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A PRÁTICA INTERDISCIPLINAR: uma análise de conceitos, limites e possibilidades1
KOCHHANN, Andréa2
RESUMO: Falar de interdisciplinaridade em tempos atuais requer um discurso sobre sua história,
seus conceitos, seus limites e principalmente, as possibilidades que a mesma tem de aplicação nas
práticas pedagógicas, tanto na Educação Básica quanto no Ensino Superior. O sonho utópico da
transdisciplinaridade se inicia na efetivação da interdisciplinaridade. A prática interdisciplinar não
pode ser vista como modismo, mas como imprescindível frente as mudanças paradigmáticas da
sociedade contemporânea.
PALAVRAS-CHAVE: Utopia transdisciplinar. Possibilidade Interdisciplinar. Discussões.
INTRODUÇÃO
Interdisciplinaridade pode ser compreendida como um termo epistemológico aliado à ação,
ou seja, resultado de uma ação. Tem origem europeia, sendo uma prática complexa. Por isso,
surgem vários equívocos quanto seu conceito e formas de praticá-la. Contudo, há teóricos como
Fazenda, Japiassú, Gusdorf, Santos e outros, que alegam haver possibilidades de sua compreensão
epistêmica e de efetivação. Na verdade, alegam ser uma necessidade perante o processo ensino-
aprendizagem. Vislumbrando a compreensão conceitual e a possibilidade de sua aplicação no
cenário educativo, se torna interessante um discurso quanto a sua origem no Brasil e para isso é
preciso realizar um recorte na sua história mundial.
A PRÁTICA INTERDISCIPLINAR: uma discussão histórica
O movimento interdisciplinar que objetiva iniciar uma nova visão de universidade e de
escola, surge na Europa, por volta da década de 60, momento de muitos movimentos estudantis.
Esses movimentos tinham como intuito romper a educação fragmentada, ou seja, acabar com a
educação por migalhas, termo esse usado pela estudiosa Ivani Fazenda. A educação por migalhas
aparece como sendo a forma que tratavam a educação, ou seja, as ciências humanas. Os estudantes e
os professores, tanto de escolas quanto de universidades buscavam um reconhecimento das ciências
1 Artigo elaborado para a conferência de abertura da V Semana de Pesquisa e Extensão da UEG – Morrinhos com o
tema Ensino, pesquisa e extensão: os desafios da inter e transdisciplinaridade, em 2013. Teve como base um projeto
de pesquisa intitulado “A interdisciplinaridade: o paradigma holístico e a alteridade como alicerce dessa prática”,
realizado em 2011.
2 Pedagoga. Mestre em Educação. Pesquisadora. Extensionista. Dedicação Exclusiva da UEG. Gerente de Extensão.
humanas por excelência e não apenas como sobras ou restos teóricos. Por isso Fazenda (1999)
apresenta que na época a educação era trabalhada como, com e por migalhas.
A crítica levantada em relação à educação por migalhas, pode ser identificada com alguns
outros termos idealizados nessa mesma época, em vários lugares do mundo, como a chamada
Educação Bancária, que Paulo Freire criticava, quando dizia que o homem precisa deixar de pensar
fragmentado e ver o mundo dividido e os conhecimentos separados e engavetados, sendo necessário
aprender a ler o mundo em sua totalidade.
Também é possível aliar ao discurso de George Gusdorf sobre a Agonia da Nova
Civilização, quando alega que a civilização atual passa por uma forte agonia intelectual com o
pensamento fragmentado devido práticas fragmentadas de ensino. Alegava também que a
civilização sairia dessa agonia quando reorganizasse a forma de ver e pensar o mundo, fazendo-o de
forma globalizada.
Outro teórico que apresentou discurso criticando a situação da educação enquanto
fragmentada, ultrapassada e desdenhada, foi Hilton Japiassu com A Patologia do saber, pois
alegava que a educação estava doente e que necessitava com urgência de mudanças significativas
quanto aos rumos da educação, já que seguindo os modelos elaborados e impostos à vários anos,
não sanaria a patologia educacional.
Perante esse quadro fatídico de questionamentos sobre a forma como a educação se
apresentava Edgar Morin, lança o discurso sobre a necessidade do Conhecimento Pertinente,
dizendo que o mesmo é condição para a sobrevivência humana e que somente seria alcançado após
transformações na forma de ver e agir na educação. Edgar Morin vai além apresentado que o
conhecimento pertinente é fruto da Teoria da Complexidade, mostrando que o pensamento do ser
humano é complexo e que para tanto precisa ser trabalhado neste viés.
É possível alegar que não somente países europeus, como a França e a Itália, refletiam sobre
a educação, mas também no Chile e no Brasil. Visto que os autores supracitados residiam neste
países e oficializavam suas teorias nos mesmos e que foi aos poucos se espalhando. Como já
afirmado, na década de 1960 ocorreu o movimento da interdisciplinaridade na Europa, que teve
repercussão no Brasil, ainda nesta década, porém de forma bem sutil. Assim, surge a
interdisciplinaridade defendida por Fazenda, num movimento contrário à educação por migalhas e à
educação bancária, como possibilidade de sanar a patologia do saber e a agonia da civilização,
proporcionando um conhecimento pertinente.
Já em 1970, a interdisciplinaridade aparece no cenário educacional brasileiro apresentando
necessidades de compreensão teórica, pois é interpretada como um modismo educacional, pois
muitos educadores passaram a se valer desta palavra sem os cuidados epistemológicos e sem a
consciência das dificuldades de sua aplicação, segundo Fazenda (1999).
Para tentar esclarecer as controvérsias sobre a interdisciplinaridade e evitar que a mesma se
torne um modismo, Hilton Japiassú publica um livro, composto por duas partes, sendo uma teórica
e outra metodológica. Segundo Fazenda (1999, p. 24) “[...] a primeira na qual apresenta uma síntese
das principais questões que envolvem a interdisciplinaridade, a segunda em que anuncia os
pressupostos fundamentais para uma metodologia interdisciplinar.”.
Seu livro foi lançado em 1976, como reflexo de uma pesquisa de mestrado, com o título de
“Interdisciplinaridade e patologia do saber”, pois para o autor a educação de uma forma geral,
apresentava patologias e que a prática interdisciplinar poderia sanar as doenças que a busca pela
saber apresentava, caso fosse compreendida epistemologicamente e não apenas vista como
modismo. Japiassú foi quem fez a primeira produção teórica sobre interdisciplinaridade, junto a
outros estudos que vinham sendo realizados na Europa.
Embora nessa época a interdisciplinaridade não tivesse uma definição única e restrita de sua
teoria, é necessário um olhar atento da sua evolução nas últimas décadas, que tem como objetivo
explicitar as fases e as contradições do movimento, indicando as principais dicotomias
ciência/existência que emergem do assunto, segundo Fazenda (1999).
Os teóricos pesquisadores sobre o assunto falam na necessidade de superar essa dicotomia,
só assim poder-se-á superar a chamada crise das ciências ou das teorias, de modelo ou de
paradigmas. Na concepção de Fazenda (1999) para haver essa superação necessita do exercício da
interdisciplinaridade, compreendendo a dinâmica que é vivida por essa crise e o reconhecimento da
importância e os impasses a serem superados.
Ivani Fazenda começa a escrever sobre interdisciplinaridade, na década de 1970, como
reflexo de uma pesquisa de mestrado. Essa década foi indicada como a formação da estrutura
conceitual básica, que se preocupava em fundamentar explicação terminológica, pois, a necessidade
de conceituar era presente. A palavra interdisciplinaridade era de difícil decifração e pronunciação,
com isso esquecia a sua intenção maior que era a construção de um novo paradigma, de ciências, de
conhecimento, e a elaboração de um novo projeto de educação, de escola e de vida.
Fazenda (1999) desenvolveu esses estudos como uma pesquisa de mestrado, tratando mais
de aspectos conceituais do que metodológicos. A autora ainda analisou e investigou posições sobre
a interdisciplinaridade na época da Reforma de Ensino no Brasil, constatando um descaso, falta de
critério, de informação e perspectivas que subsidiavam a implementação do projeto reformista da
educação 1970.
Neste momento é relevante um breve recorte na política educacional brasileira. O Brasil tem
sua primeira lei educacional efetivada em 1961, por consequência de lutas vindas da década de 20 e
30, principalmente como reflexo dos Manifestos dos Pioneiros da Educação de 1932. A lei 4024
criada em 1961, foi reorganizada em 1968 no que tange ao ensino superior. Enquanto que o ensino
de 1º e 2º graus só receberam modificações perante a lei em 1971.
Assim, coincide com os movimentos europeus que reivindicavam mudanças nas escolas e
nas universidades. O que os movimentos europeus solicitavam era uma mudança na conjuntura
prática e metodológica e o que aconteceu no Brasil, na verdade foram mudanças em termos de leis,
pois na prática as metodologias persistiram tradicionais.
Os educadores brasileiros dessa época veem a interdisciplinaridade como algo
desinteressante, não entendendo a grandiosa proposta interdisciplinar, a qual contribuiria muito para
o enriquecimento do conhecimento escolar. Assim, as reformas realizadas levaram ainda mais a um
esfacelamento da escola e das disciplinas, fazendo com que houvesse um reascender das chamas do
modelo tradicional.
Fazenda (1999) ressalta que foi lançado, em 1980, na Europa, um documento sobre a
aproximação das disciplinas, sabendo que a mesma não é somente uma síntese e sim a ação de
perguntar e duvidar para o maior desenvolvimento das disciplinas. Esse documento se intitulava
Interdisciplinaridade e Ciências Humanas que foi elaborado em 1983, por Gusdorf, Apostel,
Battomere, Dufremne, Mommsen, Morim, Palmari, Smimov e Ui.
Esse documento trata da ligação das disciplinas, e a forma que uma exerce sobre a outra
tanto no ponto de vista histórico ou filosófico. Faz-se uma reflexão sabre a dicotomia que
precisavam ser enfrentadas na época como teoria/prática, verdade/erro, certeza/dúvida,
processo/produto, real/simbólico, ciências/arte. Ponto elementar de um paradigma.
Enquanto isso no Brasil, na década de 1980, alguns idealizadores de uma nova proposta
educacional ainda vinham do tempo do silêncio. Termo usado por Ivani Fazenda, para demonstrar
os efeitos do tempo da ditadura militar, que havia acontecido entre a década de 60 e 80. O tempo do
silêncio se caracterizou pelo período em que pouco ou nada era permitido falar, cantar ou escrever.
Motivo qual levou pessoas como Paulo Freire ao exílio.
Depois de tudo isso, em 1990, o Brasil começa uma busca para construir uma teoria de
interdisciplinaridade, mas com caráter brasileiro. O principal objetivo dessa busca, segundo
Fazenda (1999) era levar o professor a perceber que é o sujeito da sua própria ação, relevando
aspectos que eram desconhecidos de si mesmo. Para a efetivação desse processo foi resgatado a
memória das práticas em sala de aula, que foi registrado e analisado, passando a construir uma nova
proposta, uma proposta interdisciplinar.
Ivani Fazenda junto com o seu grupo de estudo, pesquisava nesta época as mais variadas
formas de temática, como a alfabetização, pré-escola, formação de professores, para o 1º, 2º e 3º
graus, a questão de conteúdos específicos, a arte, a estética, a ética, a educação do corpo, dos
sentidos e outros. Estudos esses ligados as práticas interdisciplinares que eram discutidos e
socializados de norte a sul do país. Buscando um projeto antropológico de educação.
A década de 2000, inicia-se a busca pela consolidação da interdisciplinaridade, no campo
conceitual, epistemológica ou até mesmo nas práticas pedagógicas. Para que haja essa consolidação
é necessário um rompimento paradigmática, ou seja, novas reformas, que não necessita ser
estruturais e sim reformas pessoais.
Não adianta novos prédios e novas leis, bem fundamentadas teoricamente, é necessário uma
nova postura, sendo essa holística e interdisciplinar. Por isso há a necessidade de uma mudança
continua na educação diante da necessidade interdisciplinar. Portanto, as quatro últimas décadas são
marcadas pela busca de uma nova visão da educação, que durante anos vem sendo cada vez mais
fragmentada. Fazenda (1999) junto com outros estudiosos sobre o assunto, vem levantando dados
sobre a interdisciplinaridade.
O discurso sobre os conceitos e as práticas da interdisciplinaridade, pode ser visto como um
fato recente. Pode-se dizer então que em 1960 foi a gestação da interdisciplinaridade, através de
movimentos que surgiram não só aqui mas por todo o mundo. Em 1970, marcado pelo o tempo de
silêncio, a interdisciplinaridade começa a ser explicado e acaba visando o modismo. A década 80, a
interdisciplinaridade veio com o intuito maior de explicação filosófica e sociológica. Já em 1990
expande as ideias sobre a interdisciplinaridade e finalmente em 2000 ainda há a luta para consolidar
a sua luta.
A PRÁTICA INTERDISCIPLINAR: uma discussão conceitual
Discutir a interdisciplinaridade perante a educação atual se torna algo necessário levando em
consideração às mudanças neste cenário. Por muito tempo as práticas dominantes foram de
conteúdos disciplinares isolados favorecendo a especialização cada vez mais. Assim, vislumbrando
uma ação interdisciplinar é preciso a priori conhecê-la para então praticá-la.
Existe alguns equívocos quanto a sua definição e que pode ser interpretada por alguns
estudiosos do assunto como multi, pluri e transdisciplinar. Outros estão preocupados com a forma
que ela se desenvolve, fazendo com que descaracterize sua concepção que é a do conhecimento
como um todo. Mas, com um aprofundamento teórico poder-se-á sanar os equívocos e perceber as
possibilidades de sua efetivação, pois é uma atitude ou ação emancipatória para futura
transformação, como salienta Fazenda (2001).
Visando compreender a interdisciplinaridade a partir do discurso de seus conceitos para
esclarecer possíveis equívocos, far-ze-á uma análise inicial do que vem a ser disciplina. Zabala
(1998) alega que a ciência ao longo da história tentando compreender a realidade esfacelou o
conhecimento em disciplinas, especializando-as aponto de criar as gaiolas epistemológicas como
apresenta D’Ambrosio ( 2003 apud FAZENDA, 2008). Para o autor “São verdadeiras gaiolas
epistemológicas [as disciplinas]: quem está dentro da gaiola só voa dentro da gaiola, é não mais que
isso. Somos pássaros tentando voar em gaiolas disciplinares.”( p.115).
É preciso lembrar que a disciplina tem uma história de surgimento e evolução. Que no
século XIX ela surge com a formação das universidades modernas. Já no século XX com o
progresso da pesquisa científica ela se desenvolve. No século XXI, vê-se a necessidade de rever as
organizações disciplinares como um todo, algo que não seja fragmentado.
Pois, a organização disciplinar, segundo Morin (2007, p.40), faz com que ocorra o risco de
hiperespecialização do investigador, que gera um risco de coisificação do objeto estudado e, sendo
necessário uma abertura ou mudança nessa organização, visto que “A fronteira disciplinar, com sua
linguagem e com os conceitos que lhe são próprios, isola a disciplina em relação às outras e em
relação aos problemas que ultrapassam as disciplinas.”. Portanto, para Morin (2007, p.39) “Uma
disciplina pode ser definida como uma categoria que organiza o conhecimento científico e que
institui nesse conhecimento a divisão e a especialização do trabalho respondendo à diversidade de
domínios que as ciências recobrem.”.
O que se percebe é uma fragmentação do saber, onde não havia necessidade de interlocução
entre as disciplinas ou gaiolas. Contudo, é necessário analisar qual o valor de uma disciplina, visto
que a mesma oferece condições de aprendizagem. Pois, para Zabala (1998, p.142) “As disciplinas
têm o valor subsidiário, a relevância dos conteúdos de aprendizagem está em função da
potencialidade formativa e não apenas da importância disciplinar.[...] No caso dos modelos
disciplinares, a prioridade básica são as matérias e sua aprendizagem [...]”.
Isso mostra que a disciplina enquanto um campo restrito ou fechado do saber, por si só não
propicia o conhecimento necessário a realidade atual. Porém, o conhecimento que as disciplinas
oferecem são de extrema relevância para a compreensão do todo. A mudança está na forma de
perceber a relação existente entre os conteúdos de cada disciplina, ou seja, não se propõe anular as
disciplinas mas, deixar a fragmentação das mesmas e lançar rumo à uma visão globalizada.
Uma das formas para se compreender a visão globalizada pode ser vista quando analisado
que historicamente a educação passou por questionamentos quanto ao papel do aluno e das matérias
ou disciplinas. Um exemplo citado por Zabala (1998, p.146) são os centros de interesses de Decroly
e método de projeto de Kilpatrick, alegando que
Os centros de interesse de Decroly, os quais, partindo de um núcleo temático motivador
para o aluno e seguindo o processo de observação, associação e expressão, integram
diferentes áreas do conhecimento. O método de projeto de Kilpatrick, que basicamente
consiste na elaboração e produção de algum objeto ou montagem (uma máquina, um
audiovisual, um viveiro, uma horta escolar, um jornal, etc.).
Concordando com o autor, Vieira (2010) alega que a imposição da disciplina mostrou suas
dificuldades já na primeira metade do século XX, o que propiciou educadores e pesquisadores a
falar da multi, pluri, inter e transdisciplinaridade.
A partir do conceito de disciplina e das relações entre as mesmas é possível dizer que a
multidisciplinaridade é o primeiro degrau para a superação da fragmentação disciplinar. A
multidisciplinaridade segundo Japiassú (1976) é caracterizada pela ação simultânea das disciplinas
em torno de uma temática, mas ainda está muito fragmentada, não havendo nenhuma ligação do
eixo temático com as demais disciplinas. Enquanto para Zabala (1998, p.143)
A multidisciplinaridade é a organização de conteúdos mais tradicionais. Os conteúdos
escolares são apresentados por matéria independente uma das outras. O conjunto de
matérias por disciplina é proposto simultaneamente, sem que apareçam explicitamente as
relações que podem existir entre elas. Trata-se de uma organização somativa. Esta
concepção é a adotada no bachillerato atual.
Para Morin (2007) a multidisciplinaridade pode ser conhecida como polidisciplinaridade ou
pluridisciplinaridade, constituído-se pela associação de disciplinas em torno de algo que lhe é
comum. Enquanto que Zabala (2002) alega que a multidisciplinaridade é forma mais tradicional de
organizar os conteúdos, sendo estes apresentados como matérias independentes, vindo então com
uma proposta de manifestar simultaneamente as relações que existem entre elas. Mas, define que a
pluridisciplinaridade é um pouco diferente da multidisciplinaridade, que Morin (2007) alega terem
o mesmo significado.
Para Zabala (2002) a plurisdisciplinaridade é a existência de relações complementares entre
disciplinas que sejam mais ou menos afins. É necessário uma contribuição mútua da história, e das
relações entre as diferentes disciplinas. Já Fourez (2001) descreve a pluridisciplinaridade como uma
prática que consiste em analisar as perspectivas de diferentes disciplinas sobre uma visão geral. Do
qual o seu contexto deve ter como objetivo a construção da representação de uma situação precisa.
Já a interdisciplinaridade se caracteriza pelo nível mais elevado das interações entre as
disciplinas. Zabala (1998) define a interdisciplinaridade como a interação entre duas ou mais
disciplinas, que pode ir desde a simples comunicação de ideias até a integração recíproca dos
conceitos fundamentais e da teoria do conhecimento, originando quase sempre um corpo
interdisciplinar. D’Ambrosio (2005, apud FAZENDA 2008) destaca o sentido da
interdisciplinaridade como parte integrada e relacionada das diferentes áreas do conhecimento.
Behrens (2008) assevera que a interdisciplinaridade é uma atitude. Provocada por uma
posição de interconexões das disciplinas que devem se interrelacionar e desencadear uma interação
entre duas ou mais disciplinas. Concordando, Fazenda (2000 p.7) argumenta que a
[…] interdisciplinaridade é uma nova atitude diante da questão do conhecimento, de
abertura à compreensão de aspectos ocultos do ato de aprender e dos aparentemente
expressos, colocando-os em questão. Exige, portanto, na prática uma profunda
imersão no trabalho cotidiano.
Para autora a atitude deve está ligada ao exercício de uma ação, desde que essa tenha uma
intencionalidade conhecida. Pois penso, decido, e parto para agir, caracterizando a atitude. A atitude
está relacionada aos movimentos ocorridos na história de vida, vivências, desejos, conceitos,
crenças, ligados profundamente com a identidade profissional.
Já Fourez (2001) afirma que o conceito de interdisciplinaridade é o “contato
interdisciplinar”, que é a possibilidade de inferir pontos de vistas e métodos de uma disciplina para
outra. Morin (200, p.115) conceitua ressaltando que “[...] pode significar também troca e
cooperação, o que faz com que a interdisciplinaridade possa a vir a ser alguma coisa orgânica”.
Japiassu (2006, apud FAZENDA, 2008) ressalta que a interdisciplinaridade não é uma categoria de
conhecimento, mais deve ser entendida como uma ação, ou seja, uma atitude de ação. Sem ter a
ilusão que basta um contato entre as disciplinas para se ter a interdisciplinaridade.
Fazenda (2008) ainda ressalta que o mundo contemporâneo exige uma postura
interdisciplinar, onde o conhecimento haja junto as transformações contínuas da
contemporaneidade, junto a instituições de ensino, aos professores. E que com isso possa ser
elaboradas novas atitudes, caminhos, pesquisas, saberes, projetos, que busquem dar mais enfoque as
instituições de ensino e ao trabalho do professor. Fazenda (2008, p. 162) define a
interdisciplinaridade como
Interdisciplinaridade é uma nova atitude diante da questão do conhecimento, de abertura à
compreensão de aspectos ocultos do ato de aprender e dos aparentemente expressos,
colocando-os em questão. [...] a interdisciplinaridade pauta-se numa ação em movimento.
Pode-se perceber esse movimento em sua natureza ambígua, tendo como pressuposto a
metamorfose, a incerteza.
O movimento entre as disciplinas, deve ir mais além do que um dialogo disciplinar e se sim,
um ato de reciprocidade e troca, integração e vôo , a matéria e o espaço, a realidade e o sonho, o
real e o ideal, a conquista e o fracasso, a verdade e o erro, isso define Fazenda (2008), ainda afirma
que o aluno deve ser o protagonista da história e assim criando um relação de independência com a
sociedade, ou seja, dando um suporte crítico na cultura dominante da sociedade, que vem de atos
opressores diante de escolhas precisas. E preciso uma libertação para que haja uma transformação
da realidade.
Na interdisciplinaridade há uma conexão, cooperação e diálogo entre disciplinas e
conhecimento. Para Piaget (2000, apud LUZURIAGA, 2001) a interdisciplinaridade é uma forma
de pensar, de se alcançar a transdisciplinaridade, portanto, o conhecimento nesse sentido é ir além
dos bancos da escola e do saber fragmentado. O que pode ser visto como utopia.
Para Zabala (1998) a transdisciplinaridade é o grau máximo de relações entre as disciplina,
ou seja um modo global. Favorecendo a unidade interpretativa, objetivando-se na construção de
uma ciências que explique a realidade sem parcelamento. Behrens (2008) também define a
transdisciplinaridade como uma atitude, que apresenta o grau máximo da relação e integração das
disciplinas, auxiliando assim, a junção de todos os conhecimentos para uma melhor compreensão da
realidade.
A partir de todas as definições e distinções sobre a multi, pluri, inter e transdisciplinaridade,
nota-se a fragmentação do conhecimento. O ideal para a educação nos dias atuais seria a
transdisciplinaridade. Não há como chegar ao ideal, a prática transdisciplinar, sem antes ter
incorporado no cotidiano uma postura interdisciplinar. A utopia do ideal passa pelo real.
LIMITES E POSSIBILIDADES DE PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES
Como não há uma definição precisa, a interdisciplinaridade deve ser compreendida, o que
caracteriza a prática interdisciplinar e o intencional que ela carrega conforme alega Fazenda (2001).
Paviani (2008), afirma que a interdisciplinaridade significa uma estratégia de flexibilização e
integração das disciplinas, quando integrada a produção de novos conhecimentos e no domínio do
ensino.
Da mesma forma que existem os objetivos da interdisciplinaridade também existem os
limites na execução da mesma. Portanto, existem vários limites mas, várias possibilidades de
execução da interdisciplinaridade. Pela concepção de Paviani (2008) podem ser apresentados oito
quesitos com o intuito de entender essa contradição, sendo eles: conhecimento epistemológico,
formação de professor, modalidade disciplinar, complexidade e emergência, ação e condição,
diálogo e troca, novas tecnologias e pesquisa.
No tocante ao conhecimento epistemológico é possível dizer, segundo o autor, que não pode
deixar a interdisciplinaridade como um modismo intelectual, que se vire apenas um arranjo entre as
disciplinas ou uma mera colaboração entre professores, transformando o conhecimento em uma
justaposição de atividades fragmentadas. É preciso ter um conhecimento teórico, a troca é
necessária entre as disciplinas. O comprometimento das práticas interdisciplinares deve se
concentrar e comunicar ao das questões epistemológicas.
No tocante a formação dos professores, Paviani (2008), ao longo do suas análises afirma que
a prática interdisciplinar se efetivará a partir do domínio do conhecimento, ou seja, da especialidade
e da abertura para o diálogo com outras ciências. Este domínio científico e a dialogicidade acontece
em maior ou menor grau dependendo da formação cartesiana ou holística que o professor receber, e
da sua identificação com o processo metodológico dessas vertentes.
A modalidade disciplinar, segundo Paviani (2008) pode apresentar como limite levando em
consideração a sua rigidez, a superficialidade e uma falsa autonomia de cada disciplina, o que não
favorece a mudanças pedagógicas e contribui para a reprodução de conhecimentos. Assim, é preciso
que cada disciplina se interaja às outras, sendo flexível mas com rigor teórico e autonomia de
relacionamento com as demais áreas. Dessa forma é necessário analisar a modalidade de cada
disciplina pois se ela é rígida se torna um limite a interdisciplinaridade, se ela é flexível se torna
uma possibilidade.
Pode-se apresentar duas categorias epistemológicas sobre a interdisciplinaridade: a da
complexidade e a emergente, perante as possibilidades de um conhecimento de forma menos linear
e mais flexível entre causa e efeito. Sendo necessária uma organização para os cursos de graduação
e para o funcionamento da escola e das universidades com um caráter sistêmico das ciências.
Determinando ou indeterminando que cada ciência ou disciplina enquanto sistêmica esteja aberta a
produção teórica ao meio ambiente, às necessidades da sociedade e às condições atuais das ciências,
propondo um novo conceito de autonomia às ciências e as disciplinas, rompendo com os limites
disciplinares. Os limites apresentados são que as estruturas pedagógicas tradicionais não conseguem
acompanhar a ciência e a tecnologia atual e se torna cada vez mais emergente as mudanças visando
o desenvolvimento complexo do ser humano.
A ação e condição é outro quesito apresentado por Paviani (2008), como limite onde a
interdisciplinaridade não existe fórmula, nem conceitos que norteiam sua prática. De nada adianta
envolver integração de educadores, de disciplinas, se não existe a essência da interdisciplinaridade,
pois ela não pode ficar apenas no campo da intenção e desejos deve ser trabalhada, vivenciada para
um melhor resultado. As possibilidades é que as atividades interdisciplinares não se limitam e
justaposições e arranjos, que atinge as estruturas lógicas dos programas de ensino e de pesquisa.
Sendo uma categoria de ação não pode apenas se limitar no diálogo do conhecimento é preciso
praticá-la.
Diálogo, trocas e planejamento, segundo Paviani (2008), apresentam possibilidades de que a
interdisciplinaridade esclarece as interações entre conhecimento e realidade, ciências e cultura,
tradição, tecnologia, manifestações sociais e históricas. Para que a especialização e fragmentação
seja vencida pela busca do saber e conhecer, é preciso um diálogo intelectual, com a tentativa de se
incorporar uma nova mentalidade científica. Uma maneira simples e eficaz de se fazer a
interdisciplinaridade é aplicando conhecimentos de uma disciplina em outra. Os limites
apresentados é a sistematização que limita uma disciplina, não havendo uma interação de uma
disciplina com a outra ou pela pesquisa.
Quanto à pesquisa, Paviani (2008) ressalta que olhar interdisciplinar dos projetos dependem
em grande parte de políticas administrativas e científicas, pois para ser um educador interdisciplinar
necessita-se de tempo, planejamento, dedicação, verba e outros. E, o que mais se percebe é que os
educadores não estão tendo tempo para dedicar aos estudos e posteriormente ao planejamento, e na
maioria das vezes não tem verba para investir em materiais que serão utilizados. Além disso, muitas
vezes pensam que as pesquisas não podem ser interdisciplinares o que é um ledo engano, pois para
Pimenta (1998, apud PAVIANI, 2008) ocorre um defasamento de informações entre os vários
especialistas.
São vários os limites, mas o educador interdisciplinar necessita reconhecer e aceitar que sua
prática já não mais atende as necessidades da sociedade e mudá-la, é imprescindível uma boa
relação entre professor e aluno, havendo reflexão e diálogo na construção do saber. Sua
conceituação segundo Fazenda (2008) não tem que ser a partir de uma forma prática, mais sim de
uma reflexão a respeito de sua atitude, que devem ser interdisciplinares.
PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES COMO UMA UTOPIA POSSÍVEL
Se a interdisciplinaridade exige uma nova visão de mundo, da realidade e sua proposta
maior é o todo, o seu objetivo maior é de dar oportunidade de criar elos entre o conhecimento e a
realidade. Mas não tirando ou diminuindo as especificidades das ciências, mas possibilitar um
envolvimento maior com o conhecimento, como afirma Paviani (2008).
Os objetivos da interdisciplinaridade são a ousadia, sabedoria, humildade, formação
continuada e vários outros. É necessário ter ousadia e sabedoria para executar os conhecimentos,
precisa ser humilde para ouvir e aceitar as ideias e opiniões dos outros e necessita também estar em
constante transformação no que tange a educação, pois um educador para ser interdisciplinar
necessita alçar voos altos, em busca do novo, para que a sua teoria seja sempre aliada a prática e
consequentemente a sua práxis será um sucesso.
A intenção maior da interdisciplinaridade não é de ensinar, nem aprender é o viver, exercer,
envolver as pessoas, as instituições num contínuo fazer. Como a interdisciplinaridade não se resume
apenas em intenção é necessário um debruçar hermenêutico para a consolidação da mesma, pois
como afirma Fazenda (1999, p.35) “[...] Interdisciplinaridade não fica apenas no campo da intenção,
mas na ação, que precisa ser exercitada”.
Para que ocorra a Interdisciplinaridade como alicerce na produção do conhecimento é
necessário saber que “O aprendiz determina o próprio tempo de aprendizagem, ou seja, não segue
percursos programados pelo professor” (HOFFMANN, 2001, p. 40), com isso percebe-se que para
se tornar interdisciplinar é preciso primeiro, ter coragem, e depois o educador necessita desenvolver
sua curiosidade epistemológica e esta se desenvolvendo através da pesquisa, dedicação, persistência
e tolerância, segundo Japiassú (1976).
Para ser compreendida é preciso que ela seja um ato de troca, de reciprocidade entre todas as
áreas do conhecimento, então é preciso colocá-la em prática junto com seu fundamento sem medo
de errar. A interdisciplinaridade surge com o intuito de enriquecer a construção do conhecimento.
É preciso quebrar barreiras, com o desejo de inovar, de ir além, deixar de lado uma educação
fragmentada e trazer um conceito que envolva o todo, estabelecendo ligações em todas as esferas da
vida. Para quebrar essas barreiras é necessário identificar-se interdisciplinarmente, segundo Japiassú
(apud FAZENDA, 1999). Sendo preciso descobrir, tanto no nível da pesquisa quanto no ensino,
novas estruturas mentais, novos conteúdos e novas metodologias, tudo faz-se formar uma nova
inteligência.
O professor deve acreditar na utopia que cerca a interdisciplinaridade. Santos (2007) esse
termo deve ser compreendido no sentido de esperança, de sonho, e um horizonte possível, uma
educação que se estenda para além dos muros da escola e não se esqueça dos valores que os
currículos direciona a organização escolar.
Santos (2007) diz que há uma exigência de uma nova pedagogia, para atender as novas
expectativas sociais e políticas. E segundo Kochhann (2007) para que isso aconteça requer uma
sensibilidade dos professores ao perceber sua ação interdisciplinar para a elaboração de suas ações.
Ações que tenha um significado tanto para o aluno quanto para o professor, pois o professor é o
mediador da aprendizagem, com isso deve alicerçar sua atitude interdisciplinar em trabalhos
diferenciados.
A interdisciplinaridade vincula-se à atualização pedagógica na sala de aula, na escola, na
universidade e na complementaridade entre as disciplinas que compõem o currículo. E neste
momento, é de suma importância ressaltar que a elaboração de um bom currículo é muito válido,
pois o mesmo necessita superar o cartesianismo, pois a interdisciplinaridade visa romper com os
currículos cartesianos e colocar em prática o holístico.
No curso de formação de professores, onde são formados os profissionais da educação, esse
processo faz-se indispensável. Para que eles tenham uma formação interdisciplinar, é necessário que
se comece pelo planejamento institucional, pela organização curricular e pelo incentivo à pesquisa.
Fazenda (2008) ressalta que para falar em uma nova postura é necessário uma pesquisa
sobre as potencialidades nas práticas existentes e se os professores têm conhecimentos teóricos
ligados à prática interdisciplinar. Sendo preciso uma mudança e uma nova visão no que se diz
curricular, pedagógica ou didática, que requer uma profunda imersão nos conceitos da escola, ou
seja, da educação.
Quando se fala que a interdisciplinaridade é uma exigência da sociedade contemporânea, é
necessário a explicação desse processo, tanto no que se diz metodológico quanto teórico. Paviani
(2008) afirma que sem esse processo, não é possível haver a superação da dicotomia sociedade e
conhecimento, e tornando assim, um processo não linear da realidade empírica da sociedade, no que
se diz ao processo de investigação cientifica, com isso não é possível ter uma prática
interdisciplinar.
Sendo que a interdisciplinaridade é uma condição básica para a formação de um individuo
flexível e que se adeque ao exercício de novas profissões. Paviani (2008, p.59) afirma que “Uma
área do conhecimento tende a se construir a partir de uma certa autonomia teórica.”, ou seja,
atuação profissional atual tende a se construir a partir de mais de uma área teórica, pela busca de
novos conhecimentos.
Para que a atitude interdisciplinar possa ser internalizada mediante as práticas pedagógicas é
necessária uma nova postura. Não é algo simples e fácil, mas não é complexo à ponto de não ser
alcançada. É preciso que o educador se reconheça interdisciplinar pela angústia do tradicionalismo.
As atitudes interdisciplinares, na concepção de Kochhann (2007) devem se alicerçar na
ousadia da realização de trabalhos diferenciados, nas inovações de métodos diante das situações de
ensino-aprendizagem. O medo de arriscar e errar deve ser substituído pelas tentativas dos novos
saberes e práticas. Para que essas práticas se efetivem é preciso que haja engajamento de todos.
Com tudo isso, fica claro que a intenção do projeto interdisciplinar é de romper com a
fragmentação entre as disciplinas e contribuir para a construção de um conhecimento como um
todo. Portanto, é imprescindível que o professor reflita as suas ações, pois enquanto o ensino
cartesiano forma para o ensino e a técnica, a interdisciplinaridade se alicerça na pesquisa, por isso é
preciso um novo perfil de pedagogo, o que qual possua a interdisciplinaridade como alicerce de sua
práxis, visando assim a produção do saber.
O professor interdisciplinar é aquele que já não é mais cartesiano, e sim um professor que se
baseia na pesquisa, saindo daquela mesmice, instigando seu aluno a querer buscar sempre mais, a
pesquisar, a argumentar e com isso esse professor estará formando um cidadão crítico, reflexivo e
além de tudo um pesquisador, o que significa um cidadão formado por completo.
Por isso é preciso que os educadores tenham uma nova visão sobre a interdisciplinaridade,
colocando o modismo de lado e trazendo para a sua prática em sala de aula uma postura
interdisciplinar, para isso é preciso que os professores reflitam sobre suas ações. Ações essa que
deixa para traz o modo cartesiano-tecnicista, se alicerça na visão holística, que é a pesquisa, muda
sua postura didática, para uma nova identidade.
Discutir a identidade do professor é necessário analisar vários fatores e um deles são os
cursos de formação e a competência profissional do professor. Segundo Fazenda (1999, p. 31)
O professor interdisciplinar traz em si um gosto especial por conhecer e pesquisar possui
um grau de comprometimento diferenciado para com seus alunos, ousa novas técnicas e
procedimentos de ensino, porém, antes, analisa-os e dosa-os convenientemente.
Competência, envolvimento, compromisso marcam o itinerário desse profissional que luta
por uma educação melhor.
Mediante este comprometimento com suas práticas o professor pode ousar e buscar novas
metodologias de caráter interdisciplinar. Geralmente os professores dos últimos anos do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio são especialistas em suas áreas de atuação e muitos se isolam no
seu campo teórico. O primeiro passo para uma nova prática é romper com essa concepção e
proporcionar um diálogo entre as disciplinas. Na visão de Fazenda (2003, p.61)
o ensino de história deve procurar cultivar valores, atitudes e hábitos que libertem o
indivíduo do isolamento cultural ao qual a civilização ocidental o condenou. Nesse sentido,
a história, vista sob perspectiva interdisciplinar, deve ser mais que simples ordenação
seqüencial e manuseio de certos materiais para consulta, deve plantar a semente do futuro,
enfim, por sua liberdade.
O professor precisa convidar o aluno a mergulhar na história para compreendê-la e perceber-
se agente de sua história para isso pode ser realizados mesas redondas, com debates, grupos de
estudos temáticos, análise de filmes, teatralização, análise de letras de músicas, elaboração de
artigos, rodas de conversas, elaboração de acrósticos e paródias e outras atividades que fogem do
cotidiano da sala de aula tradicional e discute os conteúdos da história obrigatórios no currículo,
porém de uma maneira holística.
A interdisciplinaridade também pode ser utilizada na área da geografia. Para Fazenda (2003,
p.62) “A geografia, vista interdisciplinarmente, ao lado das habilidades de descrever, observar e
localizar pode contribuir também para um processo de comparação que conduza a novas
explicações.”. Não é função da geografia apenas a descrição, como era vista paradigma cartesiano –
newtoniano. Mas, a geografia numa visão interdisciplinar holística, elabora perguntas, pesquisa,
busca respostas e desenvolve comparações entre realidades diferentes, colocando em dúvida as
verdades geograficamente estabelecidas. Para isso, o professor pode planejar viagem para o estudo
de campo, entrevistas, análise de documentários e documentos, construções de maquetes, debates,
análise de filmes, jornais televisivos e entre outros.
Assim como a história e a geografia podem trabalharem de maneira contextualizada e
buscando apoio na oratória, na língua portuguesa, nas artes, a matemática também. Na verdade, a
matemática é uma forma de linguagem muito utilizada no cotidiano e que o professor precisa deixar
claro para seus alunos essa situação, para Fazenda (2003, p.62) “[...] ensinar matemática é, antes de
mais nada, ensinar a ‘pensar matematicamente’, a fazer uma leitura matemática do mundo e de se
mesmo.”.
Muitas escolas e professores fazem da matemática o terror da vida dos alunos, com listas de
exercícios com o tradicional siga o modelo e, para superar isso Moreira José (1999, apud
FAZENDA, 2008, p.89) alega que a matemática deve trabalhar com “desafios, construções
coletivas de mapas conceituais, escritas coletivas de histórias, projetos e jogos. Materializa-se uma
maneira concreta de aprender, mais dotada de sentido.”. Uma das atividades que podem ser
realizadas são visitas à supermercado para levantamento de preços e comparações entre
supermercados, com elaboração de dados estatísticos, análise de notícias jornalísticas que tenham
conteúdos matemáticos, análise de gráficos entre outras atividades.
A disciplina de ciências também pode ser trabalhada interdisciplinarmente para que as
crianças não percam a curiosidade que é nata delas e que aos poucos a escola acaba matando com as
práticas tradicionais. Segundo Moreira José (1999, apud FAZENDA, 2008 p. 90) “[…] a
interdisciplinaridade propõe a efetivação de um nova dinâmica nas aulas de ciências, desprendida
das seqüências estabelecidas linearmente por grande parte dos livros didáticos.”.
Assim como nas outras disciplinas o aluno deve se transformar em um cientista ou
protagonista das suas investigações e descobertas, fazendo com que a ciência se torne viva e mais
próxima de sua realidade. Portanto pode ser feito feiras de ciências, experimentos em laboratórios,
aulas de campo, estudos de texto com diferentes linguagens e outros.
Para Fazenda (2003, p.60) é emergente um trabalho interdisciplinar como forma de superar o
fazer pedagógico de muitas salas de aulas onde
O ensino da língua é empobrecido, restringindo-se ao formal. Educação artística e educação
física não são mais obrigatórios; a comunicação torna-se sem expressão e a expressão sem
comunicação; os livros didáticos garantem a memorização e as regras gramáticas “por elas
mesmas” reprisadas em exercícios estéreis. O som, as mãos, as formas, as cores, os
espaços, os materiais plásticos não fazem programação; as expressões são vazias, a
linguagem desordenada, o corpo ausente.
A língua portuguesa é a base de todo processo de comunicação e de aprendizagem, pois para
se entender a história, a geografia, a ciências e a matemática e outras disciplinas, é necessário ter o
domínio da língua, saber produzir textos, ler nas entrelinhas, compreender a intenção do autor e
saber distinguir as concepções de escrita para que se possa além de escrever bem, comunicar-se
oralmente bem. Assim, os professores independentes das disciplinas precisam dominar e ensinar a
língua portuguesa.
Esta competência deve ser de todos os envolvidos com o processo ensino- aprendizagem e
não apenas do professor de língua portuguesa. Mas este pode trabalhar de maneira contextualizada e
com muita prática oral e escrita, para que o aluno seja além de ator também o autor do seu
conhecimento. Não basta o professor ensinar os verbos, os adjetivos, os substantivos... se não
ensinar onde e como utilizá-los no seu cotidiano. E preciso ler jornais, revistas, gibis e não somente
livros didáticos e entre outras atividades.
Aqui realizou-se um esboço de uma possível realização interdisciplinar onde o pensamento
do aluno é convidado a buscar informações em outras disciplinas para a realização de sua tarefa, ou
seja, a forma mais simples de se fazer interdisciplinaridade na prática, onde o professor realiza um
planejamento e o executa, fazendo com que o seu aluno pense além dos muros da sua disciplina.
É preciso ir além desse fazer simples da interdisciplinaridade, onde dois ou três professores
se unem e elaboram uma atividade para que o aluno a execute, sendo que este necessitará do
conhecimento teórico das disciplinas que os dois ou três professores ministram. Um exemplo pode
ser a análise de um filme como “A História de Vida”, pois as disciplinas de língua portuguesa,
história e ciências podem explorar. Assim, o que é visto como utópico pode ser real.
O intuito deste trabalho é fazer com que as pessoas que tiverem acesso a ele (re)pensem as
suas práticas, e vejam que o simples pode ser feito e que é o começo para a busca do complexo.
Perceber-se interdisciplinar começa pelo (re)pensar das práticas. E esse movimento pode favorecer
a um aprendizado de melhor qualidade, onde os alunos poderão visualizar e contextualizar melhor
os conceitos e seu próprio mundo e quiçá alcançar a transdisciplinaridade.
CONSIDERAÇÕES
Difícil pensar em interdisciplinaridade, quando se foi acostumado durante décadas, pensar a
educação compartimentalizada, produto da escola tecnicista e da prática cartesiana. Fazenda (2001,
p. 22) aponta que a “Interdisciplinaridade é uma atitude, isto é, uma externalização de uma visão de
mundo que, no caso, é holística.”. É possível perceber nos discursos de Fazenda o toque da postura
holística como possibilidade para a efetivação da interdisciplinaridade, que não deve ser vista como
um mero método didático, mas sim como princípio básico para a produção do saber científico que
leva à transdisciplinaridade, que até o momento é algo utópico.
Como assevera Fazenda (1999), não adianta novos prédios, novas leis é necessário uma
nova postura didática e para isso é preciso aceitar as limitações existentes nas práticas, buscando o
conhecimento teórico e planejando para que as práticas possam ser diferenciadas e fugir assim da
Educação Bancária de Freire (2009), das Gaiolas Epistemológicas de D´Ambrosio (2003 apud
Fazenda 2008), que configuram a Patologia do Saber segundo Japiassu (1976). Paviane (2008)
ressalta que a interdisciplinaridade significa uma estratégia de flexibilização e integração das
disciplinas o que segundo Costa Neto (2003) e Bherens (2008) ocorrerá mediante o paradigma
holísticos.
Conforme o documento elaborado 1983 e intitulado Interdisciplinaridade e Ciências
Humanas, mostra Fazenda (1999) que a interdisciplinaridade é a ação de perguntar e duvidar para o
maior desenvolvimento das disciplinas. Para isso os professores precisam realizar um planejamento
que propicie o aparecimento de dúvida que configure o diálogo, rompendo com fronteiras
disciplinares. Infelizmente, não foi percebido essa práticas pelas observações realizadas.
Muitos autores, inclusive, Fazenda (1999) asseveram que não existe uma fórmula ou receita
para a interdisciplinaridade, mas não pode ser apenas intenção. Sua condição existencial é ação e o
primeiro passo para isso é a reflexão por parte do professor sobre suas ações.
Deve-se criar metodologias interdisciplinares com os professores, do qual é o grande alvo da
interdisciplinaridade, pois os mais interessados deviam ser eles, que formam cidadãos. Finda-se
aqui as reflexões teóricas e metodológicas sobre a efetivação da interdisciplinaridade, mas não
finda-se o desejo de discutir sobre a temática.
REFERÊNCIAS
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didáticos e portifólios. 2º ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
BRANDÃO, Z. Pesquisa em educação: conversas com pós-graduandos. São Paulo: Loyola,
2002.
COSTA NETO, Antonio da. Paradigmas em educação no novo milênio. 2. ed. Goiânia: Ed. Kelps,
2003.
FAZENDA, Ivani. C. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou
ideologia? São Paulo: Loyola, 1979.
FAZENDA, Ivani. C. Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. São Paulo: Loyola, 1991.
FAZENDA, Ivani. C. Interdiciplinaridade: História, teoria e prática. 4. ed. Campinas, SP:
Papirus,1999.
FAZENDA, Ivani. C. (coord). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 2001.
FAZENDA, Ivani. C. Interdisciplinaridade: qual o sentido? São Paulo: Paulus. 2003
FAZENDA, Ivani. C (org.). O que é interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2008.
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JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. 4. ed. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2006.
KOCHHANN. A de M. Por uma pedagogia psicanalítica: as vicissitudes na formação de
professores. Goiânia: [s.n], 2007.
MORAES, Maria Candido. O Paradigma educacional emergente. Campinas, Papirus, 1997.
MORIN, Edgar. A inteligência da complexidade. São Paulo: Peirópolis, 2000.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à Educação do futuro. 8. ed. São Paulo: Cortez;
Brasília, DF: Unesco, 2003
MORIN, Edgar. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. Maria da Conceição
de Almeida, Edgard de Assis Carvalho (org).4. ed. São Paulo: Cortez: 2007.
PAVIANI, Jayme. Interdisciplinaridade: conceitos e distinções. 2. ed. Caxias do Sul, RS: Educs,
2008.
PIETROBON, Sandra Regina Gardacho. A relação entre os saberes docentes no curso de
pedagogia e a prática pedagógica. no curso de pedagogia e a prática pedagógica. (Dissertação
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VIEIRA, Heraldo Marelim. Pesquisa em Educação: a observação. Brasília: Líber, 2010.
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
ZABALA, Antoni. Enfoque globalizador e pensamento complexo. Porto Alegre: Artmed, 2002.

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  • 1. A PRÁTICA INTERDISCIPLINAR: uma análise de conceitos, limites e possibilidades1 KOCHHANN, Andréa2 RESUMO: Falar de interdisciplinaridade em tempos atuais requer um discurso sobre sua história, seus conceitos, seus limites e principalmente, as possibilidades que a mesma tem de aplicação nas práticas pedagógicas, tanto na Educação Básica quanto no Ensino Superior. O sonho utópico da transdisciplinaridade se inicia na efetivação da interdisciplinaridade. A prática interdisciplinar não pode ser vista como modismo, mas como imprescindível frente as mudanças paradigmáticas da sociedade contemporânea. PALAVRAS-CHAVE: Utopia transdisciplinar. Possibilidade Interdisciplinar. Discussões. INTRODUÇÃO Interdisciplinaridade pode ser compreendida como um termo epistemológico aliado à ação, ou seja, resultado de uma ação. Tem origem europeia, sendo uma prática complexa. Por isso, surgem vários equívocos quanto seu conceito e formas de praticá-la. Contudo, há teóricos como Fazenda, Japiassú, Gusdorf, Santos e outros, que alegam haver possibilidades de sua compreensão epistêmica e de efetivação. Na verdade, alegam ser uma necessidade perante o processo ensino- aprendizagem. Vislumbrando a compreensão conceitual e a possibilidade de sua aplicação no cenário educativo, se torna interessante um discurso quanto a sua origem no Brasil e para isso é preciso realizar um recorte na sua história mundial. A PRÁTICA INTERDISCIPLINAR: uma discussão histórica O movimento interdisciplinar que objetiva iniciar uma nova visão de universidade e de escola, surge na Europa, por volta da década de 60, momento de muitos movimentos estudantis. Esses movimentos tinham como intuito romper a educação fragmentada, ou seja, acabar com a educação por migalhas, termo esse usado pela estudiosa Ivani Fazenda. A educação por migalhas aparece como sendo a forma que tratavam a educação, ou seja, as ciências humanas. Os estudantes e os professores, tanto de escolas quanto de universidades buscavam um reconhecimento das ciências 1 Artigo elaborado para a conferência de abertura da V Semana de Pesquisa e Extensão da UEG – Morrinhos com o tema Ensino, pesquisa e extensão: os desafios da inter e transdisciplinaridade, em 2013. Teve como base um projeto de pesquisa intitulado “A interdisciplinaridade: o paradigma holístico e a alteridade como alicerce dessa prática”, realizado em 2011. 2 Pedagoga. Mestre em Educação. Pesquisadora. Extensionista. Dedicação Exclusiva da UEG. Gerente de Extensão.
  • 2. humanas por excelência e não apenas como sobras ou restos teóricos. Por isso Fazenda (1999) apresenta que na época a educação era trabalhada como, com e por migalhas. A crítica levantada em relação à educação por migalhas, pode ser identificada com alguns outros termos idealizados nessa mesma época, em vários lugares do mundo, como a chamada Educação Bancária, que Paulo Freire criticava, quando dizia que o homem precisa deixar de pensar fragmentado e ver o mundo dividido e os conhecimentos separados e engavetados, sendo necessário aprender a ler o mundo em sua totalidade. Também é possível aliar ao discurso de George Gusdorf sobre a Agonia da Nova Civilização, quando alega que a civilização atual passa por uma forte agonia intelectual com o pensamento fragmentado devido práticas fragmentadas de ensino. Alegava também que a civilização sairia dessa agonia quando reorganizasse a forma de ver e pensar o mundo, fazendo-o de forma globalizada. Outro teórico que apresentou discurso criticando a situação da educação enquanto fragmentada, ultrapassada e desdenhada, foi Hilton Japiassu com A Patologia do saber, pois alegava que a educação estava doente e que necessitava com urgência de mudanças significativas quanto aos rumos da educação, já que seguindo os modelos elaborados e impostos à vários anos, não sanaria a patologia educacional. Perante esse quadro fatídico de questionamentos sobre a forma como a educação se apresentava Edgar Morin, lança o discurso sobre a necessidade do Conhecimento Pertinente, dizendo que o mesmo é condição para a sobrevivência humana e que somente seria alcançado após transformações na forma de ver e agir na educação. Edgar Morin vai além apresentado que o conhecimento pertinente é fruto da Teoria da Complexidade, mostrando que o pensamento do ser humano é complexo e que para tanto precisa ser trabalhado neste viés. É possível alegar que não somente países europeus, como a França e a Itália, refletiam sobre a educação, mas também no Chile e no Brasil. Visto que os autores supracitados residiam neste países e oficializavam suas teorias nos mesmos e que foi aos poucos se espalhando. Como já afirmado, na década de 1960 ocorreu o movimento da interdisciplinaridade na Europa, que teve repercussão no Brasil, ainda nesta década, porém de forma bem sutil. Assim, surge a interdisciplinaridade defendida por Fazenda, num movimento contrário à educação por migalhas e à educação bancária, como possibilidade de sanar a patologia do saber e a agonia da civilização, proporcionando um conhecimento pertinente. Já em 1970, a interdisciplinaridade aparece no cenário educacional brasileiro apresentando necessidades de compreensão teórica, pois é interpretada como um modismo educacional, pois muitos educadores passaram a se valer desta palavra sem os cuidados epistemológicos e sem a
  • 3. consciência das dificuldades de sua aplicação, segundo Fazenda (1999). Para tentar esclarecer as controvérsias sobre a interdisciplinaridade e evitar que a mesma se torne um modismo, Hilton Japiassú publica um livro, composto por duas partes, sendo uma teórica e outra metodológica. Segundo Fazenda (1999, p. 24) “[...] a primeira na qual apresenta uma síntese das principais questões que envolvem a interdisciplinaridade, a segunda em que anuncia os pressupostos fundamentais para uma metodologia interdisciplinar.”. Seu livro foi lançado em 1976, como reflexo de uma pesquisa de mestrado, com o título de “Interdisciplinaridade e patologia do saber”, pois para o autor a educação de uma forma geral, apresentava patologias e que a prática interdisciplinar poderia sanar as doenças que a busca pela saber apresentava, caso fosse compreendida epistemologicamente e não apenas vista como modismo. Japiassú foi quem fez a primeira produção teórica sobre interdisciplinaridade, junto a outros estudos que vinham sendo realizados na Europa. Embora nessa época a interdisciplinaridade não tivesse uma definição única e restrita de sua teoria, é necessário um olhar atento da sua evolução nas últimas décadas, que tem como objetivo explicitar as fases e as contradições do movimento, indicando as principais dicotomias ciência/existência que emergem do assunto, segundo Fazenda (1999). Os teóricos pesquisadores sobre o assunto falam na necessidade de superar essa dicotomia, só assim poder-se-á superar a chamada crise das ciências ou das teorias, de modelo ou de paradigmas. Na concepção de Fazenda (1999) para haver essa superação necessita do exercício da interdisciplinaridade, compreendendo a dinâmica que é vivida por essa crise e o reconhecimento da importância e os impasses a serem superados. Ivani Fazenda começa a escrever sobre interdisciplinaridade, na década de 1970, como reflexo de uma pesquisa de mestrado. Essa década foi indicada como a formação da estrutura conceitual básica, que se preocupava em fundamentar explicação terminológica, pois, a necessidade de conceituar era presente. A palavra interdisciplinaridade era de difícil decifração e pronunciação, com isso esquecia a sua intenção maior que era a construção de um novo paradigma, de ciências, de conhecimento, e a elaboração de um novo projeto de educação, de escola e de vida. Fazenda (1999) desenvolveu esses estudos como uma pesquisa de mestrado, tratando mais de aspectos conceituais do que metodológicos. A autora ainda analisou e investigou posições sobre a interdisciplinaridade na época da Reforma de Ensino no Brasil, constatando um descaso, falta de critério, de informação e perspectivas que subsidiavam a implementação do projeto reformista da educação 1970. Neste momento é relevante um breve recorte na política educacional brasileira. O Brasil tem sua primeira lei educacional efetivada em 1961, por consequência de lutas vindas da década de 20 e
  • 4. 30, principalmente como reflexo dos Manifestos dos Pioneiros da Educação de 1932. A lei 4024 criada em 1961, foi reorganizada em 1968 no que tange ao ensino superior. Enquanto que o ensino de 1º e 2º graus só receberam modificações perante a lei em 1971. Assim, coincide com os movimentos europeus que reivindicavam mudanças nas escolas e nas universidades. O que os movimentos europeus solicitavam era uma mudança na conjuntura prática e metodológica e o que aconteceu no Brasil, na verdade foram mudanças em termos de leis, pois na prática as metodologias persistiram tradicionais. Os educadores brasileiros dessa época veem a interdisciplinaridade como algo desinteressante, não entendendo a grandiosa proposta interdisciplinar, a qual contribuiria muito para o enriquecimento do conhecimento escolar. Assim, as reformas realizadas levaram ainda mais a um esfacelamento da escola e das disciplinas, fazendo com que houvesse um reascender das chamas do modelo tradicional. Fazenda (1999) ressalta que foi lançado, em 1980, na Europa, um documento sobre a aproximação das disciplinas, sabendo que a mesma não é somente uma síntese e sim a ação de perguntar e duvidar para o maior desenvolvimento das disciplinas. Esse documento se intitulava Interdisciplinaridade e Ciências Humanas que foi elaborado em 1983, por Gusdorf, Apostel, Battomere, Dufremne, Mommsen, Morim, Palmari, Smimov e Ui. Esse documento trata da ligação das disciplinas, e a forma que uma exerce sobre a outra tanto no ponto de vista histórico ou filosófico. Faz-se uma reflexão sabre a dicotomia que precisavam ser enfrentadas na época como teoria/prática, verdade/erro, certeza/dúvida, processo/produto, real/simbólico, ciências/arte. Ponto elementar de um paradigma. Enquanto isso no Brasil, na década de 1980, alguns idealizadores de uma nova proposta educacional ainda vinham do tempo do silêncio. Termo usado por Ivani Fazenda, para demonstrar os efeitos do tempo da ditadura militar, que havia acontecido entre a década de 60 e 80. O tempo do silêncio se caracterizou pelo período em que pouco ou nada era permitido falar, cantar ou escrever. Motivo qual levou pessoas como Paulo Freire ao exílio. Depois de tudo isso, em 1990, o Brasil começa uma busca para construir uma teoria de interdisciplinaridade, mas com caráter brasileiro. O principal objetivo dessa busca, segundo Fazenda (1999) era levar o professor a perceber que é o sujeito da sua própria ação, relevando aspectos que eram desconhecidos de si mesmo. Para a efetivação desse processo foi resgatado a memória das práticas em sala de aula, que foi registrado e analisado, passando a construir uma nova proposta, uma proposta interdisciplinar. Ivani Fazenda junto com o seu grupo de estudo, pesquisava nesta época as mais variadas formas de temática, como a alfabetização, pré-escola, formação de professores, para o 1º, 2º e 3º
  • 5. graus, a questão de conteúdos específicos, a arte, a estética, a ética, a educação do corpo, dos sentidos e outros. Estudos esses ligados as práticas interdisciplinares que eram discutidos e socializados de norte a sul do país. Buscando um projeto antropológico de educação. A década de 2000, inicia-se a busca pela consolidação da interdisciplinaridade, no campo conceitual, epistemológica ou até mesmo nas práticas pedagógicas. Para que haja essa consolidação é necessário um rompimento paradigmática, ou seja, novas reformas, que não necessita ser estruturais e sim reformas pessoais. Não adianta novos prédios e novas leis, bem fundamentadas teoricamente, é necessário uma nova postura, sendo essa holística e interdisciplinar. Por isso há a necessidade de uma mudança continua na educação diante da necessidade interdisciplinar. Portanto, as quatro últimas décadas são marcadas pela busca de uma nova visão da educação, que durante anos vem sendo cada vez mais fragmentada. Fazenda (1999) junto com outros estudiosos sobre o assunto, vem levantando dados sobre a interdisciplinaridade. O discurso sobre os conceitos e as práticas da interdisciplinaridade, pode ser visto como um fato recente. Pode-se dizer então que em 1960 foi a gestação da interdisciplinaridade, através de movimentos que surgiram não só aqui mas por todo o mundo. Em 1970, marcado pelo o tempo de silêncio, a interdisciplinaridade começa a ser explicado e acaba visando o modismo. A década 80, a interdisciplinaridade veio com o intuito maior de explicação filosófica e sociológica. Já em 1990 expande as ideias sobre a interdisciplinaridade e finalmente em 2000 ainda há a luta para consolidar a sua luta. A PRÁTICA INTERDISCIPLINAR: uma discussão conceitual Discutir a interdisciplinaridade perante a educação atual se torna algo necessário levando em consideração às mudanças neste cenário. Por muito tempo as práticas dominantes foram de conteúdos disciplinares isolados favorecendo a especialização cada vez mais. Assim, vislumbrando uma ação interdisciplinar é preciso a priori conhecê-la para então praticá-la. Existe alguns equívocos quanto a sua definição e que pode ser interpretada por alguns estudiosos do assunto como multi, pluri e transdisciplinar. Outros estão preocupados com a forma que ela se desenvolve, fazendo com que descaracterize sua concepção que é a do conhecimento como um todo. Mas, com um aprofundamento teórico poder-se-á sanar os equívocos e perceber as possibilidades de sua efetivação, pois é uma atitude ou ação emancipatória para futura transformação, como salienta Fazenda (2001). Visando compreender a interdisciplinaridade a partir do discurso de seus conceitos para
  • 6. esclarecer possíveis equívocos, far-ze-á uma análise inicial do que vem a ser disciplina. Zabala (1998) alega que a ciência ao longo da história tentando compreender a realidade esfacelou o conhecimento em disciplinas, especializando-as aponto de criar as gaiolas epistemológicas como apresenta D’Ambrosio ( 2003 apud FAZENDA, 2008). Para o autor “São verdadeiras gaiolas epistemológicas [as disciplinas]: quem está dentro da gaiola só voa dentro da gaiola, é não mais que isso. Somos pássaros tentando voar em gaiolas disciplinares.”( p.115). É preciso lembrar que a disciplina tem uma história de surgimento e evolução. Que no século XIX ela surge com a formação das universidades modernas. Já no século XX com o progresso da pesquisa científica ela se desenvolve. No século XXI, vê-se a necessidade de rever as organizações disciplinares como um todo, algo que não seja fragmentado. Pois, a organização disciplinar, segundo Morin (2007, p.40), faz com que ocorra o risco de hiperespecialização do investigador, que gera um risco de coisificação do objeto estudado e, sendo necessário uma abertura ou mudança nessa organização, visto que “A fronteira disciplinar, com sua linguagem e com os conceitos que lhe são próprios, isola a disciplina em relação às outras e em relação aos problemas que ultrapassam as disciplinas.”. Portanto, para Morin (2007, p.39) “Uma disciplina pode ser definida como uma categoria que organiza o conhecimento científico e que institui nesse conhecimento a divisão e a especialização do trabalho respondendo à diversidade de domínios que as ciências recobrem.”. O que se percebe é uma fragmentação do saber, onde não havia necessidade de interlocução entre as disciplinas ou gaiolas. Contudo, é necessário analisar qual o valor de uma disciplina, visto que a mesma oferece condições de aprendizagem. Pois, para Zabala (1998, p.142) “As disciplinas têm o valor subsidiário, a relevância dos conteúdos de aprendizagem está em função da potencialidade formativa e não apenas da importância disciplinar.[...] No caso dos modelos disciplinares, a prioridade básica são as matérias e sua aprendizagem [...]”. Isso mostra que a disciplina enquanto um campo restrito ou fechado do saber, por si só não propicia o conhecimento necessário a realidade atual. Porém, o conhecimento que as disciplinas oferecem são de extrema relevância para a compreensão do todo. A mudança está na forma de perceber a relação existente entre os conteúdos de cada disciplina, ou seja, não se propõe anular as disciplinas mas, deixar a fragmentação das mesmas e lançar rumo à uma visão globalizada. Uma das formas para se compreender a visão globalizada pode ser vista quando analisado que historicamente a educação passou por questionamentos quanto ao papel do aluno e das matérias ou disciplinas. Um exemplo citado por Zabala (1998, p.146) são os centros de interesses de Decroly e método de projeto de Kilpatrick, alegando que
  • 7. Os centros de interesse de Decroly, os quais, partindo de um núcleo temático motivador para o aluno e seguindo o processo de observação, associação e expressão, integram diferentes áreas do conhecimento. O método de projeto de Kilpatrick, que basicamente consiste na elaboração e produção de algum objeto ou montagem (uma máquina, um audiovisual, um viveiro, uma horta escolar, um jornal, etc.). Concordando com o autor, Vieira (2010) alega que a imposição da disciplina mostrou suas dificuldades já na primeira metade do século XX, o que propiciou educadores e pesquisadores a falar da multi, pluri, inter e transdisciplinaridade. A partir do conceito de disciplina e das relações entre as mesmas é possível dizer que a multidisciplinaridade é o primeiro degrau para a superação da fragmentação disciplinar. A multidisciplinaridade segundo Japiassú (1976) é caracterizada pela ação simultânea das disciplinas em torno de uma temática, mas ainda está muito fragmentada, não havendo nenhuma ligação do eixo temático com as demais disciplinas. Enquanto para Zabala (1998, p.143) A multidisciplinaridade é a organização de conteúdos mais tradicionais. Os conteúdos escolares são apresentados por matéria independente uma das outras. O conjunto de matérias por disciplina é proposto simultaneamente, sem que apareçam explicitamente as relações que podem existir entre elas. Trata-se de uma organização somativa. Esta concepção é a adotada no bachillerato atual. Para Morin (2007) a multidisciplinaridade pode ser conhecida como polidisciplinaridade ou pluridisciplinaridade, constituído-se pela associação de disciplinas em torno de algo que lhe é comum. Enquanto que Zabala (2002) alega que a multidisciplinaridade é forma mais tradicional de organizar os conteúdos, sendo estes apresentados como matérias independentes, vindo então com uma proposta de manifestar simultaneamente as relações que existem entre elas. Mas, define que a pluridisciplinaridade é um pouco diferente da multidisciplinaridade, que Morin (2007) alega terem o mesmo significado. Para Zabala (2002) a plurisdisciplinaridade é a existência de relações complementares entre disciplinas que sejam mais ou menos afins. É necessário uma contribuição mútua da história, e das relações entre as diferentes disciplinas. Já Fourez (2001) descreve a pluridisciplinaridade como uma prática que consiste em analisar as perspectivas de diferentes disciplinas sobre uma visão geral. Do qual o seu contexto deve ter como objetivo a construção da representação de uma situação precisa. Já a interdisciplinaridade se caracteriza pelo nível mais elevado das interações entre as disciplinas. Zabala (1998) define a interdisciplinaridade como a interação entre duas ou mais disciplinas, que pode ir desde a simples comunicação de ideias até a integração recíproca dos conceitos fundamentais e da teoria do conhecimento, originando quase sempre um corpo interdisciplinar. D’Ambrosio (2005, apud FAZENDA 2008) destaca o sentido da
  • 8. interdisciplinaridade como parte integrada e relacionada das diferentes áreas do conhecimento. Behrens (2008) assevera que a interdisciplinaridade é uma atitude. Provocada por uma posição de interconexões das disciplinas que devem se interrelacionar e desencadear uma interação entre duas ou mais disciplinas. Concordando, Fazenda (2000 p.7) argumenta que a […] interdisciplinaridade é uma nova atitude diante da questão do conhecimento, de abertura à compreensão de aspectos ocultos do ato de aprender e dos aparentemente expressos, colocando-os em questão. Exige, portanto, na prática uma profunda imersão no trabalho cotidiano. Para autora a atitude deve está ligada ao exercício de uma ação, desde que essa tenha uma intencionalidade conhecida. Pois penso, decido, e parto para agir, caracterizando a atitude. A atitude está relacionada aos movimentos ocorridos na história de vida, vivências, desejos, conceitos, crenças, ligados profundamente com a identidade profissional. Já Fourez (2001) afirma que o conceito de interdisciplinaridade é o “contato interdisciplinar”, que é a possibilidade de inferir pontos de vistas e métodos de uma disciplina para outra. Morin (200, p.115) conceitua ressaltando que “[...] pode significar também troca e cooperação, o que faz com que a interdisciplinaridade possa a vir a ser alguma coisa orgânica”. Japiassu (2006, apud FAZENDA, 2008) ressalta que a interdisciplinaridade não é uma categoria de conhecimento, mais deve ser entendida como uma ação, ou seja, uma atitude de ação. Sem ter a ilusão que basta um contato entre as disciplinas para se ter a interdisciplinaridade. Fazenda (2008) ainda ressalta que o mundo contemporâneo exige uma postura interdisciplinar, onde o conhecimento haja junto as transformações contínuas da contemporaneidade, junto a instituições de ensino, aos professores. E que com isso possa ser elaboradas novas atitudes, caminhos, pesquisas, saberes, projetos, que busquem dar mais enfoque as instituições de ensino e ao trabalho do professor. Fazenda (2008, p. 162) define a interdisciplinaridade como Interdisciplinaridade é uma nova atitude diante da questão do conhecimento, de abertura à compreensão de aspectos ocultos do ato de aprender e dos aparentemente expressos, colocando-os em questão. [...] a interdisciplinaridade pauta-se numa ação em movimento. Pode-se perceber esse movimento em sua natureza ambígua, tendo como pressuposto a metamorfose, a incerteza. O movimento entre as disciplinas, deve ir mais além do que um dialogo disciplinar e se sim, um ato de reciprocidade e troca, integração e vôo , a matéria e o espaço, a realidade e o sonho, o real e o ideal, a conquista e o fracasso, a verdade e o erro, isso define Fazenda (2008), ainda afirma que o aluno deve ser o protagonista da história e assim criando um relação de independência com a
  • 9. sociedade, ou seja, dando um suporte crítico na cultura dominante da sociedade, que vem de atos opressores diante de escolhas precisas. E preciso uma libertação para que haja uma transformação da realidade. Na interdisciplinaridade há uma conexão, cooperação e diálogo entre disciplinas e conhecimento. Para Piaget (2000, apud LUZURIAGA, 2001) a interdisciplinaridade é uma forma de pensar, de se alcançar a transdisciplinaridade, portanto, o conhecimento nesse sentido é ir além dos bancos da escola e do saber fragmentado. O que pode ser visto como utopia. Para Zabala (1998) a transdisciplinaridade é o grau máximo de relações entre as disciplina, ou seja um modo global. Favorecendo a unidade interpretativa, objetivando-se na construção de uma ciências que explique a realidade sem parcelamento. Behrens (2008) também define a transdisciplinaridade como uma atitude, que apresenta o grau máximo da relação e integração das disciplinas, auxiliando assim, a junção de todos os conhecimentos para uma melhor compreensão da realidade. A partir de todas as definições e distinções sobre a multi, pluri, inter e transdisciplinaridade, nota-se a fragmentação do conhecimento. O ideal para a educação nos dias atuais seria a transdisciplinaridade. Não há como chegar ao ideal, a prática transdisciplinar, sem antes ter incorporado no cotidiano uma postura interdisciplinar. A utopia do ideal passa pelo real. LIMITES E POSSIBILIDADES DE PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES Como não há uma definição precisa, a interdisciplinaridade deve ser compreendida, o que caracteriza a prática interdisciplinar e o intencional que ela carrega conforme alega Fazenda (2001). Paviani (2008), afirma que a interdisciplinaridade significa uma estratégia de flexibilização e integração das disciplinas, quando integrada a produção de novos conhecimentos e no domínio do ensino. Da mesma forma que existem os objetivos da interdisciplinaridade também existem os limites na execução da mesma. Portanto, existem vários limites mas, várias possibilidades de execução da interdisciplinaridade. Pela concepção de Paviani (2008) podem ser apresentados oito quesitos com o intuito de entender essa contradição, sendo eles: conhecimento epistemológico, formação de professor, modalidade disciplinar, complexidade e emergência, ação e condição, diálogo e troca, novas tecnologias e pesquisa. No tocante ao conhecimento epistemológico é possível dizer, segundo o autor, que não pode deixar a interdisciplinaridade como um modismo intelectual, que se vire apenas um arranjo entre as disciplinas ou uma mera colaboração entre professores, transformando o conhecimento em uma justaposição de atividades fragmentadas. É preciso ter um conhecimento teórico, a troca é
  • 10. necessária entre as disciplinas. O comprometimento das práticas interdisciplinares deve se concentrar e comunicar ao das questões epistemológicas. No tocante a formação dos professores, Paviani (2008), ao longo do suas análises afirma que a prática interdisciplinar se efetivará a partir do domínio do conhecimento, ou seja, da especialidade e da abertura para o diálogo com outras ciências. Este domínio científico e a dialogicidade acontece em maior ou menor grau dependendo da formação cartesiana ou holística que o professor receber, e da sua identificação com o processo metodológico dessas vertentes. A modalidade disciplinar, segundo Paviani (2008) pode apresentar como limite levando em consideração a sua rigidez, a superficialidade e uma falsa autonomia de cada disciplina, o que não favorece a mudanças pedagógicas e contribui para a reprodução de conhecimentos. Assim, é preciso que cada disciplina se interaja às outras, sendo flexível mas com rigor teórico e autonomia de relacionamento com as demais áreas. Dessa forma é necessário analisar a modalidade de cada disciplina pois se ela é rígida se torna um limite a interdisciplinaridade, se ela é flexível se torna uma possibilidade. Pode-se apresentar duas categorias epistemológicas sobre a interdisciplinaridade: a da complexidade e a emergente, perante as possibilidades de um conhecimento de forma menos linear e mais flexível entre causa e efeito. Sendo necessária uma organização para os cursos de graduação e para o funcionamento da escola e das universidades com um caráter sistêmico das ciências. Determinando ou indeterminando que cada ciência ou disciplina enquanto sistêmica esteja aberta a produção teórica ao meio ambiente, às necessidades da sociedade e às condições atuais das ciências, propondo um novo conceito de autonomia às ciências e as disciplinas, rompendo com os limites disciplinares. Os limites apresentados são que as estruturas pedagógicas tradicionais não conseguem acompanhar a ciência e a tecnologia atual e se torna cada vez mais emergente as mudanças visando o desenvolvimento complexo do ser humano. A ação e condição é outro quesito apresentado por Paviani (2008), como limite onde a interdisciplinaridade não existe fórmula, nem conceitos que norteiam sua prática. De nada adianta envolver integração de educadores, de disciplinas, se não existe a essência da interdisciplinaridade, pois ela não pode ficar apenas no campo da intenção e desejos deve ser trabalhada, vivenciada para um melhor resultado. As possibilidades é que as atividades interdisciplinares não se limitam e justaposições e arranjos, que atinge as estruturas lógicas dos programas de ensino e de pesquisa. Sendo uma categoria de ação não pode apenas se limitar no diálogo do conhecimento é preciso praticá-la. Diálogo, trocas e planejamento, segundo Paviani (2008), apresentam possibilidades de que a interdisciplinaridade esclarece as interações entre conhecimento e realidade, ciências e cultura,
  • 11. tradição, tecnologia, manifestações sociais e históricas. Para que a especialização e fragmentação seja vencida pela busca do saber e conhecer, é preciso um diálogo intelectual, com a tentativa de se incorporar uma nova mentalidade científica. Uma maneira simples e eficaz de se fazer a interdisciplinaridade é aplicando conhecimentos de uma disciplina em outra. Os limites apresentados é a sistematização que limita uma disciplina, não havendo uma interação de uma disciplina com a outra ou pela pesquisa. Quanto à pesquisa, Paviani (2008) ressalta que olhar interdisciplinar dos projetos dependem em grande parte de políticas administrativas e científicas, pois para ser um educador interdisciplinar necessita-se de tempo, planejamento, dedicação, verba e outros. E, o que mais se percebe é que os educadores não estão tendo tempo para dedicar aos estudos e posteriormente ao planejamento, e na maioria das vezes não tem verba para investir em materiais que serão utilizados. Além disso, muitas vezes pensam que as pesquisas não podem ser interdisciplinares o que é um ledo engano, pois para Pimenta (1998, apud PAVIANI, 2008) ocorre um defasamento de informações entre os vários especialistas. São vários os limites, mas o educador interdisciplinar necessita reconhecer e aceitar que sua prática já não mais atende as necessidades da sociedade e mudá-la, é imprescindível uma boa relação entre professor e aluno, havendo reflexão e diálogo na construção do saber. Sua conceituação segundo Fazenda (2008) não tem que ser a partir de uma forma prática, mais sim de uma reflexão a respeito de sua atitude, que devem ser interdisciplinares. PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES COMO UMA UTOPIA POSSÍVEL Se a interdisciplinaridade exige uma nova visão de mundo, da realidade e sua proposta maior é o todo, o seu objetivo maior é de dar oportunidade de criar elos entre o conhecimento e a realidade. Mas não tirando ou diminuindo as especificidades das ciências, mas possibilitar um envolvimento maior com o conhecimento, como afirma Paviani (2008). Os objetivos da interdisciplinaridade são a ousadia, sabedoria, humildade, formação continuada e vários outros. É necessário ter ousadia e sabedoria para executar os conhecimentos, precisa ser humilde para ouvir e aceitar as ideias e opiniões dos outros e necessita também estar em constante transformação no que tange a educação, pois um educador para ser interdisciplinar necessita alçar voos altos, em busca do novo, para que a sua teoria seja sempre aliada a prática e consequentemente a sua práxis será um sucesso. A intenção maior da interdisciplinaridade não é de ensinar, nem aprender é o viver, exercer, envolver as pessoas, as instituições num contínuo fazer. Como a interdisciplinaridade não se resume apenas em intenção é necessário um debruçar hermenêutico para a consolidação da mesma, pois
  • 12. como afirma Fazenda (1999, p.35) “[...] Interdisciplinaridade não fica apenas no campo da intenção, mas na ação, que precisa ser exercitada”. Para que ocorra a Interdisciplinaridade como alicerce na produção do conhecimento é necessário saber que “O aprendiz determina o próprio tempo de aprendizagem, ou seja, não segue percursos programados pelo professor” (HOFFMANN, 2001, p. 40), com isso percebe-se que para se tornar interdisciplinar é preciso primeiro, ter coragem, e depois o educador necessita desenvolver sua curiosidade epistemológica e esta se desenvolvendo através da pesquisa, dedicação, persistência e tolerância, segundo Japiassú (1976). Para ser compreendida é preciso que ela seja um ato de troca, de reciprocidade entre todas as áreas do conhecimento, então é preciso colocá-la em prática junto com seu fundamento sem medo de errar. A interdisciplinaridade surge com o intuito de enriquecer a construção do conhecimento. É preciso quebrar barreiras, com o desejo de inovar, de ir além, deixar de lado uma educação fragmentada e trazer um conceito que envolva o todo, estabelecendo ligações em todas as esferas da vida. Para quebrar essas barreiras é necessário identificar-se interdisciplinarmente, segundo Japiassú (apud FAZENDA, 1999). Sendo preciso descobrir, tanto no nível da pesquisa quanto no ensino, novas estruturas mentais, novos conteúdos e novas metodologias, tudo faz-se formar uma nova inteligência. O professor deve acreditar na utopia que cerca a interdisciplinaridade. Santos (2007) esse termo deve ser compreendido no sentido de esperança, de sonho, e um horizonte possível, uma educação que se estenda para além dos muros da escola e não se esqueça dos valores que os currículos direciona a organização escolar. Santos (2007) diz que há uma exigência de uma nova pedagogia, para atender as novas expectativas sociais e políticas. E segundo Kochhann (2007) para que isso aconteça requer uma sensibilidade dos professores ao perceber sua ação interdisciplinar para a elaboração de suas ações. Ações que tenha um significado tanto para o aluno quanto para o professor, pois o professor é o mediador da aprendizagem, com isso deve alicerçar sua atitude interdisciplinar em trabalhos diferenciados. A interdisciplinaridade vincula-se à atualização pedagógica na sala de aula, na escola, na universidade e na complementaridade entre as disciplinas que compõem o currículo. E neste momento, é de suma importância ressaltar que a elaboração de um bom currículo é muito válido, pois o mesmo necessita superar o cartesianismo, pois a interdisciplinaridade visa romper com os currículos cartesianos e colocar em prática o holístico. No curso de formação de professores, onde são formados os profissionais da educação, esse processo faz-se indispensável. Para que eles tenham uma formação interdisciplinar, é necessário que se comece pelo planejamento institucional, pela organização curricular e pelo incentivo à pesquisa.
  • 13. Fazenda (2008) ressalta que para falar em uma nova postura é necessário uma pesquisa sobre as potencialidades nas práticas existentes e se os professores têm conhecimentos teóricos ligados à prática interdisciplinar. Sendo preciso uma mudança e uma nova visão no que se diz curricular, pedagógica ou didática, que requer uma profunda imersão nos conceitos da escola, ou seja, da educação. Quando se fala que a interdisciplinaridade é uma exigência da sociedade contemporânea, é necessário a explicação desse processo, tanto no que se diz metodológico quanto teórico. Paviani (2008) afirma que sem esse processo, não é possível haver a superação da dicotomia sociedade e conhecimento, e tornando assim, um processo não linear da realidade empírica da sociedade, no que se diz ao processo de investigação cientifica, com isso não é possível ter uma prática interdisciplinar. Sendo que a interdisciplinaridade é uma condição básica para a formação de um individuo flexível e que se adeque ao exercício de novas profissões. Paviani (2008, p.59) afirma que “Uma área do conhecimento tende a se construir a partir de uma certa autonomia teórica.”, ou seja, atuação profissional atual tende a se construir a partir de mais de uma área teórica, pela busca de novos conhecimentos. Para que a atitude interdisciplinar possa ser internalizada mediante as práticas pedagógicas é necessária uma nova postura. Não é algo simples e fácil, mas não é complexo à ponto de não ser alcançada. É preciso que o educador se reconheça interdisciplinar pela angústia do tradicionalismo. As atitudes interdisciplinares, na concepção de Kochhann (2007) devem se alicerçar na ousadia da realização de trabalhos diferenciados, nas inovações de métodos diante das situações de ensino-aprendizagem. O medo de arriscar e errar deve ser substituído pelas tentativas dos novos saberes e práticas. Para que essas práticas se efetivem é preciso que haja engajamento de todos. Com tudo isso, fica claro que a intenção do projeto interdisciplinar é de romper com a fragmentação entre as disciplinas e contribuir para a construção de um conhecimento como um todo. Portanto, é imprescindível que o professor reflita as suas ações, pois enquanto o ensino cartesiano forma para o ensino e a técnica, a interdisciplinaridade se alicerça na pesquisa, por isso é preciso um novo perfil de pedagogo, o que qual possua a interdisciplinaridade como alicerce de sua práxis, visando assim a produção do saber. O professor interdisciplinar é aquele que já não é mais cartesiano, e sim um professor que se baseia na pesquisa, saindo daquela mesmice, instigando seu aluno a querer buscar sempre mais, a pesquisar, a argumentar e com isso esse professor estará formando um cidadão crítico, reflexivo e além de tudo um pesquisador, o que significa um cidadão formado por completo. Por isso é preciso que os educadores tenham uma nova visão sobre a interdisciplinaridade, colocando o modismo de lado e trazendo para a sua prática em sala de aula uma postura
  • 14. interdisciplinar, para isso é preciso que os professores reflitam sobre suas ações. Ações essa que deixa para traz o modo cartesiano-tecnicista, se alicerça na visão holística, que é a pesquisa, muda sua postura didática, para uma nova identidade. Discutir a identidade do professor é necessário analisar vários fatores e um deles são os cursos de formação e a competência profissional do professor. Segundo Fazenda (1999, p. 31) O professor interdisciplinar traz em si um gosto especial por conhecer e pesquisar possui um grau de comprometimento diferenciado para com seus alunos, ousa novas técnicas e procedimentos de ensino, porém, antes, analisa-os e dosa-os convenientemente. Competência, envolvimento, compromisso marcam o itinerário desse profissional que luta por uma educação melhor. Mediante este comprometimento com suas práticas o professor pode ousar e buscar novas metodologias de caráter interdisciplinar. Geralmente os professores dos últimos anos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio são especialistas em suas áreas de atuação e muitos se isolam no seu campo teórico. O primeiro passo para uma nova prática é romper com essa concepção e proporcionar um diálogo entre as disciplinas. Na visão de Fazenda (2003, p.61) o ensino de história deve procurar cultivar valores, atitudes e hábitos que libertem o indivíduo do isolamento cultural ao qual a civilização ocidental o condenou. Nesse sentido, a história, vista sob perspectiva interdisciplinar, deve ser mais que simples ordenação seqüencial e manuseio de certos materiais para consulta, deve plantar a semente do futuro, enfim, por sua liberdade. O professor precisa convidar o aluno a mergulhar na história para compreendê-la e perceber- se agente de sua história para isso pode ser realizados mesas redondas, com debates, grupos de estudos temáticos, análise de filmes, teatralização, análise de letras de músicas, elaboração de artigos, rodas de conversas, elaboração de acrósticos e paródias e outras atividades que fogem do cotidiano da sala de aula tradicional e discute os conteúdos da história obrigatórios no currículo, porém de uma maneira holística. A interdisciplinaridade também pode ser utilizada na área da geografia. Para Fazenda (2003, p.62) “A geografia, vista interdisciplinarmente, ao lado das habilidades de descrever, observar e localizar pode contribuir também para um processo de comparação que conduza a novas explicações.”. Não é função da geografia apenas a descrição, como era vista paradigma cartesiano – newtoniano. Mas, a geografia numa visão interdisciplinar holística, elabora perguntas, pesquisa, busca respostas e desenvolve comparações entre realidades diferentes, colocando em dúvida as verdades geograficamente estabelecidas. Para isso, o professor pode planejar viagem para o estudo de campo, entrevistas, análise de documentários e documentos, construções de maquetes, debates, análise de filmes, jornais televisivos e entre outros.
  • 15. Assim como a história e a geografia podem trabalharem de maneira contextualizada e buscando apoio na oratória, na língua portuguesa, nas artes, a matemática também. Na verdade, a matemática é uma forma de linguagem muito utilizada no cotidiano e que o professor precisa deixar claro para seus alunos essa situação, para Fazenda (2003, p.62) “[...] ensinar matemática é, antes de mais nada, ensinar a ‘pensar matematicamente’, a fazer uma leitura matemática do mundo e de se mesmo.”. Muitas escolas e professores fazem da matemática o terror da vida dos alunos, com listas de exercícios com o tradicional siga o modelo e, para superar isso Moreira José (1999, apud FAZENDA, 2008, p.89) alega que a matemática deve trabalhar com “desafios, construções coletivas de mapas conceituais, escritas coletivas de histórias, projetos e jogos. Materializa-se uma maneira concreta de aprender, mais dotada de sentido.”. Uma das atividades que podem ser realizadas são visitas à supermercado para levantamento de preços e comparações entre supermercados, com elaboração de dados estatísticos, análise de notícias jornalísticas que tenham conteúdos matemáticos, análise de gráficos entre outras atividades. A disciplina de ciências também pode ser trabalhada interdisciplinarmente para que as crianças não percam a curiosidade que é nata delas e que aos poucos a escola acaba matando com as práticas tradicionais. Segundo Moreira José (1999, apud FAZENDA, 2008 p. 90) “[…] a interdisciplinaridade propõe a efetivação de um nova dinâmica nas aulas de ciências, desprendida das seqüências estabelecidas linearmente por grande parte dos livros didáticos.”. Assim como nas outras disciplinas o aluno deve se transformar em um cientista ou protagonista das suas investigações e descobertas, fazendo com que a ciência se torne viva e mais próxima de sua realidade. Portanto pode ser feito feiras de ciências, experimentos em laboratórios, aulas de campo, estudos de texto com diferentes linguagens e outros. Para Fazenda (2003, p.60) é emergente um trabalho interdisciplinar como forma de superar o fazer pedagógico de muitas salas de aulas onde O ensino da língua é empobrecido, restringindo-se ao formal. Educação artística e educação física não são mais obrigatórios; a comunicação torna-se sem expressão e a expressão sem comunicação; os livros didáticos garantem a memorização e as regras gramáticas “por elas mesmas” reprisadas em exercícios estéreis. O som, as mãos, as formas, as cores, os espaços, os materiais plásticos não fazem programação; as expressões são vazias, a linguagem desordenada, o corpo ausente. A língua portuguesa é a base de todo processo de comunicação e de aprendizagem, pois para se entender a história, a geografia, a ciências e a matemática e outras disciplinas, é necessário ter o domínio da língua, saber produzir textos, ler nas entrelinhas, compreender a intenção do autor e saber distinguir as concepções de escrita para que se possa além de escrever bem, comunicar-se
  • 16. oralmente bem. Assim, os professores independentes das disciplinas precisam dominar e ensinar a língua portuguesa. Esta competência deve ser de todos os envolvidos com o processo ensino- aprendizagem e não apenas do professor de língua portuguesa. Mas este pode trabalhar de maneira contextualizada e com muita prática oral e escrita, para que o aluno seja além de ator também o autor do seu conhecimento. Não basta o professor ensinar os verbos, os adjetivos, os substantivos... se não ensinar onde e como utilizá-los no seu cotidiano. E preciso ler jornais, revistas, gibis e não somente livros didáticos e entre outras atividades. Aqui realizou-se um esboço de uma possível realização interdisciplinar onde o pensamento do aluno é convidado a buscar informações em outras disciplinas para a realização de sua tarefa, ou seja, a forma mais simples de se fazer interdisciplinaridade na prática, onde o professor realiza um planejamento e o executa, fazendo com que o seu aluno pense além dos muros da sua disciplina. É preciso ir além desse fazer simples da interdisciplinaridade, onde dois ou três professores se unem e elaboram uma atividade para que o aluno a execute, sendo que este necessitará do conhecimento teórico das disciplinas que os dois ou três professores ministram. Um exemplo pode ser a análise de um filme como “A História de Vida”, pois as disciplinas de língua portuguesa, história e ciências podem explorar. Assim, o que é visto como utópico pode ser real. O intuito deste trabalho é fazer com que as pessoas que tiverem acesso a ele (re)pensem as suas práticas, e vejam que o simples pode ser feito e que é o começo para a busca do complexo. Perceber-se interdisciplinar começa pelo (re)pensar das práticas. E esse movimento pode favorecer a um aprendizado de melhor qualidade, onde os alunos poderão visualizar e contextualizar melhor os conceitos e seu próprio mundo e quiçá alcançar a transdisciplinaridade. CONSIDERAÇÕES Difícil pensar em interdisciplinaridade, quando se foi acostumado durante décadas, pensar a educação compartimentalizada, produto da escola tecnicista e da prática cartesiana. Fazenda (2001, p. 22) aponta que a “Interdisciplinaridade é uma atitude, isto é, uma externalização de uma visão de mundo que, no caso, é holística.”. É possível perceber nos discursos de Fazenda o toque da postura holística como possibilidade para a efetivação da interdisciplinaridade, que não deve ser vista como um mero método didático, mas sim como princípio básico para a produção do saber científico que leva à transdisciplinaridade, que até o momento é algo utópico. Como assevera Fazenda (1999), não adianta novos prédios, novas leis é necessário uma nova postura didática e para isso é preciso aceitar as limitações existentes nas práticas, buscando o conhecimento teórico e planejando para que as práticas possam ser diferenciadas e fugir assim da
  • 17. Educação Bancária de Freire (2009), das Gaiolas Epistemológicas de D´Ambrosio (2003 apud Fazenda 2008), que configuram a Patologia do Saber segundo Japiassu (1976). Paviane (2008) ressalta que a interdisciplinaridade significa uma estratégia de flexibilização e integração das disciplinas o que segundo Costa Neto (2003) e Bherens (2008) ocorrerá mediante o paradigma holísticos. Conforme o documento elaborado 1983 e intitulado Interdisciplinaridade e Ciências Humanas, mostra Fazenda (1999) que a interdisciplinaridade é a ação de perguntar e duvidar para o maior desenvolvimento das disciplinas. Para isso os professores precisam realizar um planejamento que propicie o aparecimento de dúvida que configure o diálogo, rompendo com fronteiras disciplinares. Infelizmente, não foi percebido essa práticas pelas observações realizadas. Muitos autores, inclusive, Fazenda (1999) asseveram que não existe uma fórmula ou receita para a interdisciplinaridade, mas não pode ser apenas intenção. Sua condição existencial é ação e o primeiro passo para isso é a reflexão por parte do professor sobre suas ações. Deve-se criar metodologias interdisciplinares com os professores, do qual é o grande alvo da interdisciplinaridade, pois os mais interessados deviam ser eles, que formam cidadãos. Finda-se aqui as reflexões teóricas e metodológicas sobre a efetivação da interdisciplinaridade, mas não finda-se o desejo de discutir sobre a temática. REFERÊNCIAS BEHRENS, Maria Aparecida. Paradigma da complexidade: metodologia de projetos, contratos didáticos e portifólios. 2º ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. BRANDÃO, Z. Pesquisa em educação: conversas com pós-graduandos. São Paulo: Loyola, 2002. COSTA NETO, Antonio da. Paradigmas em educação no novo milênio. 2. ed. Goiânia: Ed. Kelps, 2003. FAZENDA, Ivani. C. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia? São Paulo: Loyola, 1979. FAZENDA, Ivani. C. Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. São Paulo: Loyola, 1991. FAZENDA, Ivani. C. Interdiciplinaridade: História, teoria e prática. 4. ed. Campinas, SP: Papirus,1999. FAZENDA, Ivani. C. (coord). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 2001.
  • 18. FAZENDA, Ivani. C. Interdisciplinaridade: qual o sentido? São Paulo: Paulus. 2003 FAZENDA, Ivani. C (org.). O que é interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2008. FOUREZ, G. Fondements épistemologiques pour L’interdisciplinarité. In: Lenoir, Rey, Fazenda. Les fondements de L’interdisciplinarité dans la formation à L’enseignement. Shesbrooke. Canadá: Éditions CRP ∕UNESCO, 2001. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa . Rio de Ja- neiro: Paz e Terra, 1997b. GOLDENBERG, M.Leila Diniz. Fazendo Antropologia no Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976. JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. 4. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. KOCHHANN. A de M. Por uma pedagogia psicanalítica: as vicissitudes na formação de professores. Goiânia: [s.n], 2007. MORAES, Maria Candido. O Paradigma educacional emergente. Campinas, Papirus, 1997. MORIN, Edgar. A inteligência da complexidade. São Paulo: Peirópolis, 2000. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à Educação do futuro. 8. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: Unesco, 2003 MORIN, Edgar. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. Maria da Conceição de Almeida, Edgard de Assis Carvalho (org).4. ed. São Paulo: Cortez: 2007. PAVIANI, Jayme. Interdisciplinaridade: conceitos e distinções. 2. ed. Caxias do Sul, RS: Educs, 2008. PIETROBON, Sandra Regina Gardacho. A relação entre os saberes docentes no curso de pedagogia e a prática pedagógica. no curso de pedagogia e a prática pedagógica. (Dissertação deMestrado) Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2006. SANTOS, V. P. Interdisciplinaridade na sala de aula. São Paulo: Loyola, 2007. VIEIRA, Heraldo Marelim. Pesquisa em Educação: a observação. Brasília: Líber, 2010. ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. ZABALA, Antoni. Enfoque globalizador e pensamento complexo. Porto Alegre: Artmed, 2002.