Este documento discute os conceitos fundamentais da terapia cognitiva, incluindo: 1) Como os pensamentos, emoções e comportamentos são determinados pela forma como o indivíduo interpreta o mundo; 2) O objetivo da terapia cognitiva é identificar e modificar pensamentos e crenças disfuncionais; 3) A terapia cognitiva foi aplicada com sucesso no tratamento de distúrbios como a depressão.
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Introdução
Modelo Cognitivo emoção e comportamento
Determinados pela forma como o
indivíduo interpreta o mundo
“Perturbam aos homens não as coisas, senão a opinião
que delas tem” (Epicteto)
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Introdução
Final dos anos 50 Albert Ellis propunha que crenças
irracionais seriam a base dos desajustes emocionais
Mais especificamente foi desenvolvida por Beck no início da
déc. de 60 estudos sobre depressão características
negativas do pensamento depressivo
Estruturando modelo cognitivo da depressão
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Introdução
Depressão independentemente de suas causas, poderia
ser concebida como uma perturbação no pensamento
consciente
Sintomas decorrentes de um processamento cognitivo
tipicamente pessimista
De natureza consciente
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Introdução
Ocorrência dos sintomas não estaria fora do controle
do paciente
Seu estado do humor e seu comportamento seriam
conseqüência de uma visão distorcida de si, dos outros e
do mundo
Tratamento: modificação desses pensamentos disfuncionais
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Introdução
Outros transtornos também se mostraram tratáveis
pelo enfoque cognitivo
A TC pode ser aplicada a pacientes de diversas idades
(incluindo crianças e idosos) e de diferentes níveis
educacionais, econômicos ou culturais, individualmente
ou em grupo
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Introdução
Objetivo identificação e modificação dos
pensamentos e crenças disfuncionais que determinam
o estado de humor, o afeto, e o comportamento dos
indivíduos
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Características Básicas
Ativa paciente e terapeuta agem de maneira cooperativa,
para solucionar os problemas (permite que o próprio paciente
a prenda a identificar e modificar seus pensamentos)
Diretiva dirigida aos problemas apresentados (“aqui
e agora”) trabalhando pensamentos, sentimentos e
comportamentos atuais do cliente (dados da história dele
são utilizados apenas quando contribuem para maior
compreensão das crenças)
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Características Básicas
Educativa ensina o paciente o modelo cognitivo, a
natureza dos seus problemas, o processo terapêutico e a
prevenção de recaída
Estruturada seqüência de sessões previamente
estabelecidas
Prazo limitado 16 a 20 sessões transtornos do Eixo I,
mais sessões transtornos do Eixo II (personalidade)
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Características Básicas
Tarefa de casa atividade integrada ao processo
terapêutico realização de técnicas e experimentos
entre as sessões (aumento da efetividade e generalização
dos efeitos)
Técnicas cognitivas e/ou comportamentais
modificações das crenças do paciente
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Principais Conceitos
Crenças centrais (esquemas)
Crenças intermediárias
Pensamentos automáticos
Distorções cognitivas
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Crenças Centrais ou Esquemas
São Pensamentos absolutos sobre como o paciente vê a
si mesmo, aos outros e ao mundo
Pensamentos globais, rígidos, e supergeneralizados
Estruturados desde a infância experiências com
os pais, irmãos e outros modelos socializadores
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Crenças Centrais ou Esquemas
Os Esquemas funcionam como orientações
gerais para a seleção e organização de
diferentes dados, para a evocação de memórias
e para a interpretação de cada situação
14. Tenho que ser competente e bem-sucedido em tudo que
faço;
Preciso vencer todo mundo, estar sempre em primeiro
lugar;
Não posso errar;
Preciso encontrar uma solução para todos os meus
problemas;
Pensamentos negativos em relação as pessoas;
Não posso apresentar qualquer aspecto negativo em
minha aparência física;
Preciso ser capaz de resolver todos os meus problemas
sozinho;
Crenças Irracionais
15. Crenças Irracionais
Preciso ter sempre um companheiro com quem possa dividir
minha vida;
É impossível desfrutar qualquer coisa na vida estando sozinho;
Tenho de ser aceito, aprovado e amado por todas as pessoas;
Tenho que ser competente e bem-sucedido em tudo que faço;
Preciso vencer todo mundo, estar sempre em primeiro lugar;
Não posso errar;
Preciso ser capaz de ajudar todas as pessoas que me pedem
ajuda;
16. Minha vida deve caminhar exatamente da maneira como
eu planejei;
Não posso ter sentimentos ou pensamentos negativos em
relação as pessoas;
Não posso apresentar qualquer aspecto negativo em
minha aparência física;
Crenças Irracionais
17. Crenças Intermediárias
...regras e pressupostos criados pelo indivíduo para que
ele possa conviver com as idéias absolutas, negativas e
não adaptativas, que tem a seu respeito. Funcionam como
um mecanismo de sobrevivência que o auxiliam a lidar e a
se proteger da ativação extremamente dolorosa das suas
crenças nucleares. ( Rangé & Cols. 2011)
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Crenças Intermediárias
Originam-se dos esquemas: menos rígidas
mais facilmente acessíveis
Podem ser expressas na forma de:
atitudes
de regras ou expectativas (“devo” ou “tenho que”)
suposições positivas e negativas
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Crenças Intermediárias
Situações negativas inversas às positivas e
ativadas por situações críticas
Situações positivas permitem enfrentar a crença
central
Paciente pode desenvolver estratégias comportamentais
que lhe permitam agir como se a crença central não fosse
verdadeira
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Crenças Intermediárias
Situação de crise indivíduo pode desenvolver um
ou mais transtornos psicológicos
Cada esquema pode incluir diferentes conteúdos
sendo o mais importante o relativo ao domínio pessoal
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Crenças Intermediárias
Domínio Pessoal:
Conceito de si mesmo (aspectos físicos e psicossociais, objetivos de
vida, valores, etc...)
Crenças a respeito de sua família, amigos, trabalho, bens materiais,
seu grupo social e valores mais abstratos, como liberdade e justiça
O estado de humor e o comportamento do indivíduo serão
determinados pela interpretação das experiências cotidianas
como algo que afeta positivamente ou não este domínio
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Crenças Intermediárias
Beck propôs que as crenças centrais negativas poderiam ser
agrupadas em duas grandes categorias, de acordo com seu
conteúdo:
Crença de ser desamparado
Crença de não ser amado
As categorias não são excludentes
23. Pensamentos Automáticos
*Nível superficial de cognição
*Espontâneos
*Repetitivos
*Sem questionamento/reflexão
*Acompanhados de forte emoção
*Mais facilmente identificados
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Pensamentos Automáticos
As crenças intermediárias da pessoa influenciam sua
percepção expressa por pensamentos automáticos
específicos à situação
Comportamento e conduzem a uma resposta fisiológica
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MODELO COGNITIVO
Crença Central (Esquema)
Crença Intermediária
Situação Pensamento automático Emoção
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Processo Terapêutico
Conceituação do Problema
Educação do paciente sobre o modelo cognitivo
Desenvolvimento de uma relação colaboradora
Fortalecimento da motivação para o tratamento
Formulação do problema
Estabelecimentos de metas
Várias intervenções cognitivas e comportamentais
Esforços para prevenção de recaída
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Aplicações Clínicas
DEPRESSÃO
Produzida por um padrão negativista de avaliar:
a si
ao mundo Tríade Cognitiva
ao futuro
Indivíduo considera-se inadequado, fracassado, inferior, sem valor ou
importância, se critica e se culpa por seus defeitos e erros
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Aplicações Clínicas
DEPRESSÃO
Acredita que não tem como mudar aquilo que o
insatisfaz para alcançar um bem-estar
Tende a avaliar de forma negativa suas relações e os
acontecimentos cotidianos
Interpretando o mundo como pouco gratificante, frustrante
e exigente
29. FACULDADE DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ARAÇATUBA
Aplicações Clínicas
DEPRESSÃO
Expectativas do futuro negativas
Indivíduo antecipa dificuldades e sofrimentos intermináveis
e considera-se incapaz de lidar com os possíveis problemas
Presente nos pensamentos automáticos
Realidade interpretada através das distorções cognitivas
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Aplicações Clínicas
DEPRESSÃO
Pensamentos automáticos gerados por esquemas e
modos depressiogênicos correspondem a
um certo padrão de processamento cognitivo
negativo estável
Forma sistematicamente pessimista de selecionar ou excluir
dados de cada situação, relacionar com experiências
passadas, ordenar e dar um sentido aos dados
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Aplicações Clínicas
DEPRESSÃO
Modo corresponde a constante ativação de um
esquema para diversas situações
Na depressão modo ativado é o negativista
Todas as experiências são interpretadas de forma negativa, mesmo
que estejam presentes elementos positivos
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Aplicações Clínicas
DEPRESSÃO
Crença de que é sem valor ou importância poder
de alterar o estado de humor e os comportamentos do
indivíduo
A apatia idéia de que ele não será capaz de realizar nada
Concentração e Memória ficam comprometidas em função
das constantes ruminações
33. FACULDADE DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ARAÇATUBA
Aplicações Clínicas
DEPRESSÃO
Ideação suicida expressa o desejo de escapar de
uma situação considerada imutavelmente adversa
A compreensão desta inter-relação entre pensamento,
afetos e comportamentos é essencial para a realização
do tratamento
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Aplicações Clínicas
DEPRESSÃO
Tratamento
Correção do pensamentos automáticos e crenças
disfuncionais do paciente
Técnicas cognitivas: questionamentos socráticos
registro de pensamentos disfuncionais
reconhecimento das distorções
cognitivas
35. FACULDADE DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ARAÇATUBA
Aplicações Clínicas
DEPRESSÃO
Técnicas comportamentais:
planejamento de atividades
prescrição de tarefas graduadas
avaliações de habilidades e capacidade de obter prazer
biblioterapia
relaxamento