O documento discute as noções de causalidade no comportamento humano ao longo da história, desde a Antiguidade até os desenvolvimentos modernos na Psicologia. Aborda como diferentes culturas e pensadores atribuíam causas para deficiências mentais e comportamentos, variando de explicações sobrenaturais a teorias orgânicas e ambientais. Também apresenta conceitos-chave como reflexo, condicionamento e leis do comportamento propostos por pensadores como Darwin, Pavlov e Thorndike.
2. Identifique os problemas de atribuição de causalidade
nas frases:
1. Ela não gritou naquele momento de tensão porque é libriana.
2. Ela não gritou naquele momento de tensão porque o seu superego não
deixou.
3. Eu não consegui terminar o namoro porque sou muito insegura.
4. As nossas discussões acontecem porque você me deixa com os nervos
à flor da pele.
5. Aquele menino é endiabrado.
6. Ele não para na cadeira porque é hiperativo (ou muito agitado)
7. O estudante troca as letras porque tem dislexia.
8. Ela passou no concurso porque é inteligente.
9. Bebemos água porque temos sede.
10. Ela pirou porque já era meio louca/desorientada.
11. Quem é regido pelo planeta Netuno toma decisões mais ponderadas.
12. Ganhei na loteria porque sonhei com cobra.
3. Causa e Conceito de Deficiência Mental
Relação entre causalidade e tratamento do problema
■ "…em Esparta crianças portadoras de
deficiências físicas ou mentais eram
consideradas sub-humanas, o que legitimava
sua eliminação ou abandono, prática
perfeitamente coerente com os ideais
atléticos e clássicos, além de classistas, que
serviam de base à organização sócio-cultural
de Esparta e da Magna Grécia". (Pessotti,
1984, p. 3)
5. Causa e Conceito de Deficiência Mental
Relação entre causalidade e tratamento do problema
■ "De um lado, como enfant du bon Dieu o
deficiente ganha abrigo, alimentação e talvez
conforto em conventos ou asilos; de outro,
enquanto cristão, é passível de alguma
exigência ética ou de alguma
responsabilidade moral. Ganha a caridade e
com ela escapa do abandono, mas ganha
também a "cristianidade" que lhe pode
acarretar exigências éticas e religiosas".
(Pessotti, 1984, p. 6)
6. Causa e Conceito de Deficiência Mental
Relação entre causalidade e tratamento do problema
■ "Para outros hierarcas a condição de cristãos, dos
deficientes, os torna culpados até pela própria
deficiência, justo castigo do céu por pecados seus
ou de seus ascendentes. É cristão, e por isso
merece o castigo divino e, no caso de condutas
imorais, é passível do castigo humano também.
Muitos chegam a admitir que o deficiente é possuído
pelo demônio, o que torna aconselhável o exorcismo
com flagelações, para expulsá-lo". (Pessotti, 1984, p.
6)
7. Causa e Conceito de Deficiência Mental
Relação entre causalidade e tratamento do problema
■ Durante a inquisição "Particular rigor era usado nos
casos em que a acusação envolvia condutas
homossexuais, e, sabendo-se do notório
desregramento erótico em deficientes mentais,
adultos ou não, é aterrador que a tal propósito nos
oferece Kamen (1966): "para a homossexualidade…
definida como crime 'abominável' ou 'inqualificável' a
punição comum era queimar viva a pessoa, ou, na
Espanha, a castração ou a morte por
apedrejamento"" (Pessotti, 1984, p. 8)
8. Causa e Conceito de Deficiência Mental
Relação entre causalidade e tratamento do problema
■ "A localização da causa da imbecilidade, da
idiotia ou da estupidez em determinadas
regiões encefálicas e/ou no fluxo dos
espíritos animais entendidos como substância
volátil correspondente à atividade neural,
representa obviamente o início da redenção
humanista do deficiente. Tal redenção,
contudo, não se fará de imediato…" (Pessotti,
1984, p. 18)
9. Causa e Conceito de Deficiência Mental
Relação entre causalidade e tratamento do problema
■ A pioneiros da nova atitude diante do idiota ou imbecil vem juntar-
se Francesco Torti (1658-1741) a apontar outra "causa" natural
da deficiência: a malária ou mau ar dos pântanos e baixadas,
como no Piemonte e no Simplon. Não se trata, aqui, dos
miasmas medievais, mas da verificaçnao de que as febres
infantis com suas sequelas neurológicas (e comportamentais)
eram mais frequentes nas regiões de desfiladeiros e pantanais,
cujas emanações eventualmente pútridas poluiriam o ar. A
relação postulada, contudo era direta: o ar mau, enquanto ar,
causa deficiência e disso decorre a sugestão de mudar de clima,
ou de ares, como recurso de recuperação do idiota ou do imbecil.
(Pessotti, 1984, p. 20)
10. Causa e Conceito de Deficiência Mental
Relação entre causalidade e tratamento do problema
■ A idéia de Torti tem ainda outro significado para a história da
conceituação de deficiente mental. Com Paracelso e Cardano, o
deficiente, bem como o louco, perdia sua natureza sobrenatural,
passando de problema teológico e ético a assunto de interesse
médico. Com Sir Anthony, o retardo mental, diverso da loucura é
igualmente natural, podendo ser ad infirmitate ou a nativitate,
implicando a natureza organísmica da deficiência, ao passo que
na obra de Willis a visão organicista se consolida de modo a
explicá-la como lesão ou disfunção do sistema nervoso central. É
somente com Torti que tem início a admissão de fatores
ambientais como determinanates da deficiência, embora a idéia
da malária como causa per se pareça hoje bizarra. (Pessotti,
1984, p. 20)
11. A noção de causa
■ “O conceito de causa o causalidade está
implícita ou explicitamente articulado em
muitos dos nossos modos de falar sobre o
mundo e nas práticas de muitas de nossas
instituições jurídicas, políticas, econômicas,
educacionais e científicas. A despeito de seu
uso muito difundido, é surpreendentemente
difícil defini-lo com exatidão”. Chiesa,
1994/2006, p. 96.
12. A noção de causa
■ “Em quais circunstâncias podemos falar
seguramente que um evento causa outro?
■ As relações causais são seqüenciais?
■ Seria mais útil pensar em relações causais
como cadeias ou pensá-las como teias ou
redes relacionais mais complexas?
■ Como identificamos as unidades conceituais
para examinar as influências causais?”
Chiesa, 1994/2006, p. 96.
13. Algumas Personalidades importantes
Causa & Ciência
■ Descartes (1596-1650): comportamento
involuntário pode ser explicado por eventos
físicos; modelo passível de teste
❑ representou a quebra parcial da explicação
metafísica do comportamento; os movimentos
eram explicados através de sistemas (princípios
hidráulicos) que moviam objetos; limitou esta
explicação natural, entretanto, apenas a
respostas involuntárias; o restante era resultado
da alma localizada no cérebro (glândula pineal)
14. Algumas Personalidades importantes
Causa & Ciência
■ Darwin (1859): teoria da evolução; homem como
fruto da evolução das espécies
❑ alterou o clima intelectual com a proposta da teoria da
evolução baseada em muitas observações cuidadosas
sobre fósseis e estruturas da flora e fauna vivas, em áreas
isoladas da Terra; pesquisou o comportamento que levava
a adaptação no meio; antropomorfismo: homens e animais
pensam, tem idéias e desejos. Época que marca a
renovação no interesse pelo comportamento adaptativo do
animal e pela relação deste com o comportamento
humano.
15. Algumas Personalidades importantes
Causa & Ciência
■ Thorndike (1898): lei do efeito; controle da história passada;
análise quantitativa
❑ estudo sobre fuga de um ambiente fechado e atos relacionados
(puxar um cordão, mover um trinco, etc) utilizando gatos, cães e
pintos. Aspectos importantes do trabalho: reconheceu a
importância de fazer observações de animais cujas histórias
passadas fossem conhecidas e semelhantes (controle da
história passada); importância de fazer observações repetidas
no mesmo animal e em mais de um animal e espécie, e em
mais de um comportamento e equipamento (generalidade);
análise quantitativa. Gerou um conjunto de princípios/leis
gerais do comportamento que acreditou serem válidas para
muitas espécies e muitos comportamentos. Lei do efeito:
capacidade dos efeitos passados do comportamento
modificarem os padrões do comportamento animal, tendências
comportamentais. Explicou seus resultados entretanto através
da associação de idéias.
17. Algumas Personalidades importantes
Causa & Ciência
■ Avanços na fisiologia: rãs decaptadas;
conceito de reflexo (R.Whytt, Sherrington) –
sec XIX
❑ Whytt (1750) redescobriu e expandiu o princípio
do estímulo; conseguiu estabelecer a relação
entre dois eventos; enfraqueceu a atratividade da
explicação em termos de alma mostrando
reflexos em rã decaptada. Sherrington
(fisiologista, início do século XIX) resumiu as
causas do comportamento reflexo em leis
quantitativas de estímulo-resposta.
18. Algumas Personalidades importantes
Causa & Ciência
■ Pavlov (sec XX): estudo sistemático do comportamento;
descrição de um fenômeno comportamental a partir de
manipulação ambiental; método experimental
❑ Aspecto importante no trabalho de Pavlov foi sua atitude
científica: interesse na generalidade do fenômeno em relação
aos estímulos e sujeitos; interesse em aspectos mensuráveis/
quantitativos do fenômeno importantes para uma análise
detalhada; trabalho sistemático, podendo ser os resultados
interrelacionados e por isso mais significativos. Entretanto,
Pavlov gradativamente passou a encarar o condicionamento
como um estudo da função do cérebro (processos cerebrais
hipotéticos), apesar de nunca ter medido ou visto qualquer
relação cérebro-comportamento; explicações tão fictícias como
as em termos de alma.
19. Status do comportamento na Psicologia e na
Cultura
■ “1) [é] um indício de processos ocorrendo dentro da pessoa – por
exemplo, processos fisiológicos e/ou neurológicos, processos
mentais tais como codificação, armazenagem, recuperação,
processamento interno, tomada de decisão, discriminação,
atribuição, atitude e assim por diante; ou
■ 2) Uma manifestação de outros tipos de acontecimentos internos
– por exemplo, expectativas, desejos, intenções, sentimentos, e
assim por diante; ou
■ 3) a expressão de um eu essencial ou de uma existência íntima,
de um indivíduo delimitado separado e localizado atrás do
comportamento. Nesta visão o que a pessoa faz é de importância
secundária em relação ao que a pessoa é. A pessoal, ou o eu
essencial, é quem organiza e inicia o comportamento e, assim, o
comportamento assume uma posição de variável dependente de
um eu agindo como variável independente”. Chiesa, 1994/2006,
p. 97.
20. Status do comportamento na Psicologia e na
Cultura
■ “Abaixo do nível da situação problema de que [um]
um indivíduo reclama – por trás dos problemas com
os estudos, ou com a esposa, ou com o patrão, ou
com seu próprio comportamento bizarro ou
incontrolável, ou com seus sentimentos
assustadores, situa-se uma busca central. Isso me
parece como o botão a quem cada pessoa fica
perguntando ‘Quem sou eu, realmente? Como posso
entrar em contato com esse eu real, subjacente a
todo meu comportamento aparente?’”. Rogers, 1967,
p. 108, citado por Chiesa, 1994/2006, p. 98.
21. Na psicologia ainda existem causas de vários
tipos:
■ Causas populares:
❑ eventos contíguos (posição dos astros na hora do
nascimento, números que compõem o endereço de um
indivíduo ou de letras do nome); previsões vagas e gerais
que dificilmente poderá ser confirmada ou desmentida; as
falhas são ignoradas e um acerto ocasional se torna
suficiente para manter a crença.
❑ estrutura do indivíduo (proporção do corpo, forma da
cabeça, cor dos olhos, pele, sulcos nas palmas das mãos);
erro semelhante ao de esperar que alguém parecido com
um amigo irá se comportar de maneira semelhante gordo e
alegria; causa ou conseqüência
22. Na psicologia ainda existem causas de vários
tipos:
■ Causas Internas: É possível inventar causas dessa natureza sem medo
de contradição
❑ causas neurais: (ex: colapso nervoso, fadiga mental) como obter essa
informação e como usá-la para prevenir ou resolver problemas
comportamentais? As causas a serem buscadas no sistema nervoso são de
utilidade restrita na previsão e no controle de um comportamento específico.
Eventos que ocorrem concomitantemente; em geral não deveriam ter status
de causa
❑ causas internas psíquicas:agente interior sem dimensões físicas (mente ou
psique): Considera-se que o homem interior guia o corpo da mesma maneira
que a direção orienta o automóvel. O homem interior deseja uma ação, o
exterior a executa. O interior perde o apetite, o exterior para de comer. O
homem interior quer, o exterior consegue. O interior tem o impulso ao qual o
exterior obedece. Ex: psicanálise; ego, id e superego são frequentemente
encarados como criaturas sem substância, por vezes em conflito violento,
cujas derrotas ou vitórias resultam no comportamento ajustado ou
desajustado do organismo físico no qual residem.
❑ causas internas conceituais: (ex: fome, inteligência, habilidade musical,
hábito) são conceitos e não coisas
24. Na psicologia ainda existem causas de vários
tipos:
■ Causas Ambientais:
❑ Ambiente Externo: Físico e Social
❑ Ambiente Interno: Biológico e Histórico
Ambiente
Interno Externo
Físico SocialBiológico Histórico
Esta divisão é apenas didática
25. Argumentos contra o determinismo (no caso
do comportamento humano)
■ Argumento da individualidade
■ Argumento da complexidade
■ Argumento da intencionalidade
26. A noção de causa
■ “Desde Hume, tornou-se claro que uma relação
causal não significa mais do que uma sucessão
invariável: a causa é sempre seguida pelo efeito
(...).” Staddon, 1972/1983, p. 49
■ Ernest Mach e a noção de relações funcionais
❑ “A concepção moderna de causalidade substitui a noção de
força pela de relações funcionais e as equações científicas
se referem aos acontecimentos como função de outros
acontecimentos, substituindo a noção de um evento A
exercendo uma força sobre o evento B”. Chiesa,
1994/2006, p. 107.
■ Refinamentos posteriores (empíricos)
❑ Correlação versus causação
❑ Variáveis de contexto
27. Correlação versus causação
■ Um evento A pode ser seguido
invariavelmente por um evento B, mas ambos
podem ser causados por um evento C
■ Exemplo:
❑ Estresse (A) ! Baixa atividade sexual (B)
❑ Contingências aversivas (C) ! A e B
28. Variáveis de contexto
■ “Na prática, somente em
certas condições, uma causa
é seguida sistematicamente
pelo seu efeito. Estas
condições constituem as
variáveis de contexto
relevantes para a relação
causal (...).” Staddon,
1972/1983, p. 49
Privação + barra +
luz + ter passado por
modelagem e treino
discriminativo
29. Variáveis de contexto: essência da análise
funcional
VD
VI1VI2
VI3 VI4
VI5
O que é causa e o que é contexto é, muitas vezes, uma questão arbitrária
30. Conheça meu trabalho musical acessando uma das mídias abaixo:
acesssar soundcloud
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acessar spotify
31. A noção de causa
■ “De um ponto de vista pragmático, portanto, a
noção corriqueira de causa pode ser
considerada uma estratégia heurística, um
produto conjunto da evolução e da
transmissão cultural, capaz de ajudar o
cientista na descoberta de mecanismos (isto
é, de leis ou princípios) no mundo exterior”
Staddon, 1972/1983, p. 50
32. A seleção como um modelo causal: O
modelo de seleção pelas conseqüências
■ Níveis de seleção pelas conseqüências:
❑ Filogenético (biológico)
■ espécie; permanece por gerações diferentes
❑ Ontogenético (psicológico)
■ Indivíduo; durante a vida
❑ Cultural (ou social)
■ grupo/sociedade; permanece por gerações diferentes
(transmissão cultural)
■ Variabilidade e Seleção
33. ■ Seleção Filogenética
■ Seleção natural
❑ Processo que ocorre na natureza
❑ Não há direção
■ Explica
❑ Mudanças nos traços das espécies (linhagens) através do tempo
❑ Origem de novas espécies
❑ Aumento na complexidade das propriedades orgânicas
❑ Aumento na complexidade das relações entre organismos e ambiente
■ Seleção artificial
❑ Os seres humanos obtém vantagens com a intervenção sobre o processo
❑ A direcionalidade é imposta pela ação humana
O modelo de seleção pelas conseqüências
34. Indivíduo de uma espécie de mariposa
Ambiente (cor da casca da árvore)
O modelo de seleção pelas conseqüências
35. • A unidade de interação com o ambiente é o organismo
• A unidade de replicação é o gene
• A unidade que evolui é a espécie – lócus de retenção
Período 1 Período 2 Período 3 Período 4
O modelo de seleção pelas conseqüências
38. Seleção pelas consequências no nível
filogenético
■ Anatomia característica
■ Fisiologia característica
■ Reflexos Inatos
■ Suscetibilidade ao emparelhamento de estímulos
(condicionamento clássico) - aprendizagem
■ Suscetibilidade às consequências de seus atos
(condicionamento operante) - aprendizagem
39. ■ Seleção Ontogenética
■ Reforçamento
❑ Processo que ocorre na natureza
❑ É uma conseqüência da seleção natural
❑ Não há direção
■ Explica
❑ Mudanças nas linhagens de respostas (classes de respostas) de um organismo
através do tempo
❑ A origem de novos operantes no repertório
❑ Aumento da complexidade das propriedades da resposta
❑ Aumento da complexidade das relações entre comportamento e eventos ambientais
■ Reforçamento planejado
❑ Os seres humanos obtém vantagens com a intervenção sobre o processo
❑ A direcionalidade é imposta pela ação humana
O modelo de seleção pelas conseqüências
40. • As bicadas individuais (um operante) variam de muitas formas,
incluindo a duração do IRT
•As bicadas ocorrem em um ambiente que produz comida em VI 4
min.
• Existe alguma relação entre a duração do IRT e o esquema em
vigor?
O modelo de seleção pelas conseqüências
42. • Quando a contingência muda de VI 4 min. para FR 30, as freqüências do
IRTs se alteram
•IRTs tornam-se concentrados entre .7 “ e .4” após uma alteração
ambiental abrupta
O modelo de seleção pelas conseqüências
43. Seleção pelas consequências no nível
ontogenético
■ Comportamento (desenvolvimento) humano
❑ Timidez; Extroversão; Transtornos mentais
❑ Criança -> Adolescente -> Adulto
❑ Língua materna; raciocínio; habilidades motoras
❑ Auto-conhecimento e Auto-controle
44. ■ Seleção Cultural
■ Seleção
❑ Processo que ocorre na natureza
❑ É uma conseqüência das seleções natural e operante
❑ Não há direção
■ Explica
❑ Mudanças em uma linhagem de recorrentes contingências comportamentais entrelaçadas
através do tempo
❑ Origem de novas linhagens no nível cultural
❑ Aumento da complexidade de entidades culturais
❑ Aumento na complexidade das relações entre entidades culturais de uma cultura
■ Mudanças culturais planejadas
❑ Os seres humanos obtém vantagens com a intervenção sobre o processo
❑ A direcionalidade é imposta pela ação humana
O modelo de seleção pelas conseqüências
46. Seleção pelas consequências no nível cultural
■ Usos e costumes
■ Leis
■ Valores e normas de conduta
■ Cooperação & Competição
■ Modo de produção
■ Etc...
47. Três níveis de variação
e seleção
Evolução ocorre
sobre
Processo
seletivo
Elemento de
interação com o
ambiente
(interactors)
Local de Replicação/
Retenção
(replicators)
1. Filogênese Espécies sobre a
Terra
Seleção
natural
Organismos Genes/DNA
2. Ontogênese Linhagens
operantes de um
organismo
particular
Seleção
operante
Respostas Padrões neurais
3. Cultura Repetições de
contingências
comportamentais
entrelaçadas
Seleção
cultural
Contingências
comportamentais
entrelaçadas
Operantes no repertório
de organismos
participantes
O modelo de seleção pelas conseqüências
48.
49. Análise do filme Curtindo a Vida Adoidado:
Personalidade e Causalidade no
Behaviorismo Radical
50. Créditos
■ Título Original: Ferris Bueller's Day Off
■ Gênero: Comédia
■ Roteiro: John Hughes
■ Direção: John Hughes
■ Produção: John Hughes e Tom Jacobson
■ Ano: 1986 (Brasil)
52. Um dia na vida de Ferris Bueller
http://www.youtube.com/watch?v=LXtSapdwaoM&mode=related&search=
53. Objetivo da análise
■ Utilizar as personalidades diferentes de Ferris
e Cameron como pano de fundo para discutir
o conceito de causalidade
54. Conceitos importantes para a análise:
Behaviorismo Radical
“O Behaviorismo não é a ciência do comportamento humano, mas, sim, a
filosofia dessa ciência. Algumas das questões que ele propõe são: É
possível tal ciência? Pode ela explicar cada aspecto do comportamento
humano? Que métodos pode empregar? São suas leis tão válidas
quanto às da Física e da Biologia? Proporcionará ela uma tecnologia e,
em caso positivo, que papel desempenhará nos assuntos humanos?
São particularmente importantes suas relações com as formas
anteriores de tratamento do mesmo assunto. O comportamento humano
é o traço mais familiar do mundo em que as pessoas vivem, e deve ter
sido dito mais sobre ele do que sobre qualquer outra coisa. E de tudo o
que foi dito, o que vale a pena ser conservado? (Skinner, 1974/2003, p.
7).”
55. Conceitos importantes para a análise:
Behaviorismo Radical
■ Objeto de estudo
❑ O Comportamento Humano
■ Comportamento
❑ O que fazemos, falamos, sentimos, pensamos,
etc...
❑ Interação com o ambiente (principalmente social)
❑ História de interações (causas do comportamento)
56. Conceitos importantes para a análise:
Causalidade e Explicação
■ Causas do comportamento:
❑ Estendem-se muito além da idéia de justaposição de
eventos (A"B)
■ Exemplo:
❑ Muitas vezes sentimos raiva imediatamente ANTES DE (ou
ao) agirmos de forma ríspida com alguém
■ “Senti raiva, por isso agi de forma ríspida”
■ sentir raiva e agir de forma ríspida são comportamentos
independentes (um não é causa do outro) e que têm, cada um,
suas próprias causas
57. Conceitos importantes para a análise:
Causalidade e Explicação
■ O behaviorista, na maioria das vezes, não
está interessado nesse tipo de relação causal
imediatista, instantânea.
❑ Buscar as causas é buscar a história de
interações do indivíduo com seu mundo
❑ Causas não são “forças que agem sobre o
indivíduo”
58. Conceitos importantes para a análise:
Causalidade e Explicação
■ Causalidade versus Explicação
❑ Explicar o comportamento é buscar as variáveis
(atuais e históricas) que o controlam, ou seja,
buscar as circunstâncias sob as quais o
comportamento ocorre e ocorreu no passado
■ Explicações mentalistas:
❑ “Comprei por impulso”
59. Conceitos importantes para a análise:
Causalidade e Explicação
■ “Os homens agem sobre o mundo,
modificando-o e, por sua vez, são
modificados pelas conseqüências de sua
ação” (Skinner, 1957/1978. p. 15)
■ Causas " interações (atuais e passadas)
60. Conceitos importantes para a análise:
Causalidade e Explicação
■ “Se quisermos entender a conduta de qualquer pessoa, mesmo a
nossa própria, a primeira pergunta a fazer é: “O que ela fez?” O
que significa dizer, identificar o comportamento. A segunda
pergunta é: “O que aconteceu então?” O que significa dizer,
identificar as conseqüências do comportamento. Certamente,
mais do que conseqüências determinam nossa conduta, mas
estas primeiras perguntas frequentemente hão de nos dar uma
explicação prática” (Sidman, 1989/1995, pp. 104-105).
61. Conceitos importantes para a análise:
Causalidade e Explicação
Análises Funcionais
SA ⎯ R " SC
Interações & Personalidade
62. Conceitos importantes para a análise:
Causalidade e Explicação
“Mas e aqueles irmãos que são criados na
mesma casa e têm personalidades tão
diferentes? E aquele rapaz da favela que hoje
é professor e faz trabalhos voluntários pela
paz na sua comunidade?”
63. Níveis de explicação
■ Até onde deve ir a explicação?
❑ Acidente de carro com vítima fatal
❑ Qual foi a causa da morte da vítima?
■ Acidente automobilístico
■ Quebrou a cabeça
■ Lesão do tecido cerebral
64. Níveis de explicação
❑ Os porquês de uma criança
■ “Mamãe irá se separar do papai!”
■ Por que? (Qual o motivo?)
❑ Porque não gosta mais dele
■ Por que?
❑ Porque brigou com ele?
■ Por que?
❑ Porque ele traiu a mamãe?
■ Por que?
❑ Por que é um sem vergonha?
■ Por que?....
65. Níveis de explicação
■ Este problema está diretamente ligado a
Motivação
■ Definição de fronteiras para as explicações
❑ Fisiologia
❑ Influência da sociedade
❑ Explicação psicológica
66. Conceitos importantes para a análise:
Personalidade e Explicação
■ Personalidade
❑ Função versus Estrutura
❑ “João não gosta de nada fora do lugar, está
sempre arrumando as coisas. Ele faz isso porque
é neurótico”
■ Traços de personalidade
❑ vaidoso, agressivo, extrovertido, introvertido,
arrogante, atencioso, etc...
67. Conceitos importantes para a análise:
Personalidade e Explicação
■ Conceitos Disposicionais Abertos (Ryle,
1949)
■ Não são causas do comportamento
■ Apenas descrevem tendências
(probabilidade)
68. Conceitos importantes para a análise:
Personalidade e Explicação
■ Comportamento e personalidade são a
mesma coisa?
■ “(...)padrões únicos e relativamente
consistentes de pensamentos, sentimentos e
comportamentos de um
indivíduo” (Hockenbury & Hockenbury,
2001/2003)
69.
70. Conceitos importantes para a análise:
Personalidade e Explicação
■ Personalidade:
❑ Regularidade
■ “personalidade futebolística”
❑ Função Adverbial
■ Ser tímido é agir de certa forma
❑ Diversidade de Contextos
■ “Nada é tão ruim que não possa piorar”
❑ Duração
■ Infância, adolescente, adulto...
71. Conceitos importantes para a análise:
Personalidade e Explicação
■ Mudanças no ambiente e padrões comportamentais duradouros:
Como é possível?
■ “Durante nossa vida mudamos de casa, de bairro, de cidade, de
estado, saímos da casa de nossos pais, moramos sozinhos ou
com outras pessoas, mudamos de emprego, de escola,
namoramos pessoas diferentes, fazemos amigos diferentes, nos
casamos, temos filhos, enfim, mudamos muitas e muitas vezes
de ambiente e, muitas vezes, para ambientes muito diferentes”
72. As Personagens e suas Características
■ Ferris Bueller - Personagem principal
❑ “A vida passa muito depressa. Se você não parar
de vez em quando para aproveitá-la, você pode
perdê-la”
73. As Personagens e suas Características
■ Cameron Frye
❑ Ferris: “Venha me buscar.”
❑ Cameron: “Não posso, estou doente.”
❑ Ferris: “Não está não, isso é coisa da sua imaginação.”
❑ Cameron: “Estou morrendo.”
❑ Ferris: “Não está. Só não consegue pensar em nada interessante
para fazer.”
■ Problemas com os pais
❑ Ferris: “Sua mãe está no seu quarto?”
❑ Cameron: “Foi à Decatur. Infelizmente vai voltar.”
74. Análises
■ Por que Ferris e Cameron são tão diferentes?
❑ Traços (estrutura) de personalidade
❑ Hereditariedade
❑ História de interações (de aprendizagem)
75. Análises
■ O Presente prediz o futuro e dá dicas sobre o
passado
❑ Relação com os pais
❑ Relação com os amigos
❑ Habilidade sociais
■ Cameron: “Desde que o conheço tudo funciona para
ele. Não há nada que ele não faça, eu não sei fazer
nada. A escola, os pais, o futuro. Faz tudo o que
quer. Eu não sei o que farei...”
77. Análises
■ Cameron poderia ter um irmão com a personalidade parecida
com a de Ferris?
❑ Certamente sim
■ Ferris poderia ter um irmão com a personalidade parecida com a
de Cameron?
❑ Não há dúvidas sobre isso
■ Um terceiro filho do casal Bueller poderia desenvolver uma
personalidade bastante diferente da personalidade de Ferris e da
personalidade de Jeanie?
❑ É quase certo que sim
78. Análises
Então a personalidade é um processo interno
(biológico ou psíquico) imune às influências
do ambiente?
A resposta é, categoricamente, não.
79. Análises
A resposta a esse aparente paradoxo está no
conhecimento do que de fato é ambiente e
como nossa personalidade se constrói nessa
interação constante
80. Conceitos comumente (e equivocadamente)
utilizados para se falar de causas do
comportamento
81. Necessidades e impulsos (Skinner,
1953/1999)
■ “Necessidades e desejos são termos convenientes
no discurso causal...” pg. 158
■ “Um ‘impulso’ é um recurso verbal com o qual
descrevemos um estado de frequência do
comportamento, e o termo não pode responder a
questões experimentais.” pg. 158
■ “Para mudar esses estados indiretamente temos que
lidar com as variáveis de privação e saciação
relevantes e enfrentar toda a complexidade dessas
operações” pg. 158
82. Impulso não é um estímulo (Skinner,
1953/1999)
■ “É crença comum que a privação afete o
organismo criando um estímulo.” pg. 159
■ “...Mas essa estimulação nem sempre está
relacionada de perto com a probabilidade de
comer” pg. 159
83. Impulso não é um estado fisiológico
(Skinner, 1953/1999)
■ “O conhecimento adequado e independente
dessas condições internas poderia dispensar
a história de privação na previsão de um
comportamento; mas é pouco provável que
tenhamos esse conhecimento sobre um dado
organismo no momento em que seria útil para
uma previsão; e é menos provável que
sejamos capazes de criar diretamente um
estado apropriado para poder controlar o
comportamento” pg. 159
84. Impulso não é simplesmente um estado de
frequência (Skinner, 1953/1999)
■ “Permanece a possibilidade de que a
frequência do comportamento se deva a
outras espécies de variáveis fora do campo
da motivação” pg. 160
■ “... o forte ‘impulso’ do jogador, seu
‘complexo’ de jogar, ou seu ‘desejo’ de jogar
podem não ser devidos primordialmente a
uma condição de privação...” pg. 160
85. O uso prático dos impulsos (Skinner,
1953/1999)
■ “Todos esses exemplos poderiam ser
descritos usando-se ‘impulsos como
referência. Poderíamos dizer que comer
salgadinhos torna os convidados sedentos e
sua sede os ‘impulsiona’ a beber. É mais
simples, tanto em teoria como na prática,
restringirmo-nos ao fato de que a ingestão de
salgadinhos leva a beber”. Pg. 162
87. O que é uma emoção?
■ No senso comum e em várias abordagens
psicológicas estabelece-se uma estreita ligação
entre motivação e emoção:
❑ “Emoções são a motivação para determinados
comportamentos”
❑ “corremos por causa do medo e brigamos por causa da
raiva”
■ A Teoria James-Lange postulava que:
❑ “...nos sentimos tristes porque choramos, irados porque
lutamos, medrosos porque trememos, e não que choramos,
lutamos, ou trememos porque estamos tristes, irados, ou
medrosos...”
❑ Dava extensa importância aos aspectos fisiológicos para o
estudo da emoção
88. O que é uma emoção?
■ Problemas em se definir emoções por
alterações - ou estados – fisiológicos:
❑ “não foi possível demonstrar que cada emoção se
distinga por um padrão particular de respostas de
glândulas e músculos lisos... ocorrem também
(estas respostas fisiológicas) também sob outras
circunstâncias – por exemplo, depois de um
exercício pesado...”
89. A emoção como uma predisposição
■ “Quando o homem da rua diz que alguém
está como medo, ou zangado, ou amando,
geralmente está falando de predisposições
para agir de certas maneiras” pg. 178
■ “Os nomes das assim chamadas emoções
servem para classificar o comportamento em
relação a várias circunstâncias que afetam
sua probabilidade.” pg. 178
90. As respostas que variam juntas na emoção
■ “Algumas emoções... acarretam o repertório
total do organismo. Reconhece-se isto ao
dizer que uma emoção é excitante ou
deprimente... As resposta que variam juntas
em uma emoção o fazem em parte por causa
de uma consequência comum.” pg. 179
■ Quando um indivíduo sente-se ansioso,
raivoso, alegre, boa parte de seu
comportamento é alterado
91. Operações emocionais
■ “Descobrem-se as variáveis das quais os
estados emocionais são função – como quais
quer outras variáveis – procurando-as.”
❑ Em que contextos surgem as emoções?
❑ Vários contextos podem produzir o mesmo estado
emocional?
❑ Um mesmo contexto (aparentemente o mesmo)
pode produzir estados emocionais diferentes.
92. Operações emocionais
■ “Notamos que os campos da motivação e da
emoção estão muito próximos. Na verdade,
podem se sobrepor. Qualquer privação
extrema age provavelmente como uma
operação emocional.” pg. 181
■ Operações de privação, reforço, extinção e
punição podem produzir respostas
emocionais, estas respostas emocionais
podem afetar a probabilidade de outras
respostas do repertório comportamental do
indivíduo
93. A emoção total
■ “Definimos uma emoção, na medida em que se quer
fazê-lo, como um estado de alta ou baixa frequência
de uma ou mais respostas induzidas por qualquer
uma dentre uma classe de operações”. pg. 182
■ “Os nomes das assim chamadas emoções servem
para classificar o comportamento em relação a várias
circunstâncias que afetam sua probabilidade.” pg.
178
■ “O homem ‘zangado’ mostra uma alta probabilidade
de lutar, insultar, ou de algum modo infligir danos, e
uma pequena probabilidade de auxiliar, favorecer,
confortar, ou amar.” pg. 178
94. As emoções não são causas
■ “Se o problema da emoção for concebido apenas
como questão de estados interiores, não é provável
que se consiga progressos em tecnologia prática.
Não é de qualquer auxílio, na solução de um
problema prático, dizer que um aspecto do
comportamento do homem se deve à frustração
ou ansiedade; precisamos também saber como a
frustração ou ansiedade foi induzida e como pode
ser alterada. No final, encontramo-nos lidando com
dois eventos – o comportamento emocional e as
condições manipuláveis das quais esse
comportamento é função – que constituem o objeto
de estudo da emoção” pg.184
95. O uso prático das emoções
■ “O comportamento emocional e as
condições que o geram são mais facilmente
examinados quando postos em uso prático.”
❑ O uso de estímulos condicionados
(condicionamento pavloviano e o estudo das
emoções)
❑ Extinção respondente
96. Olhar para cada caso...
■ Para Skinner cada indivíduo é único. É único
porque cada um tem uma história de
aprendizagem diferentes de todos os outros
■ “Desde que as histórias individuais estão aqui
implicadas devem ser encontradas as
operações científicas, não em uma análise
teórica, mas no estudo de cada caso à
medida que surge, uma compreensão clara
do que está sendo feito...”
97. Explicação e Erro de Categoria
Inteligência
Fazer cálculos
matemáticos complexos
Aprender coisas
novas com facilidade
Resolver problemas
diversos rapidamente
Nome da categoria
Itens da categoria
Inteligência
Fazer cálculos
matemáticos complexos
Aprender coisas
novas com facilidade
Resolver problemas
diversos rapidamente
Nome da categoria
Itens da categoria
TRANSTORNO OBSESSIVO-
COMPULSIVO
Lavar as mão 45 vezes
por dia
Verificar se a porta
de casa está trancada
27 vezes antes de
dormir
Usar apenas roupas e
talheres esterilizados
TRANSTORNO OBSESSIVO-
COMPULSIVO
Lavar as mão 45 vezes
por dia
Verificar se a porta
de casa está trancada
27 vezes antes de
dormir
Usar apenas roupas e
talheres esterilizados
98. Explicação e Erro de Categoria
Depressão
Diminuição nos
cuidados com higiene
pessoal
Dizer que está sem
vontade de fazer
qualquer coisa
Conformar-se com os
problemas e não tentar
resolvê-los
Erro de Categoria (explicação fictícia)
Perda de
entes
queridos
Problemas
familiares
Decepções
amorosas
(etc...)
Diminuição nos
cuidados com higiene
pessoal
Dizer que está sem
vontade de fazer
qualquer coisa
Conformar-se com os
problemas e não tentar
resolvê-los
Explicação adequada (circunstâncias)
Depressão
Diminuição nos
cuidados com higiene
pessoal
Dizer que está sem
vontade de fazer
qualquer coisa
Conformar-se com os
problemas e não tentar
resolvê-los
Erro de Categoria (explicação fictícia)
Perda de
entes
queridos
Problemas
familiares
Decepções
amorosas
(etc...)
Diminuição nos
cuidados com higiene
pessoal
Dizer que está sem
vontade de fazer
qualquer coisa
Conformar-se com os
problemas e não tentar
resolvê-los
Explicação adequada (circunstâncias)
Depressão =
Diminuição nos
cuidados com higiene
pessoal
Dizer que está sem
vontade de fazer
qualquer coisa
Conformar-se com os
problemas e não tentar
resolvê-los
Depressão
Diminuição nos
cuidados com higiene
pessoal
Dizer que está sem
vontade de fazer
qualquer coisa
Conformar-se com os
problemas e não tentar
resolvê-los
Errado
Certo
é igual a
causa
☒
☑
Depressão =
Diminuição nos
cuidados com higiene
pessoal
Dizer que está sem
vontade de fazer
qualquer coisa
Conformar-se com os
problemas e não tentar
resolvê-los
Depressão
Diminuição nos
cuidados com higiene
pessoal
Dizer que está sem
vontade de fazer
qualquer coisa
Conformar-se com os
problemas e não tentar
resolvê-los
Errado
Certo
é igual a
causa
☒
☑
100. Uso disposicional
■ Conceitos disposicionais versus ocorrências
■ Motivação: conceito disposicional aberto
■ Exemplo: Pedro é bem sucedido no trabalho
porque é um rapaz bastante motivado (ou
que tem muita motivação) para o trabalho
❑ não desistir facilmente frente a problemas
❑ realizar tarefas que estão além da sua obrigação
❑ tarefas na ausência de coerção
❑ Etc...
101. Função adverbial – fazer de certa
maneira
■ Inteligência, atenção, obediência, entre outros, têm
uma função adverbial
■ Fazer “com motivação” é fazer de certa maneira
■ Exemplo – Futebol:
❑ Jogador 1 e o Jogador 2 correm, chutam a gol, fazem
passes para os outros jogadores, driblam, “roubam” bolas
dos adversários, gritam o nome dos colegas pedindo a bola
e etc...
❑ Jogador 1realiza todas essas atividades de forma mais
vigorosa, mais intensa...
❑ Torcedores: “O Jogador 1 estava muito mais motivado que
o Jogador 2 na partida”
102. O uso como substantivo (como nome –
reificação do conceito)
■ Parece ser o uso mais inapropriado
■ É quase idêntico ao uso do conceito na
linguagem cotidiana
■ Confunde-se com conceitos aparentados:
impulso, energia, força, motivo e vontade,
entre outros
■ A amplitude do uso depõe contra a utilidade
do conceito: causa generalizada da ação
humana
103. O uso como substantivo (como nome –
reificação do conceito)
■ “Um motivo é uma necessidade ou desejo acoplado com a intenção de atingir
um objetivo apropriado” (Krench & Crutchfield, 1959, p. 272).
■ “...o energizador do comportamento...” (Lewis, 1963, p. 560).
■ “A psicologia tende a limitar a palavra motivação... aos fatores envolvidos em
processos de energia, e a incluir outros fatores na determinação do
comportamento.” (Cofer, 1972, p. 2).
■ “A motivação é encarada como uma espécie de força interna que emerge,
regula e sustenta todas as nossas ações mais importantes.” (Vernon, 1973, p.
11).
■ “O estudo da motivação é a investigação das influências sobre a ativação,
força e direção do comportamento.” (Arkes & Garske, 1977, p. 3).
■ “Sempre que sentimos um desejo ou necessidade de algo, estamos em um
estado de motivação. Motivação é um sentimento interno – é um impulso que
alguém tem de fazer alguma coisa.” (Rogers, Ludington & Graham, 1997, p. 2).
104. O uso como substantivo (como nome –
reificação do conceito)
■ “Ao meu modo de observar e entender as coisas, motivação
é uma força interna que leva uma pessoa fazer algo...”
■ “A motivação está ligada ao interesse, a iniciativa, a uma
vontade de querer fazer...”
■ “A motivação é algo que nos impulsiona a fazer alguma
coisa, suprir uma necessidade.”
■ “Motivação é algo que estimula o indivíduo a agir de
determinada forma, a razão, o motivo que leva uma pessoa
a emitir determinado comportamento.”
■ “...motivação é uma força interna que nos leva a fazer
determinadas coisas em determinadas situações.”
105. O uso como substantivo (como nome –
reificação do conceito)
■ “Ao meu modo de observar e entender as
coisas, motivação é uma força interna que
leva uma pessoa fazer algo...” (aluno 3º
semestre)
■ “A motivação é encarada como uma
espécie de força interna que emerge,
regula e sustenta todas as nossas
ações mais importantes.” (Vernon, 1973,
p.11). Livro: Motivação Humana
106. O uso como substantivo (como nome –
reificação do conceito)
■ Absurdos lógicos nestes tipos de uso do conceito
(tautologias):
❑ Substituição dos conceitos aparentados, usados nas
definições pode ser feita infinitas vezes
❑ Motivação é uma força interna...
❑ Motivação é um impulso...
❑ Motivação é um desejo...
❑ Motivação é uma necessidade...
❑ Uma força interna é um desejo...
❑ Um desejo é uma necessidade...
❑ Um impulso é uma força interna...
❑ Uma força interna é um desejo...
❑ E assim por diante infinitamente...
107. O uso como substantivo (como nome –
reificação do conceito)
■ Outro problema: se é “coisa”, ocupa lugar # motivação intrínseca
versus motivação extrínseca
■ Exemplo:“Se, no início do século, o desafio era descobrir aquilo
que se deveria fazer para motivar as pessoas, mais
recentemente tal preocupação muda de sentido. Passa-se a
perceber que cada um já trás, de alguma forma, dentro de si,
suas próprias motivações. (p. 23) ...não existe o pequeno
gênio da motivação que transforma cada um de nós em
trabalhador zeloso ou nos condena a ser o pior dos preguiçosos.
Em realidade, a desmotivação não é nenhum defeito de uma
geração, nem uma qualidade pessoal, pois ela está ligada a
situações específicas (Bergamini,1997, p. 27, grifo nosso)”
108. Reflexão
■ “A palavra motivação parece se referir a nada além
do que às causas do comportamento; é um equivoco
ela continuar a ser apresentada em capítulos e
rótulos de campos separados nos livros-texto porque
a psicologia científica se preocupa inteiramente com
causas. Por isso, dada a confusão conceitual gerada
pelo uso do termo motivação como um constructo
descritivo ou explicativo ou como um rótulo de
tópico, existem fortes argumentos para abandonar
totalmente o conceito.” Chiesa, 1994/2006, p. 96.
109.
110. Armas, germes e aço (Diamond, 1995)
Por que alguns povos dominaram e
outros foram dominados?
111. A pergunta de Yali
■ “Por que o desenvolvimento humano avançou
em ritmos desiguais nos diferentes
continentes?”
❑ Diferenças biológicas?
❑ Diferenças de QI?
❑ O livro em uma frase: “A história segue diferentes
rumos para os diferentes povos devidos às
diferenças entre os ambientes em que viviam e
não devido a diferenças biológicas entre os
povos.”
112. A pergunta de Yali
■ “Por que vocês, brancos, produziram tanto ‘cargo’ e
trouxeram tudo para a Nova Guiné, mas nós,
negros, produzimos tão pouco ‘cargo’?” p. 14
■ Reformulação da pergunta: “Por que a riqueza e o
poder foram distribuídos dessa forma e não de
qualquer outra? Por exemplo, por que os índios
americanos, os africanos e os aborígines
australianos não dizimaram, subjugaram ou
exterminaram os europeus e asiáticos?” p. 15
113. Morioris & Maoris
■ Maoris conquistaram os morioris
❑ Povos de mesma origem
❑ Ataque: aproximadamente 500 anos depois do “surgimento”
dos morioris
■ O que levou o morioris a serem tão diferentes do
seus antepassados?
❑ Morioris: “tradicionalmente resolviam suas brigas de forma
pacífica e decidiram, em conselho, que não lutariam,
preferindo propor a paz, amizade e divisão de recursos.”
❑ Maoris: “Tomamos posse de acordo com nossos costumes.
Ninguém escapou... Mas o que tem isso? Foi tudo de
acordo com nossos costumes.”
❑ Crenças são “causas” ou “efeitos”?
114. Morioris & Maoris
■ Morioris
❑ Cerca de 2.000 pessoas
❑ Caçadores-coletores
❑ Fraca organização política
■ Maoris
❑ Cerca de 100.000 pessoas
❑ Fazendeiros e agricultores
❑ Forte organização política
115. Incas versus Espanhóis
■ Ataualpa & Pizarro (1532)
■ 168 espanhóis / 80.000 incas
■ Explicações “imediatas”
❑ Cavalos, varíola, armas de aço, organização política, domínio da
escrita
■ “Por que todas essas vantagens estavam na Europa e não no
Novo Mundo? Por que não foram os incas que inventaram as
armas e as espadas de aço, que montaram animais tão temíveis
quanto cavalos, que espalharam doenças para as quais os
europeus não tinham resistência, que desenvolveram navios
capazes de cruzar os oceanos e organizar políticas avançadas, e
que tiveram condições de se basear na experiência de milhares
de anos de história escrita?”: causas imediatas versus causas
fundamentais.
116. O poder dos fazendeiros (Cap. 4)
■ “Como os fazendeiros venceram os famosos
guerreiros?” p.83
■ “(...) a produção de comida era um pré-requisito
indireto para o desenvolvimento de armas, germes e
aço. Por isso, as variações em matéria de clima e
geografia ou o momento em que os povos de
diferentes continentes se tornaram agricultores ou
criadores de animais, explicam em grande parte
seus destinos contrastantes.” p. 84
117. O poder dos fazendeiros (Cap. 4)
Fatores
últimos
Fatores
próximos
Eixo leste/oeste
Muitas espécies selvagens
domesticáveis
As espécies domesticáveis
espalham-se
Muitas espécies animais e vegetais domesticadas
Excedentes de comida; estoques de comida
Grandes sociedades densamente povoadas,
estratificadas e sedentárias
Tecnologia
Armas,
espadas de
aço
Navios
transoceâni
cos
Organização
política,
escrita
Doenças
epidêmicas
cavalos
118. O poder dos fazendeiros (Cap. 4)
■ Modo de vida sedentário:
❑ Maior quantidade de comida $ maior densidade
populacional
❑ Intervalos menores entre o nascimento dos filhos
❑ Excedente e estocagem de alimento
■ “(...) eram essenciais para alimentar os especialistas que não
se dedicavam ao cultivo (...) Dois tipos de especialistas são os
reis e os burocratas” p. 87 -> organização política
■ Soldados profissionais e artesãos
❑ Domesticação de animais -> doenças infecciosas
119. O poder dos fazendeiros (Cap. 4)
■ “Em suma, a domesticação de animais e o cultivo de
plantas significaram muito mais do que comida e
populações mais numerosas. Os excedentes de
alimentos resultantes e (em algumas áreas) o
transporte por animais desses excedentes eram um
pré-requisito para o desenvolvimento das
sociedades sedentárias, politicamente centralizadas,
socialmente estratificadas, economicamente
complexas e tecnologicamente inovadoras.” p.90
120. O poder dos fazendeiros (Cap. 4)
■ “A existência de plantas e animais domésticos
explica, em última instância, por que os impérios, a
alfabetização e as armas de aço surgiram
inicialmente na Eurásia e depois se desenvolveram,
ou não, em outros continentes. O uso militar de
cavalos e camelos e o poder assassino dos germes
derivados de animais completam a lista dos
principais vínculos entre produção de alimentos e
conquista que iremos examinar.” p. 90
121. A história dos que têm e dos que não têm (cap. 5)
■ “Por que a produção de alimentos se desenvolveu primeiro
nessas terras aparentemente secundárias e somente depois
onde se tem hoje as regiões mais férteis e os melhores pastos?”
p. 92
■ “Se os lugares que importaram essas práticas tinham condições
de produzir alimentos desde a pré-história, por que seus
habitantes não se tornaram agricultores e criadores sem ajuda
externa, cultivando plantas locais e criando animais?” p. 92
■ Início independente da produção de alimentos; domesticação de
animais e “importação” da tecnologia agrícula
122. Ser ou não ser agricultor (Cap. 6)
■ “Inicialmente todos os povos do mundo eram
caçadores-coletores. Por que nenhum deles
adotou a produção de alimentos? (...) Por que
mesmo os povos do Crescente Fértil
esperaram até 8.500 a.C., em vez de se
tornarem produtores de alimentos já em
18500 ou 28500 a.C.?”
123. Ser ou não ser agricultor (Cap. 6)
■ “Arqueólogos demonstraram que os primeiros
agricultores de muitas regiões eram menores
e menos nutridos, sofriam de doenças mais
graves e morriam, em média, mais cedo do
que os caçadores-coletores que eles
substituíram (...) Já que eram incapazes de
prever os resultado, por que fizeram assim
mesmo essa escolha?” p. 104
124. Ser ou não ser agricultor (Cap. 6)
■ “O que realmente aconteceu não foi uma descoberta
da produção de alimentos, nem uma invenção, como
podemos imaginar inicialmente. Não havia nem
mesmo uma escolha consciente entre produzir
comida ou ser caçador-coletor (...) os primeiros
povos que adotaram a produção de alimentos
podiam, obviamente, não estar fazendo uma escolha
consciente ou ter a intenção de se tornar
fazendeiros, porque não conheciam essa
possibilidade e não tinham como saber o que isso
significava.” p. 104
125. Ser ou não ser agricultor (Cap. 6)
■ Pergunta 1:
❑ “Já que eram incapazes de prever os resultado, por que
fizeram assim mesmo essa escolha?” p. 104
■ Pergunta reformulada:
❑ “Por que a produção de alimentos se desenvolveu, por que
isso ocorreu em alguns lugares e não em outros, e por que
não em data anterior ou posterior” p. 105
■ Essas perguntas levam a diferentes respostas?
126. Ser ou não ser agricultor (Cap. 6)
■ Sedentarismo versus produção de alimento
■ Transição entre caçador-coletor e agricultor/
criador é um continuo, um processo (que
exemplos o livro apresenta disso?)
127. Ser ou não ser agricultor (Cap. 6)
■ Fatores que influenciaram a mudança:
❑ Redução da disponibilidade de alimentos não-cultivados
❑ O desaparecimentos de animais selvagens tornava a
atividade de caçador-coletor menos compensadora
❑ Desenvolvimento cumulativo de tecnologias das quais a
produção de alimentos iria depender
❑ Maior quantidade de comida $ maior densidade
populacional
❑ Densidade populacional (maior número) permitiu que
agricultores desalojassem ou matassem caçadores
coletores
128. O Conceito de Operação
Estabelecedora e Análise do
Comportamento
Miguel, C. F. (2000). O conceito de Operação
Estabelecedora na Análise do Comportamento.
Psicologia: Teoria e Pesquisa, 16, 259-267.
129. Resumo do artigo
■ “... operações estabelecedoras podem ser
definidas como eventos ambientais que
alteram a efetividade reforçadora de um
estímulo, assim como evocam todo
comportamento que, no passado, foi seguido
por tal estímulo. O conceito parece descrever,
em termos comportamentais, o que é
usualmente chamado de motivação”
131. Motivação e Reforço
■ O reforço está diretamente relacionado ao
que se chama de motivação
■ O reforço, no entanto, não é suficiente para
explicar todos os problemas relacionados à
motivação
■ O problema, muitas vezes, está na eficácia
da contingência, não em um de seus termos
132. O Conceito de Drive (Impulso)
■ Drive ou impulso: identificação dos efeitos de
operações de privação e saciação
■ Efeitos de OEs de drive:
❑ Mudança momentânea de um grupo de respostas
(evoca a ocorrência de respostas)
❑ Torna o reforçamento possível (estabelece o valor
reforçador de uma classe de estímulos)
133. Função Motivacional
■ Função motivacional versus função
discriminativa dos estímulos
■ Função motivacional
❑ Aumenta o valor reforçador de uma classe de
estímulos
■ Função discriminativa
❑ Fornece contexto (ocasião) para a ocorrência de
uma classe de respostas.
134. Função Motivacional
■ “...o valor reforçador de uma consequência depende
diretamente da operação estabelecedora, ou seja, a
menos que a operação estabelecedora esteja em
efeito a relação entre os termos da contingência, não
é efetiva.”
■ “...eventos como privação/saciação e estimulação
aversiva parecem possuir características comuns:
Eles momentaneamente alteram a) a efetividade
reforçadora de outros eventos e b) a frequência de
todo o comportamento que foi reforçado por esses
eventos”
135. Função Motivacional
■ Efeitos das OEs (p/ Jack Michael)
❑ Efeito estabelecedor de reforçamento (altera a efetividade
reforçadora/punidora de um estímulo)
❑ Efeito evocativo/supressivo da OE (evoca/suprime
comportamentos)
❑ Efeito evocativo/supressivo do SD (aumenta a efetividade
evocativa/supressiva do SD)
❑ Efeito sobre o reforçamento/punição condicionada
■ Ex: passa pela argola # som # pressiona a barra # água
136. OEs Condicionadas
■ Existem OEs incondicionadas e
condicionadas (motivação inata e motivação
aprendida)
■ OEI
❑ Não envolve aprendizagem
■ OEC
❑ Depende da história de aprendizagem do
indivíduo