Desengane-se o peregrino que pensa que o Caminho (Central) Português de Santiago passava por estas paragens. O Caminho vindo do Porto passava por onde é hoje a Via Norte, passando ao lado da Quinta do Chantre e daí até Moreira da Maia. Mas o Mosteiro de Leça do Balio cumpriu a sua parte da história na rota jacobea ao albergar mas sobretudo tratar os peregrinos que rumavam à tumba sagrada do Apóstolo Santiago, lá onde termina o Caminho das Estrelas.
Artur Filipe dos Santos
artursantosdocente@gmail.com
www.artursantos.no.sapo.pt
www.politicsandflags.wordpress.com
www.omeucaminhodesantiago.wordpress.com
Artur Filipe dos Santos, Doutorado em Comunicação, Publicidade Relações Públicas e Protocolo, pela Universidade de Vigo, Galiza, Espanha, Professor Universitário, consultor e investigador em Comunicação Institucional e Património, Protocolista, Sociólogo.
Director Académico e Professor Titular na Universidade Sénior Contemporânea, membro da Direção do OIDECOM-Observatório Iberoamericano de Investigação e Desenvolvimento em Comunicação, membro da APEP-Associacao Portuguesa de Estudos de Protocolo.Membro do ICOMOS (International Counsil on Monuments and Sites), consultor da UNESCO para o Património Mundial, membro do Grupo de Investigação em Comunicação (ICOM-X1) da Faculdade de Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo, membro do Grupo de Investigação em Turismo e Comunicação da Universidade de Westminster. Professor convidado das Escola Superior de Saúde do Insttuto Piaget (Portugal).Orador e palestrante convidado em várias instituições de ensino superior. Formador em Networking e Sales Communication no Network Group +Negócio Portugal.
Especialista nos Caminhos de Santiago, aborda esta temática em várias instituições de ensino e em várias organizações culturais.
A Universidade Sénior
Contemporânea
Web: www.usc.no.sapo.pt
Email: usc@sapo.pt
Edições online: www.edicoesuscontemporanea.webnode.com
A Universidade Sénior Contemporânea é uma instituição vocacionada para a ocupação de tempos livres dos indivíduos que se sintam motivados para a aprendizagem constante de diversas matérias teóricas e práticas,adquirindo conhecimentos em múltiplas áreas, como línguas, ciências sociais, saúde, informática, internet, dança, teatro, entre outras, tendo ainda a oportunidade de participação em actividades como o Grupo de Teatro, Coro da USC, USC Web TV, conferências, colóquios, visitas de estudo. Desenvolve manuais didáticos das próprias cadeiras lecionadas(23), acessivéis a séniores, estudantes e profissionais através de livraria online.
1. Coleção de Manuais da Universidade
Sénior Contemporânea
Cadeira de
HISTÓRIA DO PORTO
Professor Doutor
Artur Filipe dos Santos
2. MOSTEIRO DE LEÇA DO BALIO
e o Caminho Português de Santiago
Artur Filipe dos Santos - Caminho de Santiago
2
Coleção de Manuais da Universidade
Sénior Contemporânea
3. AUTOR
Artur Filipe dos Santos
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• Artur Filipe dos Santos, Doutorado em Comunicação, Publicidade Relações Públicas e
Protocolo, pela Universidade de Vigo, Galiza, Espanha, Professor Universitário, consultor e
investigador em Comunicação Institucional e Património, Protocolista, Sociólogo.
• Director Académico e Professor Titular na Universidade Sénior Contemporânea, membro da
Direção do OIDECOM-Observatório Iberoamericano de Investigação e Desenvolvimento em
Comunicação, membro da APEP-Associacao Portuguesa de Estudos de Protocolo.
Membro do ICOMOS (International Counsil on Monuments and Sites), consultor da UNESCO
para o Património Mundial, membro do Grupo de Investigação em Comunicação (ICOM-X1)
da Faculdade de Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo, membro do
Grupo de Investigação em Turismo e Comunicação da Universidade de Westminster.
Professor convidado das Escola Superior de Saúde do Insttuto Piaget (Portugal).Orador e
palestrante convidado em várias instituições de ensino superior. Formador em Networking e
Sales Communication no Network Group +Negócio Portugal.
• Especialista nos Caminhos de Santiago, aborda esta temática em várias instituições de
ensino e em várias organizações culturais.
3
Artur Filipe dos Santos
4. A Universidade Sénior
Contemporânea
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Edições online: www.edicoesuscontemporanea.webnode.com
• A Universidade Sénior Contemporânea é uma instituição
vocacionada para a ocupação de tempos livres dos indivíduos que
se sintam motivados para a aprendizagem constante de diversas
matérias teóricas e práticas,adquirindo conhecimentos em
múltiplas áreas, como línguas, ciências sociais, saúde, informática,
internet, dança, teatro, entre outras, tendo ainda a oportunidade
de participação em actividades como o Grupo de Teatro, Coro da
USC, USC Web TV, conferências, colóquios, visitas de estudo.
Desenvolve manuais didáticos das próprias cadeiras
lecionadas(23), acessivéis a séniores, estudantes e profissionais
através de livraria online.
4
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6. • Desengane-se o
peregrino que pensa
que o Caminho
(Central) Português de
Santiago passava por
estas paragens…
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6
Mosteiro de Leça do Balio
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8. • O Caminho vindo do
Porto passava por onde
é hoje a Via Norte,
passando ao lado da
Quinta do Chantre e daí
até Moreira da Maia.
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8
Mosteiro de Leça do Balio
A Casa e Quinta do Chantre devem a sua designação ao cónego da Sé do Porto, Fernando
Barbosa de Albuquerque, que sucedeu como Chantre da referida Sé ao seu tio Manuel Barbosa,
em 1736. Esta família gozava de grande proximidade com Nicolau Nasoni, o arquitecto que tão
fortemente marcou o panorama arquitectónico do Porto, e do Norte do país, no reinado de D.
João V. http://mjfsantos.blogs.sapo.pt/
9. • Atualmente, para
alcançarmos o Mosteiro
de Moreira, seguimos
desde o Carvalhido até
Padrão da Légua, Araújo
até entrarmos nas
terras do Lidador,
seguindo em direção ao
Mosteiro de Vairão e
daí para Barcelos.
Artur Filipe dos Santos Caminho de Santiago
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9
Mosteiro de Leça do Balio
A Igreja do Mosteiro do Divino Salvador de Moreira,
também referida como Igreja Matriz de Moreira, localiza-se
na freguesia de Moreira, na cidade e concelho da Maia,
distrito do Porto, em Portugal.
Por se ter instituído um centro de peregrinação e culto, é
considerada como a "Catedral das Terras da Maia".[
10. • Destaca-se neste mosteiro a
relíquia do "Santo Lenho de
Moreira", já referida no
testamento de Gonçalo
Guterres, em 1085. Trata-se
de um pequeno pedaço de
madeira que se acredita ter
pertencido à Cruz de Cristo,
e que se encontra
encastoado num esplêndido
relicário, verdadeira jóia da
ourivesaria portuguesa.
10
wmoreira.ecivitas.net
11. • Mas o Mosteiro de Leça
do Balio cumpriu a sua
parte da história na rota
jacobea ao albergar mas
sobretudo tratar os
peregrinos que
rumavam à tumba
sagrada do Apóstolo
Santiago, lá onde
termina o Caminho das
Estrelas.
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11
Mosteiro de Leça do Balio
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12. • O Mosteiro de Leça do
Balio
• Situado no lugar de
Recarei, junto ao Rio Leça
e a pouca distância da
antiga estrada romana
que, cruzando o Rio Leça
na Ponte da Pedra, unia o
Porto a Braga, o Mosteiro
de Leça do Balio já existia
no séc. X.
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12
Mosteiro de Leça do Balio
2013umafotopordia.pedrosarmento.com
13. • Devido à sua localização
geográfica privilegiada o
Mosteiro de Leça está
ligado a alguns dos
momentos mais
significativos da História
de Portugal.
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13
Mosteiro de Leça do Balio
14. • Por aqui passaram reis e
rainhas, como Afonso
Henriques e Sancho I.
Aqui se albergou a
rainha Santa Mafalda
(de Arouca) assim como
o condestável Nuno
Álvares Pereira.
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14
Mosteiro de Leça do Balio
15. • Neste local se celebrou
ainda o casamento entre
o rei Fernando I e Leonor
Teles que aqui se
celebrou em 1372.
Desempenhou ainda um
importante papel na
assistência aos peregrinos
que demandavam o
túmulo do apóstolo
Santiago em Compostela.
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15
Mosteiro de Leça do Balio
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Escultura de D. Fernando I e Dona Leonor
Teles, uma obra da autoria da escultora Irene
Vilar, inaugurada em 2008.
16. • A estrutura gótica do
monumento remonta às
obras de remodelação e
ampliação efectuadas
no séc. XIV por iniciativa
do Balio D. Frei Estevão
Vasques de Pimentel.
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16
Mosteiro de Leça do Balio
17. 17
Nota de 50 escudos, 1937
Fonte: Apontamentos: Escudo Volume 2: Portugal (1931-1986) Nuno Couto
18. • Do mosteiro resta apenas
a igreja, de planta
cruciforme, ladeada por
uma alta torre
quadrangular, provida de
balcões com matacães, a
meia altura e no topo, em
ângulo, seteiras, dando à
igreja um aspecto de
verdadeira fortaleza
militar.
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Mosteiro de Leça do Balio
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19. • Segundo as descrições
anteriores às
demolições efectuadas
em 1844, o edifício
conventual desenvolvia-
se para o lado sul da
igreja. A porta lateral
sul serviria assim de
ligação principal entre a
igreja e o restante
complexo conventual.
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19
Mosteiro de Leça do Balio
20. • Rodeado por uma forte
muralha disporia ainda,
segundo as
testemunhas, de mais
três torres para além da
existente.
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Mosteiro de Leça do Balio
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21. • Quinta do Mosteiro ou
Paços do Balio
• Os vestígios de uma
destas torres são ainda
visíveis na “Quinta do
Mosteiro” junto à
cabeceira da igreja, hoje
pertencente à família
Ramos Pinto, conhecida
pela sua ligação à
produção e comércio de
Vinho do Porto.
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Mosteiro de Leça do Balio
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22. • A ligação entre os dois
edifícios desapareceu
na sequência das
demolições realizadas
na década de 30’ do
séc. XX.
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Mosteiro de Leça do Balio
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23. • No seu interior destaca-
se, sobre a campa de
Frei Estevão Vasques,
uma placa de bronze,
com diversos motivos
decorativos e contendo
o epitáfio do defunto
em caracteres leoneses.
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23
Mosteiro de Leça do Balio
Lâmina sepulcral de bronze colocada
numa parede lateral do absidíolo Norte,
evocativa de Frei Estêvão Vasques
Pimentel
24. • Outros motivos de
interesse são as obras
de Diogo Pires, o Moço
(séc. XVI)
nomeadamente a pia
baptismal, o túmulo de
Frei João Coelho e o
cruzeiro localizado no
exterior do mosteiro.
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Mosteiro de Leça do Balio
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Túmulo de Frei João
Coelho - na Capela
do Ferro - Insignias
da Ordem de Malta
25. 25
Um ato de vandalismo pode ter destruído
irremediavelmente o cruzeiro de Leça do Balio,
uma obra com cinco séculos e que foi
classificada como monumento nacional em
1910. O crucifixo que encimava a escultura foi
partido e ficou bastante danificado. A Direção
Regional da Cultura do Norte (DRCN) está a
estudar a possibilidade de um restauro, mas
não é certo que tal possa ser possível.
O topo do pilar, que ostentava a figura de Jesus
na cruz, já há um par de anos que apresentava
sinais de vandalismo e de degradação. Há uma
semana, na noite de sábado para domingo,
não terá resistido a mais uma pancada de
malvadez. O crucifixo trabalhado partiu,
desprendeu-se do cruzeiro e caiu ao solo
despedaçando-se ainda mais. Na manhã
seguinte, a PSP esteve no local a tomar conta
da ocorrência e os destroços foram recolhidos
e entregues à DRCN.
Jornal de Notícias de 20/04/2015
27. • Está classificado como
Monumento Nacional
pelo Decreto de
16.06.1910 DG 136 de
23 de Junho de 1910.
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Mosteiro de Leça do Balio
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28. • O Mosteiro de Leça do
Balio, onde se inscreve
a Igreja de Santa Maria
de Leça do Balio,
localiza-se na povoação
e freguesia de mesmo
nome, no concelho de
Matosinhos, distrito do
Porto, em Portugal.
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Mosteiro de Leça do Balio
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29. • Vizinho à foz do rio
Leça, cerca de uma
légua ao Norte do
centro histórico do
Porto, trata-se de um
original exemplar de
arquitectura religiosa
fortificada.
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Mosteiro de Leça do Balio
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30. • Presume-se que no
local exacto onde hoje
se situa o mosteiro terá
existido um templo
romano dedicado a
Júpiter (do século I), e
uma Villa Decia junto ao
local.
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30
Mosteiro de Leça do Balio
31. • Uma das mais
significativas
descobertas
arqueológicas a atestar
esse facto foi uma
inscrição romana
dedicada ao deus
Júpiter, na Quinta do
Alão (ou Casa de
Recarei).
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Mosteiro de Leça do Balio
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32. • Mas de acordo com a
tradição, a primitiva
edificação do local remonta
a um pequeno mosteiro
com uma igreja, sob a
invocação do Salvador do
Mundo, erguidos no século
X através do patrocínio de
um senhor daqueles
domínios, no contexto da
Reconquista cristã da
península Ibérica, à época
dos primeiros monarcas
asturo-leoneses.
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Mosteiro de Leça do Balio
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33. • De fundação modesta,
talvez de tipo familiar e
destinado a acolher os
membros da família
patronal, como era
comum nesta época.
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Mosteiro de Leça do Balio
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34. • Nenhum elemento
dessas estruturas pré-
românicas chegou até
aos nossos dias.
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Mosteiro de Leça do Balio
35. • Ao longo de todo o século XI
o primitivo mosteiro é
referido em diversos
documentos coevos: um
documento de 1003
descreve a doação do
mosteiro a D. Tructesindo
Osores e sua mulher D.
Unisco Mendes, padroeira
do mosteiro.
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Mosteiro de Leça do Balio
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36. • No ano de 1021, o mosteiro
foi deixado aos filhos do
casal, mas em 1094, o
padroado foi transmitido à
Sé de Coimbra, por doação
de Raimundo de Borgonha,
conde da Galiza, e sua
mulher Urraca I de Leão e
Castela.
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Mosteiro de Leça do Balio
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37. • Crê-se que D. Guntino
(prior do mosteiro no
século XI), tenha feito
obras no mosteiro e
renovado a igreja.
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Mosteiro de Leça do Balio
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38. • Em data incerta, na
segunda década do
século XII, D. Afonso
Henriques (1112-1185)
doou o couto de Leça à
Ordem dos
Hospitalários, a
primeira das Ordens
Militares documentada
em território português.
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Mosteiro de Leça do Balio
39. • A Ordem de Malta ou Cavaleiros
Hospitalários (oficialmente Ordem
Soberana e Militar Hospitalária de
São João de Jerusalém, de Rodes e de
Malta) é uma organização
internacional católica que começou
como uma ordem beneditina
fundada no século XI na Palestina,
durante as Cruzadas, mas que
rapidamente se tornaria numa ordem
militar cristã, numa congregação de
regra própria, encarregada de assistir
e proteger os peregrinos àquela terra
e de exercer a Caridade.
• Tinha como padroeiro São João
Esmoler (550-619), patriarca de
Alexandria
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39
Mosteiro de Leça do Balio
40. • Por volta de 1099, alguns
mercadores de Amalfi
fundaram em Jerusalém, sob a
regra de S. Bento e com a
indicação de Santa Maria
Latina, uma casa religiosa para
recolha de peregrinos. Anos
mais tarde construíram junto
dela um hospital que recebeu,
de Godofredo de Bulhão,
doações que lhe asseguraram
a existência, desligou-se da
igreja de Santa Maria e
passou-se a formar
congregação especial, sob o
nome de São João Baptista.
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Mosteiro de Leça do Balio
41. Em 1113, o Papa nomeou-a
congregação, sob o título de São
João, e deu-lhe regra própria. Em
1120, o francês Raimundo de Puy,
nomeado grão-mestre,
acrescentou ao cuidado com os
doentes o serviço militar.
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Mosteiro de Leça do Balio
António Manuel de Vilhena, aristocrata português, 66.º grão-mestre
daOrdem dos Hospitaleiros de São João de Jerusalém, governador da ilha
de Malta (onde então se achava a sede da Ordem) desde Junho de 1722
até à sua morte, faleceu em La Valeta, Malta, no dia 10 de Dezembro de
1736. Nascera em 1663. Foi um dos quatro Grão-Mestres da Ordem de
Malta
42. • No primitivo mosteiro
estabeleceu-se a Casa
Capitular da Ordem,
que passou,
posteriormente, a sede
de um de diversos
bailiatos, de onde
adveio o topónimo à
povoação: Leça do
Bailio.
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Mosteiro de Leça do Balio
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43. • No séc. XII D. Teresa faz
doação do mosteiro à
ordem militar-religiosa
dos Cavaleiros
Hospitalários, que aqui
vão fazer a sua primeira
casa-mãe em território
português.
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Mosteiro de Leça do Balio
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44. • Esta doação que marca
a entrada desta ordem
em Portugal é
tradicionalmente
referida como tendo
ocorrido entre 1112 e
1116, uma vez que não
é conhecido o
documento que
comprova a primeira
doação.
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44
Mosteiro de Leça do Balio
ordemdemalta.blogspot.com
Aspecto do Mosteiro de Leça do Balio no
século XIX
45. • Outros autores
apontam também como
datas mais prováveis da
entrada dos primeiros
cavaleiros desta ordem
no território
portucalense o período
entre 1122 e 1128.
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45
Mosteiro de Leça do Balio
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46. • Em 1140 D. Afonso
Henriques amplia a
doação feita por sua mãe
concedendo ao mosteiro,
através da Carta de
Couto, a jurisdição sobre
um território alargado
que abrangia as paróquias
de Leça, Custóias,
Barreiros, Gueifães e S.
Mamede.
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46
Mosteiro de Leça do Balio
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47. • Na posse dos
Hospitalários, o primitivo
mosteiro recebeu mais
ampliações e reformas
que lhe deram feições de
natureza militar em estilo
românico, cujo elemento
mais marcante foi a
construção de uma sólida
torre ameada.
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Mosteiro de Leça do Balio
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48. • A época em que os
hospitalários tomaram
posse do couto terá sido
riquíssima para o
mosteiro, uma vez que a
ele pertenciam inúmeras
igrejas do actual concelho
de Matosinhos. O
mosteiro foi reedificado
por Frei Gualdim Paes de
Marecos (Barcelinhos,
Braga), em 1180 e
dedicado a Santa Maria.
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48
Mosteiro de Leça do Balio
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49. • O actual templo, síntese do
estilo românico e gótico,
remonta a uma grande
campanha construtiva
iniciada pelo prior da
Ordem, D. Frei Estevão
Vasques Pimentel, entre
1330 e 1336, quando foram
renovados ainda os edifícios
monacais e o claustro, dos
quais vários elementos
chegaram até aos nossos
dias.
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49
Mosteiro de Leça do Balio
Caixões medievais junto ao Mosteiro
de Leça do Balio
www.tripadvisor.co.uk
50. • Aqui foi celebrado o
matrimónio do rei D.
Fernando (1367-1383)
com D. Leonor Teles.
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50
Mosteiro de Leça do Balio
D. Fernando e D. Leonor Teles de Menezes
casaram no Mosteiro de Leça do Balio
secretamente, reinaram de 1371 a 1383
51. • Posteriormente, no
contexto da Crise de
1383-1385, ali esteve o
Condestável Nuno
Álvares Pereira, em
1385, no início da
jornada que lhe deu a
posse do Castelo de
Neiva e de outras
localidades na região.
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51
Mosteiro de Leça do Balio
52. • CARACTERÍSTICAS
ARQUITETÓNICAS
• A igreja, renovada a partir do
início do século XIV, de matriz
românica mas transacionado
para o gótico, reflete um misto
de espírito religioso e militar,
com o interior votado a Deus,
mas externamente exibindo
sólidos muros coroados por
ameias e sustentados por
contrafortes, destacando-se
uma varanda também ameada
e com matacães defendendo,
como o adarve (ou caminho
de ronda- "adz-dzir-we" como
"muro da fortaleza“) de um
castelo, a porta principal.
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52
Mosteiro de Leça do Balio
53. • Mata-cães é uma abertura no
chão entre as mísulas que
sustentam as ameias ou os
balcões das fortificações
medievais, através da qual se
podia observar os atacantes
que se encontravam na base
da muralha defensiva,
solapando a parede ou
assediando um portal, para
agredi-los com pedras, flechas,
água fervente ou outros
objetos.
• Fonte Wikipedia
53
54. • Na planta, o modelo
mendicante é claro: três
naves, organizadas em cinco
tramos, sendo o último uma
espécie de transepto
inscrito, marcado apenas na
altura; a divisão do espaço é
feita através de pilares, de
perfil cruciforme pelo
adossamento de colunas
nas suas quatro faces; a
cabeceira é tripla, com uma
capela-mor mais profunda
que os absidíolos, e de
secção nascente poligonal.
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54
Mosteiro de Leça do Balio
55. • A cobertura das naves é em
madeira e a cabeceira
apresenta abóbada em
cruzaria de ogivas. Tanto
nas paredes da nave central
como das naves laterais se
abrem janelas geminadas.
Na fachada sul abre-se um
portal de quatro arquivoltas
rematadas por um gablete
simples, cujos capitéis
apresentam ornatos
vegetais e animais.
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Mosteiro de Leça do Balio
Gablete é uma parede ornamental triangular, construída
sobre um arco, vão de porta, portal ou janela. Foi muito
utilizado na arquitetura gótica para proporcionar uma maior
ilusão de verticalidade aos edificios. Pode apresentar
elementos decorativos laterais e no vértice ou ainda ser
rendilhado em traceria.
56. • Externamente uma
sólida torre ameada
ladeia a fachada
principal, pelo lado Sul.
A imponente torre tem
28 metros de altura e é
provida na parte
superior de matacães
(nos ângulos), e de
janelas e seteiras.
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Mosteiro de Leça do Balio
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57. Artur Filipe dos Santos Caminho de Santiago
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Mosteiro de Leça do Balio
A construção que actualmente observamos não data do século
XII, apesar de, nessa altura, se ter edificado um mosteiro
românico.
58. • O imponente edifício
fortificado que sobreviveu
até hoje é uma
construção gótica, datado
da primeira metade do
século XIV, e
impulsionado por Fr.
Estêvão Vasques
Pimentel, falecido em
1336 e que se fez
sepultar, em campa rasa,
diante do altar.
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59. • Por essa data, portanto,
depreende-se que a
cabeceira estaria em
adiantado estado de
construção, ou mesmo
já terminada.
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60. • São duas as correntes
artísticas dominantes
neste monumento,
aparentemente em
contradição estética e
funcional entre si, mas,
um tanto
paradoxalmente, aqui
integradas de forma
harmoniosa.
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61. • De um lado, o esquema
palnimétrico e
volumétrico
mendicante aplicado às
igrejas. De outro, a
máscara de fortificação
e de poder que
caracteriza
exteriormente o
edifício.
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62. • Em planta, o modelo
mendicante é claro: três
naves, organizadas em
cinco tramos, sendo o
último uma espécie de
transepto inscrito,
marcado apenas em
altura; a divisão do
espaço é feita através de
grossos pilares, de perfil
cruciforme pelo
adossamento de colunas
nas suas quatro faces;
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63. • A cabeceira é tripla,
com uma capela-mor
mais profunda que os
absidíolos, e de secção
nascente poligonal.
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64. • Se a estas características se
juntar a cobertura em
madeira das naves e o
abobadamento em cruzaria
de ogivas da cabeceira,
temos um conjunto de
indicadores que remetem
para aquele modelo
mendicante, que gozou de
enorme sucesso na nossa
arquitectura gótica, desde a
igreja de Santa Maria do
Olival, em Tomar, até
praticamente ao século XVI.
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65. • Exteriormente,
contudo, é uma outra
linguagem estético-
artística que vinga. A
existência de merlões a
toda a roda do edifício,
de um caminho de
ronda, de um balcão
defensivo sobre o portal
principal, ameado e
dotado de matacães;
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66. • e, principalmente, de
uma robusta e grandiosa
torre a ladear a fachada
principal, pelo lado Sul,
conferem a este
monumento um estatuto
ímpar na arquitectura
religiosa gótica no nosso
país, e colocam-no como
principal exemplo do
núcleo de igrejas-
fortificadas então
construídas.
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67. • Muito se tem já escrito
sobre este carácter
militar do templo de
Leça do Bailio,
discutindo-se,
especialmente, se se
trata de uma igreja-
fortificada, se de uma
igreja-fortaleza.
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68. • O que parece claro é que
a Ordem dos
Hospitalários, em pleno
século XIV, optou por um
modelo construtivo
religioso, de forte
carácter militar, numa
época em que a linha de
fronteira que alimentava
o antagonismo
reconquistador estava
bastante afastado.
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69. • Tal facto justifica-se pelo
objectivo de
"representação retórica
da força" (PEREIRA, 1995,
vol. I, p.388), tão
característico de uma
Ordem Militar, e tão
efectivo numa zona em
que os detentores de
poder eram ainda as
velhas famílias de
Infanções.
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70. • A estrutura militar de
todo o conjunto foi
também já interpretada
como um sinal de
arcaísmo do projecto,
cujas abundantes
massas pétreas
contradizem muito do
que foi a origem do
Gótico.
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71. • Tal leitura, todavia,
apresenta-se hoje
demasiado redutora,
face ao complexo e
erudito programa
construtivo que foi
seguido. Idênticas
cautelas devem ser
tomadas em relação aos
capitéis das naves.
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72. • O facto de ostentarem
temas historiados, fez
com que alguns autores
tenham reconhecido
um fundo românico na
sua execução.
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73. • No entanto, o Gótico
continuou a utilizar a
decoração figurativa em
capitéis, e ainda que o
granito tenha determinado
uma maior simplificação das
formas, estes capitéis
correspondem a uma
religiosidade já bem Gótica,
como o atesta a crucificação
de Cristo, em detrimento da
natureza essencialmente
divina do filho de Deus, que
domina a iconografia
românica.
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75. • Bom Caminho; Buen
Camino!
• Ultreia!
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