(1) O documento discute como o conhecimento é socialmente construído através de processos sociais e contingências verbais. (2) Comportamentos verbais podem ser mantidos por pequenos grupos que funcionam como contextos discriminativos, mesmo que contradigam evidências ambientais. (3) Isso mostra como vivemos parcialmente em "mundos virtuais" determinados por contingências sociais, não ambientais.
4. Análise do Comportamento e
Psicologia Social
▪ “Os psicólogos sociais argumentam que,
embora cooperação, competição e coisas
do gênero sejam importantes, é a forma
como alguém percebe, ou pensa sobre,
esses processos sociais que, de certa
forma, determina o comportamento. Para
este fim, existe uma vasta literatura sobre
processos cognitivos mediando o
comportamento social” (p. 1)
5. Construção social
▪ Construção social / Representações
sociais
• Conhecimento socialmente construído =
aprendido socialmente (via processos sociais)
▪ “Mundos virtuais”
• Experiência
• “Ouvir falar” / Conversar
6. Construcionismo Social na
Psicologia
▪ Gergen
• “nossas relações com o mundo nem sempre
correspondem ao mundo real” (p. 2)
• Ex: emoções/sentimentos
• “os termos que temos para explicar o mundo são
também produtos sociais” (p. 2)
• “a prevalencia da construção social ou conhecimento
(understanding) não é diretamente relacionada à sua
validade empírica” (p. 2)
• “conhecimentos socialmente construídos estão
relacionados a outras atividades sociais e não são
separáveis do resto da nossa vida social” (p. 2)
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8. Construcionismo Social na
Psicologia
▪ Gergen
• Conhecimento: proposições lingüísticas
• Saber sobre (saber que) versus saber como (Ryle, 1949)
• Comportamento verbal
• “conhecimento não é algo que as pessoas possuam
em algum lugar em suas cabeças, mas sim, algo que
as pessoas fazem juntas. Línguas são essencialmente
atividades compartilhadas” (Gergen, 1985, p. 270).
• Descontinuidade entre processos psicológicos e
processos de construção social
9. Construcionismo Social na
Psicologia
▪ Moscovici
• Representações sociais
• Processos sociais “frouxos”
• “(...) vivemos basicamente em ‘mundos
virtuais’” (Moscovici, 1987, p. 517)
• Racionalidade versus irracionalidade
• “Caráter objetivo”
10. Uma Análise Comportamental
do Conhecimento Social
▪ Saber como: fazer/agir
• Girar maçanetas de portas
▪ Saber sobre: comportamento verbal
• Lima... Peru...
▪ “Realidades socialmente construídas
existem apenas na medida em elas estão
em contato com contingências verbais” (p.
4)
12. Fontes de Controle do
Comportamento Verbal
▪ Comportamento verbal
• Mesmo princípios comportamentais
• Reforço, extinção, discriminação, etc...
• Propriedades especiais
• “comportamento reforçado através da
mediação de outras pessoas” (Skinner, 1947,
p. 14)
• Inerentemente um processo social
• Intraverbais, tatos e autoclíticos
13. Fontes de Controle do
Comportamento Verbal
▪ Intraverbais
• “comportamentos verbais que estão sob o
controle discriminativo de outras
palavras” (Skinner, 1957, p. 71).
• Consequências não-óbvias
• Di Giacomo (1980)
• Representações sociais de um movimento de
protesto
14. Fontes de Controle do
Comportamento Verbal
▪ Tatos
• “São descrições do ambiente, incluindo auto-
descrições (Skinner, 1957, p. 81; Stafford, Sundberg,
& Braam, 1988). Tatos são enunciados descritivos
sobre nós mesmos e sobre o ambiente, e estão sob o
controle de estímulos ambientais.” (p. 6)
▪ “A mudança de tatos para intraverbais é crucial
na manutenção de representações sociais, isto
é, quando o controle de estímulos muda do
ambiente para as palavras.” (p. 6)
15. Fontes de Controle do
Comportamento Verbal
▪ Conhecimento socialmente construído
• Fontes de controle dos tatos
• Consequências sociais generalizadas
• Ex.: aprovação, atenção, afeição e submissão
• Reforço intermitente
▪ Tatear na ausência de outras pessoas
▪ Sub-comunidades verbais
▪ Tatos distorcidos (intraverbais)
16. Fontes de Controle do
Comportamento Verbal
▪ “Em razão das comunidades verbais poderem
enviesar o tatear, consequências sociais
generalizadas são essenciais às abordagens
científicas sobre o mundo (Skinner, 1957).
Comportamento verbal científico não deveria ser
motivado por consequências específicas porque
isso o tornaria um relato enviesado. O relato
científico deveria ser mantido por consequências
mais gerais, em vez de ser reforçado por relatar
um “fato” em particular ou punir por relatar um
outro “fato” (Schnaitter, 1980).” (p. 7)
18. Fontes de Controle do
Comportamento Verbal
▪ Bases sociais do conhecimento construído
socialmente e das representações sociais
• “O comportamento verbal é efetivo somente através
de outras pessoas e, usualmente, ocorre somente na
presença de outras pessoas” (p. 7)
• “Certos comportamentos verbais podem ser mantidos
por pequenos grupos que funcionam como contextos
discriminativos para a produção desse
comportamento, mesmo inseridos em uma
comunidade verbal maior que mantém a língua como
um todo” (p. 7)
19. A Construção de ”Mundos
Virtuais”
▪ “Dissociação” do comportamento “verbal
do mundo real”
• “todos os tipos de ficção podem ser mantidas
por sub-comunidades que reforçam o
comportamento verbal” (p. 7)
• Origens:
• Reforçar relatos (tatos) incorretos do ambiente
• Reforçar intraverbais como se fosse tatos
• Consequências generalizadas demais (não
discriminativas)
20. A Construção de ”Mundos
Virtuais”
▪ Reforçar relatos (tatos) incorretos do
ambiente
• “(...) a definição de relato “correto” pode ser
controlada pelo grupo social (...) há um
elefante rosa na sala, e um grupo em
particular (ou peculiar?) possa reforçar este
comportamento como se fosse correto (...)
Outros grupos reforçam o relato da presença
de espíritos e fantasmas, e esse tipo de
comportamento pode ser mantido através de
consequências sociais (...)”. (p. 7)
21. A Construção de ”Mundos
Virtuais”
▪ Reforçamento de intraverbais como se eles
fossem tatos
• Exemplos do texto
• Reatores nucleares não são seguros
• O sistema mundial está à beira do colapso
• O vírus da AIDS foi criado em uma conspiração secreta
• Não houve experiência direta com os eventos
relatados – falamos o que ouvimos outras pessoas
falarem (ou algo que lemos)
• Somos (nossos comportamentos são) reforçados por
repeti-los em contextos verbais (sociais) particulares
22. A Construção de ”Mundos
Virtuais”
SD ⺷ R !
SRAlgo que ouviu/
leu
Ctp. Verbal Conseq. Sociais
Evento Ctp. Verbal Conseq. Sociais
intraverbal
tato
24. A Construção de ”Mundos
Virtuais”
▪ Conseqüências sociais desvinculadas do
controle ambiental direto (não social)
• “Por exemplo, eu poderia estar sentado em um bar
público dizendo à minha audiência, algo
desinteressada e intermitentemente atenciosa, que o
câncer é causado por tomar banho demais, e eles
poderiam ocasionalmente concordar e balançar suas
cabeças em sinal de aprovação, especialmente se o
mesmo é feito quando é a vez deles de falar. Neste
caso, a audiência pode reforçar comportamentos
verbais “fictícios” por meio de controle social “frouxo”.
” (p. 8)
25. A Construção de ”Mundos
Virtuais”
▪ “Embora a base ambiental de tais
comportamentos verbais possa ser fictícia
(elefantes rosa na sala), as contingências
envolvidas são reais, embora sociais.” (p.
8)
26. A Construção de ”Mundos
Virtuais”
▪ (1) O conhecimento socialmente construído é
fictício, mas não deveria ser considerado
irracional
• Racional: conseqüências funcionais são contingentes a um
tatear mais próximo do ambiente.
• “As pessoas produzindo tais comportamentos verbais
irracionais estão ainda assim agindo racionalmente
com relação a contingências sociais não óbvias, mas
parecem, entretanto, estar agindo irracionalmente
com relação ao ambiente não-social e ao controle de
estímulos normal.” (p. 8)
27. A Construção de ”Mundos
Virtuais”
▪ (2) (...) representações sociais mostram-se
enquanto realidade objetiva (...) (p.8)
• Forte controle de estímulos do ambiente
• “Quando o ambiente obviamente determina
nosso comportamento, dizemos que há uma
realidade objetiva: não podemos atravessar
paredes e isso faz parte de nossa realidade
objetiva.” (p. 8)
28. A Construção de ”Mundos
Virtuais”
▪ “No caso do conhecimento socialmente
construído, este parece ser objetivo porque as
conseqüências sociais (frequentemente
chamadas de “subjetivas”) são tão fortes para a
pessoa envolvida quanto qualquer controle
ambiental não-social. Os efeitos de dizer
palavras erradas no contexto errado podem
influenciar tão fortemente o comportamento
futuro de uma pessoa quanto atravessar
paredes.” (p. 8)
29. O quanto vivemos em mundos
virtuais?
▪ (3) (...) “conhecimento fictício é que
analistas do comportamento somente
consideram tal controle em casos
negativos de comportamento verbal mal
adaptado e nos seus tratamentos (...)”
30. O quanto vivemos em mundos
virtuais?
▪ “(...) o conhecimento socialmente
construído se desenvolve para “os grandes
enigmas da vida” (Moscovici, 1984, p.
941)” (p. 9)
• Pouco contato com contingências
• Reforço social ! torna
“familiar” (assemelham-se a tatos)
31. O quanto vivemos em mundos
virtuais?
▪ Prevalência do comportamento verbal
• Saber sobre
• Exemplo: Escola
• Aprender a falar sobre agir no ambiente versus aprender a
agir
• Mudança no controle de representações sociais
• Tamanho e coesão dos grupos sociais
• Mídia (ausência do grupo social (?))
– “Há o potencial para que comunidades sociais reforçadoras
existam somente na mídia e não em carne e osso.” (p. 10)
32. O que há de novo em uma abordagem
analítico-comportamental?
▪ “ (...) o que se ganha ao se colocar os
pontos majoritários do conhecimento
socialmente construído e das
representações sociais em termos
analítico-comportamentais? Tal exercício
somente tem utilidade se alguma coisa
nova em termos conceituais, empíricos e
metodológicos for ganha.” (p. 10)
33. Direções para a psicologia
social do conhecimento
▪ Novas formas de pensar e fazer experimentos
com fenômenos sociais
• Papel das consequências sociais
▪ Definição de comportamento verbal
• Além da fala e da escrita (arte, música, imaginação,
etc.)
▪ Novas disciplinas interpretativas não são
necessárias
▪ Delimitação do conhecimento socialmente
construído
34. Direções para a análise experimental
do comportamento social
▪ Pesquisa em Análise do Comportamento
• Controle não-social versus controle social
• governado por regras versus comportamento
governado por contingências
• Controle do comportamento verbal pelo comportamento
verbal (SDs e consequências verbais/sociais)
• Mudanças em representações sociais
• alterando intraverbais
• alterando a mediação social das conseqüências
• mudando as características do grupo social