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Escola Superior de Saúde 20-11-2016
Marta Teles Nº 10160536 OT2
O que é Participação Ocupacional? Situação ou problema que ocorra com uma
pessoa e que possa delimitar a sua participação.
A Participação Ocupacional é o envolvimento no fazer, trabalho ou mesmo
atividades da vida diária inseridos no contexto sociocultural e no que engloba o próprio
bem-estar. São exemplos disso o trabalho a tempo parcial ou inteiro, o envolvimento
numa tarefa de lazer rotineira, a limpeza da casa, ir à escola e a participação num bar ou
outra organização.(Kramer, Hinojosa, & Royeen, 2003)
Num caso muito específico que acontece à maioria da população, são os Ataques
Vasculares Cerebrais. A pessoa pode ficar imobilizada sem conseguir mexer a ponta de
um dedo. Existe todo um processo de reabilitação que pode levar a um bom caminho,
como pode acontecer o contrário. Se tudo correr bem a pessoa, de forma adaptada, pode
fazer atividades que anteriormente já fazia.
Alienação ocupacional
Wilcock observou que este conceito, junto com o desequilíbrio e privação, são
três caminhos para uma participação disfuncional.
Nomeadamente na alienação ocupacional ocorre quando uma pessoa está
envolvida numa atividade onde vai contra a sua natureza ocupacional,
independentemente de estar a participar em grupo ou fazendo individualmente. Este
provoca ao cliente sentir-se isolado, frustrado, entediado, infeliz, stressado, perda de
controlo, afastar-se da sociedade, de se envolver nela e também envolver-se em
ocupações que não satisfaçam as suas necessidades internas.
Algumas ocupações visadas para a espiritualidade e mentalidade aprimoram e
adicionam práticas funcionais; desencadeando escolhas e expressões individuais que
nos leva à criatividade. Há outras ocupações que a pessoa leva a danificação da
identidade pessoal e do senso próprio e isso denota-se pela falta de significado e não se
esmerar na ocupação. (Creek & Lougher, 2011)
Na alienação ocupacional, pode-se observar o interesse do aluno na escola, sendo que
este está a ser forçado a estudar e para ele isso não lhe faz qualquer sentido. O seu
verdadeiro propósito é arranjar um trabalho para se sustentar a si próprio.
Disrupção ocupacional
A disrupção é mais uma consequência dos fatores no cliente. Aquando da
injustiça ocupacional depara-se que existe fatores que influenciam um mau estar ao
cliente, tais como a privação, alienação e disrupção. Esta última diz respeito à condição
transitória ou temporária, deixando que o cliente fique impedido de participar em
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ocupações necessárias e/ou significativas, causadas por doença, deslocalização
temporária e/ou desemprego temporário.(Bryant, Fieldhouse, & Bannigan, 2014)
É um exemplo taxativo mas que tem bastante impacto na nossa sociedade e por
esse mundo fora (nomeadamente em Portugal e alguns países da União Europeia).
Refiro-me à taxa de desemprego. Nos últimos anos, em Portugal, tem havido uma
descida pouco acentuada do desemprego. Porém, o país está em sexto lugar com uma
taxa de desemprego de 11,1% (valor relativo ao mês de Julho de 2016). Infelizmente é
um valor que transparece a taxa de desemprego juvenil.(Economia PT, 30/08/2016)
Conceito de Justiça, Equilíbrio, Privação e Adaptação Ocupacional.
Christiansen & Townsend justificam que Justiça Ocupacional refere-se “ à
justiça relatada por oportunidades e recursos remetendo a uma plena satisfação e boa
participação nas necessidades pessoais e na cidadania”.(Creek & Lougher, 2011)
Um exemplo de Justiça Ocupacional é a oportunidade que o ensino superior dá às
pessoas que estão interrompidas na sua área profissional e que se podem licenciar
através de concursos especiais como os maiores de 23 anos.
Um exame ao nível dos conhecimentos gerais do curso, a avaliação do currículo
profissional e a entrevista são os requisitos necessários a estes concursos. Tem um
impacto positivo para a pessoa pois esta consegue definir um futuro melhor, podendo
dar uma satisfação e bem-estar pessoal.
O Equilíbrio Ocupacional promove uma organização rotineira e diária perante
diversos fatores, tais como as áreas de ocupação, contextos, ambientes, padrões de
desempenho, habilidades, fatores de cliente e requerimentos de atividades.(Pendleton &
Schultz-Krohn, 2013)
Em Equilíbrio Ocupacional podemos visualizar uma pessoa bem-sucedida na
área profissional, com família e um grupo excecional de amigos. Consegue gerir o seu
tempo relativamente ao seu trabalho (se necessário faz o seu trabalho em casa e manda-
lo às entidades competentes), tem momentos de participação social familiares ou grupal,
é capaz de fazer atletismo e por fim ler um bom livro (algo que lhe agrade e lhe dê
competências a nível profissional).
Para Whiteford, Privação Ocupacional consiste num “estado de obstrução ao
envolvimento de ocupações de necessidade e/ou significado devido a fatores externos à
pessoa”. Ela tem uma liberdade condicionada, muitas vezes limitada e/ou negada e isto
pode trazer efeitos devastadores como a apatia e depressão.
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Kielhofner diz que este tipo de limitações depende da identidade ocupacional. E
a sua adaptação exige um desafio muito sério, talvez mesmo sofrer uma reconstrução da
identidade ocupacional.(Coelho)
A privação é um conceito que pode levar à devastação. Veja-se o exemplo de
trabalhar numa empresa onde se opera por turnos, muitas das vezes há uma privação ao
nível familiar, social, pessoal. Os turnos por si só podem ser desgastantes, sendo fixos
ou rotativos, e denota-se ainda mais quando se sai cedo de casa e nem sequer tem tempo
de dar um beijo de despedida ao (à) filho (a) e quando termina o turno, este ainda está
na escola. Mesmo quando ele chega é para fazer os trabalhos de casa, jantar, ver TV e ir
para a cama. Ou seja existe uma diminuição de envolvimento familiar entre pais e
filhos. Já para não falar no ambiente social que por vezes é inexistente. A nível pessoal,
num longo período de tempo, a pessoa pode fica stressada ou mesmo deprimida (já num
estado avançado do problema) pela falta de zelo, preocupação em si própria.
A Adaptação Ocupacional desenvolve dois aspetos. É um conceito que
descreve o fenómeno humano e também é o enquadramento que os terapeutas usam
como guia de intervenção e sua posterior implementação.
É preciso reconhecer que o processo de adaptação ocupacional é um processo
normativo, ou seja não visa exclusivamente para clientes com traumas, stress ou doença.
Ela opera em ti e em mim, porque de um momento para outro pode sofrer-se de uma
disfunção ocupacional, onde exige que haja uma mudança de papéis.(Schkade &
McClung, 2001)
Em Adaptação Ocupacional um exemplo que explica claramente a definição é
num casal que decide ter um filho. Esse casal sabe de antemão que irá sofrer algumas
mudanças no seu ambiente físico, bem como nos contextos pessoal, temporal. Terá, por
exemplo, que arranjar uma casa maior porventura a que estão não seja adequada para o
bebé ou futuramente para a criança. O seu contexto pessoal altera-se pois serão pai e
mãe e esses são papéis fundamentais para o recém-nascido e num contexto temporal
pois terão que situar o bebé no tempo em que estão, fornecendo-lhe a melhor educação
que até então tinha sido dada pelos seus pais.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bryant, W., Fieldhouse, J., & Bannigan, K. (2014). Creek's Occupational Therapy and
Mental Health. New York: Elsevier Health Sciences UK.
Coelho, T., Bernardo, A., Rocha, N.& Portugal, P. Impacto da privação ocupacional no
quotidiano de mulheres reclusas e na sua adaptação à reclusão. Retrieved from
http://hdl.handle.net/10400.22/1408
Creek, J., & Lougher, L. (2011). Occupational Therapy and Mental Health (Fourth
Edition ed.). Philadelphia: Elsevier Health Sciences UK.
Economia PT. (30/08/2016). Taxa de desemprego em Portugal 2016. Retirado de
http://economiapt.com/taxa-desemprego-portugal/
Kramer, P., Hinojosa, J., & Royeen, C. B. (2003). Perspectives in Human Occupation:
Participation in Life. Pennsylvania, Maryland: Lippincott Williams & Wilkins.
Pendleton, H. M. H., & Schultz-Krohn, W. (2013). Pedretti's Occupational Therapy:
Practice Skills for Physical Dysfunction. Missouri: Elsevier Health Sciences.
Schkade, J. K., & McClung, M. (2001). Occupational Adaptation in Practice: Concepts
and Cases. Thorofare, NJ: Slack.

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O que é Participação Ocupacional

  • 1. Escola Superior de Saúde 20-11-2016 Marta Teles Nº 10160536 OT2 O que é Participação Ocupacional? Situação ou problema que ocorra com uma pessoa e que possa delimitar a sua participação. A Participação Ocupacional é o envolvimento no fazer, trabalho ou mesmo atividades da vida diária inseridos no contexto sociocultural e no que engloba o próprio bem-estar. São exemplos disso o trabalho a tempo parcial ou inteiro, o envolvimento numa tarefa de lazer rotineira, a limpeza da casa, ir à escola e a participação num bar ou outra organização.(Kramer, Hinojosa, & Royeen, 2003) Num caso muito específico que acontece à maioria da população, são os Ataques Vasculares Cerebrais. A pessoa pode ficar imobilizada sem conseguir mexer a ponta de um dedo. Existe todo um processo de reabilitação que pode levar a um bom caminho, como pode acontecer o contrário. Se tudo correr bem a pessoa, de forma adaptada, pode fazer atividades que anteriormente já fazia. Alienação ocupacional Wilcock observou que este conceito, junto com o desequilíbrio e privação, são três caminhos para uma participação disfuncional. Nomeadamente na alienação ocupacional ocorre quando uma pessoa está envolvida numa atividade onde vai contra a sua natureza ocupacional, independentemente de estar a participar em grupo ou fazendo individualmente. Este provoca ao cliente sentir-se isolado, frustrado, entediado, infeliz, stressado, perda de controlo, afastar-se da sociedade, de se envolver nela e também envolver-se em ocupações que não satisfaçam as suas necessidades internas. Algumas ocupações visadas para a espiritualidade e mentalidade aprimoram e adicionam práticas funcionais; desencadeando escolhas e expressões individuais que nos leva à criatividade. Há outras ocupações que a pessoa leva a danificação da identidade pessoal e do senso próprio e isso denota-se pela falta de significado e não se esmerar na ocupação. (Creek & Lougher, 2011) Na alienação ocupacional, pode-se observar o interesse do aluno na escola, sendo que este está a ser forçado a estudar e para ele isso não lhe faz qualquer sentido. O seu verdadeiro propósito é arranjar um trabalho para se sustentar a si próprio. Disrupção ocupacional A disrupção é mais uma consequência dos fatores no cliente. Aquando da injustiça ocupacional depara-se que existe fatores que influenciam um mau estar ao cliente, tais como a privação, alienação e disrupção. Esta última diz respeito à condição transitória ou temporária, deixando que o cliente fique impedido de participar em
  • 2. Escola Superior de Saúde 20-11-2016 Marta Teles Nº 10160536 OT2 ocupações necessárias e/ou significativas, causadas por doença, deslocalização temporária e/ou desemprego temporário.(Bryant, Fieldhouse, & Bannigan, 2014) É um exemplo taxativo mas que tem bastante impacto na nossa sociedade e por esse mundo fora (nomeadamente em Portugal e alguns países da União Europeia). Refiro-me à taxa de desemprego. Nos últimos anos, em Portugal, tem havido uma descida pouco acentuada do desemprego. Porém, o país está em sexto lugar com uma taxa de desemprego de 11,1% (valor relativo ao mês de Julho de 2016). Infelizmente é um valor que transparece a taxa de desemprego juvenil.(Economia PT, 30/08/2016) Conceito de Justiça, Equilíbrio, Privação e Adaptação Ocupacional. Christiansen & Townsend justificam que Justiça Ocupacional refere-se “ à justiça relatada por oportunidades e recursos remetendo a uma plena satisfação e boa participação nas necessidades pessoais e na cidadania”.(Creek & Lougher, 2011) Um exemplo de Justiça Ocupacional é a oportunidade que o ensino superior dá às pessoas que estão interrompidas na sua área profissional e que se podem licenciar através de concursos especiais como os maiores de 23 anos. Um exame ao nível dos conhecimentos gerais do curso, a avaliação do currículo profissional e a entrevista são os requisitos necessários a estes concursos. Tem um impacto positivo para a pessoa pois esta consegue definir um futuro melhor, podendo dar uma satisfação e bem-estar pessoal. O Equilíbrio Ocupacional promove uma organização rotineira e diária perante diversos fatores, tais como as áreas de ocupação, contextos, ambientes, padrões de desempenho, habilidades, fatores de cliente e requerimentos de atividades.(Pendleton & Schultz-Krohn, 2013) Em Equilíbrio Ocupacional podemos visualizar uma pessoa bem-sucedida na área profissional, com família e um grupo excecional de amigos. Consegue gerir o seu tempo relativamente ao seu trabalho (se necessário faz o seu trabalho em casa e manda- lo às entidades competentes), tem momentos de participação social familiares ou grupal, é capaz de fazer atletismo e por fim ler um bom livro (algo que lhe agrade e lhe dê competências a nível profissional). Para Whiteford, Privação Ocupacional consiste num “estado de obstrução ao envolvimento de ocupações de necessidade e/ou significado devido a fatores externos à pessoa”. Ela tem uma liberdade condicionada, muitas vezes limitada e/ou negada e isto pode trazer efeitos devastadores como a apatia e depressão.
  • 3. Escola Superior de Saúde 20-11-2016 Marta Teles Nº 10160536 OT2 Kielhofner diz que este tipo de limitações depende da identidade ocupacional. E a sua adaptação exige um desafio muito sério, talvez mesmo sofrer uma reconstrução da identidade ocupacional.(Coelho) A privação é um conceito que pode levar à devastação. Veja-se o exemplo de trabalhar numa empresa onde se opera por turnos, muitas das vezes há uma privação ao nível familiar, social, pessoal. Os turnos por si só podem ser desgastantes, sendo fixos ou rotativos, e denota-se ainda mais quando se sai cedo de casa e nem sequer tem tempo de dar um beijo de despedida ao (à) filho (a) e quando termina o turno, este ainda está na escola. Mesmo quando ele chega é para fazer os trabalhos de casa, jantar, ver TV e ir para a cama. Ou seja existe uma diminuição de envolvimento familiar entre pais e filhos. Já para não falar no ambiente social que por vezes é inexistente. A nível pessoal, num longo período de tempo, a pessoa pode fica stressada ou mesmo deprimida (já num estado avançado do problema) pela falta de zelo, preocupação em si própria. A Adaptação Ocupacional desenvolve dois aspetos. É um conceito que descreve o fenómeno humano e também é o enquadramento que os terapeutas usam como guia de intervenção e sua posterior implementação. É preciso reconhecer que o processo de adaptação ocupacional é um processo normativo, ou seja não visa exclusivamente para clientes com traumas, stress ou doença. Ela opera em ti e em mim, porque de um momento para outro pode sofrer-se de uma disfunção ocupacional, onde exige que haja uma mudança de papéis.(Schkade & McClung, 2001) Em Adaptação Ocupacional um exemplo que explica claramente a definição é num casal que decide ter um filho. Esse casal sabe de antemão que irá sofrer algumas mudanças no seu ambiente físico, bem como nos contextos pessoal, temporal. Terá, por exemplo, que arranjar uma casa maior porventura a que estão não seja adequada para o bebé ou futuramente para a criança. O seu contexto pessoal altera-se pois serão pai e mãe e esses são papéis fundamentais para o recém-nascido e num contexto temporal pois terão que situar o bebé no tempo em que estão, fornecendo-lhe a melhor educação que até então tinha sido dada pelos seus pais.
  • 4. Escola Superior de Saúde 20-11-2016 Marta Teles Nº 10160536 OT2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bryant, W., Fieldhouse, J., & Bannigan, K. (2014). Creek's Occupational Therapy and Mental Health. New York: Elsevier Health Sciences UK. Coelho, T., Bernardo, A., Rocha, N.& Portugal, P. Impacto da privação ocupacional no quotidiano de mulheres reclusas e na sua adaptação à reclusão. Retrieved from http://hdl.handle.net/10400.22/1408 Creek, J., & Lougher, L. (2011). Occupational Therapy and Mental Health (Fourth Edition ed.). Philadelphia: Elsevier Health Sciences UK. Economia PT. (30/08/2016). Taxa de desemprego em Portugal 2016. Retirado de http://economiapt.com/taxa-desemprego-portugal/ Kramer, P., Hinojosa, J., & Royeen, C. B. (2003). Perspectives in Human Occupation: Participation in Life. Pennsylvania, Maryland: Lippincott Williams & Wilkins. Pendleton, H. M. H., & Schultz-Krohn, W. (2013). Pedretti's Occupational Therapy: Practice Skills for Physical Dysfunction. Missouri: Elsevier Health Sciences. Schkade, J. K., & McClung, M. (2001). Occupational Adaptation in Practice: Concepts and Cases. Thorofare, NJ: Slack.