1. O que é o Equilíbrio Ocupacional?
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O ser humano tem a capacidade de ocupar a sua vida com atividades que contém
objetivos necessários à sua existência e bem-estar. A ocupação humana é muito importante e
diz respeito ao desempenho das atividades da vida diária, as atividades de vida diária e
instrumentais, ao trabalho, ao lazer, ao brincar, à educação e a participação social dentro de
determinados contextos. As ocupações vão ganhando significado com o tempo e tornam-se
únicas para cada indivíduo. Desta forma, quando um indivíduo não consegue participar
ativamente nas suas ocupações normais pode ser gerado um estado de depressão que depende
bastante do tipo de identidade ocupacional, ou seja, dos valores, dos interesses, da causalidade
pessoal, dos papéis que normalmente desempenha, dos hábitos e da capacidade de desempenho
de cada um. (Leite, J. 2010)
O conceito de equilíbrio ocupacional é várias vezes referido em Terapia Ocupacionale
mantém se ao longo de toda a vida, sendo que uma vida equilibrada contribui para saúde e bem-
estar. Desta forma, a distribuição igual entre o lazer e o trabalho resulta numa vida de satisfação.
O equilíbrio ocupacional, centra-se no facto de haver uma divisão entre o tempoda pessoa e as
diferentes categorias da atividade (trabalho, lazer, autocuidados), ou seja, um equilíbrio
adequado entre as diversas áreas de ocupação e os papéis que a pessoa vai adquirindo ao longo
da sua vida. Para além disso, também é relevante a organização, ou seja, a maneira como o
tempo é usado pela pessoa, sendo capaz de obter um desempenho competente que potencia o
equilíbrio da atividade. De uma forma geral, os nossos papéis e a forma como despendemos
tempo com eles e mesmo a interação entre eles, representa bastante importância na obtenção
de equilíbrio na nossa vida e, consequentemente, o equilíbrio ocupacional esta diretamente
relacionado com a saúde e bem-estar. (Leite, J. 2010)
Para além do equilíbrio representar uma certa quantidade de trabalho, lazer e descanso,
este também deve incidir numa correlação entre os fatores internos, tais como, valores,
interesses e objetivos, e os fatores externos do ambiente. (Leite, J. 2010)
Por exemplo: O indivíduo gerir da melhor forma o tempo de maneira a participar em
várias atividades significativas para si, que por sua vez, proporcionam bem-estar e saúde e,
também, um grau de satisfação maior,
2. O que é adaptação ocupacional?
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A adaptação ocupacional permite que uma pessoa com dificuldades no desempenho
ocupacional consiga ser independente e consiga realizar as suas próprias ocupações de uma
forma segura. Desta forma, de maneira a possibilitar a realização das atividades, são elaboradas
alterações no meio em que a pessoa está inserida de maneira a adquirir uma maior
produtividade na execução das diversas ocupações. (Lillo, S. G. 2006) Através da adaptação,
os profissionais de terapia ocupacional promovem a participação dos clientes, modificando o
método de realização da tarefa e do ambiente para possibilitar o envolvimento destes na
ocupação. (A.A.O.T. 2015) Em suma, a adaptação ocupacional requer uma adaptação dos
diferentes contextos e do ambiente à pessoa.
Por exemplo, adaptar as portas das salas de aulas para possibilitar a passagem de
pessoas que andem de cadeira de rodas.
O que é a justiça ocupacional?
A justiça ocupacional refere-se ao direito da realização da ocupação, promovendo a
participação de todas as pessoas da sociedade nas suas ocupações diárias, independentemente
da idade, competência, género, classe social e entre outras diferenças. Desta forma, a justiça
ocupacional permite o acesso e a participação em todo o tipo de ocupações significativas para
cada indivíduo e relaciona as oportunidades e os recursos necessários para a participação
ocupacional de maneira a satisfazer as necessidades pessoais e sociais de cada individuo
relacionadas com a saúde. (A.A.O.T. 2015)
Por exemplo, elaborar umas escadas que apresentem ao mesmo tempo uma rampa para
que as pessoas com cadeiras de rodas apresentem as mesmas oportunidades de participação e
que possam da mesma forma atingir o seu potencial de desenvolvimento pessoal.
O que é privação ocupacional?
A privação ocupacional consiste no impedimento do envolvimento em ocupações que
possuem uma necessidade significativa para o indivíduo e que são dificultadas por fatores
externos. Esta privação passa a existir quando uma pessoa, por incapacitação física ou limitação
psicossocial, deixa de desempenhar o que lhe é significativo, ficando impedida de realizar
atividades que desempenhava no passado. O facto de a liberdade de escolha ocupacional ser
negada ou limitada e haver uma falta de envolvimento ocupacional por parte do indivíduo, gera
efeitos negativos neste, variando de apatia à depressão. No entanto, a forma como cada pessoa
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lida com estas situações varia de acordo com a sua identidade ocupacional (valores, interesses,
causalidade pessoal, papéis, hábitos e capacidade de desempenho). (Coelho, T. et al. 2010)
Por exemplo, a prisão. Quando uma pessoa é presa deixa de conseguir realizar
determinadas atividades significativas que desempenhava no passado.
O que é a alineação?
A alienação corresponde a uma participação ocupacional sem significado e/ou propósito
individual. O conceito de alienação significa que há uma rutura entre o significado e o sentido
das ações humanas e, consequentemente, a limitação do processo de desenvolvimento da
personalidade humana. Isto ocorre porque o individuo tem o sentido de atividade como algo
dissociado do conteúdo dessa atividade, distanciando o núcleo da sua personalidade da
atividade de trabalho. O trabalho torna-se algo externo e estranho à personalidade do individuo
quando, na realidade, deveria a atividade centrar-se em termos de processo de objetivação da
personalidade do individuo. A atividade de trabalho para o individuo não contribui para o seu
conhecimento, habilidade e valores que o enriqueçam como ser humano. (Duarte, N. 2004)
O que é a participação?
A participação é a ação e o efeito de participar numa determinada atividade, ou seja,
tomar parte, intervir, compartilhar e ser parte da mesma. Refere-se ao envolvimento em
trabalho, recreação e atividades de vida diária que fazem parte do contexto sociocultural e são
desejados e/ou necessários ao bem-estar. Por exemplo, o conceito de integração permite uma
compreensão da inserção social de uma pessoa com deficiência a partir do seu esforço pessoal
e individual. Para isso é necessária que a sociedade dê suportes, ou seja, que seja responsável
por todos os seus membros, com mecanismos que proporcionem o acolhimento, com
possibilidades de participação. Desta forma, é necessário o ajuste da comunidade, dos espaços,
das leis de maneira a possibilitar a inserção de pessoas com deficiência. Para que a participação
destas pessoas com deficiência seja possível são necessárias alterações no espaço escolar como:
eliminação das barreiras arquitetónicas; o acesso fácil aos equipamentos, ao mobiliário e ao
material pedagógico/escolar adaptado; a capacitação dos educadores em relação aos tipos de
dificuldades geradas pelas diferentes deficiências e a introdução de novas formas de
participação em diferentes atividades.
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A terapia ocupacional contribui para a construção de ambientes acessíveis e
confortáveis que possibilitam a participação. Por exemplo, a introdução de rampas, elevadores,
apoios de barras, parques e pátios acessíveis, brinquedos adaptados e/ou inclusivos, assim
como a indicação de iluminação adequada, a introdução de diferentes sinalizações e sistemas
de alertas, do melhor posicionamento das crianças no mobiliário e dos móveis no espaço de
forma a facilitar a participação de todos. (Rocha, F. E. Luiz, A. Zuliana, M. A. R. 2003)
Referências Bibliográficas:
Leite, J. M. G. C. (2010). A Perceção dos Cuidadores Informais Relativamente ao Centro de
Dia Para Pessoas com Doença de Alzheimer (Doctoral dissertation).
Association, A. A. O. T. (2015). Estrutura da prática da Terapia Ocupacional: domínio &
processo-traduzida. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo 26 (esp):
1-49. doi.org/10.5014/ajot.2014.682006
Coelho, T., Bernardo, A., Rocha, N., & Portugal, P. (2010). Impacto da privação ocupacional
no quotidiano de mulheres reclusas e na sua adaptação à reclusão. In I Congresso Internacional
da Saúde Gaia-Porto. Instituto Politécnico do Porto. Escola Superior de Tecnologia da Saúde
do Porto-Politema.
Lillo, S. G. (2006). Equilibrio y organización de la rutina diaria. Revista Chilena de terapia
ocupacional, (6), Pág-47.
Duarte, N. (2004). Formação do indivíduo, consciência e alienação: o ser humano na psicologia
de AN Leontiev. Caderno Cedes, 24 (62), 44-63.
Rocha, F. E. Luiz, A. Zuliana, M. A. R. (2003). Reflexões sobre as possíveis contribuições da
terapia ocupacional nos processos de inclusão escolar. Revista Terapia Ocupacional da
Universidade São Paulo. V.14, n.2, p. 72-28.