O documento fornece um contexto histórico do período entre 1712-1814 na Europa, conhecido como Era do Salão. Aborda o surgimento dos salões como espaços de sociabilidade na nobreza após a morte de Luís XIV, e como veículo de difusão das ideias iluministas de liberdade, razão e progresso. Também discute brevemente o estilo artístico Rococó e os princípios da Revolução Francesa e Declaração dos Direitos do Homem.
3. • Tempo: de 1712 a 1814 (da morte de Luís XIV a Waterloo).
• Acontecimentos políticos, económicos e culturais relevantes:
• Do Parlamentarismo Inglês à Revolução Francesa de 1789;
• Do Mercantilismo ao Fisiocratismo e à Revolução Industrial;
• Da Revolução Científica do Século XVII à Filosofia das Luzes ou
Iluminismo.
situação cronológica e histórica
4. • Iniciado em Inglaterra com a Revolução Parlamentar:
• Instituiu a monarquia parlamentar assente na lei e na divisão de poderes.
• Afirmou o parlamentarismo.
• Legitimou o poder régio como um pacto entre a nação e o soberano.
• O movimento liberal expande-se primeiro para a América e depois França. Este
movimento provoca uma série de revoluções em cadeia a que Portugal também
não foge.
Espaço
5. • Após a morte de Luís XIV, sucedeu-lhe o seu neto, Luís XV, com apenas 5 anos,
pelo que, até à sua maioridade, se verificam as regências do Duque de Orleães e
Duque de Bourbon.
• Sem rei, as cerimónias e os rituais na corte tornam-se monótonas e perdem
fascínio. Como consequência, a nobreza passa mais tempo nos seus palácios,
onde investe no conforto dos seus palácios.
Local: o salão, o novo espaço de conforto, intimidade e sociabilidade
6. • A decoração torna-se requintada, elegante, luxuosa e exuberante. O ambiente
torna-se alegre, otimista e despreocupado.
• Nas casas nobres, o salão é a dependência nobre, grande e ricamente decorada e
mobilada. É o centro da vida social: o local de reunião familiar; onde se recebem
as visitas; onde se fazem os banquetes, bailes e tertúlias (colaboram aqui os
músicos, cantores de ópera, escritores, filósofos e cientistas).
O salão, o novo espaço de conforto, intimidade e sociabilidade
7. • Nestas festas, defendia-se a civilidade, as boas maneiras, a galanteria e as virtudes
sociais: Ser educado, galante, vestir bem, falar rebuscado, usar gestos delicados,
cheios de floreados e gentilezas.
O salão, o novo espaço de conforto, intimidade e sociabilidade
9. • Liberdade de pensamento
• Tolerância
• Primado da Razão
• Crença no Progresso
• Crítica à Religião
• Procura da Felicidade
O Iluminismo e as luzes: princípios fundamentais
10. • Enciclopédia
• Jornais
• Academias
• Bibliotecas e Livrarias
• Cafés
• Salões
• Maçonaria
O Iluminismo e as luzes: meios de difusão
11. • Acentua-se o processo de valorização do indivíduo.
• Acredita-se na felicidade do homem, pelo contacto com a Natureza e
conquistada pela razão.
• Rousseau defende a Educação Natural.
• A razão, “conhecimento das verdades úteis à felicidade”, é vista como
gerador de progresso.
• Para Locke, a educação não se deve ficar apenas pela cultura. Ao
erudito, prefere-se o virtuoso. O homem deve partir da sua própria
condição social, para julgar e criticar os costumes do seu mundo e
assim fazer prevalecer as exigências da razão.
O Iluminismo e as luzes: a educação
12. O Iluminismo e as luzes: a educação
• Para ver a importância da educação reconhecida pela sociedade do seu tempo,
os iluministas:
- Impulsionaram a ideia de que esta era fator de progresso;
- Procuraram facilitar o acesso de todos (incluindo mulheres) à educação;
- Promoveram o alargamento das rede de escolas públicas;
- Fomentaram a construção de Museus, Jardins Botânicos…
- Defenderam a reforma do ensino (novos currículos e novos métodos, que
incentivassem ao conhecimento e ao saber).
- Seguindo as ideias de Rousseau, foi dado um papel fundamental aos pais
na educação dos filhos.
13. O Iluminismo e as luzes
• Rousseau defende o regresso à Natureza e ao homem puro, antes da civilização o
corromper.
• Condorcet acredita que a educação porá fim à servidão.
• O Século das luzes quer pôr fim às trevas da ignorância, uma vez que
apenas o saber pode conduzir ao progresso e à felicidade.
14. O Iluminismo e as luzes: meios de difusão
• Conscientes de que as suas ideias podiam conduzir a conflitos sociais e
políticos, os iluministas aceitaram soluções moderadas:
• A desigualdade social é fruto do aproveitamento de cada um das suas
capacidades pessoais;
• É aceite o absolutismo monárquico, desde que auxiliado pelos filósofos
(Despotismo Esclarecido).
• Defenderam ainda ideias que conduziram à abolição da escravatura e à
inviolabilidade da propriedade privada.
15. O Iluminismo e as luzes: soberania popular
• O Homem possui direitos inalienáveis e intransmissíveis: os Direitos Naturais
(liberdade, igualdade…) – Voltaire.
• O povo é detentor da sua própria soberania, que delega nos seus
representantes, por ele escolhidos.
• O governante exerce o poder tendo por base o interesse dos governados.
• Rousseau defende o Contrato Social (quando o governante não exerce o
governo a bem do seu povo, pode ser destituído das suas funções).
16. O Iluminismo e as luzes: separação de poderes
• O Espírito das Leis, obra de Montesquieu, desenvolve a teoria da separação de
poderes de Locke. Para ele, a lei é a relação necessária que deriva da natureza
das coisas. Para que não se possa abusar do poder, a liberdade tem que surgir
associada às leis e os poderes terão que ser divididos.
17. O Iluminismo e as luzes: o Deísmo
• A crença na natureza iniciou uma religião segundo a qual o bem se
identificava com o prazer e o mal com a dor:
• Deus existe, atua e é justo.
• Se Deus é comum a todas as religiões, a intolerância e o fanatismo
religioso são irracionais.
• Se a religião pressupõe a existência de um ser superior, que tudo criou
com base em leis imutáveis, o culto é desnecessário.
• A atitude do homem afasta-se cada vez mais da influência da Igreja.
• Os valores morais apoiam-se agora nas virtudes cívicas (o bem ao
próximo que deve orientar a conduta moral do Homem).
• Exalta-se a IGUALDADE, FRATERNIDADE, LIBERDADE e
FELICIDADE individuais.
18. A Revolução Francesa e a Declaração
Universal dos Direitos do Homem e do
Cidadão
19. As causas da Revolução Francesa
• Sociais: sociedade de ordens contestada pelo
iluminismo, revolta da burguesia e instabilidade
social;
• Económicas: maus anos agrícolas, quebra no
comércio colonial, falência industrial, deficit
financeiro e caos fiscal;
• Políticas: persistência do absolutismo.
• A burguesia revoltou-se, gerando revoltas e
tumultos (jacqueries) contra a cobrança dos
direitos e taxas feudais.
• À revolta burguesa somou-se uma enorme
revolta popular.
20. A Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão
• Surge na sequência do movimento revolucionário que se iniciou na Tomada da
Bastilha no dia 14 de Julho de 1789 em Paris, tendo-se seguido uma série de
medidas legislativas no sentido de terminar com o Antigo Regime.
• Promulgada a 26 de Agosto de 1789, inspirou-se nos princípios Iluministas e na
Declaração dos Direitos dos estados americanos:
• Liberdade individual – “todos os homens nascem e permanecem livres”;
• Garantia dos outros direitos naturais:
• Propriedade;
• Segurança
• Soberania da Nação: o rei era apenas um mandatário
do povo;
• Divisão tripartida dos poderes.
• Igualdade: perante a lei, o imposto ou a administração.
22. • Surge sensivelmente entre 1720 e 1760, ligado a um estilo mais alegre, frívolo.
• É o período em que a Arte reflecte os valores de uma sociedade fútil, que procura
nas obras de arte, algo que lhes dê prazer e as faça esquecer os problemas reais.
• O Rococó Francês, também chamado “Estilo Regência” é uma arte requintada,
convencional e aristocrática. Expressa sentimentos agradáveis e uma execução
perfeita da técnica que pretende comemorar a alegria de viver.
• As manifestações do rococó dão-se principalmente na decoração dos espaços
interiores. Os salões e as salas apresentam forma oval e as paredes estão cobertas
por pinturas de cores suaves e claras. As paredes estão ainda decoradas com
espelhos e ornamentos florais feitos em estuque.
• O nome advém do termo Rocaille (decoração de interiores onde predominam
elementos naturalistas – os grotescos – e se destaca a concha de vieira).
23. • Surge como uma revolta contra as regras seiscentistas.
• Com a morte de Luís XIV, a corte afasta-se da vida palaciana e refugia-se nas
suas casas de campo.
• Insere-se no novo espírito de liberdade cortesã, já sem vínculo a Versalhes.
• Procura-se o expressivo e puramente visual, exaltando-se assim o prazer dos
sentidos.
• À arte é retirada toda a função política e religiosa, deixando de ter como objetivo
a transmissão do poder absoluto do rei ou a doutrina católica como forma de
impor a autoridade das duas instituições.
24. • Esteticamente está marcada pelo espírito do Iluminismo:
• gosto pela liberdade;
• Tolerante, mas individualista;
• Sentido irreverente;
• Arte intimista, elegante, caprichosa, evasiva e requintada;
• Efeitos fantasiosos, expressivos, grotescos e
inquietantes, que lhe dão um ar artificial;
• Ornamentos vegetalistas, minerais e animais;
• Arte secular de decoração interior. Salientam-se
os mobiliários, a cerâmica, tapeçaria e ourivesaria.
Características gerais
26. • Exotismo e alegria misturada com graciosidade e frivolidade decadente da
aristocracia;
• Sequências espaciais modeladas pela luminosidade – obscuridade;
• Escadarias dinâmicas;
• Paredes pintadas com estuques ornamentais;
• Candelabros, relógios de sala, mobiliário com embutidos, cortinados exuberantes,
tecidos e tapetes exóticos compõem os interiores;
• Uso e abuso de artes aplicadas e porcelana.
Características gerais