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A literatura brasileira é tradicionalmente dividida em escolas
literárias. Essa divisão tem como objetivo facilitar o ensino e o estudo da
disciplina.
A literatura brasileira é tradicionalmente dividida em escolas
literárias, divisão que também é conhecida como “movimentos literários”
ou, ainda, “estilos de época”. Essa sistematização, embora muitas vezes
arbitrária, tem como principal objetivo facilitar o estudo da disciplina, bem
como seu ensino, uma vez que agrupa escritores de acordo com suas
características estilísticas, temáticas e, claro, de acordo com o contexto
histórico no qual estão inseridos. Seria impossível dissociar a Literatura
da História: essas duas áreas do conhecimento humano caminham lado
a lado, e é inquestionável a influência dos fatos históricos no fazer
literário de cada época.
A literatura brasileira pode ser dividida, genericamente, em
duas eras: a Era Colonial, na qual predomina a vertente histórica, e a
Era Nacional, cuja vertente é estética. A Era Colonial representa toda
a literatura produzida no Brasil Colônia, quando ainda não
possuíamos uma identidade literária, haja vista a grande influência
da cultura europeia, sobretudo da cultura lusitana, em nossas letras.
Esse período é representado pelas seguintes escolas:
→ Quinhentismo (de 1500 a 1601);
→ Barroco (de 1601 a 1768);
→ Arcadismo (de 1768 a 1808);
→ Período de Transição (de 1808 a 1836).
A Era Nacional reúne toda a produção literária pós-período de
transição, ou seja, de 1836 até a literatura contemporânea. Nela
predomina a vertente estética, iniciada após os esforços dos primeiros
escritores em construir nossa autonomia literária, criando assim uma
literatura genuinamente brasileira, livre da influência europeia. Essa nova
literatura preocupou-se em retratar as características culturais, sociais e
linguísticas do Brasil, o que propiciou o estabelecimento de uma
expressão própria. Pertencem à Era Nacional os seguintes movimentos
literários:
→ Romantismo (de 1836 a 1881);
→ Realismo (de 1881 a 1893);
→ Simbolismo (de 1893 a 1922);
→ Modernismo (de 1922 a 1945);
→ Tendências contemporâneas.
Apesar de jovem, sobretudo quando comparada à milenar
literatura europeia, por exemplo, a literatura brasileira é prolífica e
sólida, o que nos permite afirmar que está entre as mais
importantes do mundo. Machado de Assis, por exemplo,
considerado o maior escritor brasileiro de todos os tempos, é
objeto de estudo e reverenciamento em todo o mundo. Na prosa
também ganham destaque nomes como Guimarães Rosa e Clarice
Lispector, igualmente admirados. Na poesia, Manuel Bandeira,
Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, entre
outros, divulgam e enobrecem a literatura nacional, colocando-a
em pé de igualdade com outras literaturas de tradição milenar.
O que foi o Modernismo?
O Modernismo foi, sem dúvida, um dos movimentos que mais
impactaram as formas como pensamos e criamos. Podemos definir
"Modernismo" como um conjunto de correntes culturais e escolas artísticas
que surgiram na primeira metade do século XX.
É importante sublinhar que dentro deste rótulo cabiam várias
formas de pensamento e nem todas concordavam entre si; na verdade,
algumas eram antagônicas.
Aquilo que elas tinham em comum era a noção de que a cultura
tradicional estava ultrapassada e que, por isso, era necessário encontrar
novas ideias e conceitos. Estas vanguardas partiram, então, em busca do
novo, do "moderno".
Fortemente marcadas por valores de experimentalismo e
transgressão, estas correntes procuravam a ruptura com os
padrões, as normas, não só nos modos de criar, mas também de
viver e agir em sociedade.
No Brasil, assim como em outros pontos do mundo, o
movimento trouxe várias transformações na cultura e na arte,
sobretudo no campo da literatura.
O seu valor e legado é incalculável, uma vez que os artistas
modernistas se tornaram referência para várias gerações de
criadores futuros.
Primeira Geração Modernista - 1.ª Fase do Modernismo
A primeira geração modernista ou primeira fase do
modernismo no Brasil é chamada de "fase heroica" e se estende de
1922 até 1930.
Lembre-se que o modernismo foi um movimento artístico,
cultural, político e social bem amplo.
No Brasil, ele foi dividido em três fases, onde cada uma
apresentava suas singularidades segundo o contexto histórico inserido.
Resumo da primeira geração modernista
A Semana de Arte Moderna de 1922 foi, sem dúvida, o marco
inicial da estética moderna no Brasil.
Esse evento, ocorrido em São Paulo no Teatro Municipal durante
os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922, representou uma ruptura com os
padrões artísticos tradicionais.
A Semana reuniu apresentações de dança, música, exposições
e recitação de poesias. Ela chocou grande parte da população brasileira,
por estar avessa ao tradicionalismo vigente, estabelecendo assim, novos
paradigmas de arte.
Os artistas envolvidos tinham como principal intuito apresentar
uma estética inovadora, pautada nas vanguardas artísticas europeias
(cubismo, futurismo, expressionismo, dadaísmo, surrealismo, etc.),
iniciadas a partir do final do século XX.
Os artistas modernistas que merecem destaque nessa primeira
fase fizeram parte do chamado “Grupo dos Cinco”. Esse grupo esteve
composto pelos artistas:
Mário de Andrade (1893-1945)
Oswald de Andrade (1890-1954)
Menotti Del Picchia (1892-1988)
Tarsila do Amaral (1886-1973)
Anita Malfatti (1889-1964)
Importante lembrar que muitos artistas foram estudar na
Europa, sobretudo em Paris (centro irradiador cultural e artístico da
época) e trouxeram inovações no campo das artes.
Ainda que estivessem características das vanguardas
europeias, o evento buscava apresentar uma arte mais brasileira
(brasilidade). Por esse motivo, a primeira fase modernista priorizou
temas pautados no nacionalismo, portanto na cultura e na
identidade do Brasil.
Uma importante característica desse período de afirmação
nacional foi a disseminação de diversos grupos e manifestos. Além
disso, a publicação de algumas revistas auxiliaram na divulgação
dos ideais modernos.
Dos grupos modernistas destaca-se:
Pau-Brasil (1924-1925).
Verde-amarelismo ou Escola da Anta (1916-1929).
Movimento Antropofágico (1928-1929).
Das Revistas divulgadoras dos ideais modernistas as
principais foram: a Revista Klaxon (1922-1923) e a Revista de
Antropofagia (1928-1929).
O Manifesto da Poesia do Pau-Brasil
Esse manifesto surgiu em 1924 e os seus principais integrantes
são Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Mário de Andrade.
Oswald de Andrade produziu o livro “Poesia Pau- Brasil” em que
reescreve a história do Brasil, descontruindo aspectos da nossa história.
Nesse contexto, a proposta desse movimento era criar uma arte que
devido a sua originalidade seria exportada. Assim, a fase considerada
destruidora se consolida com a oposição à cultura acadêmica e à
dominação da cultura europeia no Brasil.
O manifesto Pau Brasil pretendia, em outras palavras, redescobrir o
Brasil. Desse modo, a poesia alinhava-se com a vertente primitivista,
isto é, a poesia rememoraria as origens do Brasil. Em síntese, esse
manifesto promovia uma linguagem sem erudição e arcaísmos e
renovação da história:
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Andrade, O. In: Faraco & Moura. Língua e Literatura. v.3. São Paulo: Ática,
1995. p. 146-147.
Verde-Amarelismo e Grupo da Anta
O manifesto Verde-Amarelismo surgiu em oposição ao manifesto
Pau-Brasil e foi criado por Plínio Salgado que se filiou aos integrantes:
Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida.
O primitivismo trazido pelo movimento Pau-Brasil também se
encontra no manifesto do Plínio Salgado, no entanto, o nacionalismo
pregado era ufanista com determinada inclinação para o nazifascismo.
Apesar de haver semelhanças com o manifesto Pau-Brasil a crítica a
esse movimento se pautava na acusação de eles serem “afrancesados”,
ou seja, o grupo de Oswald defendia a integração das culturas. No
entanto, o Manifesto Verde-amarelíssimo, desejava uma arte
exclusivamente brasileira.
Em 1927, o movimento “verde-Amarelismo” incluiu a anta e o índio tupi
como símbolos primitivos da nacionalidade. O grupo então passou a se
chamar “Escola Anta”.
Leia uma das poesias do movimento:
O grupo "verdeamarelo", cuja regra é a liberdade plena de cada um ser
brasileiro como quiser e puder; cuja condição é cada um interpretar o
seu país e o seu povo através de si mesmo, da própria determinação
instintiva; - o grupo "verdeamarelo", à tirania das sistematizações
ideológicas responde com a sua alforria e a amplitude sem obstáculo de
sua ação brasileira.
Nosso nacionalismo é de afirmação, de colaboração coletiva,
de igualdade dos povos e das raças, de liberdade do pensamento, de
crença na predestinação do Brasil na humanidade, de em nosso valor
de construção nacional.
Aceitamos todas as instituições conservadoras, pois é dentro
delas mesmo que faremos a inevitável renovação do Brasil, como o
fez, através de quatro séculos a alma de nossa gente, através de
todas as expressões históricas.
Nosso nacionalismo é "verde amarelo" e tupi.
[...]
A Antropofagia
O manifesto Anta era considerado xenofóbico por condenar
qualquer correlação com a cultura europeia. Dessa forma, após a
criação de manifestos rivais ao manifesto Pau-Brasil foi criado o
movimento “Antropofágico” o qual foi criado por Oswald de Andrade e
seus integrantes Tarsila do Amaral e Raul Bopp. O manifesto
“Antropofágico” tem como inspiração a tela “Abaporu” que em tupi-
guarani significa canibal. Nesse sentido, o manifesto antropofágico
era o mais radical de todos e consistia em, de maneira simbólica,
deglutir a cultura europeia, atualizando-a, trazendo temas como
redescoberta do Brasil e seu primitivismo autêntico. Assim, o
movimento Antropofágico aproveita-se da cultura estrangeira sem
perder, contudo, a identidade cultural.
As poesias revelam críticas ao passado , atualizando-o:
Canto do regresso à pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorgeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para São Paulo
Sem que veja a rua 15
E o progresso de São Paulo
( Oswald de Andrade )
Contexto histórico da primeira fase modernista
O modernismo foi um movimento artístico e literário que
surge em muitos países no final do século XX.
Ele nasce no período denominado entre guerras, visto que a
Primeira Guerra Mundial ocorreu de 1914 a 1918 e a segunda de
1939 a 1945.
No Brasil, o período vigente é a primeira fase da República,
chamado de República Velha (1889-1930). Esse contexto esteve
marcada pelas oligarquias cafeeiras (São Paulo) e as oligarquias do
leite (Minas Gerais).
Nesse momento, as oligarquias dominavam a cena política
se alternado no poder e impedindo a eleição de indivíduos de outros
estados.
Ademais, a queda da bolsa de Nova York, em 1929, resultou
numa grande crise mundial refletida nas sociedades de diversos
países.
Esse evento foi responsável pelo início da Segunda Guerra
Mundial e os governos totalitários que surgiram na Europa: nazismo,
fascismo, franquismo e salazarismo.
Características da primeira geração modernista
- Nacionalismo crítico e ufanista;
- Valorização do cotidiano;
- Resgate das raízes culturais brasileiras;
- Críticas à realidade brasileira;
- Renovação da linguagem;
- Oposição ao parnasianismo e ao academicismo;
- Experimentações estéticas;
- Renovações artísticas;
- Ironia, sarcasmo e irreverência;
- Caráter anárquico e destruidor;
- Uso de versos livres e brancos.
Principais autores e obras
Além do “Grupo dos Cinco” (Mário de Andrade, Oswald de Andrade,
Menotti Del Picchia, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti) outros artistas se
destacaram nessa fase:
Manuel Bandeira (1886-1968): escritor, professor, crítico de arte e
historiador brasileiro. De sua obra poética destacam-se: A Cinza das
Horas (1917), Libertinagem (1930) e a Lira dos Cinquent'anos (1940).
Graça Aranha (1868-1931): escritor e diplomata brasileiro, sua obra de
maior destaque é “Canaã” (1902).
Victor Brecheret (1894-1955): escultor ítalo-brasileiro. O “Monumento às
Bandeiras” (1953), na cidade de São Paulo é, sem dúvida, sua obra mais
importante.
Plínio Salgado (1895-1975): escritor, político e jornalista brasileiro e
fundador do movimento nacionalista radical denominada “Ação
Integralista Brasileira (1932), sua obra mais emblemática do período é
“O Estrangeiro”, publicada em 1926.
Ronald de Carvalho (1893-1935): poeta e político brasileiro, publicou
em 1922 “Epigramas Irônicos e Sentimentais”.
Guilherme de Almeida (1890-1969): escritor, jornalista e crítico de
cinema brasileiro, publicou em 1922 a obra “Era Uma Vez…”.
Sérgio Milliet (1898-1966): escritor, pintor e crítico de arte brasileiro,
publicou em 1927 a obra “Poemas Análogos”.
Heitor Villa-Lobos (1887-1959): maestro e compositor brasileiro, Villa
Lobos é considerado o maior expoente da música moderna no Brasil.
De suas composições com traços modernos destaca-se “Amazonas e
Uirapuru” (1917).
Cassiano Ricardo (1895-1974): escritor e jornalista brasileiro. De sua
obra destaca-se o poema indianista e nacionalista, publicado em 1928,
“Martim Cererê”.
Tácito de Almeida (1889-1940): escritor, jornalista e advogado
brasileiro, foi colaborador da Revista Klaxon onde publicou diversos
poemas. Em 1987, foi publicado uma seleção de poemas na obra:
“Túnel e Poesia Modernista 1922/23”.
Di Cavalcanti (1897- 1976): pintor brasileiro, considerado um dos mais
importantes representantes da primeira fase modernista. Foi ilustrador da capa
do “Catálogo da Semana de Arte Moderna”, destacando-se com sua obra
“Pierrot” (1924).
Lasar Segall (1891-1957): nascido na Lituânia mudou-se para o Brasil em
1923. Foi pintor e escultor de influência expressionista, sendo suas obras mais
representativas: o “Retrato de Mário de Andrade” (1927) e "Auto-retrato"
(1933).
Alcântara Machado (1901-1935): escritor, jornalista e político brasileiro,
destaca-se sua coletânea de contos intitulada “Brás, Bexiga e Barra Funda”,
publicada em 1927.
Vicente do Rego Monteiro (1899-1970): poeta, pintor e escultor brasileiro,
dentre suas obras temos: “Mani Oca (O nascimento de Mani)” (1921) e “A
Crucifixão” (1922).
Gênero discursivo: Texto Informativo
(Relato de fatos reais )
Imagem:
Eliaquim
na
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do
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Jornal
Meio-dia
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Eliaquim
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/
Domínio
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1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.

  • 1.
  • 2. A literatura brasileira é tradicionalmente dividida em escolas literárias. Essa divisão tem como objetivo facilitar o ensino e o estudo da disciplina. A literatura brasileira é tradicionalmente dividida em escolas literárias, divisão que também é conhecida como “movimentos literários” ou, ainda, “estilos de época”. Essa sistematização, embora muitas vezes arbitrária, tem como principal objetivo facilitar o estudo da disciplina, bem como seu ensino, uma vez que agrupa escritores de acordo com suas características estilísticas, temáticas e, claro, de acordo com o contexto histórico no qual estão inseridos. Seria impossível dissociar a Literatura da História: essas duas áreas do conhecimento humano caminham lado a lado, e é inquestionável a influência dos fatos históricos no fazer literário de cada época.
  • 3. A literatura brasileira pode ser dividida, genericamente, em duas eras: a Era Colonial, na qual predomina a vertente histórica, e a Era Nacional, cuja vertente é estética. A Era Colonial representa toda a literatura produzida no Brasil Colônia, quando ainda não possuíamos uma identidade literária, haja vista a grande influência da cultura europeia, sobretudo da cultura lusitana, em nossas letras. Esse período é representado pelas seguintes escolas: → Quinhentismo (de 1500 a 1601); → Barroco (de 1601 a 1768); → Arcadismo (de 1768 a 1808); → Período de Transição (de 1808 a 1836).
  • 4. A Era Nacional reúne toda a produção literária pós-período de transição, ou seja, de 1836 até a literatura contemporânea. Nela predomina a vertente estética, iniciada após os esforços dos primeiros escritores em construir nossa autonomia literária, criando assim uma literatura genuinamente brasileira, livre da influência europeia. Essa nova literatura preocupou-se em retratar as características culturais, sociais e linguísticas do Brasil, o que propiciou o estabelecimento de uma expressão própria. Pertencem à Era Nacional os seguintes movimentos literários: → Romantismo (de 1836 a 1881); → Realismo (de 1881 a 1893); → Simbolismo (de 1893 a 1922); → Modernismo (de 1922 a 1945); → Tendências contemporâneas.
  • 5. Apesar de jovem, sobretudo quando comparada à milenar literatura europeia, por exemplo, a literatura brasileira é prolífica e sólida, o que nos permite afirmar que está entre as mais importantes do mundo. Machado de Assis, por exemplo, considerado o maior escritor brasileiro de todos os tempos, é objeto de estudo e reverenciamento em todo o mundo. Na prosa também ganham destaque nomes como Guimarães Rosa e Clarice Lispector, igualmente admirados. Na poesia, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, entre outros, divulgam e enobrecem a literatura nacional, colocando-a em pé de igualdade com outras literaturas de tradição milenar.
  • 6. O que foi o Modernismo? O Modernismo foi, sem dúvida, um dos movimentos que mais impactaram as formas como pensamos e criamos. Podemos definir "Modernismo" como um conjunto de correntes culturais e escolas artísticas que surgiram na primeira metade do século XX. É importante sublinhar que dentro deste rótulo cabiam várias formas de pensamento e nem todas concordavam entre si; na verdade, algumas eram antagônicas. Aquilo que elas tinham em comum era a noção de que a cultura tradicional estava ultrapassada e que, por isso, era necessário encontrar novas ideias e conceitos. Estas vanguardas partiram, então, em busca do novo, do "moderno".
  • 7. Fortemente marcadas por valores de experimentalismo e transgressão, estas correntes procuravam a ruptura com os padrões, as normas, não só nos modos de criar, mas também de viver e agir em sociedade. No Brasil, assim como em outros pontos do mundo, o movimento trouxe várias transformações na cultura e na arte, sobretudo no campo da literatura. O seu valor e legado é incalculável, uma vez que os artistas modernistas se tornaram referência para várias gerações de criadores futuros.
  • 8. Primeira Geração Modernista - 1.ª Fase do Modernismo A primeira geração modernista ou primeira fase do modernismo no Brasil é chamada de "fase heroica" e se estende de 1922 até 1930. Lembre-se que o modernismo foi um movimento artístico, cultural, político e social bem amplo. No Brasil, ele foi dividido em três fases, onde cada uma apresentava suas singularidades segundo o contexto histórico inserido.
  • 9. Resumo da primeira geração modernista A Semana de Arte Moderna de 1922 foi, sem dúvida, o marco inicial da estética moderna no Brasil. Esse evento, ocorrido em São Paulo no Teatro Municipal durante os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922, representou uma ruptura com os padrões artísticos tradicionais. A Semana reuniu apresentações de dança, música, exposições e recitação de poesias. Ela chocou grande parte da população brasileira, por estar avessa ao tradicionalismo vigente, estabelecendo assim, novos paradigmas de arte.
  • 10. Os artistas envolvidos tinham como principal intuito apresentar uma estética inovadora, pautada nas vanguardas artísticas europeias (cubismo, futurismo, expressionismo, dadaísmo, surrealismo, etc.), iniciadas a partir do final do século XX. Os artistas modernistas que merecem destaque nessa primeira fase fizeram parte do chamado “Grupo dos Cinco”. Esse grupo esteve composto pelos artistas:
  • 11. Mário de Andrade (1893-1945) Oswald de Andrade (1890-1954) Menotti Del Picchia (1892-1988) Tarsila do Amaral (1886-1973) Anita Malfatti (1889-1964) Importante lembrar que muitos artistas foram estudar na Europa, sobretudo em Paris (centro irradiador cultural e artístico da época) e trouxeram inovações no campo das artes.
  • 12. Ainda que estivessem características das vanguardas europeias, o evento buscava apresentar uma arte mais brasileira (brasilidade). Por esse motivo, a primeira fase modernista priorizou temas pautados no nacionalismo, portanto na cultura e na identidade do Brasil. Uma importante característica desse período de afirmação nacional foi a disseminação de diversos grupos e manifestos. Além disso, a publicação de algumas revistas auxiliaram na divulgação dos ideais modernos.
  • 13. Dos grupos modernistas destaca-se: Pau-Brasil (1924-1925). Verde-amarelismo ou Escola da Anta (1916-1929). Movimento Antropofágico (1928-1929). Das Revistas divulgadoras dos ideais modernistas as principais foram: a Revista Klaxon (1922-1923) e a Revista de Antropofagia (1928-1929).
  • 14. O Manifesto da Poesia do Pau-Brasil
  • 15. Esse manifesto surgiu em 1924 e os seus principais integrantes são Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Mário de Andrade. Oswald de Andrade produziu o livro “Poesia Pau- Brasil” em que reescreve a história do Brasil, descontruindo aspectos da nossa história. Nesse contexto, a proposta desse movimento era criar uma arte que devido a sua originalidade seria exportada. Assim, a fase considerada destruidora se consolida com a oposição à cultura acadêmica e à dominação da cultura europeia no Brasil.
  • 16. O manifesto Pau Brasil pretendia, em outras palavras, redescobrir o Brasil. Desse modo, a poesia alinhava-se com a vertente primitivista, isto é, a poesia rememoraria as origens do Brasil. Em síntese, esse manifesto promovia uma linguagem sem erudição e arcaísmos e renovação da história: Erro de português Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português. Andrade, O. In: Faraco & Moura. Língua e Literatura. v.3. São Paulo: Ática, 1995. p. 146-147.
  • 17. Verde-Amarelismo e Grupo da Anta O manifesto Verde-Amarelismo surgiu em oposição ao manifesto Pau-Brasil e foi criado por Plínio Salgado que se filiou aos integrantes: Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida. O primitivismo trazido pelo movimento Pau-Brasil também se encontra no manifesto do Plínio Salgado, no entanto, o nacionalismo pregado era ufanista com determinada inclinação para o nazifascismo. Apesar de haver semelhanças com o manifesto Pau-Brasil a crítica a esse movimento se pautava na acusação de eles serem “afrancesados”, ou seja, o grupo de Oswald defendia a integração das culturas. No entanto, o Manifesto Verde-amarelíssimo, desejava uma arte exclusivamente brasileira.
  • 18. Em 1927, o movimento “verde-Amarelismo” incluiu a anta e o índio tupi como símbolos primitivos da nacionalidade. O grupo então passou a se chamar “Escola Anta”. Leia uma das poesias do movimento: O grupo "verdeamarelo", cuja regra é a liberdade plena de cada um ser brasileiro como quiser e puder; cuja condição é cada um interpretar o seu país e o seu povo através de si mesmo, da própria determinação instintiva; - o grupo "verdeamarelo", à tirania das sistematizações ideológicas responde com a sua alforria e a amplitude sem obstáculo de sua ação brasileira.
  • 19. Nosso nacionalismo é de afirmação, de colaboração coletiva, de igualdade dos povos e das raças, de liberdade do pensamento, de crença na predestinação do Brasil na humanidade, de em nosso valor de construção nacional. Aceitamos todas as instituições conservadoras, pois é dentro delas mesmo que faremos a inevitável renovação do Brasil, como o fez, através de quatro séculos a alma de nossa gente, através de todas as expressões históricas. Nosso nacionalismo é "verde amarelo" e tupi. [...]
  • 21. O manifesto Anta era considerado xenofóbico por condenar qualquer correlação com a cultura europeia. Dessa forma, após a criação de manifestos rivais ao manifesto Pau-Brasil foi criado o movimento “Antropofágico” o qual foi criado por Oswald de Andrade e seus integrantes Tarsila do Amaral e Raul Bopp. O manifesto “Antropofágico” tem como inspiração a tela “Abaporu” que em tupi- guarani significa canibal. Nesse sentido, o manifesto antropofágico era o mais radical de todos e consistia em, de maneira simbólica, deglutir a cultura europeia, atualizando-a, trazendo temas como redescoberta do Brasil e seu primitivismo autêntico. Assim, o movimento Antropofágico aproveita-se da cultura estrangeira sem perder, contudo, a identidade cultural.
  • 22. As poesias revelam críticas ao passado , atualizando-o: Canto do regresso à pátria Minha terra tem palmares Onde gorgeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de Não permita Deus que eu morra Sem que volte para São Paulo Sem que veja a rua 15 E o progresso de São Paulo ( Oswald de Andrade )
  • 23. Contexto histórico da primeira fase modernista O modernismo foi um movimento artístico e literário que surge em muitos países no final do século XX. Ele nasce no período denominado entre guerras, visto que a Primeira Guerra Mundial ocorreu de 1914 a 1918 e a segunda de 1939 a 1945. No Brasil, o período vigente é a primeira fase da República, chamado de República Velha (1889-1930). Esse contexto esteve marcada pelas oligarquias cafeeiras (São Paulo) e as oligarquias do leite (Minas Gerais).
  • 24. Nesse momento, as oligarquias dominavam a cena política se alternado no poder e impedindo a eleição de indivíduos de outros estados. Ademais, a queda da bolsa de Nova York, em 1929, resultou numa grande crise mundial refletida nas sociedades de diversos países. Esse evento foi responsável pelo início da Segunda Guerra Mundial e os governos totalitários que surgiram na Europa: nazismo, fascismo, franquismo e salazarismo.
  • 25. Características da primeira geração modernista - Nacionalismo crítico e ufanista; - Valorização do cotidiano; - Resgate das raízes culturais brasileiras; - Críticas à realidade brasileira; - Renovação da linguagem; - Oposição ao parnasianismo e ao academicismo; - Experimentações estéticas; - Renovações artísticas; - Ironia, sarcasmo e irreverência; - Caráter anárquico e destruidor; - Uso de versos livres e brancos.
  • 26. Principais autores e obras Além do “Grupo dos Cinco” (Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti) outros artistas se destacaram nessa fase: Manuel Bandeira (1886-1968): escritor, professor, crítico de arte e historiador brasileiro. De sua obra poética destacam-se: A Cinza das Horas (1917), Libertinagem (1930) e a Lira dos Cinquent'anos (1940). Graça Aranha (1868-1931): escritor e diplomata brasileiro, sua obra de maior destaque é “Canaã” (1902). Victor Brecheret (1894-1955): escultor ítalo-brasileiro. O “Monumento às Bandeiras” (1953), na cidade de São Paulo é, sem dúvida, sua obra mais importante.
  • 27. Plínio Salgado (1895-1975): escritor, político e jornalista brasileiro e fundador do movimento nacionalista radical denominada “Ação Integralista Brasileira (1932), sua obra mais emblemática do período é “O Estrangeiro”, publicada em 1926. Ronald de Carvalho (1893-1935): poeta e político brasileiro, publicou em 1922 “Epigramas Irônicos e Sentimentais”. Guilherme de Almeida (1890-1969): escritor, jornalista e crítico de cinema brasileiro, publicou em 1922 a obra “Era Uma Vez…”. Sérgio Milliet (1898-1966): escritor, pintor e crítico de arte brasileiro, publicou em 1927 a obra “Poemas Análogos”.
  • 28. Heitor Villa-Lobos (1887-1959): maestro e compositor brasileiro, Villa Lobos é considerado o maior expoente da música moderna no Brasil. De suas composições com traços modernos destaca-se “Amazonas e Uirapuru” (1917). Cassiano Ricardo (1895-1974): escritor e jornalista brasileiro. De sua obra destaca-se o poema indianista e nacionalista, publicado em 1928, “Martim Cererê”. Tácito de Almeida (1889-1940): escritor, jornalista e advogado brasileiro, foi colaborador da Revista Klaxon onde publicou diversos poemas. Em 1987, foi publicado uma seleção de poemas na obra: “Túnel e Poesia Modernista 1922/23”.
  • 29. Di Cavalcanti (1897- 1976): pintor brasileiro, considerado um dos mais importantes representantes da primeira fase modernista. Foi ilustrador da capa do “Catálogo da Semana de Arte Moderna”, destacando-se com sua obra “Pierrot” (1924). Lasar Segall (1891-1957): nascido na Lituânia mudou-se para o Brasil em 1923. Foi pintor e escultor de influência expressionista, sendo suas obras mais representativas: o “Retrato de Mário de Andrade” (1927) e "Auto-retrato" (1933). Alcântara Machado (1901-1935): escritor, jornalista e político brasileiro, destaca-se sua coletânea de contos intitulada “Brás, Bexiga e Barra Funda”, publicada em 1927. Vicente do Rego Monteiro (1899-1970): poeta, pintor e escultor brasileiro, dentre suas obras temos: “Mani Oca (O nascimento de Mani)” (1921) e “A Crucifixão” (1922).
  • 30.
  • 31. Gênero discursivo: Texto Informativo (Relato de fatos reais ) Imagem: Eliaquim na bancada do Tv Jornal Meio-dia / Eliaquim Oliveira / Domínio Público