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Prof. Wallasce Almeida Neves
Comportamento Verbal
Comportamento Verbal
Os estímulos ambientais sinalizam uma probabilidade, ou
seja, na presença de uma dada condição do ambiente, uma
dada resposta, se for emitida, terá uma maior probabilidade
de ser seguida por consequências reforçadoras. O nível
operante nos mostra também que as contingências de
seleção operante dão margem à variabilidade, uma vez que
a seleção pelas consequências é probabilística: “mas há
sempre um elemento de mistério na emissão de qualquer
resposta operante. Um estímulo nunca exerce controle
completo. Só é eficaz enquanto parte de um conjunto de
condições, que se acumulam até o ponto em que a resposta
é emitida. Há um intervalo de espera” (Skinner, 1968).
Comportamento Verbal
Linguagem é comportamento. Mas, quando
tentamos falar sobre isso, nosso vocabulário
cotidiano acaba atrapalhando. Por exemplo,
consideremos o termo comum palavra. Quando
falamos de palavras, raramente nos preocupamos
em distinguir as palavras faladas das palavras
escritas. Contudo, pronunciar uma palavra não é o
mesmo que escrevê-la, e as ações de falar e
escrever geralmente ocorrem em circunstâncias
diferentes.
Comportamento Verbal
As respostas verbais são distinguidas pelas ocasiões
nas quais elas ocorrem e pelas consequências que
produzem. Podem ser ocasionadas tanto por
estímulos verbais como por estímulos não-verbais e
podem ter consequências tanto verbais quanto não-
verbais. Por exemplo, uma criança poderia dizer
“maçã” tanto na presença da palavra escrita quanto
na presença da maçã real; como uma consequência
do dizer a palavra “maçã”, a criança poderia
receber uma réplica verbal, “certo”, ou a maçã
(fruta).
Comportamento Verbal
O comportamento verbal é essencialmente definido
pelo efeito sobre o comportamento do outro e,
portanto pelo seu caráter relacional (no caso, uma
relação social). Pode-se dizer que o comportamento
verbal é basicamente uma relação entre o ambiente
social, representado pelo outro, o ouvinte, e um
organismo vivo, o emitente.
Comportamento Verbal
O termo comportamento social pode sugerir uma contraposição com o que seria
“comportamento individual”, implicando que o modo como as pessoas agem,
pensam, falam, aprendem etc. e/ou os princípios explicativos em- pregados na
sua compreensão são diferentes em situações sociais e não sociais. É nesse
sentido que expressões como “aprendizagem social”, “cognição social”,
“dinâmica de grupo” e “fato social” são algumas vezes utilizadas. Para a Análise
do Comportamento, entretanto, os princípios e conceitos construídos
(principalmente) a partir do estudo do “comportamento individual” seriam
suficientes para lidar com o que é normalmente rotulado de “comportamento
social”. Esse último apresentaria características próprias (talvez singulares), mas
características que ainda podem ser descritas a partir dos mesmos fundamentos
filosóficos, teóricos, metodológicos e conceituais válidos para todo tipo de
comportamento.
Comportamento Verbal
O termo “comportamento social” só se justificaria para enfatizar certas
particularidades de um tipo ou subcategoria de comportamento (como
todo comportamento, necessariamente “individual”). Na Análise do
Comportamento, de fato, o termo tem sido utilizado sempre que uma
ação envolve a participação ou mediação de outra pessoa como ambiente
relevante para a ação analisada. O que pode ser aceito como
participação ou mediação, entretanto, ainda é objeto de discussão.
Adotaremos a proposta de Skinner, que toma comportamento social como
um tipo de comportamento operante e enfatiza o modo como suas
consequências (geradas por outro indivíduo) são produzidas por uma
classe de respostas.
Comportamento Verbal
A diferença básica entre o comportamento verbal e os
outros operantes (não verbais) está no fato de que o
comportamento verbal é um operante cujas consequências
não guardam relações mecânicas com a resposta a que são
contingencias. Essas consequências são providas através de
um ouvinte, cujo comportamento foi previamente treinado
por uma comunidade verbal.
O comportamento verbal, é portanto operante e é mantido
por consequências mediadas por um ouvinte que foi
especialmente treinado pela comunidade verbal para operar
como tal.
Comportamento Verbal
Dizemos que as palavras e as sentenças referem-se
a, lidam com, falam de, chamam a atenção para ou
falam sobre as coisas. A linguagem de referência
inclui implicitamente o direcionamento do
comportamento verbal para o ambiente.
Comportamento Verbal
Na análise funcional, a investigação da aquisição e
manutenção está voltada necessariamente para o
exame das contingências de reforço mantidas pela
comunidade verbal, buscando-se os determinantes
do comportamento nas interações entre falante e
ouvinte. O papel do ouvinte, nesse caso é
fundamental, diferentes auditórios controlam
diferentes repertórios verbais.
Comportamento Verbal
Se a linguagem transmite algo, esse algo é o próprio
comportamento verbal; na audição e na leitura,
nosso próprio comportamento recria alguns aspectos
do comportamento dos falantes e dos escritores, os
quais constituem nossa comunidade verbal.
Compartilhamos nosso comportamento verbal; ele
é, acima de tudo, um comportamento social.
Comportamento Verbal
Nossas comunidades verbais modelam as correspondências
entre as coisas e seus nomes, entre as palavras e suas
definições, entre o que fizemos e o que dissemos que
faríamos, entre o que prometemos e o que cumprimos, por
exemplo. A maneira pela qual aprendemos as
correspondências e as condições de sua manutenção podem
determinar como elas funcionam em nosso comportamento
verbal. Nossos primeiros exemplos consistem de algumas
relações verbais formais entre as classes vocais e as classes
escritas, porque esses casos são familiares e essas
correspondências estão bem definidas por nossa comunidade
verbal (Skinner, 1957).
Comportamento Verbal
Uma tarefa primordial da análise da linguagem é
classificar o comportamento verbal. Mas nossa
taxonomia deve ser funcional, e não estrutural ou
gramatical. Uma classificação gramatical das
palavras de uma sentença não nos diz sobre as
circunstâncias sob as quais a sentença foi produzida
ou as consequências que essa produção teve para
aquele que a produziu. Explicações funcionais do
comportamento verbal examinam o que as respostas
verbais fazem.
Comportamento Verbal
Para Chomsky (1959), a proposta de Skinner (1957) para a explicação do
comportamento verbal foi considerada muito limitada. Em sua Resenha o autor
afirmou que Skinner seria notado por suas contribuições ao estudo do
comportamento animal, contudo, no estudo do comportamento humano,
principalmente no caso do comportamento verbal, seu método e,
consequentemente, seu modelo explicativo não seriam capazes de alcançar todas
as complexidades do comportamento humano. Para Chomsky, Skinner em nada se
diferenciava dos seguidores do modelo SR: se as variáveis estudadas figuravam
exclusivamente no ambiente do organismo, o sujeito não teria qualquer tipo de
contribuição na emissão de suas próprias respostas, o que deveria ser
considerado como um contrassenso. Neste sentido, Chomsky considerou que
deveriam existir processos mentais que estavam inseridos entre os inputs
ambientais (termo usado pelo autor como equivalente ao termo skinneriano
estímulo) e os outputs (equivalente ao termo skinneriano resposta) por eles
produzidos.
Comportamento Verbal
Chomsky apontou dois problemas cruciais: 1) Os resultados obtidos em pesquisas
conduzidas no laboratório não poderiam ser considerados fora desse controle
rígido e 2) Os resultados obtidos com animais não humanos não deveriam ser
considerados, como fez Skinner, como sendo 'livres de restrição de espécies’ Para
Chomsky, o uso dos resultados obtidos com o estudo do comportamento animal
apenas demonstraria que a análise skinneriana careceria de um maior
conhecimento do comportamento humano complexo. Se os processos mentais,
que transformam os inputs ambientais em outputs comportamentais, fossem
conhecidos, então, ficaria claro que estes são diferentes entre humanos e outras
espécies. Segundo Chomsky, havia uma diferença crucial entre os processos
mentais humanos e de outras espécies animais (ou máquinas que pudessem ser
construídas pelos humanos), calcada, principalmente, na geratividade do
pensamento e da linguagem humana.
Comportamento Verbal
Chomsky não concordou com a definição skinneriana de que comportamento verbal
seria todo comportamento mantido por consequências mediadas por outro indivíduo.
Chomsky considerou que a definição de comportamento verbal, apresentada por
Skinner (1957) no Verbal Behavior, trazia inúmeras complicações para a teoria. Skinner
restringiu a definição de comportamento verbal ao comportamento mediado pela
ação de outro, sendo este outro devidamente condicionado a responder
adequadamente, fornecendo a consequência reforçadora ao comportamento do
falante. Nestes termos, Chomsky acreditou que o comportamento do ouvinte deveria
ser fruto de treino, ou seja, o ouvinte deveria ser devidamente exposto a um número
de situações para responder ao comportamento do falante, de forma eficaz. Se esta
afirmação fosse verdadeira, então como poderia ser possível que o ouvinte
respondesse adequadamente ao comportamento do falante em novas situações, nas
quais não existisse qualquer espécie de treino? Desta forma, grande parte dos
comportamentos linguísticos das situações cotidianas não poderia ser contemplada
pela definição restrita de comportamento verbal, pois em inúmeras situações novas,
comportamento verbal é emitido sem qualquer treino prévio
Comportamento Verbal
O argumento central nesses casos poderia ser assim
resumido: se um operante foi definido por ser uma classe de
respostas, as quais são mantidas pelas suas consequências,
como Skinner pretenderia explicar o fato de que as respostas
deveriam ser emitidas antes de serem reforçadas pela
primeira vez? É visível a mutabilidade e geratividade verbal
nos seres humanos como um fenômeno que, na opinião de
Chomsky (1968/2006) não poderia ser encontrado em
nenhuma outra espécie. Assim, seria nítido que respostas
novas são emitidas a todo o momento e são emitidas, em
muitos dos casos, pela primeira vez, ainda sem serem parte
de qualquer classe operante de comportamento.
Comportamento Verbal
Uma função verbal elementar é a reprodução do
comportamento verbal: repetimos o que os outros
dizem ou copiamos o que os outros escrevem. Desse
modo, nossos casos incluem a reprodução do
comportamento verbal em todas as quatro
combinações possíveis de estímulos falados ou
escritos e de respostas faladas ou escritas: de vocal
para vocal (comportamento ecoico), de escrito para
escrito (transcrição), de escrito para vocal
(comportamento textual) e de vocal para escrito
(ditado).
Comportamento Verbal
O comportamento ecoico não é definido pela
correspondência acústica; ele é definido pelas
correspondências das unidades fonéticas. Mas diferenças na
qualidade vocal e dialetos regionais são irrelevantes para a
questão de se o comportamento é ecoico; o critério para o
comportamento ecoico é a correspondência vocal de
unidades verbais, como fonemas e palavras. E por isso que a
duplicação de padrões de sons humanos por papagaios e
outros pássaros não é qualificada como comportamento
ecoico: suas duplicações são acústicas, e não fonéticas.
Comportamento Verbal
Uma explicação da seleção natural das unidades fonéticas do
comportamento verbal em um nível ontogenético. A seleção
é baseada em correspondências entre a língua já disponível
em uma comunidade verbal e as vocalizações de uma criança
que é aprendiz da língua. Assim, ela também cria
oportunidade para a transmissão de comportamento verbal
no nível cultural (neste caso, de uma geração de falantes
para a próxima). uma vez que as articulações vocais possam
ser modeladas e a criança possa ouvir as consequências
dessas articulações, as condições mínimas para a seleção
ontogenética de unidades vocais estão implantadas.
Comportamento Verbal
Conceitos:
Em linguística, um fonema é a menor unidade sonora de uma
língua. São sons que, articulados e combinados, constituem as
sílabas, as palavras e a frase, na comunicação oral. Um fonema é
o som produzido pelos falantes de uma determinada língua,
representando as unidades sonoras e formando as palavras. A
fonologia é a ciência que estuda as funções dos fonemas na língua.
A fonética é o estudo da acústica e fisiologia da produção,
percepção e sons da fala. Ela analisa os sons em sua realização
concreta, na forma como as consoantes e vogais são pronunciadas.
Acústica é a uma área de estudo da Física que estuda todos os
aspectos relacionados às ondas mecânicas, como o som, o
ultrassom e as vibrações que se propagam em meios físicos
diversos.
Comportamento Verbal - Transcrição
A transcrição difere da cópia no sentido pictórico. Um hábil
calígrafo asiático não familiarizado com o alfabeto europeu,
em que um texto é impresso, poderia produzir uma cópia
exata, mas essa cópia não seria verbal. A distinção baseia-se
nas unidades comportamentais dos dois tipos de cópia. As
características críticas da cópia do calígrafo são as
propriedades geométricas das letras do texto e das marcas
produzidas pelos traços do calígrafo; as características
críticas da transcrição são as unidades verbais (letras,
palavras e frases) do texto original e de sua cópia.
Visualmente, a cópia do calígrafo poderia parecer mais com
o original do que com uma cópia manuscrita por um falante
da língua, mas apenas a última conta como transcrição.
Comportamento Verbal
Exceto por suas respectivas modalidades vocal e escrita, o
comportamento ecoico e a transcrição são formalmente
similares. As crianças, geralmente adquirem cedo o
comportamento ecoico, mesmo sem instrução específica,
mas gastam algum tempo fazendo isso. Geralmente elas não
adquirem a transcrição, a menos que sejam explicitamente
ensinadas. A relativa facilidade com que um ou outro são
aprendidos não nos fornece base para supor que um seja
mais simples do que o outro. A transcrição pura
provavelmente seja rara. Ocorre apenas quando a
transcrição não é acompanhada por outro comportamento,
como respostas ao significado do texto.
Comportamento Verbal - Textual
Quando um estímulo verbal escrito estabelece a ocasião para
uma resposta vocal correspondente, o comportamento é
textual. Assim, você poderia dizer em voz alta o conteúdo
de um cardápio ou ler uma história para fazer uma criança
dormir. No comportamento textual, a correspondência
arbitrária entre os estímulos e as respostas verbais é mais
óbvia do que no comportamento ecoico ou na transcrição,
porque os estímulos e as respostas estão em modalidades
diferentes. Uma palavra escrita é um estímulo visual; não
tem som. Uma palavra falada é um estímulo auditivo; não
tem forma.
Comportamento Verbal
Podemos pensar em exemplos em que não há compreensão
na leitura, um caso puro de comportamento textual. O
vocabulário coloquial não distingue entre a leitura, que é
simplesmente o ato de pronunciar as palavras de uma
página, e o tipo de comportamento que chamamos de leitura
com compreensão. Eventualmente, a maioria de nós
encontra em si mesmo exemplos de passar por uma página e
não ser capaz de dizer o conteúdo dos últimos dois
parágrafos. Tais experiências são a evidência para a
importância dessas distinções. A leitura com compreensão
inclui outros comportamentos com ou sem fala vocal ou
subvocal, assim ela é mais do que simplesmente um
comportamento textual.
Comportamento Verbal - Ditado
Assim como um estímulo escrito pode estabelecer a ocasião
para uma resposta vocal, um estímulo vocal pode
estabelecer a ocasião para uma resposta escrita. Essa classe
de comportamento verbal é chamada de ditado. o
comportamento textual e o ditado são formalmente
similares, e ambos podem ser acompanhados por outros tipos
de comportamento verbal ocasionados pelos estímulos
verbais.
Comportamento Verbal
Como acontece com o comportamento textual, o
ditado envolve estímulos e respostas de
modalidades diferentes. Algumas de suas
propriedades especiais resultam do registro
relativamente permanente produzido no texto
escrito. As ocasiões para o ditado são mais limitadas
do que para o comportamento textual, porque, ao
contrário do nosso aparato vocal, os instrumentos
para a escrita não são parte da nossa anatomia.
Comportamento Verbal
Ensinar a ler e a escrever é ensinar equivalências entre as
modalidades vocal e escrita do comportamento verbal. Nosso
vocabulário cotidiano obscurece essas distinções, talvez
porque tais equivalências não sejam facilmente
estabelecidas nos humanos, ou talvez porque o ensino da
língua seja planejado para eliminá-las, ou talvez ambas as
coisas. De qualquer maneira, as relações estão resumidas na
figura que segue.
Comportamento Verbal
No comportamento intraverbal, um estímulo verbal
estabelece a ocasião para outra resposta verbal. A relação
entre um estímulo e uma resposta é arbitrária; não há
nenhuma correspondência sistemática entre eles.
Comportamento Verbal
Associações de palavras podem se basear em várias palavras
como estímulo, em vez de em palavras individuais. Tais
sequências são a base para a construção de diferentes
ordens de aproximação no inglês. Por exemplo, suponhamos
que você seja solicitado a completar uma sentença, dadas as
primeiras três palavras. A primeira das três palavras é então
suprimida, e as duas palavras restantes, adicionadas de uma
nova palavra, são apresentadas para alguém, que agora gera
uma sentença que continue aquelas três palavras.
Novamente, a primeira palavra é suprimida, e as próximas
três palavras restantes são apresentadas para um outro
participante, e assim por diante. Um exemplo de texto
produzido desta forma é
Comportamento Verbal
Em sua forma mais simples, o comportamento intraverbal tem sido o
foco de muitas pesquisas sobre a aprendizagem verbal humana, talvez
por causa da facilidade com que os materiais verbais podem ser
manipulados como estímulos. Os experimentos clássicos de Ebbinghaus
(1885) estavam especialmente interessados na aprendizagem de
combinações verbais arbitrárias. Ebbingghaus criou sílabas sem sentido
para que a experiência verbal prévia não contaminasse a aprendizagem.
A aprendizagem de pares associados (aprendizagem de pares de palavras)
e a aprendizagem serial (aprendizagem de listas ordenadas, como
aprender a contar) representam casos puros de comportamento
intraverbal. O comportamento intraverbal está envolvido apenas em
casos em que as partes sucessivas de uma expressão servem como
estímulos discriminativos para as partes subsequentes.
Comportamento Verbal
Ebbinghaus (1885) e Miller (1956) foram alguns dos investigadores desse
tema, eles perceberam que um indivíduo consegue evocar uma série de
até 7 elementos sendo eles apresentados uma únicas vez, para mais
elementos, estes deveriam ser apresentados duas ou mais vezes.
Podemos aventar um exemplo desse processo, números de telefones com
mais que 7 elementos são normalmente citados em pequenos grupos (de
dois em dois ou de quatro em quatro, por ex.).
Na tarefa de Pares Associados (Paired Associates) os estudos são na
associação de dois itens, estimulo e resposta. Os itens são apresentados
ao sujeito nesta associação e posteriormente apenas o item “estimulo” é
apresentado novamente e o sujeito deve evocar a resposta. As situações
cotidianas que este tipo de tarefa aparece podem ser, o aprendizado de
uma língua estrangeira, a associação entre o rosto e o nome de uma
pessoa, o nome e um numero de telefone, países e suas capitais, etc.
Comportamento verbal - Tacto
As audiências são importantes para a criação e manutenção de tactos, mas elas
não são critérios para a relação de tato. O tatear pode ser modificado por
variáveis de audiência e por consequências. mas essas variáveis não definem o
tatear. As bicadas do pombo na presença do vermelho. azul e verde são formas
relativamente simples do responder discriminativo, mas toda vez que o ambiente
ocasiona o que dizemos, o controle de estímulo desempenha um papel em nosso
comportamento verbal
Comportamento Verbal
O mando é uma categoria de operantes verbais que as pessoas emitem
quando dão ordens, fazem pedidos, formulam perguntas, dão conselhos,
mencionam (tateiam) os reforçadores de que estão privados. Os
repertórios de mando são instalados em situações nas quais esses
operantes verbais, uma vez emitidos - sob privação ou estimulação
aversiva - são seguidos de uma consequência reforçadora que reduz essa
privação específica ou elimina a estimulação aversiva.
Mandar (ou comportamento de mando) : são respostas verbais, vocais ou
motoras, controladas por eventos encobertos, ligados a estados
motivacionais ou afetivos e mantidas por consequências que reduzam a
privação geradora dos quadros motivacionais antecedentes. As
consequências, é claro, são providas por meio de um ouvinte; a resposta
deve manter identidade funcional com o comportamento do ouvinte, na
medida em que explicita os reforçadores a serem providos.
Comportamento Verbal
Na Terapia Comportamental, que se baseia nos princípios da Análise do
Comportamento, considera-se que os eventos privados são
comportamentos encobertos. No entanto, deve-se lembrar, como diz
Skinner (1967), que "não há necessidade de supor que os eventos que
acontecem sob a pele de um organismo tenham, por essa razão,
propriedades especiais. Pode-se distinguir um evento privado por sua
acessibilidade limitada mas não, pelo que sabemos, por qualquer
estrutura ou natureza especiais" . Os comportamentos encobertos são
atividades de um organismo. Sonhar, pensar, sentir, intuir são
comportamentos e como tais não precisam nem devem ser considerados
como eventos mentais ou cognitivos. Considerá-los como mentais ou
mesmo de uma natureza diferente dos comportamentos observáveis
pressuporia a crença em uma mente ou psique, o que não faz parte da
proposta do behaviorismo radical.

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  • 1. Faculdades Doctum Prof. Wallasce Almeida Neves Comportamento Verbal
  • 2. Comportamento Verbal Os estímulos ambientais sinalizam uma probabilidade, ou seja, na presença de uma dada condição do ambiente, uma dada resposta, se for emitida, terá uma maior probabilidade de ser seguida por consequências reforçadoras. O nível operante nos mostra também que as contingências de seleção operante dão margem à variabilidade, uma vez que a seleção pelas consequências é probabilística: “mas há sempre um elemento de mistério na emissão de qualquer resposta operante. Um estímulo nunca exerce controle completo. Só é eficaz enquanto parte de um conjunto de condições, que se acumulam até o ponto em que a resposta é emitida. Há um intervalo de espera” (Skinner, 1968).
  • 3. Comportamento Verbal Linguagem é comportamento. Mas, quando tentamos falar sobre isso, nosso vocabulário cotidiano acaba atrapalhando. Por exemplo, consideremos o termo comum palavra. Quando falamos de palavras, raramente nos preocupamos em distinguir as palavras faladas das palavras escritas. Contudo, pronunciar uma palavra não é o mesmo que escrevê-la, e as ações de falar e escrever geralmente ocorrem em circunstâncias diferentes.
  • 4. Comportamento Verbal As respostas verbais são distinguidas pelas ocasiões nas quais elas ocorrem e pelas consequências que produzem. Podem ser ocasionadas tanto por estímulos verbais como por estímulos não-verbais e podem ter consequências tanto verbais quanto não- verbais. Por exemplo, uma criança poderia dizer “maçã” tanto na presença da palavra escrita quanto na presença da maçã real; como uma consequência do dizer a palavra “maçã”, a criança poderia receber uma réplica verbal, “certo”, ou a maçã (fruta).
  • 5. Comportamento Verbal O comportamento verbal é essencialmente definido pelo efeito sobre o comportamento do outro e, portanto pelo seu caráter relacional (no caso, uma relação social). Pode-se dizer que o comportamento verbal é basicamente uma relação entre o ambiente social, representado pelo outro, o ouvinte, e um organismo vivo, o emitente.
  • 6. Comportamento Verbal O termo comportamento social pode sugerir uma contraposição com o que seria “comportamento individual”, implicando que o modo como as pessoas agem, pensam, falam, aprendem etc. e/ou os princípios explicativos em- pregados na sua compreensão são diferentes em situações sociais e não sociais. É nesse sentido que expressões como “aprendizagem social”, “cognição social”, “dinâmica de grupo” e “fato social” são algumas vezes utilizadas. Para a Análise do Comportamento, entretanto, os princípios e conceitos construídos (principalmente) a partir do estudo do “comportamento individual” seriam suficientes para lidar com o que é normalmente rotulado de “comportamento social”. Esse último apresentaria características próprias (talvez singulares), mas características que ainda podem ser descritas a partir dos mesmos fundamentos filosóficos, teóricos, metodológicos e conceituais válidos para todo tipo de comportamento.
  • 7. Comportamento Verbal O termo “comportamento social” só se justificaria para enfatizar certas particularidades de um tipo ou subcategoria de comportamento (como todo comportamento, necessariamente “individual”). Na Análise do Comportamento, de fato, o termo tem sido utilizado sempre que uma ação envolve a participação ou mediação de outra pessoa como ambiente relevante para a ação analisada. O que pode ser aceito como participação ou mediação, entretanto, ainda é objeto de discussão. Adotaremos a proposta de Skinner, que toma comportamento social como um tipo de comportamento operante e enfatiza o modo como suas consequências (geradas por outro indivíduo) são produzidas por uma classe de respostas.
  • 8. Comportamento Verbal A diferença básica entre o comportamento verbal e os outros operantes (não verbais) está no fato de que o comportamento verbal é um operante cujas consequências não guardam relações mecânicas com a resposta a que são contingencias. Essas consequências são providas através de um ouvinte, cujo comportamento foi previamente treinado por uma comunidade verbal. O comportamento verbal, é portanto operante e é mantido por consequências mediadas por um ouvinte que foi especialmente treinado pela comunidade verbal para operar como tal.
  • 9. Comportamento Verbal Dizemos que as palavras e as sentenças referem-se a, lidam com, falam de, chamam a atenção para ou falam sobre as coisas. A linguagem de referência inclui implicitamente o direcionamento do comportamento verbal para o ambiente.
  • 10. Comportamento Verbal Na análise funcional, a investigação da aquisição e manutenção está voltada necessariamente para o exame das contingências de reforço mantidas pela comunidade verbal, buscando-se os determinantes do comportamento nas interações entre falante e ouvinte. O papel do ouvinte, nesse caso é fundamental, diferentes auditórios controlam diferentes repertórios verbais.
  • 11. Comportamento Verbal Se a linguagem transmite algo, esse algo é o próprio comportamento verbal; na audição e na leitura, nosso próprio comportamento recria alguns aspectos do comportamento dos falantes e dos escritores, os quais constituem nossa comunidade verbal. Compartilhamos nosso comportamento verbal; ele é, acima de tudo, um comportamento social.
  • 12. Comportamento Verbal Nossas comunidades verbais modelam as correspondências entre as coisas e seus nomes, entre as palavras e suas definições, entre o que fizemos e o que dissemos que faríamos, entre o que prometemos e o que cumprimos, por exemplo. A maneira pela qual aprendemos as correspondências e as condições de sua manutenção podem determinar como elas funcionam em nosso comportamento verbal. Nossos primeiros exemplos consistem de algumas relações verbais formais entre as classes vocais e as classes escritas, porque esses casos são familiares e essas correspondências estão bem definidas por nossa comunidade verbal (Skinner, 1957).
  • 13. Comportamento Verbal Uma tarefa primordial da análise da linguagem é classificar o comportamento verbal. Mas nossa taxonomia deve ser funcional, e não estrutural ou gramatical. Uma classificação gramatical das palavras de uma sentença não nos diz sobre as circunstâncias sob as quais a sentença foi produzida ou as consequências que essa produção teve para aquele que a produziu. Explicações funcionais do comportamento verbal examinam o que as respostas verbais fazem.
  • 14. Comportamento Verbal Para Chomsky (1959), a proposta de Skinner (1957) para a explicação do comportamento verbal foi considerada muito limitada. Em sua Resenha o autor afirmou que Skinner seria notado por suas contribuições ao estudo do comportamento animal, contudo, no estudo do comportamento humano, principalmente no caso do comportamento verbal, seu método e, consequentemente, seu modelo explicativo não seriam capazes de alcançar todas as complexidades do comportamento humano. Para Chomsky, Skinner em nada se diferenciava dos seguidores do modelo SR: se as variáveis estudadas figuravam exclusivamente no ambiente do organismo, o sujeito não teria qualquer tipo de contribuição na emissão de suas próprias respostas, o que deveria ser considerado como um contrassenso. Neste sentido, Chomsky considerou que deveriam existir processos mentais que estavam inseridos entre os inputs ambientais (termo usado pelo autor como equivalente ao termo skinneriano estímulo) e os outputs (equivalente ao termo skinneriano resposta) por eles produzidos.
  • 15. Comportamento Verbal Chomsky apontou dois problemas cruciais: 1) Os resultados obtidos em pesquisas conduzidas no laboratório não poderiam ser considerados fora desse controle rígido e 2) Os resultados obtidos com animais não humanos não deveriam ser considerados, como fez Skinner, como sendo 'livres de restrição de espécies’ Para Chomsky, o uso dos resultados obtidos com o estudo do comportamento animal apenas demonstraria que a análise skinneriana careceria de um maior conhecimento do comportamento humano complexo. Se os processos mentais, que transformam os inputs ambientais em outputs comportamentais, fossem conhecidos, então, ficaria claro que estes são diferentes entre humanos e outras espécies. Segundo Chomsky, havia uma diferença crucial entre os processos mentais humanos e de outras espécies animais (ou máquinas que pudessem ser construídas pelos humanos), calcada, principalmente, na geratividade do pensamento e da linguagem humana.
  • 16. Comportamento Verbal Chomsky não concordou com a definição skinneriana de que comportamento verbal seria todo comportamento mantido por consequências mediadas por outro indivíduo. Chomsky considerou que a definição de comportamento verbal, apresentada por Skinner (1957) no Verbal Behavior, trazia inúmeras complicações para a teoria. Skinner restringiu a definição de comportamento verbal ao comportamento mediado pela ação de outro, sendo este outro devidamente condicionado a responder adequadamente, fornecendo a consequência reforçadora ao comportamento do falante. Nestes termos, Chomsky acreditou que o comportamento do ouvinte deveria ser fruto de treino, ou seja, o ouvinte deveria ser devidamente exposto a um número de situações para responder ao comportamento do falante, de forma eficaz. Se esta afirmação fosse verdadeira, então como poderia ser possível que o ouvinte respondesse adequadamente ao comportamento do falante em novas situações, nas quais não existisse qualquer espécie de treino? Desta forma, grande parte dos comportamentos linguísticos das situações cotidianas não poderia ser contemplada pela definição restrita de comportamento verbal, pois em inúmeras situações novas, comportamento verbal é emitido sem qualquer treino prévio
  • 17. Comportamento Verbal O argumento central nesses casos poderia ser assim resumido: se um operante foi definido por ser uma classe de respostas, as quais são mantidas pelas suas consequências, como Skinner pretenderia explicar o fato de que as respostas deveriam ser emitidas antes de serem reforçadas pela primeira vez? É visível a mutabilidade e geratividade verbal nos seres humanos como um fenômeno que, na opinião de Chomsky (1968/2006) não poderia ser encontrado em nenhuma outra espécie. Assim, seria nítido que respostas novas são emitidas a todo o momento e são emitidas, em muitos dos casos, pela primeira vez, ainda sem serem parte de qualquer classe operante de comportamento.
  • 18. Comportamento Verbal Uma função verbal elementar é a reprodução do comportamento verbal: repetimos o que os outros dizem ou copiamos o que os outros escrevem. Desse modo, nossos casos incluem a reprodução do comportamento verbal em todas as quatro combinações possíveis de estímulos falados ou escritos e de respostas faladas ou escritas: de vocal para vocal (comportamento ecoico), de escrito para escrito (transcrição), de escrito para vocal (comportamento textual) e de vocal para escrito (ditado).
  • 19. Comportamento Verbal O comportamento ecoico não é definido pela correspondência acústica; ele é definido pelas correspondências das unidades fonéticas. Mas diferenças na qualidade vocal e dialetos regionais são irrelevantes para a questão de se o comportamento é ecoico; o critério para o comportamento ecoico é a correspondência vocal de unidades verbais, como fonemas e palavras. E por isso que a duplicação de padrões de sons humanos por papagaios e outros pássaros não é qualificada como comportamento ecoico: suas duplicações são acústicas, e não fonéticas.
  • 20. Comportamento Verbal Uma explicação da seleção natural das unidades fonéticas do comportamento verbal em um nível ontogenético. A seleção é baseada em correspondências entre a língua já disponível em uma comunidade verbal e as vocalizações de uma criança que é aprendiz da língua. Assim, ela também cria oportunidade para a transmissão de comportamento verbal no nível cultural (neste caso, de uma geração de falantes para a próxima). uma vez que as articulações vocais possam ser modeladas e a criança possa ouvir as consequências dessas articulações, as condições mínimas para a seleção ontogenética de unidades vocais estão implantadas.
  • 21. Comportamento Verbal Conceitos: Em linguística, um fonema é a menor unidade sonora de uma língua. São sons que, articulados e combinados, constituem as sílabas, as palavras e a frase, na comunicação oral. Um fonema é o som produzido pelos falantes de uma determinada língua, representando as unidades sonoras e formando as palavras. A fonologia é a ciência que estuda as funções dos fonemas na língua. A fonética é o estudo da acústica e fisiologia da produção, percepção e sons da fala. Ela analisa os sons em sua realização concreta, na forma como as consoantes e vogais são pronunciadas. Acústica é a uma área de estudo da Física que estuda todos os aspectos relacionados às ondas mecânicas, como o som, o ultrassom e as vibrações que se propagam em meios físicos diversos.
  • 22. Comportamento Verbal - Transcrição A transcrição difere da cópia no sentido pictórico. Um hábil calígrafo asiático não familiarizado com o alfabeto europeu, em que um texto é impresso, poderia produzir uma cópia exata, mas essa cópia não seria verbal. A distinção baseia-se nas unidades comportamentais dos dois tipos de cópia. As características críticas da cópia do calígrafo são as propriedades geométricas das letras do texto e das marcas produzidas pelos traços do calígrafo; as características críticas da transcrição são as unidades verbais (letras, palavras e frases) do texto original e de sua cópia. Visualmente, a cópia do calígrafo poderia parecer mais com o original do que com uma cópia manuscrita por um falante da língua, mas apenas a última conta como transcrição.
  • 23. Comportamento Verbal Exceto por suas respectivas modalidades vocal e escrita, o comportamento ecoico e a transcrição são formalmente similares. As crianças, geralmente adquirem cedo o comportamento ecoico, mesmo sem instrução específica, mas gastam algum tempo fazendo isso. Geralmente elas não adquirem a transcrição, a menos que sejam explicitamente ensinadas. A relativa facilidade com que um ou outro são aprendidos não nos fornece base para supor que um seja mais simples do que o outro. A transcrição pura provavelmente seja rara. Ocorre apenas quando a transcrição não é acompanhada por outro comportamento, como respostas ao significado do texto.
  • 24. Comportamento Verbal - Textual Quando um estímulo verbal escrito estabelece a ocasião para uma resposta vocal correspondente, o comportamento é textual. Assim, você poderia dizer em voz alta o conteúdo de um cardápio ou ler uma história para fazer uma criança dormir. No comportamento textual, a correspondência arbitrária entre os estímulos e as respostas verbais é mais óbvia do que no comportamento ecoico ou na transcrição, porque os estímulos e as respostas estão em modalidades diferentes. Uma palavra escrita é um estímulo visual; não tem som. Uma palavra falada é um estímulo auditivo; não tem forma.
  • 25. Comportamento Verbal Podemos pensar em exemplos em que não há compreensão na leitura, um caso puro de comportamento textual. O vocabulário coloquial não distingue entre a leitura, que é simplesmente o ato de pronunciar as palavras de uma página, e o tipo de comportamento que chamamos de leitura com compreensão. Eventualmente, a maioria de nós encontra em si mesmo exemplos de passar por uma página e não ser capaz de dizer o conteúdo dos últimos dois parágrafos. Tais experiências são a evidência para a importância dessas distinções. A leitura com compreensão inclui outros comportamentos com ou sem fala vocal ou subvocal, assim ela é mais do que simplesmente um comportamento textual.
  • 26. Comportamento Verbal - Ditado Assim como um estímulo escrito pode estabelecer a ocasião para uma resposta vocal, um estímulo vocal pode estabelecer a ocasião para uma resposta escrita. Essa classe de comportamento verbal é chamada de ditado. o comportamento textual e o ditado são formalmente similares, e ambos podem ser acompanhados por outros tipos de comportamento verbal ocasionados pelos estímulos verbais.
  • 27. Comportamento Verbal Como acontece com o comportamento textual, o ditado envolve estímulos e respostas de modalidades diferentes. Algumas de suas propriedades especiais resultam do registro relativamente permanente produzido no texto escrito. As ocasiões para o ditado são mais limitadas do que para o comportamento textual, porque, ao contrário do nosso aparato vocal, os instrumentos para a escrita não são parte da nossa anatomia.
  • 28. Comportamento Verbal Ensinar a ler e a escrever é ensinar equivalências entre as modalidades vocal e escrita do comportamento verbal. Nosso vocabulário cotidiano obscurece essas distinções, talvez porque tais equivalências não sejam facilmente estabelecidas nos humanos, ou talvez porque o ensino da língua seja planejado para eliminá-las, ou talvez ambas as coisas. De qualquer maneira, as relações estão resumidas na figura que segue.
  • 29.
  • 30. Comportamento Verbal No comportamento intraverbal, um estímulo verbal estabelece a ocasião para outra resposta verbal. A relação entre um estímulo e uma resposta é arbitrária; não há nenhuma correspondência sistemática entre eles.
  • 31. Comportamento Verbal Associações de palavras podem se basear em várias palavras como estímulo, em vez de em palavras individuais. Tais sequências são a base para a construção de diferentes ordens de aproximação no inglês. Por exemplo, suponhamos que você seja solicitado a completar uma sentença, dadas as primeiras três palavras. A primeira das três palavras é então suprimida, e as duas palavras restantes, adicionadas de uma nova palavra, são apresentadas para alguém, que agora gera uma sentença que continue aquelas três palavras. Novamente, a primeira palavra é suprimida, e as próximas três palavras restantes são apresentadas para um outro participante, e assim por diante. Um exemplo de texto produzido desta forma é
  • 32. Comportamento Verbal Em sua forma mais simples, o comportamento intraverbal tem sido o foco de muitas pesquisas sobre a aprendizagem verbal humana, talvez por causa da facilidade com que os materiais verbais podem ser manipulados como estímulos. Os experimentos clássicos de Ebbinghaus (1885) estavam especialmente interessados na aprendizagem de combinações verbais arbitrárias. Ebbingghaus criou sílabas sem sentido para que a experiência verbal prévia não contaminasse a aprendizagem. A aprendizagem de pares associados (aprendizagem de pares de palavras) e a aprendizagem serial (aprendizagem de listas ordenadas, como aprender a contar) representam casos puros de comportamento intraverbal. O comportamento intraverbal está envolvido apenas em casos em que as partes sucessivas de uma expressão servem como estímulos discriminativos para as partes subsequentes.
  • 33. Comportamento Verbal Ebbinghaus (1885) e Miller (1956) foram alguns dos investigadores desse tema, eles perceberam que um indivíduo consegue evocar uma série de até 7 elementos sendo eles apresentados uma únicas vez, para mais elementos, estes deveriam ser apresentados duas ou mais vezes. Podemos aventar um exemplo desse processo, números de telefones com mais que 7 elementos são normalmente citados em pequenos grupos (de dois em dois ou de quatro em quatro, por ex.). Na tarefa de Pares Associados (Paired Associates) os estudos são na associação de dois itens, estimulo e resposta. Os itens são apresentados ao sujeito nesta associação e posteriormente apenas o item “estimulo” é apresentado novamente e o sujeito deve evocar a resposta. As situações cotidianas que este tipo de tarefa aparece podem ser, o aprendizado de uma língua estrangeira, a associação entre o rosto e o nome de uma pessoa, o nome e um numero de telefone, países e suas capitais, etc.
  • 34. Comportamento verbal - Tacto As audiências são importantes para a criação e manutenção de tactos, mas elas não são critérios para a relação de tato. O tatear pode ser modificado por variáveis de audiência e por consequências. mas essas variáveis não definem o tatear. As bicadas do pombo na presença do vermelho. azul e verde são formas relativamente simples do responder discriminativo, mas toda vez que o ambiente ocasiona o que dizemos, o controle de estímulo desempenha um papel em nosso comportamento verbal
  • 35. Comportamento Verbal O mando é uma categoria de operantes verbais que as pessoas emitem quando dão ordens, fazem pedidos, formulam perguntas, dão conselhos, mencionam (tateiam) os reforçadores de que estão privados. Os repertórios de mando são instalados em situações nas quais esses operantes verbais, uma vez emitidos - sob privação ou estimulação aversiva - são seguidos de uma consequência reforçadora que reduz essa privação específica ou elimina a estimulação aversiva. Mandar (ou comportamento de mando) : são respostas verbais, vocais ou motoras, controladas por eventos encobertos, ligados a estados motivacionais ou afetivos e mantidas por consequências que reduzam a privação geradora dos quadros motivacionais antecedentes. As consequências, é claro, são providas por meio de um ouvinte; a resposta deve manter identidade funcional com o comportamento do ouvinte, na medida em que explicita os reforçadores a serem providos.
  • 36. Comportamento Verbal Na Terapia Comportamental, que se baseia nos princípios da Análise do Comportamento, considera-se que os eventos privados são comportamentos encobertos. No entanto, deve-se lembrar, como diz Skinner (1967), que "não há necessidade de supor que os eventos que acontecem sob a pele de um organismo tenham, por essa razão, propriedades especiais. Pode-se distinguir um evento privado por sua acessibilidade limitada mas não, pelo que sabemos, por qualquer estrutura ou natureza especiais" . Os comportamentos encobertos são atividades de um organismo. Sonhar, pensar, sentir, intuir são comportamentos e como tais não precisam nem devem ser considerados como eventos mentais ou cognitivos. Considerá-los como mentais ou mesmo de uma natureza diferente dos comportamentos observáveis pressuporia a crença em uma mente ou psique, o que não faz parte da proposta do behaviorismo radical.