Este documento resume os principais conceitos da Análise do Comportamento sobre os reflexos inatos e aprendidos. Em três frases:
1) A Análise do Comportamento estuda as interações entre organismos e seu ambiente, considerando reflexos como respostas automáticas a estímulos;
2) Existem reflexos inatos, característicos de espécies, e reflexos aprendidos, variáveis entre indivíduos, obedecendo a leis como intensidade-magnitude e limiar;
3) Essas leis descrevem como características dos
6. O que a Psicologia estuda?
A mente humana?
Os processos cognitivos?
A vida mental?
O que estuda a Psicologia? Qual o seu objeto de estudo? A mente humana? Os processos
cognitivos? A vida mental? Na verdade, todas essas respostas, e muitas outras, podem ser
consideradas ou verdadeiras, ou falsas, ou incompletas dependendo da abordagem
psicológica em questão.
7. O que a Psicologia estuda?
A Psicologia estuda interações de
organismos, vistos como um
todo, com seu meio ambiente
(Harzem & Miles,1978).
Uma definição bastante conhecida de objeto de estudo da psicologia, e adotada pela
abordagem psicológica chamada Análise do Comportamento, é a de que a psicologia estuda
interações de organismos, vistos como um todo, com seu meio ambiente.
8. O que a Psicologia estuda?
ORGANISMO AMBIENTE INTERAÇÃO
Mas para se compreender a extensão dessa definição de objeto de estudo é
necessário, antes, compreender o significado técnico dos termos “organismo”, “ambiente”
e “interação”.
9. Organismos, Ambiente e Interações
Quando falamos de organismos, falamos de seres vivos do reino animal como, por
exemplo, macacos, pombos, insetos, ratos e, sobretudo, é claro, os seres humanos, as
10. Organismos, Ambiente e Interações
ambiente
ambiente ambiente
organismo
ambiente
O conceito de ambiente é bastante amplo e complexo, mas, por enquanto, podemos
entender ambiente como tudo no mundo que cerca um organismo.
11. Organismos, Ambiente e Interações
Sons, cheiros, imagens, objetos, fontes calor ou frio, vozes, expressões faciais e gestos são
apenas alguns exemplos de coisas no mundo que fazem do parte do ambiente de um
organismo, do ambiente de uma pessoa por exemplo.
12. Organismos, Ambiente e Interações
Você aprenderá ao longo do curso de Psicologia que o ambiente mais relevante para uma
pessoa são as pessoas que a cercam, ou seja, o seu ambiente social.
13. Organismos, Ambiente e Interações
A B
ambiente organismo
Note que os conceitos de ambiente e organismo são relativos. Uma pessoa pode ter a
função de ambiente para outra pessoa e vice-versa.
14. Organismos, Ambiente e Interações
Alterações Alterações
no no
ambiente organismo
Alterações Alterações
no no
organismo ambiente
Dizemos que há uma interação entre um organismo e seu ambiente quando alterações em
um produzem alterações no outro, isto é, quando um muda, o outro também muda.
15. Organismos, Ambiente e Interações
Alterações no Alterações no
ambiente organismo
REFLEXO
O tipo de interação mais simples entre um organismo e seu ambiente ocorre quando uma
alteração no ambiente produz uma alteração “involuntária”, “automática” no organismo.
Esse tipo de interação entre organismo e ambiente é chamado de reflexo. Um
reflexo, portanto, pode ser definido como uma interação entre organismo e ambiente.
16. Duas categorias de reflexos
Reflexos Reflexos
inatos aprendidos
Reflexos Reflexos
Incondicionados Condicionados
Existem, basicamente, duas categorias de reflexos: os reflexos inatos e os reflexos
aprendidos. Os reflexos inatos também são chamados de reflexos incondicionados e os
reflexos aprendidos são chamados de reflexos condicionados.
17. Duas categorias de reflexos
condicionado = aprendido
aprendizagem
condicionamento = por experiência
Tenha sempre em mente que o termo técnico condicionado, em Análise do
Comportamento, significa apenas aprendido. Da mesma forma, o termo técnico
condicionamento significa apenas aprendizagem por experiência. É importante lembrar
também que reflexos, e não as pessoas, são condicionados.
18. Duas categorias de reflexos
Reflexos Reflexos
incondicionados condicionados
Característicos Característicos
das espécies dos indivíduos
Os reflexos incondicionados são característicos a todos os membros de uma mesma
espécie. Já os reflexos condicionados variam de indivíduo para indivíduo de uma
espécie, pois dependem de aprendizagem, e cada indivíduo passa, em sua vida, por
diferentes histórias de aprendizagem.
19. Reflexos incondicionados
Quando uma pessoa nasce (ou qualquer membro de qualquer outra espécie), ela já nasce
preparada para interagir de alguma maneira com seu meio ambiente. Imagine, por
exemplo, como seria difícil ensinar um bebê recém nascido a mamar! Felizmente, de forma
reflexa, o bebê começa a sugar tudo que toca sua boca.
20. Reflexos incondicionados
Imagine também, por exemplo, como seria difícil ensinar um bebê a sorrir quando é
beijado, a ficar sem respirar quando é mergulhado ou a chorar quando sente dor ou fome.
Isso apenas para citar alguns exemplos.
21. Reflexos incondicionados
Os reflexos também estão bastante relacionados às emoções e sensações. Alguns
estímulos, por exemplo, nos eliciam respostas de medo; outros estímulos eliciam respostas
prazerosas; outros de sensações de bem estar; outros de ansiedade, e isso apenas para
citar alguns exemplos.
22. Reflexos incondicionados
Como os reflexos estão intimamente relacionados às emoções, é muito importante que os
psicólogos compreendam bem seu funcionamento. Muitos cientistas, entre eles
psicólogos, estudaram os reflexos e descobriram certas relações entre características dos
estímulos e características das respostas que são constantes. Essas relações são chamadas
de Leis dos Reflexos (ou também propriedades dos reflexos).
23. Características dos estímulos: intensidade
Todos os estímulos têm certas características que chamamos de intensidade do estímulo
como, por exemplo, a altura de um som, a temperatura de uma fonte de calor, a força de
um martelo batendo em nosso joelho e assim por diante.
24. Características das respostas: magnitude
As respostas também têm certas características, que chamamos de magnitude da resposta
como, por exemplo, número de batimentos cardíacos por minuto, força de contração de
um músculo, quantidade de suor secretada e assim por diante. Passemos agora às leis do
reflexo.
25. Lei da intensidade-magnitude
Estímulo Resposta com
com menor menor
intensidade magnitude
(calor) (gotas de suor)
Estímulo Resposta com
com maior maior
intensidade magnitude
(calor) (gotas de suor)
Uma primeira lei que descreve relações constantes entre características dos estímulos e das
respostas é a lei da intensidade-magnitude, que estabelece que quanto maior a intensidade
do estímulo, maior será a magnitude da resposta. Por exemplo, quanto mais alta a
temperatura do ambiente, mais nós suamos. Dizemos que intensidade e magnitude são
diretamente proporcionais.
26. Lei da intensidade-magnitude
Intensidade do Magnitude da
Estímulo: Graus Resposta:
Celsius mililitros de suor
Neste exemplo de reflexo a intensidade do estímulo pode ser medida em graus Celsius e a
magnitude da resposta pode ser medida, por exemplo, em mililitros de suor secretados.
27. Lei do limiar
20 Graus Sem suor
22 Graus Sem suor
Começa a
25 Graus
suar
Para que um estímulo possa eliciar uma resposta, ou seja, para ele possa produzí-la, esse
estímulo precisa ter uma certa intensidade mínima. Neste exemplo o estímulo temperatura
só elicia a resposta de suar a partir de 25 graus. A lei do limiar, portanto, estabelece que
para que um estímulo possa eliciar uma resposta, sua intensidade deve estar acima do
limiar de percepção (limiar é o menor valor necessário para eliciar uma resposta).
28. Lei da latência
25 Graus
Latência da resposta
30 Graus
Outra relação constante entre características do estímulo e características da resposta é a
descrita pela Lei da Latência. Entre a apresentação de um estímulo e a ocorrência da
resposta por ele eliciada há um certo período de tempo. Esse período de tempo é chamado
de latência da resposta. A Lei da Latência estabelece que quanto maior a intensidade do
estímulo, menor é a latência da resposta. Neste exemplo, quanto mais intenso o
calor, menor o tempo para que a pessoa comece a suar.