O documento discute a educação em saúde no âmbito do SUS Betim, abordando conceitos como andragogia e ferramentas de educação em saúde na atenção primária. O cronograma inclui dinâmicas sobre como se aprende e ensina e tendências pedagógicas, além de exposições sobre andragogia, educação em saúde para adultos e na atenção primária. Grupos operativos são apresentados como ferramenta para promoção da saúde.
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Educacao em Saude - RMSF Betim
1. Educação em Saúde no
SUS Betim: desafios e
perspectivas
Leonardo C M Savassi
RT de Educação em Saúde – SMS Betim.
Médico de Família e Comunidade, Pediatra,
Doutor em Educação em Saúde
2. OBJETIVOS DE HOJE
- Discutir a Educação em Saúde no âmbito do SUS
Betim
- Discutir a Andragogia e a Educação em Saúde no
campo da prática.
- Discutir algumas ferramentas de Educação em Saúde
na Atenção Primária
3. CRONOGRAMA DE HOJE
- Dinâmica: como se aprende e como se ensina
- Exposição dialogada: a andragogia.
- Leitura de Texto + Dinâmica: tendências pedagógicas
- Exposição dialogada: Educação em Saúde para
adultos
- Exposição dialogada: Educação em Saúde na Atenção
Primária
5. Dinâmica
• Tempo: 45 minutos.
– 15 min para a dinâmica
– 30 min discussão
• Grupos de 4 pessoas
– Um cozinheiro
– Um aprendiz
– Dois observadores externos
6. Teoria de Aprendizagem de Adulto
1. Algumas pesquisas afirmam que estudantes
adultos, após 72 horas,,lembram:
• 90% do que fazem;
• 75% do que vêem;
• 10% do que ouvem!
( Knowles - 1980 ))
7. Teoria de Aprendizagem de Adulto
2. Adultos são motivados a
aprender à medida em
que experimentam que
suas necessidades e
seus interesses serão
satisfeitos.
8. Teoria de Aprendizagem de Adulto
3. A orientação de
aprendizagem está
centrada nas
necessidades e
experiências do
aprendiz e
consequentemente
uma compreensão de
contexto.
9. Teoria de Aprendizagem de Adulto
4. Os adultos têm uma
profunda necessidade de
serem autodirigidos, o
que torna essencial um
trabalho de
compartilhamento do
plano de aprendizagem e
solução de problemas.
10. Teoria de Aprendizagem de Adulto
5. As diferenças individuais entre
as pessoas e a experiência
acumulada devem ser
consideradas, logo a
educação de adultos deve
considerar as diferenças de
estilo, tempo, lugar, contexto
e ritmo para que ocorra a
aprendizagem.
11. Dinâmica
• Tempo: 01 hora.
– Leitura do texto de PEREIRA, ALF.
– 20 min para a dinâmica
– 40 min discussão
• Grupos de 4 pessoas
– Cada grupo apresentará uma das quatro
tendências pedagógicas
13. Educação: o que é?
• Processo de desenvolvimento da capacidade
física, intelectual e moral do ser humano, visando a sua
melhor integração individual e social.
• Construção de conhecimento através do processo de
ensino-aprendizagem em espaços formais e não formais
de ensino, como escola, museus, comunidades
• Prática social que prepara as pessoas para a vida em
comunidade
• Processo de desenvolvimento de consciência crítica que
estimula a ação para mudança
SCHALL, VT
14. Educação em Saúde: o que é?
• Processo capaz de desenvolver no indivíduo/
população consciência crítica das causas dos
problemas de saúde, e possibilitar a sua
participação para superá-los, na posição de
sujeito, cidadão, co-responsável pelas ações e
serviços de saúde, exercendo o controle social
sobre esses serviços.
• Educação permanente: profissionais de saúde
SCHALL, VT
15. Educação em Saúde
Saúde, Doença e Comportamento: o contexto em
mudança
• Maior causa de morte nos EEUU são d. crônicas,
onde sofrimento e morte prematura podem ser
evitados por alterações positivas no
comportamento
• O perfil da situação de saúde do Brasil é de tripla
carga de doenças, pela presença concomitante
das doenças infecciosas e carenciais, das causas
externas e das doenças crônicas. (Frenk, 2006)
GLANZ, K.
MENDES, EV.
16. Educação em Saúde
Comportamento em saúde
• É a preocupação central da educação em
saúde. Mudanças positivas informadas no
comportamento em saúde são tipicamente os
objetivos finais dos programs de educação em
saúde.
• Os esforços educativos em saúde deveriam ser
avaliadas sob seus efeitos sobre o
comportamento saudável.
GLANZ, K.
17. Educação em Saúde
Comportamento em saúde
• O comportamento em saúde é afetado por
múltiplos níveis de influência:
1. intrapessoais ou fatores individuais;
2. interpessoais;
3. institucionais ou organizacionais;
4. comunitários e
5. de políticas públicas.
GLANZ, K.
18. Educação em Saúde
Inclui não só atividades instrutivas e outras
estratégias para mudar o comportamento em
saúde, mas também esforços
organizativos, diretrizes políticas, suporte
econômico, atividades ambientais, mídia de
massa, e programas de nível comunitário.
GLANZ, K.
19. Educação em Saúde
Área do conhecimento desde 1919 (EEUU), mas há apenas
2 décadas cresceram suas publicações
• Falta sistematização e maior divulgação de sua produção
e seu potencial.
• Campo eclético, amálgama de abordagens, métodos e
estratégias, advindos das áreas das ciências
sociais, humanas e da saúde.
• Perspectivas teóricas, práticas e metodologias da
psicologia, sociologia, antropologia, comunicação e
marketing, e depende da epidemiologia, estatística e
medicina, sobretudo saúde coletiva.
GLANZ, K.
20. Educação em Saúde
Locais para educação em saúde
• Locais: todos.
• Ambientes relevantes para ES contemporânea:
– Consultórios
– Escolas
– Comunidades
– Ambientes de trabalho
– Locais de cuidado a saúde
– Domicílios
SCHALL, VT; GLANZ, K.
21. Educação em Saúde
Público-alvo para educação em saúde
• Educação em saúde só é efetiva com o entendimento
do público alvo.
• Este consiste em pessoas alcançáveis como indivíduos,
grupos, comunidades,através de organizações, como
entidades sócio-políticas ou em combinação destes.
• Quatro dimensões podem caracterizar as potenciais
audiências : Características sócio-demográficas; Fundo
Étnico ou Racial; Estágios do ciclo de vida; Status de
doença e riscos específicos.
GLANZ, K.
22. Teorias da Educação em Saúde
Theoria: ciências e atividades preocupadas no conhecimento
per se.
Praxis: meios nos quais comumente falamos em ação ou
fazer.
teoria e pesquisa não são o campo dos acadêmicos
assim como prática não é somente o campo do clínico
GLANZ, K.
23. Pergunta
• É possível avaliar comportamentos em saúde?
• É possível avaliar se uma pessoa está pronta
para a mudança de comportamento?
• Comportamento é algo mensurável?
10 minutos de debate
25. Modelo Transteorético
Pré-contemplação (I wont) – Não considera a possibilidade de
mudar, nem se preocupa com a questão.
Contemplação (I might) – Admite o problema, é ambivalente e considera
adotar mudanças eventualmente.
Preparação (I will) – Inicia algumas mudanças, planeja, cria condições
para mudar, revisa tentativas passadas.
Ação (I am) – Implementa mudanças ambientais e
comportamentais, investe tempo e energia na execução da mudança.
Manutenção (I have) – Processo de continuidade do trabalho iniciado
com a ação, para manter os ganhos e prevenir a recaída.
Recaída – Falha na manutenção e retomada do hábito ou comportamento
anterior – retorno a qualquer dos estágios anteriores.
Lapso – Falha na manutenção, mas sem a retomada do hábito.
Prochaska e DiClementi (1982)
26. Modelo Transteorético
Greene (1998)
Estimativa da intenção de mudança
(Pergunta exemplo) Eu preciso de sua opinião sincera sobre sua mudança de
consumo de gorduras. Você quase sempre evita alimentos ricos em gordura?
(ex. manteiga, margarina, óleo, molhos para salada, carne gordurosa,
frituras, sorvete, etc.)
(1) Não, e não pretendo começar a evitar nos próximos 6 meses (Pré-
Contemplação)
(2) Não, mas pretendo começar a evitar nos próximos 6 meses
(Contemplação)
(3) Não, mas pretendo começar a evitar nos próximos 30 dias (Preparação)
(4) Sim, tenho evitado, mas há menos de 6 meses (Ação)
(5) Sim, tenho evitado há mais de 6 meses (Manutenção)
27. Entrevista motivacional
ESTÁGIOS TAREFAS MOTIVACIONAIS
Pré-contemplação
Levantar dúvidas – aumentar a percepção da pessoa
sobre os riscos e os problemas do comportamento atual
Contemplação
“Inclinar a balança” – evocar as razões para a mudança,
os riscos de não mudar; fortalecer a autossuficiência da
pessoa para a mudança do comportamento atual
Preparação
Ajudar a pessoa a definir a melhor linha de ação a ser
seguida na busca da mudança
Ação Ajudar a pessoa a dar passos rumo à mudança
Manutenção
Ajudar a pessoa a identificar e a utilizar estratégias de
prevenção da recaída
Recaída
Ajudar a pessoa a renovar os processos de
contemplação, preparação e ação, sem que ela fique
imobilizada ou desmoralizada devido à recaída
Prochaska e DiClementi (1982)
28. Pergunta
• Como trabalhar práticas educativas e de
promoção da saúde com a população e num
ambiente de prática real de saúde?
• Planeje uma atividade na qual você residente
terá um papel relevante.
10 minutos de debate
30. Uma das principais ferramentas para
promoção da saúde, prevenção (primária
ou secundária) de doenças e integralidade
é o trabalho em grupo.
DIAS, RB
31. TEORIA
A teoria e técnica de grupos operativos, foi desenvolvida por
Enrique Pichon-Rivière (1907-1977), psiquiatra e psicanalista
de origem suíça, que viveu na Argentina desde seus 4 anos de
idade.
O fenômeno disparador da técnica de grupos operativos foi
agreve do pessoal de enfermagem no hospital psiquiátrico De
Las Mercês, em Rosário, onde desempenhava atividades
clínicas e docentes.
Para superar a situação crítica, ele colocou os pacientes
menos comprometidos para assistir aos mais comprometidos.
Observou que ambos, subgrupos, apresentaram significativas
melhoras de seus quadros clínicos. DIAS, RB
32. TEORIA
O novo processo de comunicação estabelecido entre os
pacientes e a ruptura de papéis estereotipados - o de
quem é cuidado, para o de quem cuida - foram os
elementos referenciais do processo de evolução desses
enfermos.
Intrigado com esse resultado passou a estudar os
fenômenos grupais a partir dos postulados:
- da psicanálise,
- da teoria de campo de Kurt Lewin e
- da teoria de Comunicação e Interação.
DIAS, RB
33. TEORIA
Pichon Riviére (1945), definiu grupo operativo como:
“Um conjunto de pessoas com um objetivo
em comum".
Os grupos operativos trabalham na dialética do ensinar-
aprender;
O trabalho em grupo proporciona uma interação entre as
pessoas, onde elas tanto aprendem como também são
sujeitos do saber, mesmo que seja apenas pelo fato da
sua experiência de vida;
Dessa forma, ao mesmo tempo em que aprendem,
ensinam também.
DIAS, RB
34. CARACTERÍSTICAS:
• Os integrantes deverão estar reunidos em torno de um
mesmo interesse;
• O grupo se constitui como uma nova identidade;
• São discriminadas as identidades individuais;
• Algum tipo de vínculo entre os integrantes.
DIAS, RB
35. CAMPO GRUPAL DINÂMICO:
6 FENÔMENOS
–Ressonância;
–Fenômeno do espelho;
–Função de continente;
–Fenômeno da pertencência;
–Discriminação e
–Comunicação.
DIAS, RB
36. 1) A ressonância, que é um fenômeno comunicacional, onde a
fala trazida por um membro do grupo vai ressoar em
outro, transmitindo um significado afetivo equivalente, e
assim, sucessivamente.
2) O fenômeno do espelho, conhecido como galeria dos
espelhos, onde cada um pode ser refletido nos, e pelos outros; o
que nada mais é, do que a questão da identificação, onde o
indivíduo se reconhece sendo reconhecido pelo outro, e assim
vai formando a sua identidade;
3) A função de "continente", ou seja, o grupo coeso exerce a
função de ser continente das angústias e necessidades de cada
um de seus integrantes.
CAMPO GRUPAL DINÂMICO:
DIAS, RB
37. CAMPO GRUPAL DINÂMICO:
4) O fenômeno da pertencência, " o quanto cada indivíduo
necessita, de forma vital, ser reconhecido pelos demais do
grupo como alguém que, de fato, pertence ao grupo. E
também alude à necessidade de que cada um reconheça o
outro como alguém que tem o direito de ser diferente e
emancipado dele"
5) A discriminação, que é a capacidade de fazer a diferença
entre o que pertence ao sujeito e o que é do outro;
6) A comunicação, seja ela verbal ou não-verbal, fenômeno
essencial em qualquer grupo onde mensagens são enviadas
e recebidas, podendo haver distorção e reações da parte de
todos os membros do grupo .
DIAS, RB
38. OBJETIVOS E INTEGRANTES
VÍNCULO
– Grupos vinculados por patologia;
(HAS, Diabetes, Asma, saúde mental, desnutrição,
dependência química, etc)
– Grupos de promoção da saúde, formados por fases do
ciclo de vida;
(gestantes, puericultura, adolescentes, climatério, terceira
idade, etc)
– Grupos heterogêneos.
DIAS, RB
39. ENCONTROS
– Grupos vinculados por patologia;
Intervalos entre as reuniões de 2 a 3 meses.
– Grupos de promoção da saúde, formados por fases do
ciclo de vida;
Menos intervalo entre as reuniões (geralmente mensais),
os participantes podem variar.
– Grupos heterogêneos;
Números de encontros pré-estabelecidos com menor
intervalo entre as reuniões, os participantes são os
mesmos do inicio ao fim.
DIAS, RB
40. DICAS E CONSIDERAÇÕES
– Tamanho do grupo:
A principio se trabalha com grupos pequenos de 15-25
indivíduos;
– Local de trabalho:
Espaço físico adequado;
– Definir contrato de trabalho para as reuniões, horários
pré-estabelecidos de inicio e termino, periodicidade e
freqüência, não aceitar membros que estão faltando
muito.
DIAS, RB
41. Os grupos operativos são ferramentas de
incorporação do saber caracterizados pela
horizontalidade do saber, e da
responsabilização do usuário como agente
ativo da mudança de hábitos.
“A TRADUÇÃO MAIS PURA DA PROMOÇÃO DA
SAÚDE” (DIAS, RB)
DIAS, RB
42. Pergunta
Como trabalhar práticas educativas e de
promoção da saúde com a população e com o
foco no aprendizado (do residente) ao mesmo
tempo?