O documento discute as distinções entre ocupação, atividade e tarefas, e como os contextos culturais, pessoais e ambientais influenciam o desempenho ocupacional. Também explora a diferença entre hábitos e rotinas, e como competências, funções, estruturas e papéis afetam a participação em ocupações.

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 O que distingue ocupação, atividade e tarefas?
Ocupação corresponde à realização de tudo aquilo que as pessoas querem fazer, precisam
de fazer e devem fazer quer seja de natureza física, mental, sexual, política e espiritual, por
exemplo, cuidar de si própria (autocuidados), aproveitar os pequenos momentos da vida através
do lazer/prazer ou contribuir para a comunidade. (A.A.O.T. 2015) (APTO. 2016) De uma
forma geral, ocupação corresponde à execução de múltiplas atividades em que o individuo se
envolve e podem ser classificadas como: atividades da vida diária (AVDs), atividades da vida
diária e instrumentais (AVDIs), sono e descanso, educação, trabalho, lazer, brincar e
participação social. É importante referir que as ocupações variam de cliente para cliente de
acordo com as perspetivas, necessidades, interesses e os contextos de cada um. As ocupações
que envolvem uma, duas ou mais pessoas são consideradas co-ocupações. As atividades
referidas anteriormente implicam a realização de tarefas através da ação, como por exemplo, a
ocupação educação tem como atividade estudar e como tarefa o escrever ou ler. (A.A.O.T.
2015)
Em conclusão, os profissionais de Terapia Ocupacional reconhecem que a saúde é
adquirida quando os clientes se conseguem envolver em casa, na escola, no local de trabalho
ou na vida comunitária. Desta forma, é importante a participação dos clientes em ocupações
positivas que promovem a saúde destes. (A.A.O.T. 2015) Por fim, atividade e participação
devem ser os resultados observáveis do processo de ocupação. (Magalhães, L. 2013)
 Quais os contextos em que se realização as Ocupações? Os contextos influenciam
as ocupações? Que influência têm no desempenho ocupacional?
As ocupações ocorrem em determinados contextos, tais como, cultural, pessoal, temporal e
virtual e ambientes, tais como, físico e social. Estes dois conceitos influenciam amplamente o
desempenho das ocupações uma vez que os diferentes contextos e ambientes em que as
ocupações ocorrem influenciam o envolvimento dos clientes nas mesmas. Relativamente ao
contexto cultural este refere-se às crenças, costumes, padrões de atividade e de comportamento.
O contexto pessoal define a pessoa, ou seja, a idade da mesma, género, status socioeconómico
e nível educacional. O contexto temporal refere-se à fase da vida, a hora do dia ou do ano, a
duração da atividade. E, por último, o contexto virtual refere-se às interações em situações

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simuladas, em tempo real ou quase real em que há ausência de contacto físico. Para além disso,
a ocupação é influenciada pela interação entre os fatores dos clientes, as competências de
desempenho e os padrões de desempenho. Relativamente aos fatores dos clientes estes dizem
respeito aos valores, às crenças, à espiritualidade, às funções do corpo e à estrutura do corpo,
que influenciam a motivação de uma pessoa para se envolver nas ocupações. A limitação das
funções e estruturas do corpo comprometem a realização de ocupações da vida diária. Sendo
por isso um fator muito importante abordado na Terapia Ocupacional. Seguidamente, as
competências de desempenho dizem respeito às competências motoras, às competências de
processo e às competências de interação social. Estas competências são demonstradas pelo
paciente e, através de uma análise e observação, os profissionais de Terapia Ocupacional
compreendem os fatores que permitem ou dificultam o desempenho ocupacional. Por fim, os
padrões de desempenho referem-se aos diferentes hábitos, rotinas, rituais e papéis que são
desenvolvidos ao longo do tempo. (A.A.O.T. 2015)
O desempenho ocupacional é influenciado pelos contextos e ambientes em que a pessoa
se insere. Os profissionais de Terapia Ocupacional, através da observação dos clientes
envolvidos em ocupações e atividades são capazes de determinar a melhor maneira de realizar
o desempenho e, desta forma, modificar, adaptar e selecionar as atividades que permitem a
participação e, consequentemente, um ótimo desempenho ocupacional. (A.A.O.T. 2015)
Desta forma, os Terapeutas Ocupacionais atuam através da pessoa, da ocupação e do
ambiente de maneira a desenvolver competências e a restaurar/compensar funções perdidas.
(APTO. 2016)
 Qual a distinção entre hábitos e rotinas?
Os hábitos correspondem a comportamentos aprendidos que se tornam automáticos. Assim
que um hábito é instalado, é preciso um grande esforço para alterá-lo. Por outro lado, as rotinas
são repetições de ocupações ou atividades que fazem parte da vida diária de cada pessoa.
Normalmente, as pessoas adquirem rotinas uma vez que se sentem confortáveis e é uma
maneira de economizar o tempo. No entanto, as rotinas podem ser prejudicais ou benéficas
para a saúde. (A.A.O.T. 2015)

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 Qual o significado da atribuição da palavra “papel” no desempenho ocupacional?
O conceito papel está associado a uma função desempenhada por alguém ou por algo. Este
conceito refere-se a um conjunto de comportamentos e normas de uma pessoa que adquire e
aprende de acordo com o seu estatuto na sociedade. Desta forma, os papéis são
comportamentos previstos pela sociedade e são influenciados pela cultura e contexto.
Em conclusão, este termo permite fornecer informações em ocupações e também pode ser
usado para identificar as atividades associadas a algumas ocupações em que o paciente se
envolve. Os profissionais de Terapia Ocupacional estão preocupados com o modo como os
clientes realizam as suas ocupações para cumprir os seus devidos papéis e identidade percebida.
(A.A.O.T. 2015)
 Distinção entre contexto, ambiente e cultura?
O termo contexto diz respeito aos elementos que compõem e circundam um determinado
cliente e apresentam uma forte influência sobre o desempenho ocupacional. Como referi
anteriormente, existem vários tipos de contextos sendo eles o cultural, o pessoal, o temporal e
o virtual.
Relativamente ao contexto cultural, este está relacionado com a cultura de cada pessoa.
Uma determinada cultura inclui certos costumes, crenças, padrões de atividade, padrões de
comportamento e engloba determinadas expectativas aceites pela sociedade do membro
pertencente a esta cultura. De uma forma geral, a identidade do paciente e a escolha da atividade
são amplamente influenciadas pelo contexto cultural e, consequentemente, os profissionais
deverão ter em atenção o trabalho que elaboram com pacientes de outras culturas, adaptando-
se às mesmas.
A participação na ocupação ocorre dentro de um ambiente social e físico situado num
contexto. Relativamente ao ambiente físico, este está relacionado com o natural e o contruído
nas quais as ocupações diárias ocorrem. Contrariamente, o ambiente social traduz-se nos
relacionamentos com pessoas, grupos e populações com as quais o cliente estabelece relações.

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Em conclusão, os contextos e os ambientes influenciam em grande parte a qualidade e
satisfação do desempenho ocupacional, ou seja, quando surgem dificuldades no desempenho
devido ao ambiente ou ao contexto recorre-se a uma alteração destes de forma a tornar o
desempenho possível. Este facto ocorre devido a determinados ambientes e contextos serem
específicos para cada cliente. (A.A.O.T. 2015)
 O que distingue uma ocupação da outra? Porque que para uma pessoa é uma coisa
e para outra é outra)
Existem várias ocupações tais como, atividades da vida diária (AVDs), atividades
instrumentais da vida diária (AVDIs), descanso e sono, educação, trabalho, brincar, lazer e
participação social. Em Terapia Ocupacional, ocupação refere-se a atividades diárias que os
indivíduos sentem necessidade de fazer, que precisam e que querem fazer. Desta forma, as
ocupações são únicas para cada individuo uma vez que proporciona a satisfação e realização
pessoal mediante aquilo que cada um deseja, partindo do princípio que cada pessoa tem
necessidades diferentes. Como referi anteriormente, as ocupações são amplamente
influenciadas pelos contextos e, consequentemente, as ocupações tem significados diferentes
para diferentes pessoas. Este facto é devido aos diferentes fatores do cliente, às diferentes
competências de desempenho, os padrões de desempenho e, finalmente, o contexto e ambiente.
Todas estas condições determinam as diferentes ocupações para diferentes pessoas. (A.A.O.T.
2015)
 O que são competências? Distinção entre habilidade, capacidade e competência?
A competência corresponde à maneira como realizamos uma determinada tarefa, ou
seja, só verificamos que somos capazes de realizar a atividade pretendida depois de colocadas
à prova as nossas competências. Inicialmente todos os indivíduos têm as mesmas capacidades
para realizar qualquer atividade, no entanto, depois de colocadas em prática as diferentes
competências é que é possível retirar a conclusão de que somos capazes de fazer ou não. Desta
forma, a capacidade de desempenho pode ser considerada objetiva ou subjetiva, ou seja, a
capacidade objetiva é verificada quando o indivíduo é capaz de fazer determinada atividade
depois de observada a sua competência para a realização da mesma. No entanto, a capacidade
subjetiva é verificada quando o indivíduo pensa que consegue realizar determinada atividade,

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mas quando as suas competências são colocadas à prova, observa-se de que este não é capaz
de a fazer.
De uma forma geral, as capacidades dizem respeito à cognição, às estruturas do corpo
e a regulação emocional. Contrariamente, as competências são aptidões demonstradas pelo
cliente e que são observáveis, sendo fundamentais para uma participação ocupacional bem-
sucedida. Por exemplo, numa sala de aula o professor parte do princípio de que todos os alunos
têm as mesmas capacidades para aprender, no entanto, quando as capacidades dos alunos são
colocadas em prática, o professor repara que as competências para aprender de cada um são
diferentes. (A.A.O.T. 2015)
 Distinção entre função, estrutura e competência?
As funções correspondem à função fisiológica e psicológica do sistema orgânico, tais
como, função sensorial, músculo-esquelética, mental, cardiovascular, respiratória e funções
endócrinas. Relativamente à estrutura, esta diz respeito às partes anatómicas do corpo, como
por exemplo, os órgãos, os membros e os seus componentes. As funções e as estruturas estão
inter-relacionadas e, por isso, um profissional de Terapia Ocupacional através destas deve
promover a capacidade de realização das ocupações desejadas pelo cliente. No entanto, apesar
da importância, da presença, da ausência ou limitação das funções e estruturas, não significa
que o cliente garanta o sucesso ou a dificuldade na realização das ocupações da vida diária.
A competência corresponde a aptidões demonstradas pelo cliente. (A.A.O.T. 2015)

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Referências Bibliográficas:
Association, A. A. O. T. (2015). Estrutura da prática da Terapia Ocupacional: domínio &
processo-traduzida. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo 26(esp):
1-49. doi.org/10.5014/ajot.2014.682006
Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais, APTO. (2016) Retirado de
http://www.ap-to.pt/index.php/terapia-ocupacional
Magalhães, L. (2013). Ocupação e atividade: tendências e tensões conceituais na literatura
anglófona da terapia ocupacional e da ciência ocupacional/Occupation and activity: trends
and conceptual tensions in the Anglophone literature of occupational therapy and
occupational sc. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar 21(2).