3. Nesse trabalho falaremos sobre Cecília
Meireles, sua vida e obra. Em especial sobre
o “Romanceiro da Inconfidência” (1953) sua
estrutura e gênero.
4. Cecília Benevides de Carvalho Meirelles, nasceu em 7 de novembro de
1901, no Rio de Janeiro. Seus pais, Carlos Alberto de Meirelles e Mathilde
Benevides;
Orfã de pai e mãe, aos três anos, passa a ser criada pela avó materna,
Jacinta Garcia Benevides;
Publicou seu primeiro livro de poemas, intitulado Espectros, em 1919;
casou-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com
quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda;
De 1930 a 1931, manteve no "Diário de Notícias" uma página diária sobre
problemas de educação.
Seu primeiro marido suicidou-se em 1935. Neste mesmo ano e até 1938,
passou a lecionar literatura luso-brasileira e técnica e crítica literária, na
Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ);
Em 1940, casou-se com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius
5. O Prêmio de Poesia Olavo Bilac, que recebeu da Academia Brasileira de Letras, pelo seu
livro "Viagem", em 1939, foi o primeiro reconhecimento da alta qualidade de sua obra
poética;
Aposentou-se em 1951 como diretora de escola, porém continuou a trabalhar, como
produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de
Janeiro (RJ). Viajou por diversos países do mundo, ministrando conferências sobre poesia
e literatura brasileira. Recebeu diversas honrarias, como a Ordem de Mérito do Chile, e o
título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Nova Delhi, na Índia.
Recebeu o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos
de Arte, em 1962 e, no ano seguinte, ganhou o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra
Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro. No ano
de sua morte, recebeu ainda o Jabuti de poesia pelo livro "Solombra", e, postumamente,
em 1965, o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de
sua obra
Faleceu em 9 de novembro de 1964, no Rio de Janeiro.
6. Poesia:
•Espectros (1919);
•Nunca mais...e Poemas dos poemas (1923);
•Baladas para El-Rei (1925);
•Viagem (1939);
•Vaga música (1942);
•Mar absoluto (1945);
•Retrato natural (1949);
•Doze noturnos de Holanda e O aeronauta (1952);
•Romanceiro da Inconfidência (1953);
•Solombra (1963).
Prosa:
•Giroflê, Giroflá (1956);
•Escolha o seu sonho (1964);
•Olhinhos de gato (1980).
7. O gênero romanceiro é uma coleção de poesias ou
canções populares.
De tradição ibérica, surgiu na Idade Média, e é
uma narrativa com um tema central. Cada parte
tem o nome de romance.
Um romanceiro é um conjunto de romances. A
palavra romance, em sua origem medieval,
significava poema narrativo de tons líricos.
8. Há três estruturas que se alternam na obra:
Romances - a obra apresenta-se estruturada em 85 romances.
Cenários- situam os ambientes, marcando as mudanças de atmosfera
e localizando os acontecimentos;
Falas - representam uma intervenção do poeta-narrador, tecendo
comentários e levando o leitor à reflexão dos fatos referidos: Fala
inicial, uma Fala à antiga Vila Rica, uma Fala aos pusilânimes, uma
Fala à comarca do Rio das Mortes e pela Fala aos inconfidentes
mortos.
9. “ O Romanceiro foi construído tão sem normas
preestabelecidas, tão à mercê de sua expressão natural que cada
poema procurou a forma condizente com sua mensagem. Há metros
curtos e longos; poemas rimados e sem rima (...)”
- Cecília Meireles
Em sua composição, é utilizada a redondilha menor, verso de cinco sílabas
poéticas (pentassílabo), a redondilha maior, verso de sete sílabas
(heptassílabo), além de versos mais curtos, tercetos, quadras, sextilhas, e
versos decassílabos; como ocorre na “Fala Inicial”:
“Não posso mover meus passos
por esse atroz labirinto
de esquecimento e cegueira
em que amores e ódios vão”
10. Quanto às rimas, a autora utiliza as chamadas imperfeitas (terminações de versos semelhantes),
como se pode observar no Romance XIII:
Eis que chega ao Serro Frio,
à terra dos diamantes,
o Conde de Valadares,
fidalgo de nome e sangue,
José Luís de Meneses
de Castelo Branco e Abranches.
Ordens traz do grão Ministro
de perseguir João Fernandes.
(...)
A escritora faz uso, ainda, de rimas perfeitas (terminação em sons vocálicos e consonantais
idênticos), tal como no Romance VI:
Já se preparam as festas
para os famosos noivados
que entre Portugal e Espanha
breve serão celebrados.
Ai, quantas cartas e acordos
redigidos e assinados!
(...)
11. Cecília Meireles mescla, em sua obra, os gêneros
lírico, épico e dramático.
12. A obra pertence ao Modernismo. Porque na sua
composição a autora não se prende a regras, e por
apresentar uma grande característica desse movimento: o
Nacionalismo.
“O Modernismo foi um movimento cultural que repercutiu fortemente sobre a
cena artística e a sociedade brasileira na primeira metade do século XX.
Considera-se a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, em 1922,
como ponto de partida do modernismo no Brasil. Foi marcado, sobretudo, pela
liberdade de estilo. Entre outras características estavam: experimentação,temas
cotidianos, economia na linguagem, nacionalismo.
13. Romanceiro da Inconfidência foi uma importante obra
poética na qual Cecília Meireles, reescreveu os episódios
marcantes da Inconfidência Mineira;
A obra pertence ao Modernismo;
Suas formas (versos e rimas) não seguem normas;
Pertence aos gêneros lírico, épico e dramático.
Cecília Meireles foi uma importante poetisa, professora e
jornalista brasileira;