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Foi escritora brasileira. A primeira
mulher a entrar para a Academia
Brasileira de Letras, eleita em 1977. Foi
também jornalista, romancista, cronista,
tradutora e teatróloga. Integrou o quadro
de Sócios Efetivos da Academia Cearense
de Letras. Seu primeiro romance "O
Quinze", ganhou o premio da Fundação
Graça Aranha. O "Memorial de Maria
Moura", foi transformado em minissérie
para televisão e apresentado em vários
países.
Rachel de Queiroz (1910-2003) nasceu,
em Fortaleza, capital do Ceará, em 17
de novembro de 1910. Filha de Daniel
de Queiroz Lima e Clotilde Franklin de
Queiroz, descendente pelo lado
materno da família de José de Alencar.
Em 1917, foi para o Rio de Janeiro,
junto com a família, que procurava
fugir da seca que desde 1915 atingia a
região. Mais tarde a romancista iria
aproveitar o tema para escrever seu
primeiro livro "O Quinze". Pouco tempo
depois, seguiram para Belém de Pará,
De volta à Fortaleza, ingressou no
Colégio Imaculada Conceição,
diplomando-se professora, em 1925.
Estreou no jornalismo em 1927, no
Jornal O Ceará, com o pseudônimo de
Rita de Queluz, publicando uma carta
ironizando o concurso Rainha dos
Estudantes. Escreveu poemas
modernistas, e crônicas.
Em fins de 1930, com vinte anos
apenas, projetava-se na vida literária
do país, através da publicação do
romance "O Quinze", uma obra de fundo
social, profundamente realista na sua
dramática exposição da luta secular de
um povo contra a miséria e a seca. O
livro, editado às expensas da autora,
apareceu em modesta edição de mil
exemplares, recebendo crítica de
Augusto Frederico Schmidt, Graça
Aranha, Agripino Grieco e Gastão Cruls.
A consagração veio com o Prêmio da Fundação Graça
Aranha, que lhe foi concedido em 1931, ano de sua
primeira distribuição oficial. Em 1932, publicou um
novo romance, intitulado "João Miguel". Em 1937,
retornou com "Caminho de Pedras". Dois anos depois,
conquistou o prêmio da Sociedade Felipe d'Oliveira,
com o romance "As Três Marias".
No Rio, onde residia desde 1939, colaborou no Diário
de Notícias, na revista O Cruzeiro e no O Jornal.
Cronista, publicou mais de duas mil crônicas, que
resultou na edição dos livros: "A Donzela e a Moura
Torta ", "100 Crônicas Escolhidas", "O Brasileiro
Perplexo" e "O Caçador de Tatu".
Em 1950, publicou em folhetins, na
revista O Cruzeiro, o romance "O Galo de
Ouro". Tem duas peças de teatro,
"Lampião", escrita em 1953, e "A Beata
Maria do Egito", de 1958, laureada com o
prêmio de teatro do Instituto Nacional do
Livro. No campo da literatura infantil,
escreveu o livro "O Menino Mágico", a
pedido de Lúcia Benedetti. O livro surgiu,
entretanto, das histórias que inventava
para os netos.
Rachel de Queiroz traduziu para o
português mais de quarenta obras. O
presidente da República, Jânio Quadros, a
convidou para ocupar o cargo de Ministra
da Educação, que foi recusado. Na época,
justificando sua decisão, teria dito: "Sou
apenas jornalista e gostaria de continuar
sendo apenas jornalista."
Foi membro do Conselho Estadual de Cultura
do Ceará. Participou da 21ª Sessão da
Assembléia Geral da ONU, em 1966, onde
serviu como delegada do Brasil, trabalhando
especialmente na Comissão dos Direitos do
Homem. Foi membro do Conselho Federal de
Cultura desde a sua fundação em 1967, até
sua extinção em 1989. Foi a primeira mulher a
entrar para a Academia Brasileira de Letras,
para a cadeira nº5, em 4 de agosto de 1977.
Integrou o quadro de sócios Efetivos da
Academia Cearense de Letras. Foi sócia
honorária da Academia Sobralense de Estudos
Em 1985, foi inaugurada em Ramat-Gau,
Tel Aviv (Israel), a creche "Casa de
Rachel de Queiroz", sendo Rachel de
Queiroz, a única escritora brasileira a
contar com essa honraria naquele País.
Colaborou semanalmente no jornal O
Povo, de Fortaleza e desde 1988, iniciou
colaboração semanal no jornal O Estado
de São Paulo e no Diário de
Pernambuco.
Rachel de Queiroz faleceu em sua casa
no Rio de Janeiro, de um ataque
cardíaco, no dia 4 de novembro de
Obras de Rachel de Queiroz
O Quinze, 1930
João Miguel, 1932
Caminho de Pedras, 1937
As Três Marias, 1939
A Donzela e a Moura Torta, 1948
O Galo de Ouro, 1950, folhetins na revista O Cruzeiro
Lampião, 1953
A Beata Maria do Egito, 1958
100 Crônicas escolhidas, 1958
O Brasileiro Perplexo, 1964
O Caçador de Tatu, 1967
O Menino Mágico, 1969
Dora Doralina, 1975
As Menininhas e Outras Crônicas, 1976
O Jogador de Sinuca e Mais Historinhas, 1980
Cafute e Pena-de-Prata, 1986
Memorial de Maria Moura, 1992
Nosso Ceará, 1997
Tantos Anos, 1998
Três Romances, 1948
Quatro Romances, 1960
O QUINZE
A obra apresenta a seca do nordeste e a fome
como consequência, não trazendo ou tentando
dar uma lição, mas como imagem da vida.

Não percebe-se uma total separação entre ricos e
pobres, e esta fusão é feita através da
personagem Conceição que pertence realmente
aos dois mundos. Evitando assim o perigo dos
romances sociais na divisão entre "bons pobres" e
"maus ricos", não condicionando inocentes ou
culpados. O título do livro lembra a seca do
Ceará (recordando a família de Rachel).
Esta obra é classificada como romance
regionalista de temática social.
A autora situa a história do romance no Ceará
de 1915. O fato histórico importante da
época era a própria seca, obrigando os filhos
da terra, principalmente do sertão, a
migrarem para o Amazonas ou para São Paulo,
à procura de vida melhor. Não há avanços
nem recuos. A história é contada em linha
reta, valorizando o presente, o cotidiano das
pessoas. O passado é evocado raramente,
muito mais por Conceição. A passagem do
tempo dentro do romance é marcada de
maneira tradicional, obedecendo à seqüência
de início, meio e fim.
O cenário do romance é o Ceará.
Especificamente, a região de
Quixadá, onde se situam as fazendas
de Dona Inácia (avó de Conceição),
do Capitão (pai de Vicente) e de Dona
Maroca (patroa de Chico Bento).
Há também, em menor escala, o
cenário urbano, destacando a capital,
Fortaleza, para onde migram os
retirantes e onde mora Conceição.
Sua linguagem é natural, direta, coloquial,
simples, sóbria, condicionada ao assunto e á
região, própria da linguagem moderna
brasileira. A estas características deve-se ao
não envelhecimento da obra, pois sua
matéria está isenta do peso da idade. Em O
Quinze, Rachel usa o que lhe deu fama
imediata: uma linguagem regionalista sem
afetação, sem pretensão literária e sem
vínculo obrigatório a um falar específico
(modismo comum na tendência regionalista).
A sobriedade da construção, a nitidez das
formas, a emoção sem grandiloqüência, a
economia de adjetivos são recursos
O Quinze é romance narrado na terceira
pessoa, ou seja, o narrador é a própria autora.
O narrador é onisciente. Estando fora da
história, o narrador vai penetrando na
intimidade dos personagens como se fosse
Deus. Sabe tudo sobre eles, por dentro e por
fora. Conhece-lhes os desejos e adivinha-lhes o
pensamento.
Discurso livre indireto. Em vez de apresentar o
personagem em sua fala própria, marcada pelas
aspas e pelos travessões (discurso direto), o
narrador funde-se ao personagem, dando a
impressão de que os dois falam juntos. Isto faz
com que o narrador penetre na vida do
Personagens:
Conceição, Vicente, Chico Bento,
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  • 1.
  • 2. Foi escritora brasileira. A primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, eleita em 1977. Foi também jornalista, romancista, cronista, tradutora e teatróloga. Integrou o quadro de Sócios Efetivos da Academia Cearense de Letras. Seu primeiro romance "O Quinze", ganhou o premio da Fundação Graça Aranha. O "Memorial de Maria Moura", foi transformado em minissérie para televisão e apresentado em vários países.
  • 3. Rachel de Queiroz (1910-2003) nasceu, em Fortaleza, capital do Ceará, em 17 de novembro de 1910. Filha de Daniel de Queiroz Lima e Clotilde Franklin de Queiroz, descendente pelo lado materno da família de José de Alencar. Em 1917, foi para o Rio de Janeiro, junto com a família, que procurava fugir da seca que desde 1915 atingia a região. Mais tarde a romancista iria aproveitar o tema para escrever seu primeiro livro "O Quinze". Pouco tempo depois, seguiram para Belém de Pará,
  • 4. De volta à Fortaleza, ingressou no Colégio Imaculada Conceição, diplomando-se professora, em 1925. Estreou no jornalismo em 1927, no Jornal O Ceará, com o pseudônimo de Rita de Queluz, publicando uma carta ironizando o concurso Rainha dos Estudantes. Escreveu poemas modernistas, e crônicas.
  • 5. Em fins de 1930, com vinte anos apenas, projetava-se na vida literária do país, através da publicação do romance "O Quinze", uma obra de fundo social, profundamente realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo contra a miséria e a seca. O livro, editado às expensas da autora, apareceu em modesta edição de mil exemplares, recebendo crítica de Augusto Frederico Schmidt, Graça Aranha, Agripino Grieco e Gastão Cruls.
  • 6. A consagração veio com o Prêmio da Fundação Graça Aranha, que lhe foi concedido em 1931, ano de sua primeira distribuição oficial. Em 1932, publicou um novo romance, intitulado "João Miguel". Em 1937, retornou com "Caminho de Pedras". Dois anos depois, conquistou o prêmio da Sociedade Felipe d'Oliveira, com o romance "As Três Marias". No Rio, onde residia desde 1939, colaborou no Diário de Notícias, na revista O Cruzeiro e no O Jornal. Cronista, publicou mais de duas mil crônicas, que resultou na edição dos livros: "A Donzela e a Moura Torta ", "100 Crônicas Escolhidas", "O Brasileiro Perplexo" e "O Caçador de Tatu".
  • 7. Em 1950, publicou em folhetins, na revista O Cruzeiro, o romance "O Galo de Ouro". Tem duas peças de teatro, "Lampião", escrita em 1953, e "A Beata Maria do Egito", de 1958, laureada com o prêmio de teatro do Instituto Nacional do Livro. No campo da literatura infantil, escreveu o livro "O Menino Mágico", a pedido de Lúcia Benedetti. O livro surgiu, entretanto, das histórias que inventava para os netos.
  • 8. Rachel de Queiroz traduziu para o português mais de quarenta obras. O presidente da República, Jânio Quadros, a convidou para ocupar o cargo de Ministra da Educação, que foi recusado. Na época, justificando sua decisão, teria dito: "Sou apenas jornalista e gostaria de continuar sendo apenas jornalista."
  • 9. Foi membro do Conselho Estadual de Cultura do Ceará. Participou da 21ª Sessão da Assembléia Geral da ONU, em 1966, onde serviu como delegada do Brasil, trabalhando especialmente na Comissão dos Direitos do Homem. Foi membro do Conselho Federal de Cultura desde a sua fundação em 1967, até sua extinção em 1989. Foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira nº5, em 4 de agosto de 1977. Integrou o quadro de sócios Efetivos da Academia Cearense de Letras. Foi sócia honorária da Academia Sobralense de Estudos
  • 10. Em 1985, foi inaugurada em Ramat-Gau, Tel Aviv (Israel), a creche "Casa de Rachel de Queiroz", sendo Rachel de Queiroz, a única escritora brasileira a contar com essa honraria naquele País. Colaborou semanalmente no jornal O Povo, de Fortaleza e desde 1988, iniciou colaboração semanal no jornal O Estado de São Paulo e no Diário de Pernambuco. Rachel de Queiroz faleceu em sua casa no Rio de Janeiro, de um ataque cardíaco, no dia 4 de novembro de
  • 11. Obras de Rachel de Queiroz O Quinze, 1930 João Miguel, 1932 Caminho de Pedras, 1937 As Três Marias, 1939 A Donzela e a Moura Torta, 1948 O Galo de Ouro, 1950, folhetins na revista O Cruzeiro Lampião, 1953 A Beata Maria do Egito, 1958 100 Crônicas escolhidas, 1958 O Brasileiro Perplexo, 1964 O Caçador de Tatu, 1967 O Menino Mágico, 1969 Dora Doralina, 1975 As Menininhas e Outras Crônicas, 1976 O Jogador de Sinuca e Mais Historinhas, 1980 Cafute e Pena-de-Prata, 1986 Memorial de Maria Moura, 1992 Nosso Ceará, 1997 Tantos Anos, 1998 Três Romances, 1948 Quatro Romances, 1960
  • 12. O QUINZE A obra apresenta a seca do nordeste e a fome como consequência, não trazendo ou tentando dar uma lição, mas como imagem da vida. Não percebe-se uma total separação entre ricos e pobres, e esta fusão é feita através da personagem Conceição que pertence realmente aos dois mundos. Evitando assim o perigo dos romances sociais na divisão entre "bons pobres" e "maus ricos", não condicionando inocentes ou culpados. O título do livro lembra a seca do Ceará (recordando a família de Rachel). Esta obra é classificada como romance regionalista de temática social.
  • 13. A autora situa a história do romance no Ceará de 1915. O fato histórico importante da época era a própria seca, obrigando os filhos da terra, principalmente do sertão, a migrarem para o Amazonas ou para São Paulo, à procura de vida melhor. Não há avanços nem recuos. A história é contada em linha reta, valorizando o presente, o cotidiano das pessoas. O passado é evocado raramente, muito mais por Conceição. A passagem do tempo dentro do romance é marcada de maneira tradicional, obedecendo à seqüência de início, meio e fim.
  • 14. O cenário do romance é o Ceará. Especificamente, a região de Quixadá, onde se situam as fazendas de Dona Inácia (avó de Conceição), do Capitão (pai de Vicente) e de Dona Maroca (patroa de Chico Bento). Há também, em menor escala, o cenário urbano, destacando a capital, Fortaleza, para onde migram os retirantes e onde mora Conceição.
  • 15. Sua linguagem é natural, direta, coloquial, simples, sóbria, condicionada ao assunto e á região, própria da linguagem moderna brasileira. A estas características deve-se ao não envelhecimento da obra, pois sua matéria está isenta do peso da idade. Em O Quinze, Rachel usa o que lhe deu fama imediata: uma linguagem regionalista sem afetação, sem pretensão literária e sem vínculo obrigatório a um falar específico (modismo comum na tendência regionalista). A sobriedade da construção, a nitidez das formas, a emoção sem grandiloqüência, a economia de adjetivos são recursos
  • 16. O Quinze é romance narrado na terceira pessoa, ou seja, o narrador é a própria autora. O narrador é onisciente. Estando fora da história, o narrador vai penetrando na intimidade dos personagens como se fosse Deus. Sabe tudo sobre eles, por dentro e por fora. Conhece-lhes os desejos e adivinha-lhes o pensamento. Discurso livre indireto. Em vez de apresentar o personagem em sua fala própria, marcada pelas aspas e pelos travessões (discurso direto), o narrador funde-se ao personagem, dando a impressão de que os dois falam juntos. Isto faz com que o narrador penetre na vida do
  • 17. Personagens: Conceição, Vicente, Chico Bento, Cordulina, Josias, Pedro, Manuel (Duquinha), Paulo, Mocinha, Lourdinha, Alice, Dona Inácia, Dona Idalina, Major, Dona Maroca, Mariinha Garcia, Luís Bezerra, Doninha, Zefinha, Chiquinha Boa