da liberdade de expressão - pagamento de impostos por todos
  • 56. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão A Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão - documento revolucionário - determinação de postulados universais que partiam de um novo conceito de Homem e de Cidadão
  • 57. Nova civilidade Século XVII - Festas religiosas Século XVIII - Bailes galantes Revolução Francesa – Festas Cívicas Comemorar feitos revolucionários Exaltar os novos heróis nacionais Desenvolvimento do sentido cívico do cidadão francês
  • 58. Nova civilidade A Festa da Federação, 14 Julho 1790
  • 59. Grandes transformações no século XVIII Século XVII Século XVIII Regime político Absolutism o - direitos inalienáveis - divisão tripartida dos poderes - Contrato social - soberania nacional - nova ideologia política: o Liberalismo Sociedade Sociedade de ordens Críticas ao absolutismo - Igualdade perante a lei Críticas à sociedade - fim dos privilégios de ordens - ascensão política da burguesia - habitantes considerados como cidadãos
  • 60. Grandes transformações no século XVIII Século XVII Século XVIII Educação Teórica e livresca - educação negativa, progressiva e de experimentação direta - respeito pela liberdade natural da criança - promoção do gosto por aprender. Civilidade Defesa das virtudes sociais - substituição das festas religiosas pelas festas cívicas de forma a exaltar as vitórias e os heróis nacionais
  • 61. FIM