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Escola Superior de Saúde 26-10-2016
Joana Salgueiro 10160317 OT2
O que são ocupações?
Segundo a Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais (2016), ocupação
é tudo aquilo que um indivíduo concretiza com o propósito de cuidar de si mesmo
(autocuidados), usufruir da vida (lazer) ou contribuir para o progresso da comunidade em
que se insere (produtividade).
As ocupações são essenciais “para a identidade e para o senso de competência do
cliente”, apresentando um significado individual e importância para este. (OATA,2008).
Estas ocupações podem ser simples, como por exemplo, alimentar-se ou vestir-se, ou
mais complexas, como conduzir um carro (APTO, 2016) e influenciam a forma como os
clientes gastam o tempo a tomar decisões. (OATA,2008)
A terapia ocupacional emprega o termo ocupação com a finalidade de “captar a
dimensão e o significado da atividade do cotidiano”. A terapia ocupacional fundamenta-
se na compreensão de que a vida quotidiana é estruturada pelo envolvimento em
ocupações, que contribui para a saúde e para o bem-estar. O envolvimento na ocupação,
como origem da intervenção da terapia ocupacional envolve os aspetos do desempenho –
objetivos e subjetivos (OATA,2008)
Na literatura encontram-se várias definições de ocupação, que contribuem para a
compreensão deste conceito, tais como:
“Ações direcionadas a um objetivo que se estendem tipicamente ao longo do tempo
possuindo um significado para o desempenho, e que envolvem múltiplas tarefas”
(CHRISTIANSEN et al, 2005, p. 548).
“Atividades diárias que refletem valores culturais, provêm estrutura de vida e significado
para os indivíduos; tais atividades suprem as necessidades humanas de autocuidado,
prazer e participação na sociedade”(CREPEAU et al, 2003, p. 1031).
“[Trata-se de] uma relação dinâmica entre uma forma ocupacional, uma pessoa com uma
estrutura única de desenvolvimento, significados subjetivos e objetivos, e o desempenho
ocupacional resultante”(NELSON e JEPSON-THOMAS, 2003, p. 90).
As ocupações são frequentemente partilhadas, sendo que aquelas que envolvem,
indirectamente, mais que um indivíduo podem ser designadas de co-ocupações (ZEMKE
e CLARK, 1996). Por exemplo, cuidar é uma co-ocupação que requer participação ativa
tanto da parte de quem cuida (cuidador) como de quem recebe o cuidado. (OATA,2008)
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O que são atividades?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004), as atividades são a
concretização de ações ou tarefas por uma pessoa. As atividades podem também ser
interpretadas como um conjunto de ações humanas que apresentam um objetivo.
(OATA,2008)
Entre elas distinguem-se as:
- Atividades de Vida Diária (AVDs), dirigidas para o ato de cuidar de próprio corpo
(ROGERS e HOLM, 1994, pp. 182-202). São essenciais pois permitem a sobrevivência
básica e o bem-estar (CHRISTIANSEN e HAMMECKER, 2001, p. 156)
- Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs), que auxiliam a vida diária, tanto em
casa como na comunidade e que, muitas vezes, exigem interações mais complexas que as
de autocuidados. (OATO,2008)
Ocupações e atividades
Por vezes, os termos ocupação e atividade são utilizados, por profissionais de
terapia ocupacional, como permutáveis e equivalentes, para descrever a participação em
ocupações da vida diária. Contudo, alguns autores, sugerem que estes dois termos,
ocupação e atividade, são diferentes, (CHRISTIANSEN e TOWNSEND, 2004); sendo
que, “na estrutura, a ocupação engloba as atividades”. (OATA,2008)
Contexto, ambiente e cultura
O envolvimento na ocupação, por parte de um cliente, ocorre num determinado
ambiente físico e social, estando, por isso, dentro de um contexto. Segundo OATA(2008),
estes dois termos realçam a importância de considerar a imensa quantidade e variedade
de condições, que se relacionam e que influenciam o desempenho ocupacional de um
indivíduo.
O ambiente é a combinação de ambientes físicos externos e sociais que rodeiam
o cliente e nos quais acontecem as suas ocupações diárias. (OATA,2008)
- Ambiente físico - ambiente natural ou construído e objetos.
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- Ambiente social - constituído pela presença, relações e expectativas de pessoas
(ou grupos ou organizações) com quem o cliente convivia.
Contexto é o conjunto diversificado de condições que se interrelacionam, no e em
torno do cliente e que exercem forte influência no desempenho. (OATA,2008)
Quais são os contextos em que se realizam as ocupações/tarefas?
- Cultural – que inclui expectativas da sociedade em que o cliente se insere,
crenças, costumes, padrões de atividades e comportamentos
- Pessoal – composto pelas características demográficas (género, idade, estatuto
social, habilitações literárias, entre outros)
- Temporal – que inclui estádios da vida, frequência e ritmo da atividade, data
- Virtual – constituído pelas interações simuladas e situações que não pertencem
ao contexto físico. (OATA,2008)
Será que os contextos influenciam as ocupações/atividades?
Os contextos e ambientes atingem a acessibilidade a ocupações, influenciando
assim o desempenho, tanto na sua qualidade como na posterior satisfação. Deste modo,
um cliente que tem dificuldade em desempenhar as suas ocupações num determinado
contexto ou ambiente pode obter um melhor desempenho através da alteração do
contexto. Cada contexto, dentro do qual ocorre o envolvimento na ocupação é distinto
para cada cliente, é irrepetível. (OATA,2008)
O que distingue uma ocupação da outra? (porque é que para uma pessoa é
uma coisa e para outra é outra)
Em terapia ocupacional são considerados diferentes tipos de ocupação. Esta grande
diversidade de ocupações, nas quais os indivíduos se podem envolver, é classificada em
categorias, designadas áreas de ocupação, nomeadamente as atividades de vida diária
(AVD’s), atividades instrumentais de vida diária, descanso e sono, trabalho, educação,
lazer, brincar e participação social.
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As desigualdades na forma como os clientes consideram as ocupações, evidenciam “a
complexidade e multidimensionalidade” das ocupações
É segundo a perspetiva de cada cliente que a ocupação é caracterizada. Sendo assim, essa
caracterização pode variar, pois depende da necessidade e interesse do indivíduo.
Exemplo: “Uma pessoa pode considerar o lavar a roupa como trabalho, enquanto outra
como atividade instrumental de vida diária (AVDI).”
A prioridade atribuída, pelos clientes, ao envolvimento nas áreas de ocupação, pode
também variar em distintos momentos. (OATA,2008)
O que são hábitos?
Hábitos são tendências que cada indivíduo adquire de forma a responder e a
efetuar ações de uma forma consistente, em situações e ambiente familiar;
comportamentos específicos e automáticos realizados repetidamente, de forma
automática, involuntária e com poucas modificações (Boyt Schell et al. 2014A, p. 1234).
Os hábitos tanto podem ser úteis e dominantes ou não, e podem facilitar ou interferir no
desempenho das áreas de ocupação (Dunn, 2000).
O que são rotinas?
As rotinas são padrões de comportamento observáveis, regulares e que se repetem,
que fornecem a estrutura da vida diária. Tanto podem ser satisfatórios, promocionais ou
prejudiciais. (OATA,2008)
As rotinas requerem compromisso, instantâneo, de tempo e estão enquadradas
dentro de um determinado contexto cultural e ecológico (Fiese, 2007; Segal, 2004).
O que são papéis?
São conjuntos de comportamentos previstos por uma sociedade e ajustados pela
cultura e contexto. Os papéis podem, também, ser considerados e definidos pelo cliente.
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Tanto podem fornecer orientações como podem ser utilizados para identificar as
atividades em se relacionam com determinadas ocupações com que o cliente se envolve.
A terapia ocupacional preocupa-se com a forma como os clientes produzem as
suas ocupações para obedecer aos seus papéis e à identidade percebida, e se os seus papéis
fortificam os valores e crenças do cliente. (OATA,2008)
Os hábitos e rotinas, juntamente com as funções, papéis e rituais formam os padrões de
desempenho, empregues no envolvimento em ocupações/atividades. Estes padrões
podem ser tanto barreiras, obstáculos ao desempenho ocupacional, como facilitadores do
desempenho ocupacional. (OATA,2008)
O que é o desempenho ocupacional?
O desempenho ocupacional é o ato de realização de uma ação, atividade ou
ocupação (Fisher, 2009; Fisher & Griswold, 2014; Kielhofner, 2008) que “resulta da
transação dinâmica entre o cliente, o contexto e ambiente e a atividade/ocupação”,
provendo e capacitando as habilidades e padrões de desempenho que conduzem ao
envolvimento em atividades (Law et al., 1996, p. 16).
O que é uma capacidade?
Uma capacidade é a aptidão de um indivíduo para executar uma tarefa ou uma
ação. (OATA,2008; OMS,2004)
O que é uma competência?
Uma competência passa pelo desenvolvimento das capacidades básicas e
complexas necessárias para a execução de ações/tarefas para que, ao adquiri-la, os
indivíduos consigam iniciar e concluir a sua concretização. (OMS,2004)
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Referências bibliográficas:
AOTA(2008). Estrutura da Prática da Terapia Ocupacional: Domínio e Processo
(Andrade, V.S,,Carleto,D.G.S.; Cruz,D.M.C., Silva,A.C.A.S.M, 2ª ed.)
Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais (2016, 19 de janeiro). Perfil do
Terapeuta Ocupacional. retirado de http://www.ap-to.pt/index.php/apto/documentos
CHRISTIANSEN, C. H., & HAMMECKER, C. L. Self care. In B. R. BONDER & M. B.
WAGNER (Eds.), Functional performance in older adults Philadelphia: F. A. Davis.
2001. p. 155–175.
CHRISTIANSEN, C. H., & TOWNSEND, E. A. (Eds.). Introduction to occupation: The
art and science of living. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall. 2004
CHRISTIANSEN, C., BAUM, M. C., & BASS-HAUGEN, J. (Eds.). Occupational
therapy: Performance, participation, and well-being. Thorofare, NJ: Slack. 2005.
CREPEAU, E., COHN, E., & SCHELL, B. (Eds.). Willard and Spackman’s occupational
therapy. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins. 2003.
DUNN, W. Best practice in occupational therapy in community service with children
and families. Thorofare, NJ: Slack. 2000a.
FIESE, B. H., TOMCHO, T. J., DOUGLAS, M., JOSEPHS, K., POLTROCK, S., &
BAKER, T. A review of 50 years of research on naturally occurring family routines and
rituals: Cause for celebration? Journal of Family Psychology, 16, 2002. p. 381– 390.
LAW, M., COOPER, B., STRONG, S., STEWART, D., RIGBY, P., & LETTS, L.
Person–environment–occupation model: A transactive approach to occupational
performance. Canadian Journal of Occupational Therapy, 63, 1996. p.9–23.
NELSON, D., & JEPSON-THOMAS, J. Occupational form, occupational performance,
and a conceptual framework for therapeutic occupation. In P. KRAMER, J. HINOJOSA,
& C. BRASIC ROYEEN (Eds.), Perspectives in human occupation: Participation in life
Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2003. p. 87–155.
Organização Mundial de Saúde (2004). Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde
Escola Superior de Saúde 26-10-2016
Joana Salgueiro 10160317 OT2
SEGAL, R.. Family routines and rituals: A context for occupational therapy interventions.
American Journal of Occupational Therapy, 58, 2004. p. 499–508.
ZEMKE R., & CLARK, F. Occupational science: An evolving discipline. Philadelphia:
F. A. Davis, 1996.

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  • 1. Escola Superior de Saúde 26-10-2016 Joana Salgueiro 10160317 OT2 O que são ocupações? Segundo a Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais (2016), ocupação é tudo aquilo que um indivíduo concretiza com o propósito de cuidar de si mesmo (autocuidados), usufruir da vida (lazer) ou contribuir para o progresso da comunidade em que se insere (produtividade). As ocupações são essenciais “para a identidade e para o senso de competência do cliente”, apresentando um significado individual e importância para este. (OATA,2008). Estas ocupações podem ser simples, como por exemplo, alimentar-se ou vestir-se, ou mais complexas, como conduzir um carro (APTO, 2016) e influenciam a forma como os clientes gastam o tempo a tomar decisões. (OATA,2008) A terapia ocupacional emprega o termo ocupação com a finalidade de “captar a dimensão e o significado da atividade do cotidiano”. A terapia ocupacional fundamenta- se na compreensão de que a vida quotidiana é estruturada pelo envolvimento em ocupações, que contribui para a saúde e para o bem-estar. O envolvimento na ocupação, como origem da intervenção da terapia ocupacional envolve os aspetos do desempenho – objetivos e subjetivos (OATA,2008) Na literatura encontram-se várias definições de ocupação, que contribuem para a compreensão deste conceito, tais como: “Ações direcionadas a um objetivo que se estendem tipicamente ao longo do tempo possuindo um significado para o desempenho, e que envolvem múltiplas tarefas” (CHRISTIANSEN et al, 2005, p. 548). “Atividades diárias que refletem valores culturais, provêm estrutura de vida e significado para os indivíduos; tais atividades suprem as necessidades humanas de autocuidado, prazer e participação na sociedade”(CREPEAU et al, 2003, p. 1031). “[Trata-se de] uma relação dinâmica entre uma forma ocupacional, uma pessoa com uma estrutura única de desenvolvimento, significados subjetivos e objetivos, e o desempenho ocupacional resultante”(NELSON e JEPSON-THOMAS, 2003, p. 90). As ocupações são frequentemente partilhadas, sendo que aquelas que envolvem, indirectamente, mais que um indivíduo podem ser designadas de co-ocupações (ZEMKE e CLARK, 1996). Por exemplo, cuidar é uma co-ocupação que requer participação ativa tanto da parte de quem cuida (cuidador) como de quem recebe o cuidado. (OATA,2008)
  • 2. Escola Superior de Saúde 26-10-2016 Joana Salgueiro 10160317 OT2 O que são atividades? Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004), as atividades são a concretização de ações ou tarefas por uma pessoa. As atividades podem também ser interpretadas como um conjunto de ações humanas que apresentam um objetivo. (OATA,2008) Entre elas distinguem-se as: - Atividades de Vida Diária (AVDs), dirigidas para o ato de cuidar de próprio corpo (ROGERS e HOLM, 1994, pp. 182-202). São essenciais pois permitem a sobrevivência básica e o bem-estar (CHRISTIANSEN e HAMMECKER, 2001, p. 156) - Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs), que auxiliam a vida diária, tanto em casa como na comunidade e que, muitas vezes, exigem interações mais complexas que as de autocuidados. (OATO,2008) Ocupações e atividades Por vezes, os termos ocupação e atividade são utilizados, por profissionais de terapia ocupacional, como permutáveis e equivalentes, para descrever a participação em ocupações da vida diária. Contudo, alguns autores, sugerem que estes dois termos, ocupação e atividade, são diferentes, (CHRISTIANSEN e TOWNSEND, 2004); sendo que, “na estrutura, a ocupação engloba as atividades”. (OATA,2008) Contexto, ambiente e cultura O envolvimento na ocupação, por parte de um cliente, ocorre num determinado ambiente físico e social, estando, por isso, dentro de um contexto. Segundo OATA(2008), estes dois termos realçam a importância de considerar a imensa quantidade e variedade de condições, que se relacionam e que influenciam o desempenho ocupacional de um indivíduo. O ambiente é a combinação de ambientes físicos externos e sociais que rodeiam o cliente e nos quais acontecem as suas ocupações diárias. (OATA,2008) - Ambiente físico - ambiente natural ou construído e objetos.
  • 3. Escola Superior de Saúde 26-10-2016 Joana Salgueiro 10160317 OT2 - Ambiente social - constituído pela presença, relações e expectativas de pessoas (ou grupos ou organizações) com quem o cliente convivia. Contexto é o conjunto diversificado de condições que se interrelacionam, no e em torno do cliente e que exercem forte influência no desempenho. (OATA,2008) Quais são os contextos em que se realizam as ocupações/tarefas? - Cultural – que inclui expectativas da sociedade em que o cliente se insere, crenças, costumes, padrões de atividades e comportamentos - Pessoal – composto pelas características demográficas (género, idade, estatuto social, habilitações literárias, entre outros) - Temporal – que inclui estádios da vida, frequência e ritmo da atividade, data - Virtual – constituído pelas interações simuladas e situações que não pertencem ao contexto físico. (OATA,2008) Será que os contextos influenciam as ocupações/atividades? Os contextos e ambientes atingem a acessibilidade a ocupações, influenciando assim o desempenho, tanto na sua qualidade como na posterior satisfação. Deste modo, um cliente que tem dificuldade em desempenhar as suas ocupações num determinado contexto ou ambiente pode obter um melhor desempenho através da alteração do contexto. Cada contexto, dentro do qual ocorre o envolvimento na ocupação é distinto para cada cliente, é irrepetível. (OATA,2008) O que distingue uma ocupação da outra? (porque é que para uma pessoa é uma coisa e para outra é outra) Em terapia ocupacional são considerados diferentes tipos de ocupação. Esta grande diversidade de ocupações, nas quais os indivíduos se podem envolver, é classificada em categorias, designadas áreas de ocupação, nomeadamente as atividades de vida diária (AVD’s), atividades instrumentais de vida diária, descanso e sono, trabalho, educação, lazer, brincar e participação social.
  • 4. Escola Superior de Saúde 26-10-2016 Joana Salgueiro 10160317 OT2 As desigualdades na forma como os clientes consideram as ocupações, evidenciam “a complexidade e multidimensionalidade” das ocupações É segundo a perspetiva de cada cliente que a ocupação é caracterizada. Sendo assim, essa caracterização pode variar, pois depende da necessidade e interesse do indivíduo. Exemplo: “Uma pessoa pode considerar o lavar a roupa como trabalho, enquanto outra como atividade instrumental de vida diária (AVDI).” A prioridade atribuída, pelos clientes, ao envolvimento nas áreas de ocupação, pode também variar em distintos momentos. (OATA,2008) O que são hábitos? Hábitos são tendências que cada indivíduo adquire de forma a responder e a efetuar ações de uma forma consistente, em situações e ambiente familiar; comportamentos específicos e automáticos realizados repetidamente, de forma automática, involuntária e com poucas modificações (Boyt Schell et al. 2014A, p. 1234). Os hábitos tanto podem ser úteis e dominantes ou não, e podem facilitar ou interferir no desempenho das áreas de ocupação (Dunn, 2000). O que são rotinas? As rotinas são padrões de comportamento observáveis, regulares e que se repetem, que fornecem a estrutura da vida diária. Tanto podem ser satisfatórios, promocionais ou prejudiciais. (OATA,2008) As rotinas requerem compromisso, instantâneo, de tempo e estão enquadradas dentro de um determinado contexto cultural e ecológico (Fiese, 2007; Segal, 2004). O que são papéis? São conjuntos de comportamentos previstos por uma sociedade e ajustados pela cultura e contexto. Os papéis podem, também, ser considerados e definidos pelo cliente.
  • 5. Escola Superior de Saúde 26-10-2016 Joana Salgueiro 10160317 OT2 Tanto podem fornecer orientações como podem ser utilizados para identificar as atividades em se relacionam com determinadas ocupações com que o cliente se envolve. A terapia ocupacional preocupa-se com a forma como os clientes produzem as suas ocupações para obedecer aos seus papéis e à identidade percebida, e se os seus papéis fortificam os valores e crenças do cliente. (OATA,2008) Os hábitos e rotinas, juntamente com as funções, papéis e rituais formam os padrões de desempenho, empregues no envolvimento em ocupações/atividades. Estes padrões podem ser tanto barreiras, obstáculos ao desempenho ocupacional, como facilitadores do desempenho ocupacional. (OATA,2008) O que é o desempenho ocupacional? O desempenho ocupacional é o ato de realização de uma ação, atividade ou ocupação (Fisher, 2009; Fisher & Griswold, 2014; Kielhofner, 2008) que “resulta da transação dinâmica entre o cliente, o contexto e ambiente e a atividade/ocupação”, provendo e capacitando as habilidades e padrões de desempenho que conduzem ao envolvimento em atividades (Law et al., 1996, p. 16). O que é uma capacidade? Uma capacidade é a aptidão de um indivíduo para executar uma tarefa ou uma ação. (OATA,2008; OMS,2004) O que é uma competência? Uma competência passa pelo desenvolvimento das capacidades básicas e complexas necessárias para a execução de ações/tarefas para que, ao adquiri-la, os indivíduos consigam iniciar e concluir a sua concretização. (OMS,2004)
  • 6. Escola Superior de Saúde 26-10-2016 Joana Salgueiro 10160317 OT2 Referências bibliográficas: AOTA(2008). Estrutura da Prática da Terapia Ocupacional: Domínio e Processo (Andrade, V.S,,Carleto,D.G.S.; Cruz,D.M.C., Silva,A.C.A.S.M, 2ª ed.) Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais (2016, 19 de janeiro). Perfil do Terapeuta Ocupacional. retirado de http://www.ap-to.pt/index.php/apto/documentos CHRISTIANSEN, C. H., & HAMMECKER, C. L. Self care. In B. R. BONDER & M. B. WAGNER (Eds.), Functional performance in older adults Philadelphia: F. A. Davis. 2001. p. 155–175. CHRISTIANSEN, C. H., & TOWNSEND, E. A. (Eds.). Introduction to occupation: The art and science of living. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall. 2004 CHRISTIANSEN, C., BAUM, M. C., & BASS-HAUGEN, J. (Eds.). Occupational therapy: Performance, participation, and well-being. Thorofare, NJ: Slack. 2005. CREPEAU, E., COHN, E., & SCHELL, B. (Eds.). Willard and Spackman’s occupational therapy. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins. 2003. DUNN, W. Best practice in occupational therapy in community service with children and families. Thorofare, NJ: Slack. 2000a. FIESE, B. H., TOMCHO, T. J., DOUGLAS, M., JOSEPHS, K., POLTROCK, S., & BAKER, T. A review of 50 years of research on naturally occurring family routines and rituals: Cause for celebration? Journal of Family Psychology, 16, 2002. p. 381– 390. LAW, M., COOPER, B., STRONG, S., STEWART, D., RIGBY, P., & LETTS, L. Person–environment–occupation model: A transactive approach to occupational performance. Canadian Journal of Occupational Therapy, 63, 1996. p.9–23. NELSON, D., & JEPSON-THOMAS, J. Occupational form, occupational performance, and a conceptual framework for therapeutic occupation. In P. KRAMER, J. HINOJOSA, & C. BRASIC ROYEEN (Eds.), Perspectives in human occupation: Participation in life Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2003. p. 87–155. Organização Mundial de Saúde (2004). Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
  • 7. Escola Superior de Saúde 26-10-2016 Joana Salgueiro 10160317 OT2 SEGAL, R.. Family routines and rituals: A context for occupational therapy interventions. American Journal of Occupational Therapy, 58, 2004. p. 499–508. ZEMKE R., & CLARK, F. Occupational science: An evolving discipline. Philadelphia: F. A. Davis, 1996.