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À Descoberta do Património
Cultural dos Alpes Orientais
Aula 1
Cadeira de
PATRIMÓNIO MUNDIAL E
TURISMO CULTURAL
Artur Filipe dos Santos
2. • Artur Filipe dos Santos
• Doutorado em Comunicação, Publicidade, Relações Públicas e Protocolo pela Faculdade de
Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo, é atualmente coordenador da
licenciatura de Comunicação e Tecnologia Digital e professor adjunto no ISLA Instituto
Politécnico de Gestão e Tecnologia, docente na Universidade Lusófona do Porto, Atua como
docente e investigador nas área(s de Ciências Sociais com ênfase em Ciências da
Comunicação, Comunicação e Divulgação do Património. Perito em Protocolo (de Estado,
Universitário, Multicultural e Empresarial) é membro da Associação Portuguesa de Estudos de
Protocolo (APOREP), membro da Sociedad de Estudios Institucionales, UNED, Espanha,
investigador e membro da Direção do Observatório Iberoamericano de Investigação e
Desenvolvimento em Comunicação (OIDECOM-Iberoamérica), Espanha, membro do Centro de
Investigação em Comunicação (ICOM-X1) da Universidade de Vigo, Espanha, membro da
Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM). É ainda divulgador dos
Caminhos Portugueses a Santiago de Compostela. É membro do ICOMOS (INTERNATIONAL
COUNCIL OF MONUMENTS AND SITES), organismo pertencente à UNESCO, responsável pela
avaliação das candidaturas dos bens culturais universais a Património Mundial Como jornalista
fez parte da TV Galiza, jornal A Bola, Rádio Sim (grupo Renascença), O Primeiro de Janeiro,
Matosinhos Hoje, Jornal da Maia.
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Artur Filipe dos Santos – artursantos.com.pt@gmail.com
•https://omeucaminhodesantiago.wordpress.com/ (Blogue)
•https://politicsandflags.wordpress.com/about/ (Blogue)
•https://arturfilipesantos.wixsite.com/arturfilipesantos (Académico)
•https://comunicacionpatrimoniomundial.blogia.com/ (Académico)
•Email: artursantos.com.pt@gmail.com
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À descoberta do património cultural dos Alpes Orientais
• Descobrir o centro da
Europa a partir da
Alemanha e Áustria
representa viajar aos
primórdios dos contos
de Fadas.
HALLSTATT
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• Muitos deles celebrizados
pelos Irmãos Grimm, desde
a Bela Adormecida à Branca
de Neve, sem esquecer a
Gata Borralheira e a
Capuchinho vermelho com
quem, quase, nos podemos
cruzar quando exploramos
os castelos, as florestas ou
as cidades de uma das
regiões mais ricas em
património cultural do
Velho Continente.
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À descoberta do património cultural dos Alpes Orientais
• Desde 1975 o governo
dinamiza a Rota Alemã
de Contos de Fadas.
rota vai da cidade dos
irmãos Grimm, Hanau
no vale de Kinzig num
percurso de 600 km,
até ao mar, aos Músicos
de Bremen.
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À descoberta do património cultural dos Alpes Orientais
• Faz confluir episódios de vida
dos irmãos Grimm, lugares e
paisagens, em que os seus
contos de fada se radicam,
num caminho, numa viagem.
Atualmente é a associação
Rota Alemã de Contos de
Fadas com sede em Kassel a
organização que zela pela
manutenção desta via
mágica. A Estrada é
sinalizada com tabuletas que
têm uma cabeça duma fada
em forma de coração.
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À descoberta do património cultural dos Alpes Orientais
• Regiões como o Tirol, a Baviera
ou a pátria da cultura celta,
levam-nos por incontáveis
séculos de história, desde os
tempos em que o ferro ditava leis
até ao período em as óperas de
Wagner levaram Luis II da
Baviera (apelidado de o “Rei
Cisne” ou “Rei Conto de Fadas”) a
construir, durante a a segunda
metade do séc. XIX o mais bonito
de todos os castelos do velho
Mundo: o Castelo de
Neuschwanstein.
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À descoberta do património cultural dos Alpes Orientais
• A nossa viagem levar-nos-á
inicialmente à cidade de
Munique. Capital do Estado
da Baviera, sede de
algumas das mais
importantes empresas
alemãs como a BMW, a
cidade de Munique conta
com quase um milhão e
meio de habitantes, sendo
que na sua área
metropolitana vivem mais
milhões de habitantes.
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• Localizada num ponto
estratégico do centro da
Europa, de Munique pode-
se viajar rapidamente, em
poucas horas para Zurique,
Viena, Praga, Milão ou até
ao coração da Alemanha,
Berlim.
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• Edificada numa das
principais rotas do Sal
desenvolvidas pelos
celtas ainda na idade
do Bronze, Munique,
apenas na Idade Média,
começou a ganhar
forma pela mão dos
monges beneditinos, a
partir de 1158, data
oficial da sua fundação.
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• Ainda hoje o brasão da
cidade bávara recorda o
passado beneditino do
velho burgo. O próprio
nome remete-nos para
a influência religiosa
“den Munichen” (que
quer dizer literalmente
“Para os Monges”).
18. Bandeiras da Baviera
Staatsflagge
18
Histórico (século XIII) 1806
A origem exata dos losangos é difusa. Acredita-se que sejam representativos dos
lagos e rios da Baviera ou talvez do céu, como no hino da Baviera , que diz " die
Farben Seines Himmels, Weiß und Blau " - "as cores de Seu céu/céu, branco e azul"
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• A sua arquitetura foi
sendo influenciada pela
arte bizantina e pelo
gótico ao longo do
tempo e que ainda hoje
podemos contemplar
na catedral (a
Frauenkirche),
construída sobre uma
antiga basílica romana,
entre os anos de 148 e
1526.
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• Por ter sido destruída pelos
bombardeamentos da II
Guerra, o seu interior é,
hoje em dia, muito mais
simples que nos séculos
anteriores, mas ainda
guarda algumas histórias e
lendas como a “Pegada do
Diabo”.
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À descoberta do património cultural dos Alpes Orientais
• Uma pegada que,
segundo a tradição, foi
deixada pelo mafarrico
na sua apressada fuga
quando descobriu que
tinha sido enganado
pelo construtor do
templo
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• O autor do projeto foi o
mestre Jörg von
Halsbach, que
desenhou ainda o
edifício da Câmara
Municipal, a Rathaus.
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• Palco de alguns dos mais
importantes
acontecimentos que
levaram ao surgimento do
partido Nazi (como, por
exemplo, o fracassado
golpe de Estado de 9 de
Novembro de 1923,
conhecido como o “Putsch
da Cervejaria”), Munique,
apesar de arrasada pelos
bombardeamentos aliados,
guarda ainda pérolas
fundamentais do
património cultural
edificado germânico.
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• Merecem destaque as
suas praças, como a
extraordinária
MarienPlatz, a praça
central de Munique,
que une a velha e a
nova Rathaus (Câmara
Municipal).
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• Marienplatz recebeu o
nome de Mariensäule,
uma coluna mariana
erguida no seu centro
em 1638 para celebrar
o fim da ocupação
sueca durante o
período da Guerra dos
30 Anos (1618-1648) e
que no seu topo tem
uma estátua de Nossa
Senhora feita em ouro.
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• Hoje, a Marienplatz é
dominada pela Nova
Câmara Municipal (Neues
Rathaus) no lado norte, e
pela Antiga Câmara
(Altes Rathaus, um salão
gótico reconstruído com
salão de baile e torre) no
lado leste, onde,
atualmente, funciona um
museu do brinquedo.
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À descoberta do património cultural dos Alpes Orientais
• Durante a Idade Média,
mercados e torneios
eram realizados na
Marienplatz,
originalmente chamada
de Markth ("mercado"),
Schranne (" mercado de
grãos ") e
posteriormente
Schrannenplatz ("Praça
do Mercado de Grãos").
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Na torre da Neues Rathaus fica o Glockenspiel, que é um carrilhão. Todos
os dias, às 11h e ao meio-dia (de março a outubro, também às 17h), ele
mexe-se e mostra dois eventos da história de Munique.
30. • Primeiramente, o andar superior mostra
o casamento do duque Guilherme V com
Renate von Lorraine, celebrado em
fevereiro de 1568. Um torneio de
cavaleiros foi realizado na Marienplatz em
homenagem aos noivos e o cavaleiro
bávaro triunfou sobre seu oponente de
Lorraine.
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31. • Já o piso inferior mostra
a dança dos
tanoeiros (artesão dedicado
à fabricação de barris e
tonéis). Após uma
grave epidemia de peste, os
fabricantes de barris teriam
sido os primeiros a se
aventurar novamente nas
ruas e dançar para divertir
a população assustada com
a peste.
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32. • Além disso, o carrilhão é
operado com energia solar
e, com seus 43 sinos, é
o quinto maior da Europa.
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À descoberta do património cultural dos Alpes Orientais
• Depois que o referido
mercado de grãos foi
transferido para o
moderno Schranne de
vidro e ferro perto de
"Blumenstrasse" em
1853, a praça recebeu o
seu novo nome, em 9
de outubro de 1854.
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• Em Munique merecem
destaque também as
suas longas avenidas,
sublinhando a Avenida
Ludwigstrasse, uma das
quatro avenidas reais
da cidade.
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• A avenida foi
nomeada em
homenagem ao Rei
Ludwig I da Baviera.
Luís I (Estrasburgo, 25 de agosto de 1786 – Nice, 29 de fevereiro de 1868) foi o Rei da Baviera
de 1825 até sua abdicação em 1848 por causa das revoluções de 1848 nos Estados alemães.
Era o filho mais velho do rei Maximiliano I José e sua esposa Augusta Guilhermina de Hesse-
Darmstadt. O governo de Luís foi influenciado pelo seu entusiasmo pelas artes. Entusiasta da
"Idade Média Germânica", Luís ordenou a reconstrução de vários mosteiros que haviam sido
fechados durante o Mediatização Alemã (ma série de mediatizações e secularizações que
ocorreram na Alemanha entre 1795 e 1814, durante a última etapa da Revolução Francesa e o
início da Era Napoleónica).
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• A avenida é uma das
mais importantes da
cidade e possui muitos
edifícios magníficos,
como o Arco do Triunfo
(conhecido como o
“Siegestor”, o Arco da
Vitória, erguido no séc.
XIX).
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• E a Feldherrnhalle (uma
“loggia” monumental
inspirada na célebre
“Loggia dei Lanzi”, de
Florença), a Igreja
Tiatina (ou
Theatinerkirche,
fundada no séc. XVIII,
conhecida por ser o
panteão dos reis
bávaros)
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• A Catedral de
Frauenkirche (nome
alemão para a Catedral
de Nossa Senhora
Bendita),
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• A Max Joseph Platz,
com o conjunto de
teatros enquadrados no
edifício do Palácio Real
(Residenz) e a Igreja de
S. Pedro.
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• Esta última reconhecida
como o templo mais
antigo de Munique e
cujas vistas a partir das
suas torres permitem
uma panorâmica impar
da cidade.
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• Falar de Munique e
esquecer a relação da
cidade com muitos dos
factos que figuram em
algumas das páginas
mais negras da história
seria apagar a memória
dessa história e as
lições que esses
dramáticos
acontecimentos
transmitiram.
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• Desde os primórdios da
sua ascensão ao poder,
o partido Nazi e Adolf
Hitler construíram uma
miríade de elos com
Munique.
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• Ainda hoje podemos
testemunhar a relação
da cidade com os
primeiros passos do
movimento que
fundaria o III Reich ao
cruzar a Odeonsplatz,
palco de algumas das
marchas nazis mais
extravagantes.
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• Nesta praça teve lugar, a
nove de novembro de
1923 o tiroteio
provocado por um motim
que resultou em tentativa
de tomada de poder da
cidade e que teve lugar
na cervejaria
Burgebräukeller,
episódio que ficou
conhecido como o Putsch
(“golpe”) da Cervejaria.
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• Em 1939 essa mesma
cervejaria viria a ser
destruída na sequência
da explosão de uma
bomba, numa tentativa
falhada de eliminar
Hitler.
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• Ainda nas imediações
da Odeonplatz ainda
podemos descobrir
uma outra cervejaria
que se tornou célebre
por dois episódios
também relacionados
com a história nazi:
Theatinerkirche
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• A Hofbräuhaus, que se
tornou célebre por dois
episódios também
relacionados com a
história nazi: a 2 de
fevereiro de 1920,
perante uma audiência
de cerca de 2 mil
pessoas, Adolf Hitler
apresentou o programa
oficial de governo do
seu partido;
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• A 29 de julho de 1921,
foi aclamado como
Führer (líder) do
Partido Nazi.
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• Finalmente, outro edifício
nas cercanias Odeonplatz
ficou para sempre ligado
aos acontecimentos que
descambariam na II
Guerra Mundial e os
horrores que se
seguiram, o Haus der
Kunst, primeiro edifício
de propaganda da
Alemanha Nazi,
construído em 1933 e
inaugurado em 1937.
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• Munique é uma cidade
que soube curar as
feridas da História e
seguir em frente,
reescrevendo o tempo
moderno sem esquecer
o passado que se
guarda em outros
pontos de grane
interesse da capital
bávara.
Allianz Arena
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• Como por exemplo o
Englisher Garten
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• Ou ainda dar um salto
até Theresienwiese,
um parque já um pouco
distante do centro,
onde todos os anos,
desde 1872, tem lugar
o gigantesco festival da
cerveja, o Oktoberfest.