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Liras de
Marília de Dirceu
Tomás Antônio Gonzaga
Profª. Ms. Daniele Onodera
O livro pertence ao Neoclassicismo ou
Arcadismo que é exatamente a reação ao
preciosismo e confusão do estilo
barroco.
Retorno ao equilíbrio, à simplicidade da
linguagem e de idéias da literatura clássica
1) Em Marília de Dirceu
encontramos a linguagem
estereotipada da mitologia e do
retrato da mulher ideal.
ANOTAR
O poeta descreve sua amada como uma
mulher nívea, de cabelos longos e louros
(na primeira lira da Parte I).
Não importava que Marília fosse brasileira
e morena, como o poeta a descreverá na
lira seguinte .
Era, talvez, mais importante estar
integrado no espírito e convenções do
Arcadismo.
Marília de Dirceu
segundo a visão
contemporânea
(1957) de Alberto
Guignard
"Os teus olhos espalham luz divina,
A quem a luz do Sol em vão se atreve;
Papoula, ou rosa delicada, e fina,
Te cobre as faces, que são cor de
neve.
Os teus cabelos são uns fios d'ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de Amor igual tesouro.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!"
Outra característica estética, aceita
na época, era a mitologia.
Há a presença
• do Cupido
• de Vênus
ANOTAR
"O destro Cupido um dia Por fazer pensar a todos
Extraiu mimosas cores No seu liso centro escreve
De frescos lírios,e rosas, Um letreiro, que pergunta:
De jasmins, e de outras flores. 'Este espaço a quem se deve?'
Com as mais delgadas penas Vênus, que viu a pintura,
Usa de uma, e de outra tinta, E leu a letra engenhosa,
E nos ângulos do cobre Pôs por baixo: 'Eu dele cedo;
A quatro belezas pinta. Dê-se a Marília formosa'"
2) O Racionalismo
Lira VIII (Parte I):
ANOTAR
"Já viste, minha Marília, As grandes Deusas do Céu
Avezinhas, que não façam Sentem a seta tirana
Os seus ninhos no verão? Da amorosa inclinação.
Aquelas, com quem se enlaçam, Diana, com ser Diana,
Não vão cantar-lhes defronte Não se abrasa, não suspira
De mole pouso, em que estão? Pelo amor de Endimião?
Todos amam: só Marília Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza Desta Lei da Natureza
Queria ter isenção? Queria ter isenção?
Se os peixes, Marília, geram Desiste, Marília bela,
Nos bravos mares, e rios, De uma queixa sustentada
Tudo efeitos de Amor são. Só na altiva opinião.
Amam os brutos ímpios, Esta chama é inspirada
A serpente venenosa, Pelo Céu; pois nela assenta
A onça, o tigre, o leão. A nossa conservação.
Todos amam: só Marília Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza Desta Lei da Natureza
Queria ter isenção? Não deve ter isenção."
3) O Bucolismo
A poesia pastoril ou bucólica chegou a
representar uma idealização da vida,
inclusive, numa tentativa de identificação com
os modelos gregos, os poetas arcádicos
chegaram a usar nomes de pastores:
Gonzaga (Dirceu), Cláudio
(Glauceste/Alceste), Basílio da Gama
(Termindo Sipílio).
ANOTAR
Há um predomínio quase que
total da atmosfera pastoril nas
liras, sobretudo na Parte I:
"Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d'expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado,
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
(...)
Irás divertir-te na floresta,
Sustentada, Marília, no meu braço;
Ali descansarei a quente sesta,
Dormindo um leve sono em teu regaço.
Enquanto a luta jogam os Pastores,
E emparelhados correm nas campinas,
Toucarei teus cabelos de boninas,
Nos troncos gravarei os teus louvores.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!" (Lira 1)
4) Convívio com a Natureza.
"fugere urbem" (= fugir da cidade)
ANOTAR
Nas liras a natureza aparece como cenário
dos idílios e devaneios amorosos, a ponto
de transformar a íngreme e montanhosa Vila
Rica em doces e amenos campos de
pastagens ("locus amoenus"), onde vivem os
pastores e seus rebanhos.
A presença da natureza nas liras é uma
constante: a natureza idealizada - não a
verdadeira, como se pode notar na lira 5 (I):
"Aqui um regato Mas como discorro?
Corria sereno Acaso podia
Por margens cobertas Já tudo mudar-se
De flores, e feno: No espaço de um dia?
A esquerda se erguia Existem as fontes,
Um bosque fechado, E os feixos copados;
E o tempo apressado, Dão flores os prados,
Que nada respeita, E corre a cascata,
Já tudo mudou. Que nunca secou.
São estes os sítios? São estes os sítios?
São estes; mas eu São estes;
mas eu
O mesmo não sou. O mesmo não sou.
Marília, tu chamas? Marília, tu chamas?
Espera, que eu vou Espera, que eu vou."
5) Manifestações Pré-Românticas.
Presença do sentimento, da sensibilidade,
do irracionalismo, do confessionalismo
Exemplo:
ANOTAR
"Pintam, Marília, os Poetas Porém eu, Marília, nego,
A um menino vendado, Que assim seja Amor; pois ele
Com uma aljava de setas Nem é moço, nem é cego,
Arco empunhado na mão; Nem setas, nem asas tem.
Ligeiras asas nos ombros, Ora, pois, eu vou formar-lhe
O tenro corpo despido, Um retrato mais perfeito
E de Amor, ou de Cupido Que ele já feriu meu peito;
São os nomes, que lhe dão. Por isso o conheço bem."
Marília de Dirceu apresenta, portanto duas
faces
A) quando imita os moldes clássicos e
quinhentistas, é arcádica
propriamente dita, ou neoclássica;
B) quando reflete as novas inquietações
que preparavam a eclosão do
Romantismo, é pré-romântica "
ANOTAR
ESTRUTURA DAS LIRAS DE GONZAGA
As liras se dividem em duas partes
ANOTAR
ESTRUTURA DAS LIRAS DE GONZAGA
TERCEIRA PARTE?
Parte I. Na primeira parte (anterior
à prisão) mostra-se o poeta cheio
de esperanças, fazendo projetos
conjugais, defendendo o ideal de
vida burguês.
ANOTAR
Nesta primeira fase, conforme Antônio Cândido,
"denota preferência pelo verso leve, :
"Se alguém te louvava, Se estavas alegre,
De gosto me enchia; Dirceu se alegrava;
Mas sempre o ciúme Se estavas sentida,
No rosto acendia Dirceu suspirava
Um vivo calor À força da dor.
Marília, escuta Marília, escuta
Um triste Pastor. Um triste Pastor."
Parte II. A segunda parte das liras traz
a marca dos dias de masmorra, longe de sua
pastora e de seu rebanho, curtindo a
amargura da prisão.
ANOTAR
O poeta vive de sonhos
ou do tempo passado.
"Assim vivia...
Hoje os suspiros
O canto mudo;
Assim, Marília,
Se acaba tudo."
o poeta jamais perde a esperança de
rever Marília, de reconstruir tudo - porque
crê na sua inocência:
"Ah! minha Bela; se a Fortuna volta,
Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo;
Por essas brancas mãos, por essa faces
Te juro renascer um homem novo;
Romper a nuvem, que os meus olhos cerra,
Amar no Céu a Jove, e a ti na terra."
Realidade X Lembranças
"A quanto chega
A pena forte!
Pesa-me a vida,
Desejo a morte,
A Jove acuso,
Maldigo a sorte,
Trato a Cupido
Por um traidor.
Eu já não sofro
A viva dor."
Chafariz Marília de Dirceu, Ouro Preto - MG
ESTRUTURA
MÉTRICA DAS LIRAS
Assim, exemplificando, temos:
a) tetrassílabo (quatro sílabas):
"A/mi/nha a/ma/da
É/mais/for/mo/sa,
Que/bran/co/lí/rio
Do/bra/da/ro/sa"
b) pentassílabo ou redondilha
menor (cinco sílabas):
"Mal/vi/o/teu/ros/to,
O/san/gue/ge/lou/-se,
A/lín/gua/pren/deu/-se,
Tre/mi,/e/mu/dou/-se,
Das/fa/ces/a/cor"
c) heptassílabo ou redondilha maior
(sete sílabas):
"Tem/re/don/da e/li/sa/tes/ta
Ar/que/a/das/so/bran/ce/lhas
A/voz/mei/ga a/vis/ta
ho/nes/ta
E/seus/o/lhos/são/uns/sóis"
d) decassílabo (dez sílabas) com heróico
quebrado ou hexassílabo (seis sílabas):
"É/cer/to/mi/nha
a/ma/da/sim/é/cer/to
Qu'eu/as/pi/ra/va/va a/ser/de
um/ce/tro/o/do/no;
Mas/es/te/gran/de im/pé/rio/que
eu/fir/ma/va
Ti/nha em/teu/pei/to o/tro/no"
PRESENÇAS MARCANTES
NAS LIRAS
a) Maria Dorotéia Joaquina de Seixas
(Marília). O retrato de Marília (figura vaga,
sem existência concreta - objeto ideal de
poesia) e o de Maria Dorotéia (amada de
Gonzaga, menina de 17 anos)
Além de outras indicações, veja-se a lira 2 (I), que traça o perfil da
amada do poeta.
ANOTAR
b) Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu).
• As liras são a expressão do "eu" do poeta,
onde se revela altivo e apaixonado.
•Fala com naturalidade e abundância da sua
inteligência, posição social, prestígio,
habilidades.
ANOTAR
• Preocupa-se com a aparência física e a
erosão da idade ; com o conforto, futuro,
planos, glória etc.
ANOTAR
PASTOR (FICÇÃO)
X
POETA (REALIDADE)
c) Cláudio Manuel da Costa (Glauceste ou
Alceste).
• Nas liras e a amizade que unia os dois poetas, em
que se nota também a admiração que Gonzaga
nutria pelo poeta mais velho.
• Outra referência a Cláudio pode-se ver na lira 7
(II), onde Gonzaga parece ignorar a prisão e morte
do grande amigo.
d) Na lira 38 (II), onde Gonzaga faz a justificação da sua
inocência, há uma alusão a Tiradentes, cabeça da conjuração,
que era tido por todos como alucinado:
"Ama a gente assisada
A honra, a vida, o cabedal tão pouco,
Que ponha uma ação destas
Nas mãos dum pobre, sem respeito e louco?"
A lira 23 (II) é um elogio ao Visconde de Barbacena,
governador de Minas, destinada a captar-lhe a benevolência.
O visconde foi quem mandou prender Gonzaga mas fora-lhe
um dos amigos mais caros.
Praça Central – Ouro Preto

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Marília de Dirceu

  • 1. Liras de Marília de Dirceu Tomás Antônio Gonzaga Profª. Ms. Daniele Onodera
  • 2.
  • 3.
  • 4. O livro pertence ao Neoclassicismo ou Arcadismo que é exatamente a reação ao preciosismo e confusão do estilo barroco. Retorno ao equilíbrio, à simplicidade da linguagem e de idéias da literatura clássica
  • 5. 1) Em Marília de Dirceu encontramos a linguagem estereotipada da mitologia e do retrato da mulher ideal. ANOTAR
  • 6. O poeta descreve sua amada como uma mulher nívea, de cabelos longos e louros (na primeira lira da Parte I). Não importava que Marília fosse brasileira e morena, como o poeta a descreverá na lira seguinte . Era, talvez, mais importante estar integrado no espírito e convenções do Arcadismo.
  • 7. Marília de Dirceu segundo a visão contemporânea (1957) de Alberto Guignard
  • 8. "Os teus olhos espalham luz divina, A quem a luz do Sol em vão se atreve; Papoula, ou rosa delicada, e fina, Te cobre as faces, que são cor de neve. Os teus cabelos são uns fios d'ouro; Teu lindo corpo bálsamos vapora. Ah! não, não fez o Céu, gentil Pastora, Para glória de Amor igual tesouro. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!"
  • 9. Outra característica estética, aceita na época, era a mitologia. Há a presença • do Cupido • de Vênus ANOTAR
  • 10. "O destro Cupido um dia Por fazer pensar a todos Extraiu mimosas cores No seu liso centro escreve De frescos lírios,e rosas, Um letreiro, que pergunta: De jasmins, e de outras flores. 'Este espaço a quem se deve?' Com as mais delgadas penas Vênus, que viu a pintura, Usa de uma, e de outra tinta, E leu a letra engenhosa, E nos ângulos do cobre Pôs por baixo: 'Eu dele cedo; A quatro belezas pinta. Dê-se a Marília formosa'"
  • 11. 2) O Racionalismo Lira VIII (Parte I): ANOTAR
  • 12. "Já viste, minha Marília, As grandes Deusas do Céu Avezinhas, que não façam Sentem a seta tirana Os seus ninhos no verão? Da amorosa inclinação. Aquelas, com quem se enlaçam, Diana, com ser Diana, Não vão cantar-lhes defronte Não se abrasa, não suspira De mole pouso, em que estão? Pelo amor de Endimião? Todos amam: só Marília Todos amam: só Marília Desta Lei da Natureza Desta Lei da Natureza Queria ter isenção? Queria ter isenção? Se os peixes, Marília, geram Desiste, Marília bela, Nos bravos mares, e rios, De uma queixa sustentada Tudo efeitos de Amor são. Só na altiva opinião. Amam os brutos ímpios, Esta chama é inspirada A serpente venenosa, Pelo Céu; pois nela assenta A onça, o tigre, o leão. A nossa conservação. Todos amam: só Marília Todos amam: só Marília Desta Lei da Natureza Desta Lei da Natureza Queria ter isenção? Não deve ter isenção."
  • 13. 3) O Bucolismo A poesia pastoril ou bucólica chegou a representar uma idealização da vida, inclusive, numa tentativa de identificação com os modelos gregos, os poetas arcádicos chegaram a usar nomes de pastores: Gonzaga (Dirceu), Cláudio (Glauceste/Alceste), Basílio da Gama (Termindo Sipílio). ANOTAR
  • 14. Há um predomínio quase que total da atmosfera pastoril nas liras, sobretudo na Parte I:
  • 15. "Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d'expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado, Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! (...) Irás divertir-te na floresta, Sustentada, Marília, no meu braço; Ali descansarei a quente sesta, Dormindo um leve sono em teu regaço. Enquanto a luta jogam os Pastores, E emparelhados correm nas campinas, Toucarei teus cabelos de boninas, Nos troncos gravarei os teus louvores. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!" (Lira 1)
  • 16. 4) Convívio com a Natureza. "fugere urbem" (= fugir da cidade) ANOTAR
  • 17. Nas liras a natureza aparece como cenário dos idílios e devaneios amorosos, a ponto de transformar a íngreme e montanhosa Vila Rica em doces e amenos campos de pastagens ("locus amoenus"), onde vivem os pastores e seus rebanhos. A presença da natureza nas liras é uma constante: a natureza idealizada - não a verdadeira, como se pode notar na lira 5 (I):
  • 18. "Aqui um regato Mas como discorro? Corria sereno Acaso podia Por margens cobertas Já tudo mudar-se De flores, e feno: No espaço de um dia? A esquerda se erguia Existem as fontes, Um bosque fechado, E os feixos copados; E o tempo apressado, Dão flores os prados, Que nada respeita, E corre a cascata, Já tudo mudou. Que nunca secou. São estes os sítios? São estes os sítios? São estes; mas eu São estes; mas eu O mesmo não sou. O mesmo não sou. Marília, tu chamas? Marília, tu chamas? Espera, que eu vou Espera, que eu vou."
  • 19. 5) Manifestações Pré-Românticas. Presença do sentimento, da sensibilidade, do irracionalismo, do confessionalismo Exemplo: ANOTAR
  • 20. "Pintam, Marília, os Poetas Porém eu, Marília, nego, A um menino vendado, Que assim seja Amor; pois ele Com uma aljava de setas Nem é moço, nem é cego, Arco empunhado na mão; Nem setas, nem asas tem. Ligeiras asas nos ombros, Ora, pois, eu vou formar-lhe O tenro corpo despido, Um retrato mais perfeito E de Amor, ou de Cupido Que ele já feriu meu peito; São os nomes, que lhe dão. Por isso o conheço bem."
  • 21. Marília de Dirceu apresenta, portanto duas faces A) quando imita os moldes clássicos e quinhentistas, é arcádica propriamente dita, ou neoclássica; B) quando reflete as novas inquietações que preparavam a eclosão do Romantismo, é pré-romântica " ANOTAR
  • 22. ESTRUTURA DAS LIRAS DE GONZAGA As liras se dividem em duas partes ANOTAR
  • 23. ESTRUTURA DAS LIRAS DE GONZAGA TERCEIRA PARTE?
  • 24. Parte I. Na primeira parte (anterior à prisão) mostra-se o poeta cheio de esperanças, fazendo projetos conjugais, defendendo o ideal de vida burguês. ANOTAR
  • 25. Nesta primeira fase, conforme Antônio Cândido, "denota preferência pelo verso leve, : "Se alguém te louvava, Se estavas alegre, De gosto me enchia; Dirceu se alegrava; Mas sempre o ciúme Se estavas sentida, No rosto acendia Dirceu suspirava Um vivo calor À força da dor. Marília, escuta Marília, escuta Um triste Pastor. Um triste Pastor."
  • 26. Parte II. A segunda parte das liras traz a marca dos dias de masmorra, longe de sua pastora e de seu rebanho, curtindo a amargura da prisão. ANOTAR
  • 27. O poeta vive de sonhos ou do tempo passado. "Assim vivia... Hoje os suspiros O canto mudo; Assim, Marília, Se acaba tudo."
  • 28. o poeta jamais perde a esperança de rever Marília, de reconstruir tudo - porque crê na sua inocência: "Ah! minha Bela; se a Fortuna volta, Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo; Por essas brancas mãos, por essa faces Te juro renascer um homem novo; Romper a nuvem, que os meus olhos cerra, Amar no Céu a Jove, e a ti na terra."
  • 29. Realidade X Lembranças "A quanto chega A pena forte! Pesa-me a vida, Desejo a morte, A Jove acuso, Maldigo a sorte, Trato a Cupido Por um traidor. Eu já não sofro A viva dor."
  • 30. Chafariz Marília de Dirceu, Ouro Preto - MG
  • 32. Assim, exemplificando, temos: a) tetrassílabo (quatro sílabas): "A/mi/nha a/ma/da É/mais/for/mo/sa, Que/bran/co/lí/rio Do/bra/da/ro/sa"
  • 33. b) pentassílabo ou redondilha menor (cinco sílabas): "Mal/vi/o/teu/ros/to, O/san/gue/ge/lou/-se, A/lín/gua/pren/deu/-se, Tre/mi,/e/mu/dou/-se, Das/fa/ces/a/cor"
  • 34. c) heptassílabo ou redondilha maior (sete sílabas): "Tem/re/don/da e/li/sa/tes/ta Ar/que/a/das/so/bran/ce/lhas A/voz/mei/ga a/vis/ta ho/nes/ta E/seus/o/lhos/são/uns/sóis"
  • 35. d) decassílabo (dez sílabas) com heróico quebrado ou hexassílabo (seis sílabas): "É/cer/to/mi/nha a/ma/da/sim/é/cer/to Qu'eu/as/pi/ra/va/va a/ser/de um/ce/tro/o/do/no; Mas/es/te/gran/de im/pé/rio/que eu/fir/ma/va Ti/nha em/teu/pei/to o/tro/no"
  • 37. a) Maria Dorotéia Joaquina de Seixas (Marília). O retrato de Marília (figura vaga, sem existência concreta - objeto ideal de poesia) e o de Maria Dorotéia (amada de Gonzaga, menina de 17 anos) Além de outras indicações, veja-se a lira 2 (I), que traça o perfil da amada do poeta. ANOTAR
  • 38.
  • 39. b) Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu). • As liras são a expressão do "eu" do poeta, onde se revela altivo e apaixonado. •Fala com naturalidade e abundância da sua inteligência, posição social, prestígio, habilidades. ANOTAR
  • 40. • Preocupa-se com a aparência física e a erosão da idade ; com o conforto, futuro, planos, glória etc. ANOTAR
  • 42.
  • 43. c) Cláudio Manuel da Costa (Glauceste ou Alceste). • Nas liras e a amizade que unia os dois poetas, em que se nota também a admiração que Gonzaga nutria pelo poeta mais velho. • Outra referência a Cláudio pode-se ver na lira 7 (II), onde Gonzaga parece ignorar a prisão e morte do grande amigo.
  • 44. d) Na lira 38 (II), onde Gonzaga faz a justificação da sua inocência, há uma alusão a Tiradentes, cabeça da conjuração, que era tido por todos como alucinado: "Ama a gente assisada A honra, a vida, o cabedal tão pouco, Que ponha uma ação destas Nas mãos dum pobre, sem respeito e louco?" A lira 23 (II) é um elogio ao Visconde de Barbacena, governador de Minas, destinada a captar-lhe a benevolência. O visconde foi quem mandou prender Gonzaga mas fora-lhe um dos amigos mais caros.
  • 45. Praça Central – Ouro Preto