1.
O Movimento Arts and Crafts
O Movimento Arts and Crafts nasce em Inglaterra c. de 1860, como
reação contra a influência da industrialização na arte, tentando que
existisse uma separação total entre elas e que a criação artística e a
execução técnica permanecessem ligadas
Teve como mentores John Ruskin (1819-1900) e William Morris (18341896), que lutaram por uma arte pura, assente na criação e na conceção
individual, na originalidade e no bom gosto, e cujos princípios gerais
deveriam ser aplicados a todas as modalidades artísticas, ou seja, sem
distinção entre artes maiores e artes menores, já que todas eram
merecedoras de igual qualidade plástica.
Para que isto acontecesse os artistas deveriam rejeitar os processos
industriais e os seus materiais, regressando ao processo criativo da Idade
Média, ao uso de materiais naturais e ao fabrico de peças únicas e
originais, pelo método artesanal, seguindo o exemplo do folclore e
tradições populares de cada país.
Foi sob a influência destas ideias que se nortearam a Arte Nova e o
Design…
2.
Tempo: 1880-1910 - Bélle Époque
Período em que as sociedades europeias viveram uma época mais feliz:
paz, estabilidade política, progresso técnico e económico.
Abrangeu diferentes escolas regionais e diferentes
designações:
•
•
•
•
•
•
Modern Style (Inglaterra)
Art Nouveau (França e Bélgica)
Jugendstile (Alemanha)
Sezession (Áustria)
Liberty e Floreale (Itália)
Modernismo (Espanha)
3.
Princípios comuns
1. Inovação formal:
Recorreu à originalidade e criatividade e rejeitou os estilos académicos,
históricos e revivalistas da sua época. As novas formas inspiraram-se na
Natureza e no Homem, com preferência para os movimentos sinuosos e
encadeados para marcar a expressividade, através de linhas e formas
estilizadas, sintetizadas e geometrizadas.
2. Adesão ao progresso:
Seguiu o progresso do seu tempo através do recurso às novas técnicas
e materiais que usava quer na estrutura, quer na decoração, sem
disfarces, aliando a sua resistência e eficácia, à sua maleabilidade e sentido
plástico.
3. Adoção de uma nova estética:
Expressa através da linha sinuosa, elástica e flexível, estilizada ou
geometrizada, na procura do movimento, do ritmo, da expressão e do
simbolismo poético, que apelava à fantasia e sensibilidade estética do
espectador.
4.
Influências:
• Movimento Arts and Crafts;
• Gótico flamejante (linhas sinuosas);
• Rococó (naturalismo e requinte decorativo);
• Pinturas japonesas (desenho gráfico,
bidimensionalidade, naturalismo e decorativismo);
• Folclore tradicional inglês, de inspiração celta.
5.
Arquitetura
A Arte Nova implantou o primeiro estilo verdadeiramente inovador do século XIX,
rompendo com as tradições historicistas e ecléticas da arquitetura académica,
conseguindo conjugar as inovações técnicas e construtivas da engenharia do seu
tempo com as elevadas exigências formais e estéticas dos arquitetos,
desenvolvendo-se a vários níveis:
Nível técnico: adotou os sistemas, as técnicas e os materiais próprios da
engenharia – como o ferro, o vidro, o aço, o betão e o betão armado – utilizandoos como materiais estruturais e de acabamento, e tirando partido deles pelas
suas capacidades expressivas e maleabilidade.
Nível formal: partiu de plantas livres, distribuindo as dependências de uma forma
funcional e favoreceu os volumes irregulares e assimétricos, as superfícies
sinuosas e movimentadas, com fachadas onde o vidro ganhava maior superfície.
6.
Arquitetura
Nível estético: preocupou-se excessivamente com a ornamentação, no
exterior e no interior, não a conseguindo dissociar da arquitetura, sendo
exagerado na quantidade; volumétrico ou bidimensional, estilizado ou
geometrizado no desenho; sinuoso, movimentado e expressivo na linguagem
plástica; imaginativo, naturalista, orgânico, simbólico e poético nas temáticas,
com a intenção de criar ambientes elegantes e refinados onde nenhum
pormenor era descuidado.
Orientados pelo princípio da “unidade das artes”, os arquitetos da Arte Nova
foram simultaneamente artesãos-designers que criaram, para além de edifícios,
móveis, louças, papéis de parede e outros objetos de decoração. A importância e
o peso da decoração não impediram que esta se aliasse à função do edifício e
fizesse parte da sua estrutura.
Estas características gerais foram utilizadas em várias tipologias urbanas –
prédios, moradias, hotéis, bancos, lojas, edifícios públicos e administrativos,
teatros, museus, igrejas, gares, etc., tendo várias particularidades dependendo
do seu país de origem.
7.
Arquitetura
Duas tendências
1. A que aplica os novos materiais e os sistemas construtivos modernos,
colocando uma maior preocupação na estética ornamental, floral,
curvilínea e naturalista;
2. A que seguiu a vertente mais racionalista, mais estrutural,
geométrica e funcionalista, sem deixar o ornamento, mas tratando-o
de uma forma mais contida.
8.
Arquitetura
Artistas principais e países…
BÉLGICA
• Victor Horta
• Henry van de Velde
FRANÇA
• Castel Béranger
ESPANHA
• Luís Domenech i Montaner
• Antoní Gaudí
ESCÓCIA
• Charles Rennie Mackintosh
ÁUSTRIA
• J. Maria Ölbrich
• Joseph Hoffmann
EUA
•
•
William LeBaron
Frank Lloyd Wright
9.
A Arte Nova surgiu tardiamente em Portugal, influenciada pelos modelos europeus,
nomeadamente o francês, e deu-se durante muito pouco tempo (1905-1920).
Onde foi aplicada:
• prédios da burguesia urbana
• em alguns edifícios espalhados pelas ruas das principais
cidades
• palacetes
• pequenos espaços comerciais (padarias, leitarias, quiosques,
cafés, restaurantes, lojas de moda, joalharias, mercearias, etc.)
• átrios de teatros
• etc.
Integrou-se na arquitetura tradicional, não teve volumetrias nem traçados próprios,
mas inovou nos materiais, nas técnicas e no sentido decorativo.
10.
Como foi aplicada:
• em portões
• gradeamentos de varandas, de janelas e escadarias
• na escultura decorativa feita em cantaria ou em cimento
• molduras de portas e janelas
• mísulas
• florões
• relevos
• etc.
A Arte Nova em Portugal não foi apenas aplicada na arquitetura mas também na
pintura, na cerâmica, trabalhos gráficos, azulejaria e ourivesaria.
11.
Alguns exemplos de Arte Nova em Portugal…
Fachada de prédio estilo Arte Nova
em Aveiro
Portão Arte Nova – Vila Real de Santo António
12.
Alguns exemplos de Arte Nova em Portugal…
Casa estilo Arte Nova em Aveiro
13.
Alguns exemplos de Arte Nova em Portugal…
Casa Arte Nova, Rua da Galeria de Paris no Porto
14.
Alguns exemplos de Arte Nova em Portugal…
Animatógrafo do Rossio, Lisboa
15.
Alguns exemplos de Arte Nova em Portugal…
Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves em Lisboa
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