Renovação Económica e Social na Europa nos Sécs. XI-XIII
1.
2. • A partir de meados do séc. XI surgem sinais evidentes de uma
renovação económica, política e social. Vários fatores são
responsáveis por um novo quadro económico-social :
– O ambiente de paz resultante do recuo dos povos invasores, bem
como o acalmar das guerras privadas, graças à ação
estabilizadora da Igreja.
– A melhoria das condições climáticas.
– O retrocesso das fomes e pestes, permitindo assim o aumento da
taxa de natalidade e consequente aumento demográfico;
– A esperança média de vida torna-se maior, devido a todos os
novos fatores.
3. • Implementam-se inovações que conduzem ao incremento e
expansão da produção agrícola:
• novos sistemas de cultivo (a terra passa a ser mais bem
aproveitada, passando-se a utilizar a técnica do pousio ou o
sistema de afolhamento trienal; divulgou-se o uso do estrume
para aumentar a fertilidade da terra, devido a uma maior criação
de gado);
• alargamento das áreas cultivadas (arroteamentos, drenagens e
secagens de pântanos…);
• divulgação do uso da Nora e dos moinhos de vento…
4. • Os progressos técnicos:
• os instrumentos passam a ser fabricados em ferro, uma vez
que agora que se vivia em paz, já não era tão necessário para
a construção de armas;
• inventam-se os processos que visavam facilitar a tração
animal e, por isso, o próprio aproveitamento da terra e a
rapidez dos transportes: a atrelagem em fila, a ferradura, a
coelheira, a charrua.
5. Progressos técnicos nos transportes marítimos:
• novas técnicas de construção naval
(Kogge, barca e caravela…);
• utilização do leme fixo à popa;
• utilização de novos instrumentos como
a bússola, o astrolábio e as cartas de
marear.
6. O aumento da produção, ao possibilitar a acumulação de
excedentes, conduziu ao desenvolvimento do comércio e à
generalização do uso de moeda, a qual facilitou as trocas comerciais.
Reabrem-se as rotas terrestres europeias e desenvolvem-se as
ligações marítimas mediterrâneas, entre outras.
7. • A introdução dos sistemas de crédito ficou a dever-se a alguns
fatores:
• o risco e dificuldade do transporte de espécies monetárias;
• a insuficiência de moeda metálica.
• Instrumentos de crédito utilizados:
• Letra de feira;
• Letra de câmbio;
• Cheque.
• A diversidade das espécies monetárias em circulação fez surgir a
classe dos banqueiros ou cambistas, atividade que permitia um
grande enriquecimento.
• Desenvolvem-se ainda os mercados e feiras.
8. Mercados
Periodicidade – diária, semanal,
quinzenal ou mensal;
Frequentados pela população
que residia nas proximidades
onde se realizava;
Compra/venda de produtos para
consumo imediato.
Feiras
Realizavam-se uma ou mais vezes
por ano e duravam alguns dias;
Compra/venda de produtos
diversificados e com diferentes
origens;
Frequentadas pela população da
região, de locais distantes e até do
estrangeiro, com segurança
garantida (Paz de Feira);
Criadas por reis e senhores
através da carta de feira. Por
vezes, eram isentas de
pagamentos – Feiras Francas.
9. • As feiras possuíam importantes privilégios:
• aplicação de penas pesadas a quem perturbasse a paz e a ordem
no local da feira;
• concessão de proteção do príncipe territorial a quem fosse à feira;
• criação de um corpo de intervenção policial designado por
“guardas da feira”;
• concessão de diversos privilégios a quem frequentasse as feiras
(forma de atrair mais participantes). D. Dinis, em Portugal, cria as
“Feiras Francas”, feiras com isenção de impostos e a suspensão
de mandatos judiciais que pendessem sobre os mercadores,
durante a duração da feira.
10. • Com o desenvolvimento comercial, surge a necessidade de obter
mais fundos para custear as expedições. Assim, surgem novas
formas de associação, de onde se destacam:
• Comendas – o sócio investidor financiava em 100% o negócio,
recebendo 75% dos lucros finais.
• Companhias – normalmente com capitais de membros de uma
mesma família, que investia em todas as atividades: comerciais,
industriais e bancárias).
• Guildas – associações de mercadores de uma cidade.
• Hansas – associações de cidades mercantis.
11. • É a criação das feiras e os progressos na organização financeira
que vai dinamizar a atividade comercial. Surgem as chamadas
“Regiões de Vanguarda”, verdadeiros polos de desenvolvimento
económico.
• Os principais pólos comerciais desta época são:
• Países Baixos,
• Liga Hansiática;
• Norte de Itália;
• Feiras da Champanhe.
12.
13. A Flandres / Países Baixos:
• Com origem no desenvolvimento económico que a região
experimentou durante o Império Carolíngio.
• Destacam-se as cidades de Bruges, Antuérpia, Yprés e Gand, focos
de desenvolvimento têxtil.
• Impulsiona-se um comércio ativo com a Inglaterra (fornecedora de lã),
com a França (fornecedora de trigo e vinho), com a Itália (portadora
dos produtos vindos do Oriente), com as costas atlânticas de Portugal
e Espanha (fornecedoras de sal e peixe seco).
• Bruges torna-se o local mais cosmopolita.
14. Hansa Teutónica:
• Associação de mercadores de cidades germânicas como Lubeque,
Hamburgo ou Dantzig, também conhecida como Hansa Teutónica.
• Esta associação põe em contacto comercial as cidades do Norte
europeu, desde as cidades inglesas, à Alemanha, países
escandinavos e até à Rússia.
15. • Comercializam alimentos (trigo, peixe seco e carne) e matérias-
primas (madeira, peles e gorduras).
• Responsáveis pelas trocas comerciais entre o Norte e o Sul da
Europa, revelaram conhecimentos fundamentais para a prática do
comércio que iriam conduzir a um grande desenvolvimento desta
região.
16. Norte de Itália:
• Herdeira da tradição romana de
vida urbana.
• Até ao séc. XVI as cidades do
norte de Itália irão dominar o
Mediterrâneo.
• As cidades italianas constituíam
pequenos estados autónomos e
rivais entre si, o que desperta a
vontade de vencer e superar os
seus vizinhos.
17. • Constituído em torno das cidades de Veneza, Génova, Florença,
Piza, Ferrara… principais fornecedores ao Ocidente dos têxteis de
luxo, metais preciosos e especiarias, produto em que realmente
assentava o seu poderio.
• Cidades prósperas, foram as primeiras a relançar a cunhagem da
moeda após o clima do cerco da Europa.
18. • A reanimação dos antigos burgos favoreceu o aparecimento de
novas cidades. Há uma mudança na mentalidade e os mosteiros
perdem importância a favor das cidades e universidades.
• As cidades encontravam-se delimitadas por uma cinta protetora: a
muralha.
• O espaço urbano era irregular, uma vez que resultava de sucessivos
acrescentos.
19. A cidade dispunha de um centro
onde se localizava um edifício
religioso (a Catedral) e uma praça
onde se agrupavam os edifícios
administrativos e o mercado. Daqui
partiam as ruas mais importantes.
As outras, secundárias, ligavam as
ruas principais (as destinadas ao
tráfego, comércio e festejos da
cidade) entre si, de uma forma
labiríntica e mesmo tortuosa (siste-
.ma radioconcêntrico).
20. • As cidades serviam propósitos militares e comerciais. Nesse sentido
organizavam-se em volta da praça de comércio, da câmara (que se
torna o símbolo do poder, caracterizada por uma torre quadrada) e
da Catedral.
• Nos bairros centrais da cidade habitavam os mais ricos e
importantes, ao passo que os pobres viviam em zonas mais
afastadas da cidade.
21. • A cidade era ainda composta pelos arrabaldes e pelo termo. Os
primeiros eram os bairros fora das muralhas, destinados aqueles
que a cidade marginalizava (como os árabes - mourarias). O termo
era o conjunto dos campos agrícolas que rodeavam a cidade e que
a abasteciam, em troca de certos privilégios:
• a proteção em caso de guerra,
• a isenção de portagens à entrada da cidade,
• a isenção ou redução fiscal nas mercadorias vendidas na cidade.
22. • A cidade vai-se desenvolvendo e
procurando formas de sobreviver
fora da dependência dos
senhores e livre das taxas e
impostos como as portagens.
• As associações comunais
desenvolvem-se, obtendo estes
vizinhos regalias e isenções
importantes, que lhes permitiam
uma certa autonomia.
23. • A carta comunal ou de franquia, garantia direitos e isenções em
troca do pagamento de determinadas compensações monetárias:
• Definia os impostos e taxas a pagar;
• Estabelecia os deveres militares;
• Permitia a escolha dos Magistrados…
• A carta comunal foi, em muitos casos,
conseguida após lutas e violentas disputas.
• O movimento comunal contribuiu para o enfraquecimento do poder
senhorial e para o reforço das cidades.
24. • Nas regiões alemãs ou italianas desenvolveram-se algumas
cidades reorganizadas nestes novos moldes:
• Governadas por um conselho de burgueses e um corpo de
magistrados próprios;
• Eram os seus habitantes quem definia as normas, lançamento e
cobrança de impostos, aplicação de justiça…
• Possuíam símbolos da sua autonomia:
• Palácio comunal com o sino e o relógio;
• Selo da cidade comunal.
25.
26. • No século XIII, a cidade é, assim, um lugar de prosperidade.
• Atraídos pelo sonho de riqueza, muitos camponeses abandonam o
campo e instalam-se nos arrabaldes das cidades.
• Porém, muitos experimentam a miséria, ampliada pelo sentimento
de solidão, por falta das redes tradicionais de apoio (família,
vizinhos, paróquia).
• Surgem novas estruturas de apoio e redes de solidariedade: as
ordens mendicantes e as confrarias.
• As ordens mendicantes eram movimentos de renovação surgidos
dentro da Igreja Católica, enquanto que as confrarias eram
associações de entreajuda que agrupavam os homens por ofícios
assegurando-lhes apoio financeiro e moral em todas as dificuldades.
27. As Ordens Mendicantes representam um retorno aos ideais de
caridade da Igreja Católica, esquecidos pelo faustoso clero medieval e
remontam ao século XII, período de grande agitação social e espiritual.
• Tinham como imposição a pobreza
individual comum.
• Era-lhes permitido o direito de
mendigar nos locais públicos, daí o
seu nome.
• Dedicavam-se à pregação itinerante,
de preferência nos meios urbanos.
28. • Ordem criada por Francisco de Assis (Itália,
séculos XII-XIII).
• Este tornou-se um exemplo de humildade e
um santo da igreja católica ao renegar o seu
passado de luxo, passando a viver entre os
mendigos e os leprosos.
• Fundou a ordem dos frades menores que
mendigavam ou trabalhavam para comer.
• Apesar de a sua atitude contrastar
radicalmente com o clero da época, nunca se
demarcou da hierarquia católica, pelo que se
distingue das heresias medievais.
29. • Ordem criada por Domingos de Gusmão (Espanha, séculos XII-XIII)
e confirmada pelo Papa Inocêncio III, aproxima-se de S. Francisco
nos ideais de pobreza e caridade que renovaram a Igreja Cristã.
• Os dominicanos eram também chamados “frades
pregadores” pela importância que atribuíam à
pregação, estritamente ligada, por seu turno, ao
estudo da Teologia.
• Lutavam contra a heresia e procuravam expandir
o evangelho.
• Instalaram-se nas cidades onde fundaram grandes
colégios e se dedicaram ao ensino.
30. • Confrarias eram associações de
socorros mútuos de carácter religioso,
organizadas sob um santo protetor.
Dedicavam-se à caridade como meio
de reduzir a pobreza urbana. Cada
confraria tinha os seus estatutos, que
os membros eram obrigavam a
cumprir.
31. • Associação de cariz socioprofissional
que reunia, nas cidade, os
trabalhadores de um mesmo ofício ou
mester.
• São marcadas pela hierarquia
(mestres, oficiais e aprendizes).
• Mais conhecidas por artes ou guildas
ou, em Portugal, mesteirais, as
corporações possuíam estatutos
próprios que regulamentavam os
preços, os salários e a qualidade da
produção.
32. • O bairro, as ruas, em que os vizinhos se conheciam e auxiliavam.
• A igreja: dominou o ensino e contribuiu para a mudança de
comportamentos com a instituição das suas festividades e
procissões.
• A taberna, o albergue, a estalagem…
• As cortes dos nobres (espaço fechado e particular).
• As salas de reunião burguesas e de acordo com a atividade
exercida.
• A praça pública, lugar da cultura popular, onde se realizavam as
festas, as feiras, os teatros…
33. • Chama-se cruzada a qualquer um dos movimentos militares, de
caráter parcialmente cristão, que partiu da Europa Ocidental e cujo
objetivo era colocar a Terra Santa (nome pelo qual os cristãos
denominavam a Palestina) e a cidade de Jerusalém sob a soberania
dos cristãos.
• Estes movimentos estenderam-se entre os séculos XI e XIII, época
em que a Palestina estava sob controle dos turcos
muçulmanos.
• Ao todo, existiram oito cruzadas oficiais.
34.
35. • Antecedentes:
• Domínio turco seldjúcida sobre a Palestina e conquista de
Jerusalém em 1078;
• Os cristãos são proibidos de entrar em Jerusalém;
• O imperador bizantino Aleixo I pede ajuda ao ocidente para
combater a expansão seldjúcida;
• Em 1095, o papa Urbano II convoca a população europeia
para libertar a Terra Santa;
• Guerra Santa: Penitência cristã remissão dos pecados;
• Crescimento populacional europeu e vontade de obter mais
terras e riquezas.
36. As cruzadas permitiram:
• que o comércio renascesse, assim
provocando o desenvolvimento das
cidades;
• a abertura de novas rotas mercantis
no Oriente;
• uma nova classe social, a dos
burgueses;
• a entrada de mais moedas na Europa
e a ideia do racionalismo económico,
• a crise do feudalismo.
37. • As ordens religiosas e militares datam da mesma época das
cruzadas, na sequência da tomada de Constantinopla pelos Turcos,
e da violência a que estes submeteram os peregrinos que se
dirigiam à Terra Santa.
• A sua missão era defender os lugares santos do Cristianismo,
proteger e assistir as populações e peregrinos e de colonizar as
terras conquistadas aos muçulmanos.
38. • Em 1099, Godofredo de Bulhão é eleito defensor do Santo Sepulcro
e alguns cavaleiros cruzados fundam em 1048 uma albergaria que
apoiava os peregrinos. São estes que dão origem à primeira Ordem
Militar, a Ordem dos Hospitalários ou de São João de Jerusalém,
mais tarde conhecida também como Ordem de Malta.
• Nove cavaleiros que se albergaram numa parte do Templo de
Salomão formaram a Ordem dos Cavaleiros do Templo, ou
Templários.
• A Ordem dos Cavaleiros Teutónicos foi uma ordem militar vinculada
por votos religiosos pelo Papa Clemente III. Foi formada no ano
de 1190, em São João de Acre, para auxiliar os germânicos feridos
nas Cruzadas.
39.
40. • A esperança média de vida não ultrapassa os 30 anos;
• Apesar das melhorias na agricultura, o esgotamento dos solos leva a
novos períodos de carência alimentar;
• O clima arrefece, prejudicando as colheitas;
• A paragem dos arroteamentos que se verifica já desde finais do séc.
XIII associada ao baixo rendimento das sementeiras agravam a
carência alimentar.
• A mortalidade era elevada, principalmente nas crianças e mulheres
em idade fértil;
• A população para de crescer.
41. • O séc. XIV corresponde a um período de estagnação e, em alguns
casos, mesmo de retrocesso. São vários os sinais que apontam
para uma conjuntura de crise económica e social:
• o comércio exterior estagna;
• a colonização alemã em direção ao Leste para;
• a indústria têxtil da Flandres não consegue manter os seus
níveis;
• em Itália a maioria dos grandes bancos entram em colapso
financeiro;
• as Feiras de Champagne decaem e perdem toda a sua
importância…
42. • Ao longo do séc. XIV, ocorre uma confluência de factos que
explicam a designação de trilogia de morte:
• A crise agrícola que provoca fomes como a de 1315-1317, a
oscilação dos preços, o despovoamento dos campos e o
agudizar dos conflitos sociais.
• A Peste Negra (1348) e as várias epidemias que assolam o
mundo. A população subalimentada não resiste.
43. • As guerras que tornam ainda
mais negro o quadro económico
e social, quer pelas mortes que
provocam, quer pelas pilhagens
e devastações.
• A agravar todo este quadro, as
tensões, desordens sociais e
revoltas provocadas pelo
sentimento de mal-estar
generalizado.
44. • A ruína e abandono dos campos - muitos senhores e camponeses
morreram, deixando as suas terras sem semear. Os bosques e
pântanos alargam a sua área. A população rural, que vive numa
constante insegurança, inicia uma fuga desordenada para as
cidades, onde procuravam obter uma vida melhor.
45. • Torna-se necessário manter os camponeses na terra, para
desenvolver novamente a agricultura. É então que em vários países
surgem medidas reais, como é o caso da Lei das Sesmarias de D.
Fernando em Portugal. A rarefação da mão-de-obra provocou o
aumento dos salários, o que leva ao tabelamento do índice de
pagamentos - D. Afonso IV e as Leis do Trabalho e as Posturas
Municipais.
46. • A quebra dos rendimentos senhoriais - Os senhores reagem contra
a decadência dos seus rendimentos de formas variadas, mas
sempre com vista compensar as perdas e adaptar a economia às
novas exigências do mercado:
• endurecimento das cargas fiscais;
• a busca de novas formas de exploração da terra (cedem parte
das suas propriedades a camponeses que assumiam por si
próprios a administração em forma de aluguer ou arrendamento);
• a especialização agrária (orientam a sua produção para formas
mais remuneratórias como a madeira, a lã, a carne, o linho…).
47. • As revoltas sociais - A Europa é palco de uma série de
levantamentos revolucionários. As sublevações acontecem mais ou
menos por toda a parte, suscitadas pelos aumentos das taxas
senhoriais.
48. • As desordens sociais e o bandoleirismo
organizado - a quebra dos valores
familiares e tradicionais aparece como
uma das consequências mais salientes
da crise, aumentando o roubo e a
pilhagem. Ao lado das revoltas
camponesas baseadas na necessidade
de reivindicar melhorias sociais, o
bandoleirismo organizado desenvolveu-
se nesta época. As aldeias e os
mercadores, principalmente, sofriam o
terror dos seus ataques.
49. • A crise monetária - Todos estes elementos contribuíam para o
desequilíbrio das estruturas económicas. A tendência é multiplicar a
moeda, modificando para isso a relação entre a moeda real e a
nominal. Estas manipulações permitem resolver os problemas
monetários, mas de forma temporária.
• As desvalorizações são constantes. A prática das desvalorizações
consistia em recolher a moeda corrente, refundi-la aumentando a
liga e reduzindo o metal precioso e cunha-la de novo como o
mesmo valor facial da anterior.
50. • As crises constantes do século XIV exerceram grande influência na
mentalidade das populações da época, modificando os
comportamentos: surgem os movimentos de penitência (como forma
de alcançar a vida eterna); as manifestações coletivas de piedade...
• Muitos aproveitavam para gozar a vida, abandonando o trabalho e
a família.
• Em várias regiões europeias
reaparecem os Flagelantes, penitentes
que procuravam a salvação coletiva e
individual. Sobreviviam subalimentados
e carregados de chagas e feridas
resultantes da sua mutilação pública.
51. Em Portugal:
• D. Afonso IV publica a Circular de 1349 (pág. 51):
- Obrigatoriedade de todos os que antes da peste trabalhavam por
conta de outros que continuassem a fazê-lo, ainda que tivessem
recebido heranças.
- Tabelamento de salários para combater o excessivo aumento dos
mesmos, quer para a agricultura, quer para a criação e animais.
- Impedimento de mobilidade da mão de obra.
52. • D. Pedro I publica as Posturas Municipais (1361):
- Tabelamento de Salários e seu cumprimento.
• D. Fernando publica a Lei das Sesmarias – 1375 (pág. 1375):
- Obrigatoriedade de cultivo da terra sob pena de expropriação,
- Obrigatoriedade de os filhos e netos de lavradores continuarem
na mesma profissão,
- Tabelamento dos salários,
- Obrigatoriedade dos lavradores possuírem gado com
moderação,
- Coação dos mendigos e dos vagabundos ao trabalho rural.