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Módulo 2. O dinamismo
civilizacional da Europa
Ocidental nos séc. XIII a
XIV Espaços, Poderes e
Vivências
Multiplicidade de
poderes
REINO, IMPÉRIO, SENHORIO
E COMUNAS
Do governo carolíngio à instabilidade
política
 Nos finais do séc. V, a
grande força política
europeia eram os francos.
 Com Clóvis, em 497,
converteram-se e foram
desenvolvendo um sistema
político que conduziria à
dinastia Carolíngia da qual
Carlos Magno foi o maior
representante.
O império de Carlos Magno
 Grande expansão territorial: domina os saxões, os ávaros e os
lombardos; trava os muçulmanos e sustém os bizantinos.
 Torna-se o grande defensor do Cristianismo: é coroado
imperador em 800 e personifica a reconstituição do império
romano.
 Preparou as estruturas feudais, ao reorganizar a administração
do seu império:
 Divisão do território em condados (dirigidos por homens da
sua confiança – os contes e os duques).
 Os territórios fronteiriços – marcas – foram entregues a
nobres com ampla autonomia (marqueses).
 A todos foi exigido um juramento de fidelidade.
O Renascimento Carolíngio
 Empenhado em fazer renascer as artes e a cultura, Carlos Magno
cria uma academia onde lecionam os grandes eruditos da época
(Paulo Diácono ou Pedro de Pisa).
 Fomenta o gosto pelos autores clássicos e funda uma extensa
Biblioteca.
 Cria uma rede escolar, que funcionava principalmente em
mosteiros e abadias, onde funcionava a scriptoria (oficina de
escrita e ilustração), o que transforma os monges em verdadeiros
guardiães do saber. São estes quem domina a arte da escrita e
desenvolve verdadeiros estilos regionais de caligrafia.
A Decadência
 Em troca dos apoios
recebidos, os reis carolíngios
recompensavam os seus nobres
com doações a que chamavam
benefícios. A acumulação de
benefícios levou ao surgir de um
número restrito de nobres que
acumulavam poderes, o que
conduz ao enfraquecimento do
poder central.
 Para os reis francos, o poder era pessoal, pelo que era transmitido
ao filho primogénito.
 O filho de Carlos Magno, Luís o Pio, divide o território pelos seus
três herdeiros na Partilha de Verdun (843): reino franco para Carlos; a
faixa central para Lotário e a parte Leste para Luís. Daqui nasceriam
três reinos distintos: França, Itália e Alemanha.
A instabilidade
 As invasões dos séc. VIII a X (muçulmanas, normandas e
húngaras) ajudam à fragmentação política.
 Na ausência de uma força organizadora, ocorreu a passagem de
poder para as forças locais (importância da Capitular de Quiersy-sur-
Oise – 877).
 Com a instabilidade política, aumenta a insegurança e a recessão
económica.
 As estruturas carolíngias marcaram, todavia, o futuro de várias
regiões como Inglaterra: a tradição franco normanda de Guilherme, o
Conquistador ou em Portugal: os cavaleiros francos da reconquista.
O sacro-império Germano-Romano
 No séc. X o Imperador Otão I aliou-se ao Papa (como antes dele
Carlos Magno o havia feito) e da união dos territórios germânicos
com os italianos nasceu um novo e forte império.
 O sacro-império procurava ter mais sucesso que Carlos Magno e
restaurar o antigo império romano.
 Fracassou em resultado das constantes lutas pelo poder dos
senhores e pelas disputas com a própria Santa Sé.
 O chefe do Império Romano do Oriente (sediado em Bizâncio)
nunca reconheceu o governo germânico como verdadeiro herdeiro
dos romanos.
O cerco da Europa
 Desde o séc. VIII que os muçulmanos ocupavam a Península
Ibérica. Daqui tentavam penetrar na Europa, ameaçando o Sul de
França e grande número das regiões de Itália.
 Os Normandos, ou Vikings, povos vindos do Norte da Europa,
faziam incursões nas costas da Grã-Bretanha. Ao longo dos séc. IX
e séc. X, estes invadiram a Europa.
 Do Oriente, descendentes dos antigos Hunos e Ávaros, os
Magiares dirigiram-se para Ocidente conquistando, matando e
destruindo o que encontraram pelo caminho.
Consequências
 Perante a ameaça dos novos invasores, a Europa fecha-se dentro
das suas fronteiras.
 As rotas comerciais que a ligavam via Mediterrâneo à Palestina,
desapareceram.
 As cidades perdem novamente a sua função, pois ninguém se
sente em segurança.
 Há uma fuga desordenada da população urbana para o campo,
onde pensa encontrar proteção.
 Face à incapacidade política e administrativa do Império, cresce a
autoridade dos senhores locais. Estes, aumentam cada vez mais o
seu poder à custa do imenso caudal humano que junto de si busca
guarida.
 A economia baseia-se agora na agricultura, que torna novamente
a ser praticada em regime de subsistência.
• A economia de mercado cede lugar a uma economia natural
(agrícola), fechada, de troca directa devido à falta de
excedentes.
• A moeda praticamente deixa de circular.
• A pecuária funciona como complemento à agricultura,
actividades principais desta época.
• Os poucos pontos de comércio que subsistem estão ligados
principalmente aos centros de peregrinação.
 Às mortes pelas fomes, acrescentam-se as mortes pelas
pestes. Verifica-se assim uma forte recessão demográfica.
A sociedade medieval
 A sociedade feudal é uma sociedade hierarquizada e tripartida.
Os homens estão subordinados uns aos outros, por laços de
dependência.
 Com as invasões normandas, o sistema feudal passa a vigorar
em quase toda a Europa, atingindo o seu auge nos séc. X e XI.
 Os senhores constituíram-se como as únicas autoridades
administrativas, judiciais e fiscais. Deles dependia a sobrevivência
material das comunidades rurais, as famílias dos cavaleiros sem
terra e a pequena nobreza empobrecida.
 A Igreja justificava a sociedade trinitária: o Clero como
representante de Deus, o que reza pelos homens; a Nobreza que
protege e o povo que trabalha.
A sociedade medieval
Dirigir
Fortalecimento do poder
dos senhores
Combater
Orar
Trabalhar
Privilegiados
Não
Privilegiados
A unidade da crença
 Após as invasões, a Igreja era, no Ocidente, a única força
organizada:
• Grupo social de grande força e prestígio, possuía vastas
propriedades de onde retirava grandes riquezas.
• Detinha um grande número de privilégios reais, isenções
fiscais e benefícios (tais como um tribunal próprio). O seu
prestígio resulta ainda da força que a religião detinha neste
período de insegurança e instabilidade. A fé da população
aumenta.
A Cristandade face a
Bizâncio
 Bizâncio desenvolveu, ao longo da Idade Média, uma florescente
civilização que seguia os preceitos do Cristianismo, embora a
língua oficial fosse o grego e não o latim.
 O império era chefiado por um patriarca que se recusava a
seguir o chefe máximo da Igreja romana, o Papa.
 Esta situação conduziu ao
Cisma da Cristandade e a
criação da Igreja Ortodoxa.
 Esta igreja expandiu-se
para a Rússia e nunca mais se
fundiu com a Igreja Cristã
Romana, mesmo em épocas
em que a luta era com os
mesmos inimigos.
A emergência do feudalismo
 Perante a falta de mão-de-obra, os grandes proprietários tendem a
vincular à terra camponeses que, a pouco e pouco, se vão tornando
dependentes. Reforçam-se as relações de dependência pessoal ou
de vassalagem. Estas faziam-se através de um acordo especial - o
contrato de vassalagem.
 O Senhor possuía assim um conjunto de vassalos na sua
dependência. Estes vassalos poderiam ter mais do que um Senhor,
prestando homenagem a um deles.
 A esta época da história da Europa, marcada por laços de
dependência entre os homens e por uma economia marcadamente
rural, os historiadores chamam FEUDALISMO.
Características
ASPECTO
POLÍTICO
ASPECTO
SOCIAL
ASPECTO
ECONÓMICO
ASPECTO
RELIGIOSO
 Descentralização do
poder.
 Enfraquecimento
do poder do Estado
Soberano (e do
Rei).
 Ascensão política
da Nobreza.
 Autoridade exer-
cida de pessoa para
pessoa.
 Sociedade forte-
mente hierarqui-
zada (Clero, No-
breza e Terceiro
Estado).
 Sociedade domina-
da por laços de de-
pendência pessoal:
Suserano
Grande Vassalo
Pequeno Vassalo
 Economia de base
rural (agrária).
 Economia fechada.
 Economia de sub-
sistência.
 Decadência ou
quase inexistência
de comércio.
 Insegurança das
rotas.
 Autoridade espi-
ritual e temporal da
Igreja.
 Insersão da Igreja
na ordem feudal.
 Desenvolvimento
do monaquismo.
 Papel primordial
dos Mosteiros no
ensino, assistência
social e manu-
tenção da paz.
As relações feudo-
vassálicas
 Os laços estabeleciam-se num sistema de cadeia: o suserano (o
rei, primeiro na hierarquia), o Grande Vassalo (os vassi dominici ou
vassalos diretos do rei) e o pequeno vassalo (dependente dos
vassi dominici).
 Estas relações de dependência faziam-se através de um contrato
que compreendia as seguintes cerimónias:
• Homenagem: cerimónia de entrega do vassalo ao Senhor,
considerando-se seu homem e colocando-se na sua
dependência;
• Juramento de fidelidade: cerimónia feita pelos dois, em que
juram ser fiéis um ao outro (sobre as sagradas escrituras),
cumprindo o acordado;
• Investidura: o Senhor investe o vassalo no cargo que vai
ocupar e que pode ser transmitido de geração em geração.
 Este contrato feito entre o vassalo e o senhor era vitalício e
implicava deveres e obrigações mútuas, em particular de fidelidade,
ajuda e conselho.
Reforço do poder local
 A apropriação dos direitos de bannus (conjunto de poderes
exclusivos do rei e que correspondiam ao comando do exército e ao
poder de punição dos homens livres – justiça) pelos senhores,
retirou ao poder central a supremacia da jurisdição sobre as terras
destes.
 A imunidade (isenção fiscal e autonomia administrativa e judicial)
passa, a partir do séc. VIII, para as mãos de alguns senhores nobres
e para a Igreja.
 Este processo de dependências múltiplas conduziu à criação de
um sistema designado por Homenagem Lígia (ou seja, a fidelidade
era devida ao mais importante dos senhores, o rei) como forma de
proteger o poder central.
Dependências
 Para além dos laços de dependência entre senhores, existiam
ainda os laços de família, que constituíam as solidariedades
horizontais. As famílias organizavam-se em torno das necessidades
de constituir um bom feudo, ocupar um bom cargo ou obter
benefícios importantes.
 A criação do sistema de herança de linhagem ou agnático (só o
filho mais velho, varão é que herda), cria uma classe de filhos
segundos, cuja sobrevivência passa pela incursão na vida religiosa,
na cavalaria ou pela criação de laços de dependência verticais,
contraídos com o membro mais poderoso da família.
Senhorios
 Na Europa da Alta Idade Média, o cultivo da terra ocupava a maior
parte da população. Esta terra encontrava-se, na sua maior parte,
nas mãos dos grandes senhores da Igreja e da Nobreza. A estas
terras pertencentes ao senhor, chamamos Senhorio ou Domínio
Feudal. Segundo os historiadores, o senhorio feudal resulta da
apropriação dos direitos de bannus e à transformação da imunidade.
 É a base da sociedade da época:
• Unidade de produção fundamental,
• Abastece o mercado local e inter-regional;
• Garante a imposição e fortalecimento das elites.
 Este senhorio era constituído por duas partes distintas:
• a reserva - explorada diretamente pelo senhor. Cultivada por
servos (trabalhadores rurais não livres; sujeitos à terra onde
trabalhavam, podiam ser vendidos ou doados com ela e só
obtém a sua liberdade no séc. XIII) e criados permanentes e
pelos camponeses-vassalos sob a forma de trabalho gratuito. A
reserva compreendia o castelo, os campos de cultivo do senhor,
os prados, bosques, o forno, o moinho e o lagar (normalmente
era metade da área do domínio, correspondendo à zona mais
fértil).
• Os mansos - parcelas do senhorio que o senhor concedia aos
camponeses para que estes explorassem, em troca de uma
parte da produção sob a forma de rendas e do trabalho gratuito
na reserva. Estes mansos podiam ser livres (dados a
camponeses livres) ou concedidos a servos ou escravos
(mansos servis).
 Os camponeses livres ou colonos, que exploravam as terras
arrendadas encontravam-se na dependência do senhor. Tinham que
explorar a terra e guardar parte da produção, bem como deviam aos
senhores determinadas obrigações:
• pagamento de rendas pelo aluguer das terras (em géneros);
• pagamento de peagens (tributo sobre o trânsito de mercadorias
que passavam pelas terras do senhor);
• pagamento da talha (para assegurar a proteção do senhor);
• cumprimento de corveias (trabalho de um certo número de dias
por semana na reserva do senhor);
• cumprimento de banalidades (utilização do moinho, forno… do
senhor em troca da entrega de parte do produto obtido).
Senhorio banal
O senhor feudal:
• Possuía jurisdição sobre os seus habitantes (direito de banus).
• Exercia todos os domínios senhoriais (justiça, impostos, guerra).
• Tinha, a partir do séc. VIII, imunidade fiscal.
• Detinha grande autonomia.
Este poder alargou-se progressivamente a outros senhores,
conduzindo à divisão dos senhores feudais em duas categorias:
• Grandes senhores (com direito de bannus, como condes,
príncipes, abades…);
• Pequenos senhores (fidalgos e monges) sujeitos ao poder
banal da justiça, tal como os camponeses.
 A expansão do senhorio banal por todo o Ocidente Europeu
permitiu aos seus detentores - a aristocracia guerreira e as altas
hierarquias da Igreja - tomarem virtualmente as rédeas da vida
pública.
 Os senhores constituíram-se como as únicas autoridades
administrativas, judiciais e fiscais. Deles dependia a sobrevivência
material das comunidades rurais, as famílias dos cavaleiros sem terra
e a pequena nobreza empobrecida.
 O senhorio agravou a vida das populações que, em resultado do
clima de guerras constantes e de insegurança, se colocava sob a sua
dependência. Os poucos que conseguiam resistir eram os habitantes
dos núcleos urbanos.
 As dependências senhoriais pressupunham a criação de uma rede
de dependências servis (populares) contra as quais cedo se procurou
pôr fim:
• Camponeses que trabalham em regime de subserviência;
• Criação de associações de vizinhos ou comunas rurais em que
os camponeses juravam apoio mútuo e se organizavam para
uma resistência contra os senhores (solidariedades horizontais)
detentores dos direitos sobre a cidade;
• Luta camponesa por documentos escritos que estipulassem os
direitos e deveres das duas partes (ex. cartas comunais ou
cartas de foral);
A IGREJA: CRENÇA OU PODER
 O Papa governa em nome de Deus e é o chefe da hierarquia
eclesiástica:
• Clero regular: que vive segundo uma regra (nos Mosteiros) –
abades, monges.
• Clero secular: que vive junto à população – padres, bispos e
cardeais.
 A área de influência da igreja romana foi sendo sucessivamente
alargada, quer com a reconquista cristã, com a evangelização do
norte da Europa ou com o movimento das cruzadas.
A Igreja Romana
O Monaquismo
 Este movimento tem origem no séc IV - no Oriente - Egipto, Síria,
Ásia Menor.
 Nasceu de iniciativas individuais e ligado ao desejo de isolamento
do mundo profano (fuga mundi) e do ascetismo.
 Posteriormente, surgiram comunidades de monges/monjas que
seguiam o seu mestre.
 No Ocidente surge no séc. V, por iniciativa de bispos e no séc.
seguinte apareceram os primeiros legisladores, como S. Bento de
Núrsia.
 Os mosteiros beneditinos e os seus monges copistas, ao
assumirem o papel de guardiães do saber, ao serviço da difusão do
Evangelho e da conservação da herança cultural greco-latina,
tiveram um papel fundamental na unificação cultural do ocidente:
 recolheram as “ heranças do conhecimento antigo”,
 procuraram “estruturar uma sociedade arrasada, territorialmente
disseminada e culturalmente debilitada”.
 Neste processo, o papel dos monges beneditinos foi essencial,
obrigados que estavam, pela regra, não só à oração e à leitura das
Escrituras, mas também ao trabalho intelectual.
Ordens monasteriais
 Ordem de São Bento (Beneditinos) – séc. VI.
 Ordem de Cluny (séc. X a XII, influência moralizadora dos seus
membros no seio da Igreja, conhecido por reforma de Cluny).
 Ordem de Cister (fundação da Abadia de Cister, por Roberto de
Champagne, abade de Molesme para retomar a regra beneditina e
o ascetismo inicial – ex. Mosteiro de Alcobaça).
 S. Bernardo do Claraval e a reforma de Cister. Os seus ideais de
construção religiosa apontam para a simplicidade. Forte
impulsionador do canto gregoriano, que deriva do cantochão,
prática monofónica de canto utilizada nas liturgias cristãs,
originalmente desacompanhada .
A Reforma Gregoriana
 A fragmentação do poder real e a ascensão do poder dos
senhores conduz a uma crise na Igreja:
 O comprtamento de alguns clérigos não é condizente com a
religião (comportam-se como verdadeiros senhores laicos),
 Existência da prática de Simonia;
 Enriquecimento de Mosteiros e Abadias;
 Interferência dos reis na escolha de abades e bispos;
 Desenvolvimento de movimentos heréticos…
 Gregório VII procura restaurar o poder da Igreja e erradicar esyes
fenómenos de heresia e simonia, afirmando a autoridade papal.
A Questão das Investiduras
 O Papa decretal a proibição de nomeação de bispos e abades por
parte dos reis, reforçando a sua autoridade e levando a um
conflito com o rei do império germane-romano, Henrique IV.
 A questão das Investiduras, como ficou conhecida, apenas se
resolverá com a Concordata de Worms em 1122.
O Bispo de Roma
 O Bispo de Roma torna-se o líder da comunidade cristã,
passando a ser designado por Papa:
• Sacralizou, educou as populações e evangelizou os invasores;
• Controlou a nobreza guerreira, instituindo a paz de Deus, a
Trégua de Deus e a instituição da Cavalaria;
• Sacralizou e ritualizou todos os atos da vida quotidiana
(calendário organizado com dias santos, integração das
festividades pagãs no catolicismo…)
• Criou instituições de caridade e de ensino (escolas monacais e
episcopais)…
• Manteve viva a cultura (monges copistas).
 A crescente influência espiritual da Igreja durante a Idade Média
efetuou-se em dois sentidos:
• estabilizar as instituições feudais;
• como suavizadora dos costumes e das mentalidades.
 Desenvolveu-se um novo conceito de paz, que veio a modificar
as características da própria guerra: a Paz de Deus e a Trégua de
Deus. Através dos concílios de Paz (reuniões promovidas pelos
Bispos em cada distrito), a Igreja procurou refrear a violência e
estabelecer regras de conduta, normas morais e espirituais a que
todos se obrigavam por juramento coletivo.
 O poder da Igreja atinge o seu ponto máximo com o Concílio
Ecuménico de Latrão (1215), onde são aprovadas um conjunto de
medidas que mudarão o curso da história:
 a criação do Tribunal da Inquisição;
 a comunhão e confissão obrigatórias;
 a pregação só com autorização papal;
 a condenação da Simonia;
 a organização de uma nova Cruzadas.
 Inocêncio III reconhece a existência de um poder temporal.
Todavia, este seria sempre fiscalizado pelo poder spiritual: “Um só
Deus, Uma só Fé; Uma só Igreja, Uma única Soberania”.

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1. a identidade civilizacional da europa

  • 1. LOGO Módulo 2. O dinamismo civilizacional da Europa Ocidental nos séc. XIII a XIV Espaços, Poderes e Vivências
  • 3. Do governo carolíngio à instabilidade política  Nos finais do séc. V, a grande força política europeia eram os francos.  Com Clóvis, em 497, converteram-se e foram desenvolvendo um sistema político que conduziria à dinastia Carolíngia da qual Carlos Magno foi o maior representante.
  • 4. O império de Carlos Magno  Grande expansão territorial: domina os saxões, os ávaros e os lombardos; trava os muçulmanos e sustém os bizantinos.  Torna-se o grande defensor do Cristianismo: é coroado imperador em 800 e personifica a reconstituição do império romano.
  • 5.  Preparou as estruturas feudais, ao reorganizar a administração do seu império:  Divisão do território em condados (dirigidos por homens da sua confiança – os contes e os duques).  Os territórios fronteiriços – marcas – foram entregues a nobres com ampla autonomia (marqueses).  A todos foi exigido um juramento de fidelidade.
  • 6. O Renascimento Carolíngio  Empenhado em fazer renascer as artes e a cultura, Carlos Magno cria uma academia onde lecionam os grandes eruditos da época (Paulo Diácono ou Pedro de Pisa).  Fomenta o gosto pelos autores clássicos e funda uma extensa Biblioteca.  Cria uma rede escolar, que funcionava principalmente em mosteiros e abadias, onde funcionava a scriptoria (oficina de escrita e ilustração), o que transforma os monges em verdadeiros guardiães do saber. São estes quem domina a arte da escrita e desenvolve verdadeiros estilos regionais de caligrafia.
  • 7. A Decadência  Em troca dos apoios recebidos, os reis carolíngios recompensavam os seus nobres com doações a que chamavam benefícios. A acumulação de benefícios levou ao surgir de um número restrito de nobres que acumulavam poderes, o que conduz ao enfraquecimento do poder central.
  • 8.  Para os reis francos, o poder era pessoal, pelo que era transmitido ao filho primogénito.  O filho de Carlos Magno, Luís o Pio, divide o território pelos seus três herdeiros na Partilha de Verdun (843): reino franco para Carlos; a faixa central para Lotário e a parte Leste para Luís. Daqui nasceriam três reinos distintos: França, Itália e Alemanha.
  • 9.
  • 10. A instabilidade  As invasões dos séc. VIII a X (muçulmanas, normandas e húngaras) ajudam à fragmentação política.  Na ausência de uma força organizadora, ocorreu a passagem de poder para as forças locais (importância da Capitular de Quiersy-sur- Oise – 877).  Com a instabilidade política, aumenta a insegurança e a recessão económica.  As estruturas carolíngias marcaram, todavia, o futuro de várias regiões como Inglaterra: a tradição franco normanda de Guilherme, o Conquistador ou em Portugal: os cavaleiros francos da reconquista.
  • 11. O sacro-império Germano-Romano  No séc. X o Imperador Otão I aliou-se ao Papa (como antes dele Carlos Magno o havia feito) e da união dos territórios germânicos com os italianos nasceu um novo e forte império.  O sacro-império procurava ter mais sucesso que Carlos Magno e restaurar o antigo império romano.  Fracassou em resultado das constantes lutas pelo poder dos senhores e pelas disputas com a própria Santa Sé.  O chefe do Império Romano do Oriente (sediado em Bizâncio) nunca reconheceu o governo germânico como verdadeiro herdeiro dos romanos.
  • 12. O cerco da Europa  Desde o séc. VIII que os muçulmanos ocupavam a Península Ibérica. Daqui tentavam penetrar na Europa, ameaçando o Sul de França e grande número das regiões de Itália.  Os Normandos, ou Vikings, povos vindos do Norte da Europa, faziam incursões nas costas da Grã-Bretanha. Ao longo dos séc. IX e séc. X, estes invadiram a Europa.  Do Oriente, descendentes dos antigos Hunos e Ávaros, os Magiares dirigiram-se para Ocidente conquistando, matando e destruindo o que encontraram pelo caminho.
  • 13.
  • 14. Consequências  Perante a ameaça dos novos invasores, a Europa fecha-se dentro das suas fronteiras.  As rotas comerciais que a ligavam via Mediterrâneo à Palestina, desapareceram.  As cidades perdem novamente a sua função, pois ninguém se sente em segurança.  Há uma fuga desordenada da população urbana para o campo, onde pensa encontrar proteção.  Face à incapacidade política e administrativa do Império, cresce a autoridade dos senhores locais. Estes, aumentam cada vez mais o seu poder à custa do imenso caudal humano que junto de si busca guarida.
  • 15.  A economia baseia-se agora na agricultura, que torna novamente a ser praticada em regime de subsistência. • A economia de mercado cede lugar a uma economia natural (agrícola), fechada, de troca directa devido à falta de excedentes. • A moeda praticamente deixa de circular. • A pecuária funciona como complemento à agricultura, actividades principais desta época. • Os poucos pontos de comércio que subsistem estão ligados principalmente aos centros de peregrinação.  Às mortes pelas fomes, acrescentam-se as mortes pelas pestes. Verifica-se assim uma forte recessão demográfica.
  • 16. A sociedade medieval  A sociedade feudal é uma sociedade hierarquizada e tripartida. Os homens estão subordinados uns aos outros, por laços de dependência.  Com as invasões normandas, o sistema feudal passa a vigorar em quase toda a Europa, atingindo o seu auge nos séc. X e XI.
  • 17.  Os senhores constituíram-se como as únicas autoridades administrativas, judiciais e fiscais. Deles dependia a sobrevivência material das comunidades rurais, as famílias dos cavaleiros sem terra e a pequena nobreza empobrecida.  A Igreja justificava a sociedade trinitária: o Clero como representante de Deus, o que reza pelos homens; a Nobreza que protege e o povo que trabalha.
  • 18. A sociedade medieval Dirigir Fortalecimento do poder dos senhores Combater Orar Trabalhar Privilegiados Não Privilegiados
  • 19. A unidade da crença  Após as invasões, a Igreja era, no Ocidente, a única força organizada: • Grupo social de grande força e prestígio, possuía vastas propriedades de onde retirava grandes riquezas. • Detinha um grande número de privilégios reais, isenções fiscais e benefícios (tais como um tribunal próprio). O seu prestígio resulta ainda da força que a religião detinha neste período de insegurança e instabilidade. A fé da população aumenta.
  • 20. A Cristandade face a Bizâncio  Bizâncio desenvolveu, ao longo da Idade Média, uma florescente civilização que seguia os preceitos do Cristianismo, embora a língua oficial fosse o grego e não o latim.  O império era chefiado por um patriarca que se recusava a seguir o chefe máximo da Igreja romana, o Papa.
  • 21.  Esta situação conduziu ao Cisma da Cristandade e a criação da Igreja Ortodoxa.  Esta igreja expandiu-se para a Rússia e nunca mais se fundiu com a Igreja Cristã Romana, mesmo em épocas em que a luta era com os mesmos inimigos.
  • 22. A emergência do feudalismo  Perante a falta de mão-de-obra, os grandes proprietários tendem a vincular à terra camponeses que, a pouco e pouco, se vão tornando dependentes. Reforçam-se as relações de dependência pessoal ou de vassalagem. Estas faziam-se através de um acordo especial - o contrato de vassalagem.  O Senhor possuía assim um conjunto de vassalos na sua dependência. Estes vassalos poderiam ter mais do que um Senhor, prestando homenagem a um deles.  A esta época da história da Europa, marcada por laços de dependência entre os homens e por uma economia marcadamente rural, os historiadores chamam FEUDALISMO.
  • 23. Características ASPECTO POLÍTICO ASPECTO SOCIAL ASPECTO ECONÓMICO ASPECTO RELIGIOSO  Descentralização do poder.  Enfraquecimento do poder do Estado Soberano (e do Rei).  Ascensão política da Nobreza.  Autoridade exer- cida de pessoa para pessoa.  Sociedade forte- mente hierarqui- zada (Clero, No- breza e Terceiro Estado).  Sociedade domina- da por laços de de- pendência pessoal: Suserano Grande Vassalo Pequeno Vassalo  Economia de base rural (agrária).  Economia fechada.  Economia de sub- sistência.  Decadência ou quase inexistência de comércio.  Insegurança das rotas.  Autoridade espi- ritual e temporal da Igreja.  Insersão da Igreja na ordem feudal.  Desenvolvimento do monaquismo.  Papel primordial dos Mosteiros no ensino, assistência social e manu- tenção da paz.
  • 24. As relações feudo- vassálicas  Os laços estabeleciam-se num sistema de cadeia: o suserano (o rei, primeiro na hierarquia), o Grande Vassalo (os vassi dominici ou vassalos diretos do rei) e o pequeno vassalo (dependente dos vassi dominici).
  • 25.  Estas relações de dependência faziam-se através de um contrato que compreendia as seguintes cerimónias: • Homenagem: cerimónia de entrega do vassalo ao Senhor, considerando-se seu homem e colocando-se na sua dependência;
  • 26. • Juramento de fidelidade: cerimónia feita pelos dois, em que juram ser fiéis um ao outro (sobre as sagradas escrituras), cumprindo o acordado;
  • 27. • Investidura: o Senhor investe o vassalo no cargo que vai ocupar e que pode ser transmitido de geração em geração.
  • 28.  Este contrato feito entre o vassalo e o senhor era vitalício e implicava deveres e obrigações mútuas, em particular de fidelidade, ajuda e conselho.
  • 29. Reforço do poder local  A apropriação dos direitos de bannus (conjunto de poderes exclusivos do rei e que correspondiam ao comando do exército e ao poder de punição dos homens livres – justiça) pelos senhores, retirou ao poder central a supremacia da jurisdição sobre as terras destes.  A imunidade (isenção fiscal e autonomia administrativa e judicial) passa, a partir do séc. VIII, para as mãos de alguns senhores nobres e para a Igreja.  Este processo de dependências múltiplas conduziu à criação de um sistema designado por Homenagem Lígia (ou seja, a fidelidade era devida ao mais importante dos senhores, o rei) como forma de proteger o poder central.
  • 30. Dependências  Para além dos laços de dependência entre senhores, existiam ainda os laços de família, que constituíam as solidariedades horizontais. As famílias organizavam-se em torno das necessidades de constituir um bom feudo, ocupar um bom cargo ou obter benefícios importantes.  A criação do sistema de herança de linhagem ou agnático (só o filho mais velho, varão é que herda), cria uma classe de filhos segundos, cuja sobrevivência passa pela incursão na vida religiosa, na cavalaria ou pela criação de laços de dependência verticais, contraídos com o membro mais poderoso da família.
  • 31. Senhorios  Na Europa da Alta Idade Média, o cultivo da terra ocupava a maior parte da população. Esta terra encontrava-se, na sua maior parte, nas mãos dos grandes senhores da Igreja e da Nobreza. A estas terras pertencentes ao senhor, chamamos Senhorio ou Domínio Feudal. Segundo os historiadores, o senhorio feudal resulta da apropriação dos direitos de bannus e à transformação da imunidade.  É a base da sociedade da época: • Unidade de produção fundamental, • Abastece o mercado local e inter-regional; • Garante a imposição e fortalecimento das elites.
  • 32.
  • 33.  Este senhorio era constituído por duas partes distintas: • a reserva - explorada diretamente pelo senhor. Cultivada por servos (trabalhadores rurais não livres; sujeitos à terra onde trabalhavam, podiam ser vendidos ou doados com ela e só obtém a sua liberdade no séc. XIII) e criados permanentes e pelos camponeses-vassalos sob a forma de trabalho gratuito. A reserva compreendia o castelo, os campos de cultivo do senhor, os prados, bosques, o forno, o moinho e o lagar (normalmente era metade da área do domínio, correspondendo à zona mais fértil).
  • 34. • Os mansos - parcelas do senhorio que o senhor concedia aos camponeses para que estes explorassem, em troca de uma parte da produção sob a forma de rendas e do trabalho gratuito na reserva. Estes mansos podiam ser livres (dados a camponeses livres) ou concedidos a servos ou escravos (mansos servis).
  • 35.
  • 36.  Os camponeses livres ou colonos, que exploravam as terras arrendadas encontravam-se na dependência do senhor. Tinham que explorar a terra e guardar parte da produção, bem como deviam aos senhores determinadas obrigações: • pagamento de rendas pelo aluguer das terras (em géneros); • pagamento de peagens (tributo sobre o trânsito de mercadorias que passavam pelas terras do senhor); • pagamento da talha (para assegurar a proteção do senhor); • cumprimento de corveias (trabalho de um certo número de dias por semana na reserva do senhor); • cumprimento de banalidades (utilização do moinho, forno… do senhor em troca da entrega de parte do produto obtido).
  • 37. Senhorio banal O senhor feudal: • Possuía jurisdição sobre os seus habitantes (direito de banus). • Exercia todos os domínios senhoriais (justiça, impostos, guerra). • Tinha, a partir do séc. VIII, imunidade fiscal. • Detinha grande autonomia. Este poder alargou-se progressivamente a outros senhores, conduzindo à divisão dos senhores feudais em duas categorias: • Grandes senhores (com direito de bannus, como condes, príncipes, abades…); • Pequenos senhores (fidalgos e monges) sujeitos ao poder banal da justiça, tal como os camponeses.
  • 38.  A expansão do senhorio banal por todo o Ocidente Europeu permitiu aos seus detentores - a aristocracia guerreira e as altas hierarquias da Igreja - tomarem virtualmente as rédeas da vida pública.  Os senhores constituíram-se como as únicas autoridades administrativas, judiciais e fiscais. Deles dependia a sobrevivência material das comunidades rurais, as famílias dos cavaleiros sem terra e a pequena nobreza empobrecida.  O senhorio agravou a vida das populações que, em resultado do clima de guerras constantes e de insegurança, se colocava sob a sua dependência. Os poucos que conseguiam resistir eram os habitantes dos núcleos urbanos.
  • 39.  As dependências senhoriais pressupunham a criação de uma rede de dependências servis (populares) contra as quais cedo se procurou pôr fim: • Camponeses que trabalham em regime de subserviência; • Criação de associações de vizinhos ou comunas rurais em que os camponeses juravam apoio mútuo e se organizavam para uma resistência contra os senhores (solidariedades horizontais) detentores dos direitos sobre a cidade; • Luta camponesa por documentos escritos que estipulassem os direitos e deveres das duas partes (ex. cartas comunais ou cartas de foral);
  • 40. A IGREJA: CRENÇA OU PODER
  • 41.  O Papa governa em nome de Deus e é o chefe da hierarquia eclesiástica: • Clero regular: que vive segundo uma regra (nos Mosteiros) – abades, monges. • Clero secular: que vive junto à população – padres, bispos e cardeais.  A área de influência da igreja romana foi sendo sucessivamente alargada, quer com a reconquista cristã, com a evangelização do norte da Europa ou com o movimento das cruzadas. A Igreja Romana
  • 42. O Monaquismo  Este movimento tem origem no séc IV - no Oriente - Egipto, Síria, Ásia Menor.  Nasceu de iniciativas individuais e ligado ao desejo de isolamento do mundo profano (fuga mundi) e do ascetismo.  Posteriormente, surgiram comunidades de monges/monjas que seguiam o seu mestre.  No Ocidente surge no séc. V, por iniciativa de bispos e no séc. seguinte apareceram os primeiros legisladores, como S. Bento de Núrsia.
  • 43.  Os mosteiros beneditinos e os seus monges copistas, ao assumirem o papel de guardiães do saber, ao serviço da difusão do Evangelho e da conservação da herança cultural greco-latina, tiveram um papel fundamental na unificação cultural do ocidente:  recolheram as “ heranças do conhecimento antigo”,  procuraram “estruturar uma sociedade arrasada, territorialmente disseminada e culturalmente debilitada”.  Neste processo, o papel dos monges beneditinos foi essencial, obrigados que estavam, pela regra, não só à oração e à leitura das Escrituras, mas também ao trabalho intelectual.
  • 44. Ordens monasteriais  Ordem de São Bento (Beneditinos) – séc. VI.  Ordem de Cluny (séc. X a XII, influência moralizadora dos seus membros no seio da Igreja, conhecido por reforma de Cluny).  Ordem de Cister (fundação da Abadia de Cister, por Roberto de Champagne, abade de Molesme para retomar a regra beneditina e o ascetismo inicial – ex. Mosteiro de Alcobaça).  S. Bernardo do Claraval e a reforma de Cister. Os seus ideais de construção religiosa apontam para a simplicidade. Forte impulsionador do canto gregoriano, que deriva do cantochão, prática monofónica de canto utilizada nas liturgias cristãs, originalmente desacompanhada .
  • 45. A Reforma Gregoriana  A fragmentação do poder real e a ascensão do poder dos senhores conduz a uma crise na Igreja:  O comprtamento de alguns clérigos não é condizente com a religião (comportam-se como verdadeiros senhores laicos),  Existência da prática de Simonia;  Enriquecimento de Mosteiros e Abadias;  Interferência dos reis na escolha de abades e bispos;  Desenvolvimento de movimentos heréticos…  Gregório VII procura restaurar o poder da Igreja e erradicar esyes fenómenos de heresia e simonia, afirmando a autoridade papal.
  • 46. A Questão das Investiduras  O Papa decretal a proibição de nomeação de bispos e abades por parte dos reis, reforçando a sua autoridade e levando a um conflito com o rei do império germane-romano, Henrique IV.  A questão das Investiduras, como ficou conhecida, apenas se resolverá com a Concordata de Worms em 1122.
  • 47. O Bispo de Roma  O Bispo de Roma torna-se o líder da comunidade cristã, passando a ser designado por Papa: • Sacralizou, educou as populações e evangelizou os invasores; • Controlou a nobreza guerreira, instituindo a paz de Deus, a Trégua de Deus e a instituição da Cavalaria; • Sacralizou e ritualizou todos os atos da vida quotidiana (calendário organizado com dias santos, integração das festividades pagãs no catolicismo…) • Criou instituições de caridade e de ensino (escolas monacais e episcopais)… • Manteve viva a cultura (monges copistas).
  • 48.  A crescente influência espiritual da Igreja durante a Idade Média efetuou-se em dois sentidos: • estabilizar as instituições feudais; • como suavizadora dos costumes e das mentalidades.  Desenvolveu-se um novo conceito de paz, que veio a modificar as características da própria guerra: a Paz de Deus e a Trégua de Deus. Através dos concílios de Paz (reuniões promovidas pelos Bispos em cada distrito), a Igreja procurou refrear a violência e estabelecer regras de conduta, normas morais e espirituais a que todos se obrigavam por juramento coletivo.
  • 49.  O poder da Igreja atinge o seu ponto máximo com o Concílio Ecuménico de Latrão (1215), onde são aprovadas um conjunto de medidas que mudarão o curso da história:  a criação do Tribunal da Inquisição;  a comunhão e confissão obrigatórias;  a pregação só com autorização papal;  a condenação da Simonia;  a organização de uma nova Cruzadas.  Inocêncio III reconhece a existência de um poder temporal. Todavia, este seria sempre fiscalizado pelo poder spiritual: “Um só Deus, Uma só Fé; Uma só Igreja, Uma única Soberania”.