Este documento descreve a organização política e social da Europa entre os séculos XIII e XIV. Neste período, o poder estava fragmentado entre reinos, impérios, senhores feudais e comunas. A sociedade era hierarquizada e baseada na agricultura, com os senhores exercendo grande autoridade localmente através de seus domínios feudais.
3. Do governo carolíngio à instabilidade
política
Nos finais do séc. V, a
grande força política
europeia eram os francos.
Com Clóvis, em 497,
converteram-se e foram
desenvolvendo um sistema
político que conduziria à
dinastia Carolíngia da qual
Carlos Magno foi o maior
representante.
4. O império de Carlos Magno
Grande expansão territorial: domina os saxões, os ávaros e os
lombardos; trava os muçulmanos e sustém os bizantinos.
Torna-se o grande defensor do Cristianismo: é coroado
imperador em 800 e personifica a reconstituição do império
romano.
5. Preparou as estruturas feudais, ao reorganizar a administração
do seu império:
Divisão do território em condados (dirigidos por homens da
sua confiança – os contes e os duques).
Os territórios fronteiriços – marcas – foram entregues a
nobres com ampla autonomia (marqueses).
A todos foi exigido um juramento de fidelidade.
6. O Renascimento Carolíngio
Empenhado em fazer renascer as artes e a cultura, Carlos Magno
cria uma academia onde lecionam os grandes eruditos da época
(Paulo Diácono ou Pedro de Pisa).
Fomenta o gosto pelos autores clássicos e funda uma extensa
Biblioteca.
Cria uma rede escolar, que funcionava principalmente em
mosteiros e abadias, onde funcionava a scriptoria (oficina de
escrita e ilustração), o que transforma os monges em verdadeiros
guardiães do saber. São estes quem domina a arte da escrita e
desenvolve verdadeiros estilos regionais de caligrafia.
7. A Decadência
Em troca dos apoios
recebidos, os reis carolíngios
recompensavam os seus nobres
com doações a que chamavam
benefícios. A acumulação de
benefícios levou ao surgir de um
número restrito de nobres que
acumulavam poderes, o que
conduz ao enfraquecimento do
poder central.
8. Para os reis francos, o poder era pessoal, pelo que era transmitido
ao filho primogénito.
O filho de Carlos Magno, Luís o Pio, divide o território pelos seus
três herdeiros na Partilha de Verdun (843): reino franco para Carlos; a
faixa central para Lotário e a parte Leste para Luís. Daqui nasceriam
três reinos distintos: França, Itália e Alemanha.
9.
10. A instabilidade
As invasões dos séc. VIII a X (muçulmanas, normandas e
húngaras) ajudam à fragmentação política.
Na ausência de uma força organizadora, ocorreu a passagem de
poder para as forças locais (importância da Capitular de Quiersy-sur-
Oise – 877).
Com a instabilidade política, aumenta a insegurança e a recessão
económica.
As estruturas carolíngias marcaram, todavia, o futuro de várias
regiões como Inglaterra: a tradição franco normanda de Guilherme, o
Conquistador ou em Portugal: os cavaleiros francos da reconquista.
11. O sacro-império Germano-Romano
No séc. X o Imperador Otão I aliou-se ao Papa (como antes dele
Carlos Magno o havia feito) e da união dos territórios germânicos
com os italianos nasceu um novo e forte império.
O sacro-império procurava ter mais sucesso que Carlos Magno e
restaurar o antigo império romano.
Fracassou em resultado das constantes lutas pelo poder dos
senhores e pelas disputas com a própria Santa Sé.
O chefe do Império Romano do Oriente (sediado em Bizâncio)
nunca reconheceu o governo germânico como verdadeiro herdeiro
dos romanos.
12. O cerco da Europa
Desde o séc. VIII que os muçulmanos ocupavam a Península
Ibérica. Daqui tentavam penetrar na Europa, ameaçando o Sul de
França e grande número das regiões de Itália.
Os Normandos, ou Vikings, povos vindos do Norte da Europa,
faziam incursões nas costas da Grã-Bretanha. Ao longo dos séc. IX
e séc. X, estes invadiram a Europa.
Do Oriente, descendentes dos antigos Hunos e Ávaros, os
Magiares dirigiram-se para Ocidente conquistando, matando e
destruindo o que encontraram pelo caminho.
13.
14. Consequências
Perante a ameaça dos novos invasores, a Europa fecha-se dentro
das suas fronteiras.
As rotas comerciais que a ligavam via Mediterrâneo à Palestina,
desapareceram.
As cidades perdem novamente a sua função, pois ninguém se
sente em segurança.
Há uma fuga desordenada da população urbana para o campo,
onde pensa encontrar proteção.
Face à incapacidade política e administrativa do Império, cresce a
autoridade dos senhores locais. Estes, aumentam cada vez mais o
seu poder à custa do imenso caudal humano que junto de si busca
guarida.
15. A economia baseia-se agora na agricultura, que torna novamente
a ser praticada em regime de subsistência.
• A economia de mercado cede lugar a uma economia natural
(agrícola), fechada, de troca directa devido à falta de
excedentes.
• A moeda praticamente deixa de circular.
• A pecuária funciona como complemento à agricultura,
actividades principais desta época.
• Os poucos pontos de comércio que subsistem estão ligados
principalmente aos centros de peregrinação.
Às mortes pelas fomes, acrescentam-se as mortes pelas
pestes. Verifica-se assim uma forte recessão demográfica.
16. A sociedade medieval
A sociedade feudal é uma sociedade hierarquizada e tripartida.
Os homens estão subordinados uns aos outros, por laços de
dependência.
Com as invasões normandas, o sistema feudal passa a vigorar
em quase toda a Europa, atingindo o seu auge nos séc. X e XI.
17. Os senhores constituíram-se como as únicas autoridades
administrativas, judiciais e fiscais. Deles dependia a sobrevivência
material das comunidades rurais, as famílias dos cavaleiros sem
terra e a pequena nobreza empobrecida.
A Igreja justificava a sociedade trinitária: o Clero como
representante de Deus, o que reza pelos homens; a Nobreza que
protege e o povo que trabalha.
19. A unidade da crença
Após as invasões, a Igreja era, no Ocidente, a única força
organizada:
• Grupo social de grande força e prestígio, possuía vastas
propriedades de onde retirava grandes riquezas.
• Detinha um grande número de privilégios reais, isenções
fiscais e benefícios (tais como um tribunal próprio). O seu
prestígio resulta ainda da força que a religião detinha neste
período de insegurança e instabilidade. A fé da população
aumenta.
20. A Cristandade face a
Bizâncio
Bizâncio desenvolveu, ao longo da Idade Média, uma florescente
civilização que seguia os preceitos do Cristianismo, embora a
língua oficial fosse o grego e não o latim.
O império era chefiado por um patriarca que se recusava a
seguir o chefe máximo da Igreja romana, o Papa.
21. Esta situação conduziu ao
Cisma da Cristandade e a
criação da Igreja Ortodoxa.
Esta igreja expandiu-se
para a Rússia e nunca mais se
fundiu com a Igreja Cristã
Romana, mesmo em épocas
em que a luta era com os
mesmos inimigos.
22. A emergência do feudalismo
Perante a falta de mão-de-obra, os grandes proprietários tendem a
vincular à terra camponeses que, a pouco e pouco, se vão tornando
dependentes. Reforçam-se as relações de dependência pessoal ou
de vassalagem. Estas faziam-se através de um acordo especial - o
contrato de vassalagem.
O Senhor possuía assim um conjunto de vassalos na sua
dependência. Estes vassalos poderiam ter mais do que um Senhor,
prestando homenagem a um deles.
A esta época da história da Europa, marcada por laços de
dependência entre os homens e por uma economia marcadamente
rural, os historiadores chamam FEUDALISMO.
23. Características
ASPECTO
POLÍTICO
ASPECTO
SOCIAL
ASPECTO
ECONÓMICO
ASPECTO
RELIGIOSO
Descentralização do
poder.
Enfraquecimento
do poder do Estado
Soberano (e do
Rei).
Ascensão política
da Nobreza.
Autoridade exer-
cida de pessoa para
pessoa.
Sociedade forte-
mente hierarqui-
zada (Clero, No-
breza e Terceiro
Estado).
Sociedade domina-
da por laços de de-
pendência pessoal:
Suserano
Grande Vassalo
Pequeno Vassalo
Economia de base
rural (agrária).
Economia fechada.
Economia de sub-
sistência.
Decadência ou
quase inexistência
de comércio.
Insegurança das
rotas.
Autoridade espi-
ritual e temporal da
Igreja.
Insersão da Igreja
na ordem feudal.
Desenvolvimento
do monaquismo.
Papel primordial
dos Mosteiros no
ensino, assistência
social e manu-
tenção da paz.
24. As relações feudo-
vassálicas
Os laços estabeleciam-se num sistema de cadeia: o suserano (o
rei, primeiro na hierarquia), o Grande Vassalo (os vassi dominici ou
vassalos diretos do rei) e o pequeno vassalo (dependente dos
vassi dominici).
25. Estas relações de dependência faziam-se através de um contrato
que compreendia as seguintes cerimónias:
• Homenagem: cerimónia de entrega do vassalo ao Senhor,
considerando-se seu homem e colocando-se na sua
dependência;
26. • Juramento de fidelidade: cerimónia feita pelos dois, em que
juram ser fiéis um ao outro (sobre as sagradas escrituras),
cumprindo o acordado;
27. • Investidura: o Senhor investe o vassalo no cargo que vai
ocupar e que pode ser transmitido de geração em geração.
28. Este contrato feito entre o vassalo e o senhor era vitalício e
implicava deveres e obrigações mútuas, em particular de fidelidade,
ajuda e conselho.
29. Reforço do poder local
A apropriação dos direitos de bannus (conjunto de poderes
exclusivos do rei e que correspondiam ao comando do exército e ao
poder de punição dos homens livres – justiça) pelos senhores,
retirou ao poder central a supremacia da jurisdição sobre as terras
destes.
A imunidade (isenção fiscal e autonomia administrativa e judicial)
passa, a partir do séc. VIII, para as mãos de alguns senhores nobres
e para a Igreja.
Este processo de dependências múltiplas conduziu à criação de
um sistema designado por Homenagem Lígia (ou seja, a fidelidade
era devida ao mais importante dos senhores, o rei) como forma de
proteger o poder central.
30. Dependências
Para além dos laços de dependência entre senhores, existiam
ainda os laços de família, que constituíam as solidariedades
horizontais. As famílias organizavam-se em torno das necessidades
de constituir um bom feudo, ocupar um bom cargo ou obter
benefícios importantes.
A criação do sistema de herança de linhagem ou agnático (só o
filho mais velho, varão é que herda), cria uma classe de filhos
segundos, cuja sobrevivência passa pela incursão na vida religiosa,
na cavalaria ou pela criação de laços de dependência verticais,
contraídos com o membro mais poderoso da família.
31. Senhorios
Na Europa da Alta Idade Média, o cultivo da terra ocupava a maior
parte da população. Esta terra encontrava-se, na sua maior parte,
nas mãos dos grandes senhores da Igreja e da Nobreza. A estas
terras pertencentes ao senhor, chamamos Senhorio ou Domínio
Feudal. Segundo os historiadores, o senhorio feudal resulta da
apropriação dos direitos de bannus e à transformação da imunidade.
É a base da sociedade da época:
• Unidade de produção fundamental,
• Abastece o mercado local e inter-regional;
• Garante a imposição e fortalecimento das elites.
32.
33. Este senhorio era constituído por duas partes distintas:
• a reserva - explorada diretamente pelo senhor. Cultivada por
servos (trabalhadores rurais não livres; sujeitos à terra onde
trabalhavam, podiam ser vendidos ou doados com ela e só
obtém a sua liberdade no séc. XIII) e criados permanentes e
pelos camponeses-vassalos sob a forma de trabalho gratuito. A
reserva compreendia o castelo, os campos de cultivo do senhor,
os prados, bosques, o forno, o moinho e o lagar (normalmente
era metade da área do domínio, correspondendo à zona mais
fértil).
34. • Os mansos - parcelas do senhorio que o senhor concedia aos
camponeses para que estes explorassem, em troca de uma
parte da produção sob a forma de rendas e do trabalho gratuito
na reserva. Estes mansos podiam ser livres (dados a
camponeses livres) ou concedidos a servos ou escravos
(mansos servis).
35.
36. Os camponeses livres ou colonos, que exploravam as terras
arrendadas encontravam-se na dependência do senhor. Tinham que
explorar a terra e guardar parte da produção, bem como deviam aos
senhores determinadas obrigações:
• pagamento de rendas pelo aluguer das terras (em géneros);
• pagamento de peagens (tributo sobre o trânsito de mercadorias
que passavam pelas terras do senhor);
• pagamento da talha (para assegurar a proteção do senhor);
• cumprimento de corveias (trabalho de um certo número de dias
por semana na reserva do senhor);
• cumprimento de banalidades (utilização do moinho, forno… do
senhor em troca da entrega de parte do produto obtido).
37. Senhorio banal
O senhor feudal:
• Possuía jurisdição sobre os seus habitantes (direito de banus).
• Exercia todos os domínios senhoriais (justiça, impostos, guerra).
• Tinha, a partir do séc. VIII, imunidade fiscal.
• Detinha grande autonomia.
Este poder alargou-se progressivamente a outros senhores,
conduzindo à divisão dos senhores feudais em duas categorias:
• Grandes senhores (com direito de bannus, como condes,
príncipes, abades…);
• Pequenos senhores (fidalgos e monges) sujeitos ao poder
banal da justiça, tal como os camponeses.
38. A expansão do senhorio banal por todo o Ocidente Europeu
permitiu aos seus detentores - a aristocracia guerreira e as altas
hierarquias da Igreja - tomarem virtualmente as rédeas da vida
pública.
Os senhores constituíram-se como as únicas autoridades
administrativas, judiciais e fiscais. Deles dependia a sobrevivência
material das comunidades rurais, as famílias dos cavaleiros sem terra
e a pequena nobreza empobrecida.
O senhorio agravou a vida das populações que, em resultado do
clima de guerras constantes e de insegurança, se colocava sob a sua
dependência. Os poucos que conseguiam resistir eram os habitantes
dos núcleos urbanos.
39. As dependências senhoriais pressupunham a criação de uma rede
de dependências servis (populares) contra as quais cedo se procurou
pôr fim:
• Camponeses que trabalham em regime de subserviência;
• Criação de associações de vizinhos ou comunas rurais em que
os camponeses juravam apoio mútuo e se organizavam para
uma resistência contra os senhores (solidariedades horizontais)
detentores dos direitos sobre a cidade;
• Luta camponesa por documentos escritos que estipulassem os
direitos e deveres das duas partes (ex. cartas comunais ou
cartas de foral);
41. O Papa governa em nome de Deus e é o chefe da hierarquia
eclesiástica:
• Clero regular: que vive segundo uma regra (nos Mosteiros) –
abades, monges.
• Clero secular: que vive junto à população – padres, bispos e
cardeais.
A área de influência da igreja romana foi sendo sucessivamente
alargada, quer com a reconquista cristã, com a evangelização do
norte da Europa ou com o movimento das cruzadas.
A Igreja Romana
42. O Monaquismo
Este movimento tem origem no séc IV - no Oriente - Egipto, Síria,
Ásia Menor.
Nasceu de iniciativas individuais e ligado ao desejo de isolamento
do mundo profano (fuga mundi) e do ascetismo.
Posteriormente, surgiram comunidades de monges/monjas que
seguiam o seu mestre.
No Ocidente surge no séc. V, por iniciativa de bispos e no séc.
seguinte apareceram os primeiros legisladores, como S. Bento de
Núrsia.
43. Os mosteiros beneditinos e os seus monges copistas, ao
assumirem o papel de guardiães do saber, ao serviço da difusão do
Evangelho e da conservação da herança cultural greco-latina,
tiveram um papel fundamental na unificação cultural do ocidente:
recolheram as “ heranças do conhecimento antigo”,
procuraram “estruturar uma sociedade arrasada, territorialmente
disseminada e culturalmente debilitada”.
Neste processo, o papel dos monges beneditinos foi essencial,
obrigados que estavam, pela regra, não só à oração e à leitura das
Escrituras, mas também ao trabalho intelectual.
44. Ordens monasteriais
Ordem de São Bento (Beneditinos) – séc. VI.
Ordem de Cluny (séc. X a XII, influência moralizadora dos seus
membros no seio da Igreja, conhecido por reforma de Cluny).
Ordem de Cister (fundação da Abadia de Cister, por Roberto de
Champagne, abade de Molesme para retomar a regra beneditina e
o ascetismo inicial – ex. Mosteiro de Alcobaça).
S. Bernardo do Claraval e a reforma de Cister. Os seus ideais de
construção religiosa apontam para a simplicidade. Forte
impulsionador do canto gregoriano, que deriva do cantochão,
prática monofónica de canto utilizada nas liturgias cristãs,
originalmente desacompanhada .
45. A Reforma Gregoriana
A fragmentação do poder real e a ascensão do poder dos
senhores conduz a uma crise na Igreja:
O comprtamento de alguns clérigos não é condizente com a
religião (comportam-se como verdadeiros senhores laicos),
Existência da prática de Simonia;
Enriquecimento de Mosteiros e Abadias;
Interferência dos reis na escolha de abades e bispos;
Desenvolvimento de movimentos heréticos…
Gregório VII procura restaurar o poder da Igreja e erradicar esyes
fenómenos de heresia e simonia, afirmando a autoridade papal.
46. A Questão das Investiduras
O Papa decretal a proibição de nomeação de bispos e abades por
parte dos reis, reforçando a sua autoridade e levando a um
conflito com o rei do império germane-romano, Henrique IV.
A questão das Investiduras, como ficou conhecida, apenas se
resolverá com a Concordata de Worms em 1122.
47. O Bispo de Roma
O Bispo de Roma torna-se o líder da comunidade cristã,
passando a ser designado por Papa:
• Sacralizou, educou as populações e evangelizou os invasores;
• Controlou a nobreza guerreira, instituindo a paz de Deus, a
Trégua de Deus e a instituição da Cavalaria;
• Sacralizou e ritualizou todos os atos da vida quotidiana
(calendário organizado com dias santos, integração das
festividades pagãs no catolicismo…)
• Criou instituições de caridade e de ensino (escolas monacais e
episcopais)…
• Manteve viva a cultura (monges copistas).
48. A crescente influência espiritual da Igreja durante a Idade Média
efetuou-se em dois sentidos:
• estabilizar as instituições feudais;
• como suavizadora dos costumes e das mentalidades.
Desenvolveu-se um novo conceito de paz, que veio a modificar
as características da própria guerra: a Paz de Deus e a Trégua de
Deus. Através dos concílios de Paz (reuniões promovidas pelos
Bispos em cada distrito), a Igreja procurou refrear a violência e
estabelecer regras de conduta, normas morais e espirituais a que
todos se obrigavam por juramento coletivo.
49. O poder da Igreja atinge o seu ponto máximo com o Concílio
Ecuménico de Latrão (1215), onde são aprovadas um conjunto de
medidas que mudarão o curso da história:
a criação do Tribunal da Inquisição;
a comunhão e confissão obrigatórias;
a pregação só com autorização papal;
a condenação da Simonia;
a organização de uma nova Cruzadas.
Inocêncio III reconhece a existência de um poder temporal.
Todavia, este seria sempre fiscalizado pelo poder spiritual: “Um só
Deus, Uma só Fé; Uma só Igreja, Uma única Soberania”.