SAVASSI, LCM. Educação em Saúde. [aula] Disciplina Práticas em Serviços de Saúde II, 2o período, Medicina, UFOP, 2014. [online] [http://sites.google.com/site/leosavassi][acesso em ##/##/20##]
2. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Pré-aula
Idoso, 67 anos chega na 1ª consulta com
descontrole da pressão. Você aumenta a dose
dos medicamentos. Chega na
2ª consulta com pressão mais
descontrolada ainda e você
dobra a dose. Na terceira
consulta ele te confessa que
não toma os medicamentos todos em dia.
QUAL A SUA CONDUTA NA CONSULTA?
3. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Pré-aula
Homem de 39 anos consulta-se por
causa de gripe, com tosse
persistente há duas semanas. Relata
ser tabagista há 25 anos, já parou 4
vezes, e a vez que ficou parado mais
tempo foram 7 meses. Não pensa
em parar de fumar. Teste demonstra
que é muito viciado.
QUAL A SUA CONDUTA NA
CONSULTA?
4. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Pré-aula
Depois de seis seções de Grupos Educativos com
gestantes, você aplica o pós-teste e percebe
que as mães assimilaram bem os
conhecimentos sobre amamentação. Apesar
disto, de 20 mães com bebês até seis meses
de vida, apenas 8 mantiveram aleitamento
materno exclusivo.
O QUE DEU ERRADO?
COMO CORRIGIR?
5. OBJETIVOS DE HOJE
1. Definir Educação em Saúde
2. Compreender seu papel.
3. Discutir a mudança de comportamento e
entender os gatilhos para esta mudança
4. Definir Grupos Operativos e a concepção
operativa dentro do grupo.
5. (Discutir a intervenção a ser apresentada
para a equipe de saúde na proxima terça)
6. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Educação: o que é?
• Processo de desenvolvimento da capacidade física,
intelectual e moral do ser humano, visando a sua
melhor integração individual e social.
• Construção de conhecimento através do processo de
ensino-aprendizagem em espaços formais e não
formais de ensino, como escola, museus,
comunidades
• Prática social que prepara as pessoas para a vida em
comunidade
• Processo de desenvolvimento de consciência crítica
que estimula a ação para mudança SCHALL, VT
7. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Educação em Saúde: o que é?
• Processo capaz de desenvolver no indivíduo/
população consciência crítica das causas dos
problemas de saúde, e possibilitar a sua
participação para superá-los, na posição de
sujeito, cidadão, co-responsável pelas ações e
serviços de saúde, exercendo o controle social
sobre esses serviços.
• Educação permanente: profissionais de saúde
SCHALL, VT
8. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Educação em Saúde
Saúde, Doença e Comportamento: o contexto
em mudança
Maior causa de morte nos EEUU são
doenças crônicas, onde sofrimento
e morte prematura podem ser
evitados por alterações positivas
no comportamento
GLANZ, K.
9. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Educação em Saúde
Saúde, Doença e Comportamento: o contexto
em mudança
O perfil da situação de saúde do Brasil é de
tripla carga de doenças, pela presença
concomitante das doenças infecciosas e
carenciais, das causas externas e das doenças
crônicas. (Frenk, 2006)
MENDES, EV.
10. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Educação em Saúde
O C mportamento em saúde
→ Preocupação central da ES.
→Objetivo da ES é promover mudanças (+)
informadas no comportamento
→Ações de ES deveriam ser avaliadas sob seus
efeitos sobre o comportamento saudável. GLANZ, K.
11. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Educação em Saúde
Comportamento em saúde
Afetado por múltiplos níveis de
influência:
1.intrapessoais/ individuais;
2.interpessoais;
3.institucionais/ organizacionais;
4.comunitários e
5.de políticas públicas.
GLANZ, K.
12. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Educação em Saúde
Envolve não só atividades instrutivas e outras
estratégias para mudar o comportamento em
saúde
MAS TAMBÉM ...
Esforços organizativos, diretrizes políticas,
suporte econômico, atividades ambientais,
mídia de massa, e programas de nível
comunitário.
GLANZ, K.
13. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Educação em Saúde
Área do conhecimento desde 1919 (EEUU), mas há
apenas 2 décadas cresceram suas publicações
→Sistematização e maior divulgação de sua produção e
seu potencial: ainda INSUFICIENTES.
→Campo eclético, amálgama de abordagens, métodos
e estratégias, advindos das áreas das ciências sociais,
humanas e da saúde: obviamente INTERSETORIAL
→Perspectivas teóricas, práticas e metodologias da
psicologia, sociologia, antropologia, comunicação e
marketing, e depende da epidemiologia, estatística e
medicina, sobretudo saúde coletiva. GLANZ, K.
14. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Educação em Saúde
Locais para educação em saúde
• Locais: todos.
• Ambientes relevantes para ES contemporânea:
– Consultórios
– Escolas
– Comunidades
– Ambientes de trabalho
– Locais de cuidado a saúde
– Domicílios
SCHALL, VT; GLANZ, K.
15. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Educação em Saúde
Público-alvo para educação em saúde
• Educação em saúde só é efetiva com o entendimento
do público alvo:
• Pessoas alcançáveis como indivíduos, grupos,
comunidades,através de organizações, como
entidades sócio-políticas ou em combinação destes.
• Quatro dimensões podem caracterizar as potenciais
audiências : Características sócio-demográficas; Fundo
Étnico ou Racial; Estágios do ciclo de vida; Status de
doença e riscos específicos.
GLANZ, K.
16. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Teorias da Educação em Saúde
Theoria: ciências e atividades preocupadas no
conhecimento per se.
Praxis: meios nos quais comumente falamos em ação
ou fazer.
teoria e pesquisa não são o campo dos
acadêmicos assim como prática não é somente o
campo do clínico
GLANZ, K.
17. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
SAVASSI, LCM
Modelo de Crenças em Saúde
18. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Teoria da ação racional (TRA) – Teoria do
comportamento planejado (TPB)
GLANZ, K.
19. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Modelo Transteorético
Pré-contemplação (I wont) – Não considera a possibilidade de mudar,
nem se preocupa com a questão.
Contemplação (I might) – Admite o problema, é ambivalente e considera
adotar mudanças eventualmente.
Preparação (I will) – Inicia algumas mudanças, planeja, cria condições
para mudar, revisa tentativas passadas.
Ação (I am) – Implementa mudanças ambientais e comportamentais,
investe tempo e energia na execução da mudança.
Manutenção (I have) – Processo de continuidade do trabalho iniciado
com a ação, para manter os ganhos e prevenir a recaída.
Recaída – Falha na manutenção e retomada do hábito ou comportamento
anterior – retorno a qualquer dos estágios anteriores.
Lapso – Falha na manutenção, mas sem a retomada do hábito.
Prochaska e DiClementi (1982)
20. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Modelo Transteorético
Greene (1998)
Estimativa da intenção de mudança
(Pergunta exemplo) Eu preciso de sua opinião sincera sobre sua mudança de
consumo de gorduras. Você quase sempre evita alimentos ricos em gordura?
(ex. manteiga, margarina, óleo, molhos para salada, carne gordurosa,
frituras, sorvete, etc.)
(1) Não, e não pretendo começar a evitar nos próximos 6 meses (Pré-
Contemplação)
(2) Não, mas pretendo começar a evitar nos próximos 6 meses
(Contemplação)
(3) Não, mas pretendo começar a evitar nos próximos 30 dias (Preparação)
(4) Sim, tenho evitado, mas há menos de 6 meses (Ação)
(5) Sim, tenho evitado há mais de 6 meses (Manutenção)
21. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Entrevista motivacional
ESTÁGIOS TAREFAS MOTIVACIONAIS
Pré-contemplação
Levantar dúvidas – aumentar a percepção da pessoa
sobre os riscos e os problemas do comportamento atual
Contemplação
“Inclinar a balança” – evocar as razões para a mudança,
os riscos de não mudar; fortalecer a autossuficiência da
pessoa para a mudança do comportamento atual
Preparação
Ajudar a pessoa a definir a melhor linha de ação a ser
seguida na busca da mudança
Ação Ajudar a pessoa a dar passos rumo à mudança
Manutenção
Ajudar a pessoa a identificar e a utilizar estratégias de
prevenção da recaída
Recaída
Ajudar a pessoa a renovar os processos de
contemplação, preparação e ação, sem que ela fique
imobilizada ou desmoralizada devido à recaída
Prochaska e DiClementi (1982)
22. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Perguntas
1. Como estes conceitos se aplicam nas práticas
educativas e de promoção da saúde de vocês
no nível coletivo?
2. Como se aplicam no nível individual?
3. Vocês enxergaram esta preocupação nas
consultas individuais ou atividades grupais
realizadas nas UBS visitadas?
23. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
GGRRUUPPOOSS OOPPEERRAATTIIVVOOSS
24. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Uma das pprriinncciippaaiiss ffeerrrraammeennttaass ppaarraa
pprroommooççããoo ddaa ssaaúúddee,, pprreevveennççããoo
((pprriimmáárriiaa oouu sseeccuunnddáárriiaa)) ddee ddooeennççaass
ee iinntteeggrraalliiddaaddee éé oo ttrraabbaallhhoo eemm
ggrruuppoo..
DIAS, RB
25. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
TTEEOORRIIAA
Desenvolvida por Enrique Pichon-Rivière (1907-1977), médico
psiquiatra e psicanalista de origem suíça, que viveu na Argentina
desde seus 4 anos de idade.
Fenômeno disparador: greve do pessoal de enfermagem no
hospital psiquiátrico De Las Mercês, em Rosário, onde
desempenhava atividades clínicas e docentes.
A solução: Pichon-Rivière colocou os pacientes menos
comprometidos para assistir aos mais comprometidos. Observou
que ambos, subgrupos, apresentaram significativas melhoras de
seus quadros clínicos.
DIAS, RB
26. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
TTEEOORRIIAA
Explicação: o novo processo de comunicação estabelecido
entre os pacientes e a ruptura de papéis estereotipados - o
de quem é cuidado, para o de quem cuida - foram os
elementos referenciais do processo de evolução desses
enfermos.
O resultado: Intrigado com esse resultado passou a estudar
os fenômenos grupais a partir dos postulados da psicanálise,
da teoria de campo de Kurt Lewin e da teoria de
Comunicação e Interação.
DIAS, RB
27. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
TTEEOORRIIAA
Pichon Riviére (1945), definiu grupo operativo como:
““UUmm ccoonnjjuunnttoo ddee ppeessssooaass ccoomm uumm
oobbjjeettiivvoo eemm ccoommuumm""..
GOp trabalham na dialética do ensinar-aprender;
Trabalho em grupo = interação entre as pessoas, onde
elas tanto aprendem como também são sujeitos do
saber, mesmo que seja “apenas” pelo fato da sua
experiência de vida;
Dessa forma, ao mesmo tempo em que aprendem,
ensinam também.
DIAS, RB
28. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS::
DIAS, RB
Integrantes reunidos em torno
de um mesmo interesse
O grupo se constitui como uma
nova identidade
Discriminadas as
identidades individuais Algum tipo de vínculo
entre os integrantes
29. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
CCAAMMPPOO GGRRUUPPAALL DDIINNÂÂMMIICCOO::
66 FFEENNÔÔMMEENNOOSS
– RReessssoonnâânncciiaa;;
– FFeennôômmeennoo ddoo eessppeellhhoo;;
– FFuunnççããoo ddee ccoonnttiinneennttee;;
– FFeennôômmeennoo ddaa ppeerrtteennccêênncciiaa;;
– DDiissccrriimmiinnaaççããoo ee
– CCoommuunniiccaaççããoo..
DIAS, RB
30. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
CCAAMMPPOO GGRRUUPPAALL DDIINNÂÂMMIICCOO::
1) A ressonância, que é um fenômeno comunicacional, onde a
fala trazida por um membro do grupo vai ressoar em outro,
transmitindo um significado afetivo equivalente, e assim,
sucessivamente.
2) O fenômeno do espelho, ou galeria dos espelhos, onde cada
um pode ser refletido nos, e pelos outros; o que nada mais é,
do que a questão da identificação, onde o indivíduo se
reconhece sendo reconhecido pelo outro, e assim vai
formando a sua identidade;
3) A função de "continente", ou seja, o grupo coeso exerce a
função de ser continente das angústias e necessidades de
cada um de seus integrantes.
DIAS, RB
31. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
CCAAMMPPOO GGRRUUPPAALL DDIINNÂÂMMIICCOO::
4) O fenômeno da pertencência, o quanto cada um
necessita ser reconhecido pelos demais do grupo como
parte dele.
5) A discriminação, que é a capacidade de fazer a diferença
entre o que pertence ao sujeito e o que é do outro;
6) A comunicação, seja ela verbal ou não-verbal, fenômeno
essencial em qualquer grupo onde mensagens são
enviadas e recebidas, podendo haver distorção e reações
da parte de todos os membros do grupo .
DIAS, RB
32. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
VVÍÍNNCCUULLOO
Liame; vincilho.
Laço; atilho; nó.
Tudo o que ata, liga ou aperta.
Aquilo que liga ou estabelece uma relação.
Morgadio.
Bens vinculados.
Fonte: Dicionário Aurélio
33. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
OOBBJJEETTIIVVOOSS EE IINNTTEEGGRRAANNTTEESS
– GGrruuppooss vviinnccuullaaddooss ppoorr ppaattoollooggiiaa;;
((HHAASS,, DDiiaabbeetteess,, AAssmmaa,, ssaaúúddee mmeennttaall,, ddeessnnuuttrriiççããoo,,
ddeeppeennddêênncciiaa qquuíímmiiccaa,, eettcc))
– GGrruuppooss ddee pprroommooççããoo ddaa ssaaúúddee,, ffoorrmmaaddooss ppoorr
ffaasseess ddoo cciicclloo ddee vviiddaa;;
((ggeessttaanntteess,, ppuueerriiccuullttuurraa,, aaddoolleesscceenntteess,, cclliimmaattéérriioo,,
tteerrcceeiirraa iiddaaddee,, eettcc))
– GGrruuppooss hheetteerrooggêênneeooss..
DIAS, RB
35. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
GGrruuppooss ddee PPrroommooççããoo ddaa SSaaúúddee
• Mudança
• Hábitos Saudáveis
• Saúde Integral
• Autocuidado
DIAS, RB
36. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
DDIICCAASS EE CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS
– TTaammaannhhoo ddoo ggrruuppoo::
AA pprriinncciippiioo ssee ttrraabbaallhhaa ccoomm ggrruuppooss ppeeqquueennooss ddee
155--2255 iinnddiivvíídduuooss;;
– LLooccaall ddee ttrraabbaallhhoo::
EEssppaaççoo ffííssiiccoo aaddeeqquuaaddoo;;
– DDeeffiinniirr ccoonnttrraattoo ddee ttrraabbaallhhoo ppaarraa aass rreeuunniiõõeess,,
hhoorráárriiooss pprréé--eessttaabbeelleecciiddooss ddee iinniicciioo ee tteerrmmiinnoo,,
ppeerriiooddiicciiddaaddee ee ffrreeqqüüêênncciiaa,, nnããoo aacceeiittaarr mmeemmbbrrooss
qquuee eessttããoo ffaallttaannddoo mmuuiittoo..
DIAS, RB
37. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
OOss ggrruuppooss ooppeerraattiivvooss ssããoo ffeerrrraammeennttaass
ddee iinnccoorrppoorraaççããoo ddoo ssaabbeerr
ccaarraacctteerriizzaaddooss ppeellaa hhoorriizzoonnttaalliiddaaddee ddoo
ssaabbeerr,, ee ddaa rreessppoonnssaabbiilliizzaaççããoo ddoo
uussuuáárriioo ccoommoo aaggeennttee aattiivvoo ddaa mmuuddaannççaa
ddee hháábbiittooss..
““AA TTRRAADDUUÇÇÃÃOO MMAAIISS PPUURRAA DDAA
PPRROOMMOOÇÇÃÃOO DDAA SSAAÚÚDDEE”” ((DDIIAASS,, RRBB))
DIAS, RB
38. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
Pergunta
• Como trabalhar práticas educativas e de
promoção da saúde com a população através
dos grupos, e com o foco no teu aprendizado
como aluno, ao mesmo tempo?
39. Práticas em Serviços de Saúde II
Segundo Período
OObbrriiggaaddoo!!
LLeeoonnaarrddoo CC MM SSaavvaassssii
lleeoossaavvaassssii@@ggmmaaiill..ccoomm
hhttttpp::////ssiitteess..ggooooggllee..ccoomm//ssiittee//lleeoossaavvaassssii