Este capítulo discute os materiais necessários para preparar e conduzir testes de usabilidade, incluindo: (1) diretrizes para observadores, (2) roteiros de orientação, (3) questionários de base e (4) ferramentas para coleta de dados.
1. Preparar Materiais para o Teste
Capítulo 8
André Ferreira Dias | Bianca Galvão | Merion Evangelista
Prof. Luiz Agner
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Ergodesign de Interfaces: usabilidade e arquitetura de informação
2. Introdução
Prepare os materiais com antecedência.
Se tiver dificuldade em desenvolver um tipo específico de material de teste , isso pode ser um sinal
de que há falhas em seus objetivos de teste e projeto de teste.
Uma vez que eles são preparados, o seu fluxo natural irá guiar o teste para você.
Você não tem que fazer todos os materiais para cada teste. Deixe suas perguntas da pesquisa
ditarem a combinação dos itens que você precisa para fazer seu teste.
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3. Diretrizes para Observadores
Observadores são importantes porque você poderá usar suas anotações mais tarde.
Treine os observadores e desenvolva uma lista de dicas sobre o que fazer e não fazer, enquanto
observa, que inclua:
Dicas sobre o que procurar e como tirar o máximo proveito de estar presente.
Deve chegar na hora certa e ficar durante toda a sessão.
Dicas sobre linguagem corporal, não fazer barulho, etc.
Que tipos de perguntas a fazer quando eles são convidados a fazer.
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4. Roteiro de Orientação
Descreve o que vai acontecer durante uma sessão de teste. Mantenha o tom profissional,
mas amigável, e o discurso breve (alguns parágrafos).
Leia o roteiro na íntegra a cada participante em voz alta para que todos os participantes sejam
expostos a condições idênticas antes do ensaio.
Escrevendo o roteiro:
Apresente-se, e todos os envolvidos também.
Explique os papéis de cada um.
Ofereça refrescos.
Explique por que o participante está aqui.
Forneça bastante detalhe e contexto sobre o produto.
Descreva o equipamento de teste.
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5. Roteiro de Orientação
Descreva como o teste de usabilidade prosseguirá sem fornecer todos os detalhes.
Evite qualquer referência às suas expectativas de seu comportamento ou desempenho.
Assegure o Participante que ele ou ela não está sendo testado.
Explique quaisquer exigências incomuns.
Mencione que pode fazer perguntas a qualquer hora.
Pergunte se há qualquer dúvida.
Passe todos os formulários que precisam ser preenchidos (questionário base, etc).
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6. Questionário de Base
Fornece informações históricas sobre os participantes que irão ajudar a equipe a compreender o
seu comportamento e desempenho durante um teste.
As perguntas revelam a experiência do participante, atitudes e preferências em todas as áreas
que possam afetar a forma como ele faz o teste.
Normalmente é preenchido antes do teste e confirma que as pessoas "certas" apareceram.
Concentre-se em características que podem influenciar o desempenho
.
Faça o questionário de fácil preenchimento e de compilação
Teste o Questionário antes
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7. Ferramentas de coleta de dados
Ao criar um formulário de coleta de dados que você e outros observadores usarão, projete para
eficiência e facilidade de uso.
A ideia é antecipar os eventos que vão acontecer durante o teste e projetar o formulário ou a
tela para limitar a quantidade de entrada de dados, tanto quanto possível. Com isso você fica
livre para prestar atenção às sutilezas do teste e para sondar cada comportamento
do participante.
As respostas as perguntas abaixo irão direcionar o desenvolvimento dos instrumentos,
ferramentas, e até mesmo o número de pessoas necessárias para coleta de dados.
Que dados/problemas serão abordados em seu plano de teste?
Como você vai coletar os dados?
Como você vai gravar os dados?
Como você planeja reduzir e analisar os dados ?
Como e para quem você irá reportar os dados?
Que recursos estão disponíveis para ajudar com todo o processo?
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8. Ferramentas de coleta de dados
Para simplificar, podemos dividir os dados coletados durante o teste em duas grandes categorias:
Dados de desempenho:
Consiste em medidas objetivas do comportamento do participante, tais como as taxas de erro,
tempo para completar uma tarefa e etc. Este tipo de dados vem da observação de qualquer teste
ao vivo ou revisão da gravação de vídeo após o teste ter sido completado. Por exemplo: Percentual de tarefas concluídas com sucesso, tempo para completar uma tarefa e tempo para se recuperar de um erro.
Dados de Preferência:
Consiste em dados mais subjetivos que mensuram sentimentos ou opiniões sobre o produto na
visão do participante. Estes dados normalmente são coletado através de questionários on-line,
quetionários pós-teste e etc. Por exemplo: Preferências de Versão A vs versão B em um estudo
concorrência ou comparação, sugestões para melhorar o produto e justificativas para o desempenho (o que o participante diz sobre por que ele ou ela fez o que ele ou ela fez)
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9. Confidencialidade, formulários de autorização
e gravação de cessão de direitos
Além de questionários para coletar dados dos participantes, há alguns formulários para obter
autorizações dos participantes:
Formulário de confidencialidade:
O objetivo é impedir a divulgação não autorizada de informações sobre um produto
patenteado que os participantes podem encontrar durante o teste.
Permissão de gravação:
A finalidade é obter por escrito dos participantes a autorização de gravá-los durante
o teste de usabilidade.
Formulário de consentimento:
Um termo de consentimento que explica o estudo, descreve os riscos para o participante
e apresenta uma pessoa para contatar em caso de dúvidas ou questões.
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10. Questionário pré-teste e entrevistas
O questionário pré-teste ou entrevistas abordam os objetivos de testes específicos, como:
A Primeira impressão de um produto sobre a facilidade de uso.
Se os participantes possuem empatia pelo produto.
Qualificar os participantes para colocá-los em um grupo específico, ou para
estabelecer seu nível de especialização.
Como tal, o questionário pré-teste e entrevistas são considerados integrantes do processo
testes.
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11. Teste de protótipos ou produtos
Protótipos ou produtos em versões beta provavelmente não finalizados e com funcionalidades faltando podem fazer parte do momento de teste.
Familiarizar-se com o produto que está sendo testado antes da primeira sessão, mesmo antes da
sessão piloto, é altamente recomendado. Ao usá-lo pela primeira vez, você terá uma ideia muito
melhor do que esperar quando os participantes utilizarem: onde eles podem ter dificuldade, onde
poderão fazer perguntas, o que não é óbvio na primeira visualização.
Essa breve análise exploratória ajudará a desenvolver os cenários e tarefas para os testes com
usuários.
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12. Cenário das tarefas
Cenários das tarefas são versões expandidas da lista original de tarefas, porém, com a adição de
contexto, razões e elementos que motivem o participante a realizar as tarefas.
Os cenários das tarefas para a realização dos testes devem descrever:
os resultados que os participantes deverão se esforçar para atingir;
motivos para a realização da tarefa;
dados e nomes reais ao invés de generalização;
o estado do sistema quando uma tarefa é iniciada;
Cinco diretrizes para o desenvolvimento de cenários das taréfas são:
proveja cenários realisticos, complete com motivação para realização;
informe os cenários das taréfas em sequência de execução;
nivele os cenários das tarefas ao nível de experiência dos participantes;
evite o uso de jargões e dicas;
busque prover uma quantidade significativa de trabalho em cada cenário.
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13. Materiais opcionais de treinamento
Se referem a qualquer treinamento fornecido aos participantes anteriormente ao atual teste de
usabilidade, que elevem seus níveis de conhecimento a algum critério pré-estabelecido ou os permitem serem testados durante suas curvas de aprendizado.
Algumas situações que justificam treinamentos prévios são:
Assegurar perícia miníma
Obter uma visão do usuário após utilizar o produto.
Testar funcionalidades para usuários avançados
Quais são os benefícios da aplicação de Treinamentos Prévios?
Poder conduzir um teste de usabilidade mais compreensivo e desafiador
Poder testar funcionalidades que caso contrário poderiam ser negligenciadas
Elaborar o treinamento, lhe força a entender como alguem aprende a utilizar o seu produto
Com está técnica é possível testemunhar comportamentos que normalmente poderiam não
ocorrer até mesmo após uma ou duas semanas de uso do produto, o que é muito vantajoso.
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14. Questionário pós-teste
O principal objetivo do(s) questionário(s) pós-teste é coletar informações dos participantes, tendo
como objetivo esclarecer e aprofundar seu entendimento sobre os pontos fortes e fracos do
produto.
As informações coletadas tipicamente incluem as opiniões e sentimentos dos participantes sobre a
usabilidade do sistema e facilidade de aprendizado do mesmo.
Ao desenvolver um questionário, deve-se atentar aos pontos Conteúdo e Formato:
Conteúdo tem a ver com o assunto sobre o qual você escolher para perguntar.
Formato tem a ver com a concepção e formulação de cada questão e a organização do
questionário em geral
Se você não possuir tempo para desenvolver um bom questionário, é preferível apresentar as
questões oralmente aos participantes, uma vez que no formato oral, pode-se interagir com os participantes e esclarecer ambiguidades e mal-entendidos no local.
Desenvolver um questionário eficaz e inequívoco leva tempo e esforço
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15. Formatos comuns de perguntas
Os seguintes formatos podem ser utilizados para desenvolver questões para screener, roteiros de
orientação e questionários de pré e pós testes:
Escala Likert
São escalas onde cada participante registra o quanto concorda ou discorda com uma afirmação.
Diferencial Semantico
São escalas (geralmente com 7 pontos) onde os participantes são convidados a registrar o quanto concordam com uma opção, entre duas visões antagonicas.
Questões de Preenchimento
Dão mais liberdade ao participante, pois ficam livres para escrever o que pensam ao invés de selecionar
uma resposta em uma lista.
Questões de Marcar
Permitem que os participantes selecionem uma ou mais alternativas em uma lista de opções predefinidas.
Questões ramificadas
Permitem que você controle o caminho dos participantes ao longo do questionário e destine certas
questões exclusivamente a alguns usuários.
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16. Guia de tópicos do debriefing
Debriefing refere-se a explorar e analisar as ações dos participantes durante a parte de
desempenho de um teste de usabilidade
A finalidade do guia de tópicos do debriefing é proporcionar a estrutura para realização da sessão
de debriefing. Ao contrário de um questionário, que lista as perguntas específicas que cada participante deverá responder, nos tópicos do debriefing é sugerida uma linha de questionamento.
A natureza das perguntas depende das circunstâncias de cada teste realizado.
Tenha em mente que, além do guia, você também estará fazendo anotações durante o teste
sobre os itens específicos que você precisa para investigar durante a sessão de debriefing .
Então, podem haver dois conjuntos de notas a partir do qual você está desenhando o conteúdo de
sua sessão de debriefing
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