A Catedral de Santiago de Compostela é um importante destino de peregrinação cristã na Galiza, Espanha. Construída entre os séculos XI e XII sobre o túmulo do Apóstolo Santiago, a catedral recebe milhares de peregrinos anualmente e foi declarada Património Mundial pela UNESCO em 1985.
Património Cultural - Antiga Catedral de Idanha-a- Velha - As Catedrais de Po...Artur Filipe dos Santos
Semelhante a Património cultural o Caminho de Santiago - aula 5 - Catedral de Santiago - Artur Filipe dos Santos - universidade sénior contemporânea (20)
2. O CAMINHO DE SANTIAGO
PATRIMÓNIO CULTURAL DA FÉ
2
Aula 5
3. CATEDRAL DE SANTIAGO
Fim do Caminho - SEDE DO MITO COMPOSTELANO
3
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Aula 5
4. Artur Filipe dos Santos
artursantosdocente@gmail.com
artursantos.no.sapo.pt
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• Artur Filipe dos Santos, Doutorado em Comunicação, Publicidade Relações Públicas e
Protocolo, pela Universidade de Vigo, Galiza, Espanha, Professor Universitário, consultor e
investigador em Comunicação Institucional e Património, Protocolista, Sociólogo.
• Director Académico e Professor Titular na Universidade Sénior Contemporânea, membro da
Direção do OIDECOM-Observatório Iberoamericano de Investigação e Desenvolvimento em
Comunicação, membro da APEP-Associacao Portuguesa de Estudos de Protocolo.
Membro do ICOMOS (International Counsil on Monuments and Sites), consultor da UNESCO
para o Património Mundial, membro do Grupo de Investigação em Comunicação (ICOM-X1)
da Faculdade de Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo, membro do
Grupo de Investigação em Turismo e Comunicação da Universidade de Westminster.
Professor convidado da Escola Superior de Saúde do Instituto Piaget.
Orador e palestrante convidado em várias instituições de ensino superior.
Artur Filipe dos Santos -
artursantos.no.sapo.pt
4
5. A Universidade Sénior
Contemporânea
Web: www.usc.no.sapo.pt
Email: usc@sapo.pt
Edições online: www.edicoesuscontemporanea.webnode.com
• A Universidade Sénior Contemporânea é uma instituição
vocacionada para a ocupação de tempos livres dos indivíduos que
se sintam motivados para a aprendizagem constante de diversas
matérias teóricas e práticas,adquirindo conhecimentos em
múltiplas áreas, como línguas, ciências sociais, saúde, informática,
internet, dança, teatro, entre outras, tendo ainda a oportunidade
de participação em actividades como o Grupo de Teatro, Coro da
USC, USC Web TV, conferências, colóquios, visitas de estudo.
Desenvolve manuais didáticos das próprias cadeiras
lecionadas(23), acessivéis a séniores, estudantes e profissionais
através de livraria online.
5
6. Catedral de Santiago de Compostela
6
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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9. • PORTA SANTA
• Apenas se abre nos
Anos Santos
Xacobeos (quando
25 de Julho coincide
com um Domingo)
9
Património Cultural – O Caminho de Santiago
http://www.wondermondo.com/
10. Sede de um dos mais célebres
lugares de peregrinação da
cristandade e símbolo da luta
dos cristãos espanhóis contra o
Islão, esta cidade do noroeste
espanhol foi arrasada pelos
muçulmanos no final do século
X, tendo sido poupado apenas o
túmulo do Apóstolo.
10
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11. • Totalmente
resconstruída no século
seguinte, Santiago de
Compostela é uma das
zonas urbanas de maior
beleza do mundo,
realçada pelos seus
monumentos
românicos, góticos e
barrocos.
11
Património Cultural – O Caminho de Santiago
www.acelerada.com.br
12. • Os mais antigos
concentram-se em volta
da catedral, túmulo do
apóstolo Santiago, à
qual se acede pelo
magnífico Pórtico da
Glória.» — in sítio do
Património Mundial da
UNESCO
12
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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13. • A Catedral de Santiago
de Compostela é um
templo católico situada
na cidade de Santiago
de Compostela, capital
da Galiza, Espanha.
13
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Fonte: Wikipedia
www.elvelocipedo.com
14. • É a sé da arquidiocese
homónima e foi
construída entre 1075 e
1128, em estilo românico,
na época das cruzadas e
durante a Reconquista
Cristã, tendo sofrido
depois várias reformas
que lhe adicionaram
elementos góticos,
renascentistas e barrocos.
14
Património Cultural – O Caminho de Santiago
http://www.fuenterrebollo.com/
15. • Segundo a tradição, acolhe o
túmulo do apóstolo Santiago
Maior, padroeiro e santo
protetor de Espanha, o que a
converteu no principal destino
de peregrinação cristã na
Europa a seguir a Roma
durante a Idade Média,
através do chamado Caminho
de Santiago, uma rota
iniciática na qual se seguia a
Via Láctea que se estendia por
toda a península Ibérica e
Europa Ocidental.
15
Património Cultural – O Caminho de Santiago
correiodobrasil.com.br
16. A peregrinação foi um
fator determinante para
a afirmação política dos
reinos cristãos
hispânicos medievais e
na sua participação nos
movimentos culturais
da sua época.
16
Património Cultural – O Caminho de Santiago
www.acemprol.com
17. • Atualmente continua a
ser um importante
destino de
peregrinação, para o
que contribui a
renovada popularidade
do Caminho de Santiago
a partir dos anos 1990,
que levou à catedral
mais de 270 000
peregrinos registados.
17
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Praça do Obradoiro, diante da catedral de
Santiago de Compostela. Getty Images
18. A catedral foi declarada
Bem de Interesse
Cultural em 1896 e a
chamada cidade velha
de Santiago de
Compostela, que se
concentra em torno da
catedral, foi incluída na
lista do Património
Mundial da UNESCO em
1985.
18
Património Cultural – O Caminho de Santiago
commons.wikimedia.org
19. • Após dois mil anos de
história como centro
espiritual, e quase mil do
seu actual edifício, a
Catedral apresenta-se
hoje como um conjunto
heterogéneo de espaços e
elementos estéticos que
permitem ler na própria
pedra a extraordinária
história compostelana.
19
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Fonte: Santiago de Compostela Turismo
delcaminodesantiago.wordpress.com
20. • Na sua longa existência o templo foi cenário de diversos episódios sacros e
mundanos, desde a coroação dos reis da Galiza na Idade Média até ao
aquartelamento de soldados franceses durante a Guerra da Independência,
passando por séculos de concórdias e discórdias, exaltações e linchamentos,
conspirações políticas e esplendor religioso, ataques incendiários e custosas
campanhas de embelezamento, pompa e beneficência, doações e espólios,
cobros de prebendas e patrocínios, solenes ofertas e, sobretudo, incessantes
peregrinações ao túmulo do Apóstolo.
20
Património Cultural – O Caminho de Santiago
21. História
• Segundo a tradição católica, o apóstolo Santiago
Maior difundiu o cristianismo na península Ibérica
nos anos 36–37 ou 40. No ano 44 foi decapitado em
Jerusalém por ordem de Herodes Agripa I (neto de
Herodes, o Grande) e os seus restos mortais foram
depois trasladados para a Galiza numa barca de
pedra.
21
Património Cultural – O Caminho de Santiago
22. Devido às perseguições
dos romanos aos cristãos
da Hispânia, o seu túmulo
foi abandonado no século
III. Ainda segundo a
lenda, este túmulo foi
descoberto na segunda
década do século IX pelo
eremita Pelágio (ou Paio)
depois de avistar umas
luzes estranhas no céu
durante a noite.
22
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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23. • Tendo comunicado a descoberta ao bispo de Iria Flávia,
Teodomiro, este reconheceu o feito como um milagre e
informou da descoberta o rei Afonso II das Astúrias e da
Galiza.
23
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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24. O rei ordenou a
construção de uma
capela no local da
sepultura, dedicada ao
culto do apóstolo. Diz a
lenda que o rei foi o
primeiro peregrino do
santuário.
24
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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25. • A capela foi substituída
por uma primeira igreja
em 829, a qual deu
lugar em 899 a uma
outra, em estilo pré-
românico.Esta última foi
construída a partir de
872 por ordem de
Afonso III e foi
consagrada por
dezassete bispos.
25
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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26. O local tornou-se um
destino de peregrinação
cuja popularidade e
importância foi
aumentando
gradualmente.
26
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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27. avista.naocoisas.com
• Em 997, Almançor, o
poderoso hájibe
(governador) e
comandante do exército
do Califado de Córdova,
saqueou a cidade e
arrasou a igreja, apenas
deixando intacto o
túmulo de Santiago.
27
Património Cultural – O Caminho de Santiago
avista.naocoisas.com
28. As portas e os sinos da
igreja destruída foram
levadas aos ombros
pelos cativos cristãos
para Córdova, onde
foram usados numa
mesquita.
28
Património Cultural – O Caminho de Santiago
www.revistaecclesia.com
29. • A construção da catedral
atual foi iniciada em 1075,
durante o reinado de
Afonso VI, com o patrocínio
do bispo Diego Páez. Uma
inscrição na capela do
Salvador comemora o
acontecimento: «Aos trinta
anos do milésimo
septuagésimo quinto depois
da Encarnação do Senhor,
em cujo tempo se fundou
esta igreja de Santiago».
29
Património Cultural – O Caminho de Santiago
LUIS FELICIANO, Flickr
30. Foi construída segundo
o mesmo plano que a
igreja de tijolo
monástica de São
Saturnino de Toulouse,
provavelmente o maior
edifício românico de
França.
30
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Jose R. Abuin Hermida, Flickr
31. • A construção foi
interrompida em várias
ocasiões, pelo que se
consideram três fases
construtivas, a primeira
das quais foi terminada
em 1088, quando o
bispo Diego Páez foi
preso por traição, o que
originou a primeira
paragem das obras.
31
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Manxel Alvarez, Flickr
32. A segunda fase de
construção decorreu de
1100 a 1140, tendo sido
iniciada quando o
Conde da Galiza
Raimundo de Borgonha
nomeou Diego Gelmires
bispo de Compostela
em 1100 e terminado
com a morte do último.
32
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Manuel Fdez., Flckr
33. • As obras decorreram
sob a direção de
Bernardo, o Velho («um
mestre maravilhoso»),
coadjuvado por
Galperinus Robertus.
33
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Fachada de Azabachería - Santiago de
Compostela por Juan Figueirido
34. É provável que mais
tarde a direção das
obras tivesse passado
para o Mestre Estêvão
(o Mestre de Pratarias)
34
Património Cultural – O Caminho de Santiago
35. • As capelas absidais foram
consagradas em 1105 e
segundo o Códice Calixtino, a
última pedra foi colocada em
1122, tendo a catedral sido
consagrada em 1128. No
período final desta segunda
fase, Bernardo, o Moço
terminou o edifício, enquanto
Galperinus coordenou a
construção. Bernardo
construiu também uma fonte
monumental diante do portal
setentrional (da Acibechería)
em 1122.
35
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Fachada de Azabachería - Santiago de
Compostela por Juan Figueirido
36. A terceira e última fase de
construção foi iniciada em
1168, quando o capítulo
da arquidiocese
encarrega das obras o
Mestre Mateus. Este
respeita o projeto inicial e
termina a construção dos
últimos quatro tramos na
nave maior, a cripta e o
Pórtico da Glória.
36
Património Cultural – O Caminho de Santiago
38. • A catedral é
definitivamente
consagrada em abril de
1211 na manhã de
quinta-feira da segunda
semana da Páscoa, pelo
arcebispo Pedro Muñiz e
na presença do rei Afonso
IX de Leão, do filho deste
e de numerosas
autoridades eclesiásticas
e civis.
38
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Xacobeoland.por Alberte Couto, Flickr
39. A igreja ganha o estatuto de sé episcopal em 1075,
substituindo Iria Flávia, em grande medida graças à
ação do bispo Gelmires e à sua importância crescente
como lugar de peregrinação.
39
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Eduardo Roberto Olivera Hernández, Flickr
40. • O papa Calisto II (irmão
de Raimundo de
Borgonha) consolida-a
como sé arcebispal em
1120.
40
Património Cultural – O Caminho de Santiago
MIRADOR DE SANTIAGO DE COMPOSTELA por DAVID
MARTÍNEZ PEÓN, Flickr
41. • Ao longo dos séculos
seguintes, a catedral foi
objeto de numerosas
ampliações e reformas,
tanto no exterior como
no interior.
41
Património Cultural – O Caminho de Santiago
42. Reformas dos séculos XVII e XVIII
• Durante os séculos XVII e XVIII
foram levadas a cabo
transformações profundas na
catedral, tendo sido
introduzidos elementos
barroco, tanto no interior
como no exterior da basílica.
As obras começaram a partir
de 1643, quando Filipe IV
outorga um renda anual para
financiar as obras na
cabeceira.
42
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Fonte: Santiago de Compostela
Turismo
43. Em 1649 chega a
Santiago José Vega y
Verdugo, que introduz
verdadeiramente o
barroco na catedral. Em
1657 o arquiteto
madrileno Pedro de la
Torre inicia a
remodelação da capela
mor.
43
Património Cultural – O Caminho de Santiago
www.revistaecclesia.com
44. • No século XVIII, o
arcebispo Malvar
decide modificar a
cabeceira, ampliando-a
em direção à Praça da
Quintana, para o que
encomendou a Miguel
Ferro Caaveiro os
planos da obra.
44
Património Cultural – O Caminho de Santiago
www.acelerada.com.br
45. Este entregou pelo
menos dois esboços,
seguindo «as ideias do
excelentíssimo senhor
arcebispo», tendo os
plantas sido
desenhadas pelo
arquiteto Melchor de
Prado y Mariño.
45
Património Cultural – O Caminho de Santiago
www.acemprol.com
46. • O primeiro projeto previa a
demolição da parede
construída por Peña de Toro
na Praça da Quintana para
fechar a fachada oriental, a
Porta Santa e as capelas do
Salvador e de Nossa
Senhora, a Branca, para
erigir um corpo retangular
na continuação da abside,
junto ao coro, situado na
nave maior, e abrir espaço
para a sacristia e um
panteão para os arcebispos.
46
Património Cultural – O Caminho de Santiago
47. O segundo projeto, maior do
que o primeiro, implicava a
demolição das capelas de São
Pedro, São João, São
Bartolomeu e do Espírito
Santo, que seriam trasladadas
para a zona ampliada, assim
como a construção de um
novo pórtico em frente à
fachada das Pratarias «com o
fim de conservar os
monumentos que há na antiga
(que permanece ilesa) à
semelhança da principal ou do
Salvador».
47
Património Cultural – O Caminho de Santiago
48. Exterior da catedral
• A Catedral de Santiago foi
modificada em
numerosas ocasiões
desde a sua construção,
com diversas obras e
ampliações (torres,
claustro, paredes,
capelas, etc.) que foram
alterando
substancialmente a planta
em cruz latina original.
48
Património Cultural – O Caminho de Santiago
LUIS FELICIANO, Flickr
49. Atualmente é um
edifício complexo, do
qual dificilmente o
visitante consegue ter
uma perceção clara da
sua arquitetura e
distribuição dos
diversos espaços e
estruturas.
49
Património Cultural – O Caminho de Santiago
www.hdwalls.xyz
50. • Para ter uma visão
global do edifício, é
mais eficaz apreciar a
grande maqueta
atualmente exposta na
secção da Praça de
Pratarias do Museu das
Peregrinações e de
Santiago.
50
Património Cultural – O Caminho de Santiago
51. Na atualidade, cada uma
das fachadas forma com
as respetivas praças
conjuntos urbanísticos
magníficos. A fachada
barroca do Obradoiro foi
realizada por Fernando de
Casas Novoa em 1738 e
protege o Pórtico da
Glória, uma obra-prima
da escultura românica,
concluída pelo Mestre
Mateus em 1188.
51
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Julio G.González, Flickr
52. • A porta de Acibechería (que
serve de acesso aos
peregrinos do caminho
francês, primitivo e inglêss)
é também barroca; foi
iniciada por Lucas Ferro
Caaveiro e Clemente
Fernández Sarela e
terminada por Lois
Monteagudo. A única
fachada medieval que ainda
subsiste, ainda que também
com modificações, é a das
Pratarias, construída pelo
Mestre Estevo em 1103.
52
Património Cultural – O Caminho de Santiago
http://pt.wikipedia.org/
53. A fachada ocidental do
Mestre Mateus
• Quando se diz que o
Mestre Mateus
completou os últimos
tramos da nave principal
da catedral, está falar-se
da cripta ou catedral
velha, do Pórtico da
Glória e da fachada
ocidental que se abria
para o que é hoje a Praça
do Obradoiro.
53
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Matilde Canosa, Flickr
54. • Esta fachada conservou-se
intacta até que no início do
século XVI se fizeram as
primeiras modificações, que
consistiram no fecho dos
arcos de acesso à igreja
(então aberta dia e noite
para os peregrinos) com
grandes portas, o que
implicou a retirada das
primeiras estátuas e outros
elementos da fachada
exterior.
54
Património Cultural – O Caminho de Santiago
celta4, Flickr
55. Foram também feitas outras modificações, como a
instalação de novas escadarias de acesso ao templo, mas
seria a construção da fachada barroca de Casas Novoa
em 1738 que modificaria substancialmente a fachada
originalmente românica de Mateus, da qual apenas se
mantiveram os dois corpos inferiores das torres laterais.
55
Património Cultural – O Caminho de Santiago
56. Pórtico da Glória
• O Pórtico da Glória é um
pórtico românico
realizado pelo Mestre
Mateus e pela sua oficina
por encomenda do rei
Fernando II de Leão e da
Galiza (r. 1157–1188), que
para o efeito atribuiu cem
maravedis anuais, entre
1168 e 1188.
56
Património Cultural – O Caminho de Santiago
57. Este último ano está inscrito em pedra na catedral
como sendo o da sua finalização. A 1 de abril de
1188 foram colocados os lintéis do pórtico e a
conclusão do conjunto prolongou-se até 1211, ano
em que o templo foi consagrado com a presença do
rei Afonso IX.
57
Património Cultural – O Caminho de Santiago
58. • O pórtico é constituído
por três arcos de meio
ponto que correspondem
às três naves da igreja e
são suportados por
grossos pilares com
colunas adossadas. O
arco central é maior do
que os restantes e o único
que tem tímpano; é
dividido por uma coluna
central, o mainel, com a
figura de Santiago.
58
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Jesús Domínguez, Flickr
59. • Verticalmente, a parte
inferior é formada pelas
bases das colunas
decoradas com animais
fantásticos, a parte média
é constituída por colunas
que sustentam as
estátuas adossadas dos
apóstolos e a parte
superior pelos arcos que
coroam as três portas.
59
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Gonzalo Sanmartín Fidalgo, Flickr
60. • O conjunto escultório é
uma representação
iconográfica de
diferentes símbolos do
Apocalipse de São João
e de outros textos do
Antigo Testamento.
60
Património Cultural – O Caminho de Santiago
61. A estrutura arquitetónica do
pórtico tem três níveis
verticais: em baixo, a cripta
simboliza o mundo térreo; o
pórtico propriamente dito, que
constituía a porta de entrada
ocidental da catedral, que
durante a Idade Média estava
sempre aberta, representa a
Jerusalém Celeste; acima do
pórtico situava-se a tribuna, na
qual rosáceas faziam com que
o interior da catedral estivesse
iluminada durante todo o dia.
61
Património Cultural – O Caminho de Santiago
62. • No mainel encontra-se
a figura sentada de
Santiago Apóstolo com
um bastão de
peregrino, como
padroeiro da basílica.
Santiago segura um
pergaminho onde está
escrito "Misit em
Dominus" ("enviou-me
o Senhor").
62
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Martin,Flickr
63. A coluna termina sobre
a sua cabeça com um
capitel onde se
representam as
tentações de Cristo em
três das suas faces; na
que está virada para o
interior da igreja rezam
dois anjos ajoelhados.
63
Património Cultural – O Caminho de Santiago
64. • Ao pé do santo há outro
capitel com as figuras
da Santíssima Trindade.
Por baixo do apóstolo é
representada a Árvore
de Jessé, nome dado à
árvore genealógica de
Jesus Cristo desde
Jessé, o pai do rei
David.
64
Património Cultural – O Caminho de Santiago
65. Esta é a representação
mais antiga deste tema
na iconografia religiosa
da península Ibérica.
65
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Robert Grant , Flickr
66. • Ao pé desta coluna central, na
parte superior interior virada
para o altar maior da catedral,
encontra-se uma figura ajoelhada
que segundo a tradição
representa o próprio Mestre
Mateus, segurando uma cartela
no qual está escrito "Architectus".
Esta imagem é conhecida
popularmente como "santo dos
croques" em galego ou "santo
dos coscorrones" em
castelhano,um nome ligado à
tradição dos estudantes baterem
com a cabeça contra a figura em
vésperas de exame, tradição essa
que foi posteriormente adotada
pelos visitantes da catedral.
66
Património Cultural – O Caminho de Santiago
67. Diz-se que que Mateus foi
castigado pela sua
soberba a ficar
eternamente de costas
para a sua obra, impedido
de contemplar a sua
obra.Este hábito
provocou danos à
escultura, pelo que o
acesso a ela tem vindo a
ser limitado.
67
Património Cultural – O Caminho de Santiago
www.caminhodesantiago.com.br
bolhaseampollas.blogs.sapo.pt
68. Interior da catedral
• A estrutura do edifício ocupa uma área de 8 000 metros quadrados. Consta de
uma planta basilical de cruz latina de três naves, também no transepto, e
trifório (chamado localmente tribuna), o qual liga diretamente com o paço
episcopal, conhecido na atualidade como Paço de Gelmires. Na cabeceira
situa-se a capela-mor, rodeada por uma charola pela que se acede a cinco
capelas radiais menores. Esta estrutura segue os exemplos franceses dos
templos de peregrinação, novas formas construtivas chegadas através do
Caminho.
68
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Uxio Rivas, Flickr
69. • As naves central e laterais têm
cerca de 100 metros de
comprimento e o cruzeiro
cerca de 70 metros. A altura
da nave central é de 22 m na
chave da abóbada em todo o
seu percurso e na abóbada do
cruzeiro atinge a altura
máxima de 32 m. O zimbório
(parte superior da cúpula), de
estilo gótico, é do final do
século XIV e início do século
XV e substitui o antigo em
estilo românico; situa-se sobre
o centro do transepto.
69
Património Cultural – O Caminho de Santiago
P. Medina. Flickr
70. • Em redor do altar mor, o
deambulatório era originalmente
composto por cinco capelas
românicas absidais, a central, do
Salvador, de planta quadrada, e
outras quatro nas naves
transversais. Sobre as naves que
flanqueiam a nave principal, da
qual estão separadas por
quarenta e dois pilares de núcleo
quadrado e colunas adossadas,
há um trifório (Galeria estreita,
no interior de uma igreja, por
cima das arquivoltas das naves
laterais e que apresenta
geralmente três aberturas entre
cada vão) coberto com uma
abóbada
70
Património Cultural – O Caminho de Santiago
71. • Capela-mor
• A capela-mor era
originalmente românica,
mas foi completamente
reformada durante o
período barroco, a partir
de 1657, por ordem de
José Vega y Verdugo, o
mestre de obras
nomeado pelo papa
Inocêncio X.
71
Património Cultural – O Caminho de Santiago
catedraismedievais.blogspot.com
72. • No centro da capela
encontra-se o mausoléu
do apóstolo, conhecido
como o camarín.
• Por cima deste ergue-se
o altar, construído
igualmente por
Andrade. Este
desenhou três
representações do
santo.
72
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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www.englishwordplay.com
73. Dentro do camarin está
uma imagem sentada de
pedra policromada de 1211
de Santiago Apóstolo
vestido como peregrino
com uma esclavina (manto
de peregrino, opa) de prata
profusamente adornada
com pedras preciosas, com
uma cartela onde se lê «Hic
est corpus divi Iacobi
Apostoli et Hispaniarum
Patroni» ("Este é o corpo de
Santiago Apóstolo e
Padroeiro da Espanha").
73
Património Cultural – O Caminho de Santiago
74. • É tradição que os visitantes da
catedral subam pela parte
posterior do altar, através de uma
escadaria dupla ali existente que
liga os dois lados do
deambulatório, para o "abraço do
santo", que consiste em abraçar a
imagem pelas costas. Sobre o
tabernáculo está representado
Santiago peregrino, a quem quatro
reis prestam homenagem: Afonso
III, Ramiro I, Fernando, o Católico e
Filipe IV; as estátuas dos quatro
reis são da autoria do leonês Pedro
del Valle.
74
Património Cultural – O Caminho de Santiago
www.pambretours.com
75. Capela das Relíquias e
Panteão Real
• Foi construída entre 1520 e
1535 por encomenda do
arcebispo Alonso III de
Fonseca ao arquiteto Juan de
Álava (discípulo de Juan Gil de
Hontañón) e pioneiro do estilo
plateresco. Coberta com uma
abóbada em cruzaria,
inicialmente era uma
dependência para uso do
cabido e em 1535 acolheu o
Panteão Real. Em 1617 foi
convertida para a função atual
de capela das relíquias.
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76. Capela da Corticela
• Teve a sua origem num
oratório dedicado a Santa
Maria, chamado da Corticela,
que se situava fora da catedral
e que foi destruído no século
IX. Foi reconstruído em 1213
pela oficina do Mestre Mateus
e foi integrado na catedral no
século XVIII. Acede-se à capela
por um corredor da ala norte
do cruzeiro e desde 1527 que
cumpre o papel de paróquia
dos estrangeiros, substituindo
nessa função a capela de São
Nicolau.
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77. Botafumeiro
• O botafumeiro é um enorme
incensário de latão banhado a
prata, que pesa 62 kg vazio e
mede 1,60 m de altura. É o
maior incensário do mundo.
Numerosas fontes apontam
outros pesos, referindo-se ao
peso quando está carregado, a
modelos anteriores ou a
simples erros. O botafumeiro
atual pesava 60 kg, mas em
2006 um banho de prata fez
aumentar sua massa para os
62 kg atuais.
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Património Cultural – O Caminho de Santiago
Pepe Manteca, Flickr
78. • A corda que o suspende,
presa ao cimo do cruzeiro
da catedral, é atualmente
de um material sintético,
mede 65 metros, tem 5
cm de diâmetro e pesa 90
kg. Anteriormente as
cordas eram feitas de
cânhamo ou de esparto.
O botafumeiro é enchido
com cerca de 40 kg de
carvão e incenso e é
atado à corda.
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Património Cultural – O Caminho de Santiago
Iaski Ruiz de Azua | Photography, Flickr
79. É elevado e movido ao
longo da nave mediante
um mecanismo de
roldanas. Para tal, um
grupo de oito homens, os
chamados "tiraboleiros",
começam por empurrá-lo
para pô-lo em movimento
e depois puxam cada um
cabo preso à corda para ir
conseguindo e mantendo
a velocidade pendular.
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Património Cultural – O Caminho de Santiago
Composição Flickr
80. • O movimento pode alcançar
68 km/h de velocidade
durante o percurso ao longo
do cruzeiro, desde a porta
da Acibechería à porta das
Pratarias, descrevendo um
arco de 65 metros e uma
altura máxima de 21 metros
(com um ângulo de 82º).
Para alcançar essa altura
máxima são necessários 17
percursos completos.
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Património Cultural – O Caminho de Santiago
Belannaer, Flickr
81. Segundo a tradição, o uso do incensário
na catedral remonta ao século XI, tendo
como objetivo perfumar a igreja e
eliminar o mau cheiro que deixavam os
peregrinos, suados e sujos, muitos
deles doentes. Em 1200 o sistema
inicial de roldanas foi substituído por
um sistema que permitia o
deslocamento lateral numa extensão de
150 cm, a distância permitida pela
corda. Em 1400, o rei Luís XI de França
doou à catedral dinheiro para substituir
o incensário medieval, o que só viria a
concretizar-se em 1554.
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Património Cultural – O Caminho de Santiago
Juan J., Flickr
82. • O mecanismo atual foi
instalado em 1604. O
incensário de 1554, feito
integralmente em prata,
foi roubado pelas tropas
de Napoleão em abril de
1809, durante a Guerra
Peninsular. Foi substituído
pelo atual, fabricado pelo
pelo ourives Xosé Losada
em 1851.
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Gmn01, Flckr
83. • Desde o Ano Santo de
1993 que o governo
autonónomo galego
promove o valor cultural
da peregrinação a
Santiago, focando-se
principalmente na sua
vertente de recurso
turístico dirigido
sobretudo a pessoas com
o perfil do peregrino
religioso tradicional.
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84. Nesse ano foi lançada um
programa, o "Xacobeo 93",
que envolveu um grande
campanha publicitária e o
restauro de tramos das
rotas do Caminho de
Santiago e de
infraestruturas de apoio aos
peregrinos, para o que teve
a colaboração das
comunidades autónomas
espanholas por onde passa
o Caminho.
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85. • As diversas rotas foram
então devidamente
sinalizadas com flechas
amarelas, conchas de
vieira (o símbolo da
peregrinação jacobeia),
cruzes de Santiago e
outros sinais. Em 1993 a
UNESCO inclui os
Caminhos de Santiago na
lista de Património
Mundial.
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