Na atividade de análise devemos coletar requisitos de uma
variedade de fontes e utilizar essas informações para
determinar:
As funcionalidades que devem ser
incluídas;
As tecnologias que devem ser utilizadas;
Os fatores que devem ser privilegiados;
As tarefas que devem ser apoiadas.
Requisitos do Usuário
PRODUTO
Objetivos do
usuário que o
produto deve
apoiar;
De que
maneiras o
produto deve
se comportar.
Características
e atributos que
o produto deve
ter;
Sharp e coautoras destacam quatro pontos principais
envolvidos na coleta de dados:
Definição dos Objetivos: Identificar as razões do porque coletarmos
dados;
Relacionamento profissional: O esclarecimento ajuda a formar um
relacionamento entre as partes, bem como assegurar aos participantes
o uso adequado das informações que eles forneçam.
Triangulação: Estratégia de utilizar mais de uma técnica de coleta de
dados para obter diferentes perspectivas.
Estudo Piloto: Uma previa do estudo principal, com o objetivo de
assegurar que o estudo é viável e permitirá coletar os dados desejados
e realizar as análises planejadas.
QUE DADOS
COLETAR?
A atividade mais essencial no desenvolvimento de um
produto de qualidade é entender quem são seus usuários
e de que eles precisam.
No geral, são coletados dados os
seguintes tipos de dados:Dados demográficos
Experiência profissional
Informações sobre a empresa
Educação
Experiência em computadores
Experiência com um produto
especifico
Tecnologia disponível
Treinamento
Atitudes e valores
Conhecimento do domínio
Objetivos
Tarefas
Gravidade dos erros
Motivação para o trabalho
Idiomas e jargões
É importante traçar o perfil de:
Usuários primários: utilizam constantemente o
produto;
Usuários secundários: utilizam ocasionalmente
o produto;
Outras partes interessadas: são afetadas pelo
uso do produto.
QUEM?
Devemos descobrir:
utilizará o
sistema?
definiu os
processos
a serem apoiados
pelo sistema?
será afetado
pelo produto?
É o responsável por decidir
quais os objetivos que o
sistema deve apoiar?
Quais funcionalidades o sistema deve ter?
Podemos buscar dados que nos ajudem a aprender
sobre o produto através de diferentes fontes, tais
como:
Feedback dos usuários:;
Arquivos de log:
Análise competitiva:
Pesquisa:
ASPECTOS ÉTICOS DE PESQUISA
ENVOLVENDO PESSOAS
É de responsabilidade da equipe de design proteger o bem-
estar físico e psicológico dos participantes de qualquer
estudo, pesquisa ou analise realizada (Johnson, 2001).
O avaliador deve obter permissão para gravar a voz ou
imagem de qualquer pessoa, antes de começar a gravação;
A participação na pesquisa deve ocorres apenas com
consentimento livre e esclarecido dos participantes;
O conforto dos participantes deve ser cuidadosamente
considerado;
O participante tem o direito e a liberdade de se recusar a
participar em qualquer fase da pesquisa;
Os participantes devem ter autonomia plena para
decidir participar ou não do estudo;
O pesquisador tem que combinar com o participante
formas de incentivo à participação da avalização;
O participante deve assinar um acordo de
confidencialidade.
Dentre as técnicas utilizadas frequentemente para coletar
dados e levantar os requisitos dos usuários, destacam-se:
Entrevistas;
Grupos de foco;
Questionários;
Brainstorming de necessidades e desejos dos usuários;
Classificação de cartões;
Estudos de campo;
Investigação contextual.
Coleta de dados e levantamento de
requisitos
Individual ou em grupo ( grupo de foco
)
As perguntas podem ser: abertas ou
fechadas
Classificação de entrevistas :
Estruturadas :
Segue fielmente o roteiro
Sem liberdade para explorar
tópicos novos
Normalmente as perguntas são
fechadas
Analise das entrevistas
Inter participante:
Para cada pergunta individual, todas as respostas
de todos os entrevistados são analisados
sistematicamente e rigorosamente.
Intra participação:
Para cada entrevistado individual, todas as
respostas de todos os entrevistados são
analisadas, buscando identificar possíveis conflitos
de opiniões.
Formulário impresso ou on-line com
perguntas que deverão ser
respondidas pelos usuários
Coleta de dados de um grande
número de pessoas
Poder ser abertos ou fechados
Tipos de perguntas e respostas
Múltipla escolha
Faixa de valores
Escalas
Perguntas abertas
Nos grupos de foco os participantes ( entre três e dez
) são reunidos por uma ou duas horas.
Coleta de informações, sobre um publico alvo
Consegue-se obter, em pouco tempo, múltiplos
pontos de vista
É necessária a presença de um moderador (Função:
integração e controle)
Coleta de dados sobre os tipos de
conteúdo e características que usuários
querem e desejam
Funciona com qualquer serviço e produto
8 a 12 usuários finais
O que é?
Classificação de
cartões é uma
técnica para
explorar como
as pessoas
agrupam itens
de informação.
Pra que serve?
A classificação de cartões nos permite aprender
sobre como as pessoas pesam em categorias e
conceitos, como os descrevem e quais informações
pertencem a quais categorias.
Segundo Courage e Baxter (2005), essa técnica nos
diz como as características de um produto podem
ser estruturadas para se encaixarem nas
expectativas dos usuários sobre de que maneira
essas características estão relacionadas.
Método
Um conjunto de cartões ou fichas são
preparados com amostras ou
descrições de conteúdo e fornecidos
a um grupo de pessoas que devem
organiza-los em grupos, de acordo
com a similaridade entre os cartões.
O critério de similaridade é definido
pelos próprios participantes. A
classificação de cartões pode ser
conduzida com indivíduos ou com um
grupo de usuários trabalhando
individualmente.
Procedimentos
Spencer (2009) enumera os seguintes passos para
a condução de uma classificação de cartões:
1. Decidir o que queremos descobrir;
2. Selecionar o método;
3. Selecionar o conteúdo;
4. Selecionar e convidar os participantes;
5. Conduzir a sessão de classificação de cartões e registrar os dados;
6. Analisar os resultados;
7. Utilizar os resultados no projeto.
Definição dos Objetivos
O primeiro passo é definir o objetivo do estudo. Spencer
(2009) enumera os seguintes objetivos típicos:
1. Aprender sobre como as pessoas pesam sobre o conteúdo e seus
principais agrupamentos e utilizar essa informação para criar categorias
de alto nível e subcategorias;
2. Aprender se há conceitos de alto nível nesse conteúdo e utilizar essa
informação para aprender melhor os relacionamentos entre os itens de
conteúdo;
3. Envolver autores de um Web site como forma de mostrar-lhes que as
pessoas pensam de diferentes maneiras, e em particular como elas
pensam sobre o seu próprio conteúdo;
Definição dos Objetivos
4. Explorar se há um esquema principal de classificação para
o conteúdo ou se há mais de um esquema. Utilizar essa
informação para definir se as informações devem ser
oferecidas de mais de uma maneira;
5. Descobrir por que uma pequena seção do Web site não
está funcionando ao explorar diferentes métodos de
categorização. Utilizar essa informação para decidir se e
como o conteúdo deve ser reorganizado;
6. Coletar termos e expressões a serem utilizados para
rotular grupos e categorias de conteúdo.
Tipo de Classificação
A classificação de cartões possui duas variantes
básicas: as formas aberta e fechada.
Classificação Aberta – Os participantes descrevem os
grupos de cartões que eles criaram. Devemos ter em mente
que a classificação aberta permite aprender mais sobre os
esquemas de classificação dos usuários.
Classificação Fechada – São fornecidos cartões que
representam categorias predefinidas.
Seleção do Tipo de Classificação
A classificação aberta permite aprender mais
sobre os esquemas de classificação dos
usuários;
Mas existem casos, no entanto, em que uma
classificação fechada é preferencial como, por
exemplo, quando temos um conjunto de
categorias que não pode ser modificado.
Classificação de Cartões em Grupo
O principal risco de
conduzirmos uma
classificação de cartões em
grupo é haver um membro
dominante que force sua
opinião sobre as opiniões
dos outros. Quando isso não
acontece os participantes
fornecem insumos preciosos
para o estudo.
Seleção de Conteúdo
Uma das principais causas para o insucesso de uma sessão
de classificação de cartões é a seleção de conteúdo
inadequado.
Ao selecionarmos o conteúdo, devemos assegurar que os
itens selecionados sejam:
Representativos;
Relevantes;
Passiveis de agrupamento.
Cuidados:
Não incluir conteúdos que parecem
categorias;
Não abusar de termos que induzam o
participante a classificação;
Manter todos os itens num nível
semelhante de abstração.
Condução da Sessão
Estudo- piloto / visa avaliar instruções e todo o material gerado
No inicio da sessão, devemos informar/instruir aos participantes:
Objetivo do estudo;
Conteúdo dos cartões;
Agrupamento dos cartões.
Ao término da atividade deve-se pedir a opinião dos participantes sobre
os grupos formados para avaliar o quanto estão satisfeitos e confiantes
com o resultado.
Análise de resultados
A fase de análise se inicia com a observação das similaridades
e diferenças entre as várias estruturas criadas e consiste em
verificar:
Quais grupos foram formados;
Qual esquema de classificação as pessoas utilizaram;
Quais itens de conteúdo foram classificados em cada grupo;
Quais termos e expressões foram utilizados para descrever os grupos.
O resultado da classificação de cartões não
fornece uma resposta direta sobre como
organizar as informações, mas sim ideias para a
elaboração da arquitetura de informação.
Segundo ela, o principal valor da classificação
de cartões é aprender sobre o seu usuário
coisas que não saberíamos de outro jeito.
Análise de resultados
Durante um estudo de campo , um pesquisador visita usuários finais no
seu próprio ambiente e os observa enquanto desempenham uma
atividade.
Duração
Podem durar desde algumas poucas horas até diversos dias
Objetivo
Entender o comportamento natural do usuário final no contexto do seu
próprio ambiente de atuação.
Por quê?
Ao observarmos o usuário em seu próprio
ambiente, podemos capturar informações
que afetam o uso de um produto. O
resultado é tornar explícitos os aspectos e
processos implícitos do ambiente do
usuário.
Quando Utilizar?
Estudos de campo podem ser utilizados em
qualquer momento durante o ciclo de vida de
desenvolvimento de um produto, mas
geralmente são mais proveitosos durante as
atividades iniciais de levantamento.
Formas
Observação pura, sem interação do observador com os
participantes;
Observação guiada por um conjunto de tópicos de interesse;
Áudio e vídeo no ambiente de atuação dos participantes;
Coleta ou cópia dos artefatos utilizados pelos participantes;
Diários mantidos pelos participantes;
Registros de vídeo por câmeras instaladas no ambiente;
Investigação contextual.
Investigação Contextual
É uma das formas mais comuns de
estudo de campo. Trata-se de um
estudo de campo com o envolvimento
intenso do investigador como um
participante aprendiz, incluindo
entrevistas e observações.
Objetivo
Revelar todos os aspectos da pratica do trabalho.
Obter dados sobre a estrutura do trabalho na
prática;
Tornar explícito o conhecimento tácito e não
articulado sobre o trabalho;
Conhecer os detalhes do trabalho que se tornaram
habituais e visíveis.
Modelo
Modelo mestre-aprendiz – o entrevistador exerce o papel de
aprendiz do trabalho do usuário. O usuário, no seu papel de
mestre, ensina o seu trabalho enquanto o trabalho é
realizado.
Esse modelo facilita:
Tornar os usuários cientes do que fazem, ao fazê-lo;
Interromper o trabalho para pensar sobre ele;
Revelar todos os detalhes de uma prática de trabalho;
Apontar e explicar as diferenças entre o essencial e o irrelevante;
Revelar padrões ou princípios atuantes, que influenciam ou
determinam a forma como trabalham.
Princípios
A investigação contextual se baseia nos seguintes
princípios:
Contexto – o investigador deve ir ao local dos seus usuários e observá-
los realizando seu trabalho.
Parceria – a parceria com os usuários é firmada através de conversas
sobre o trabalho deles, com o objetivo de nos tornarmos seu
colaborador no entendimento da prática de trabalho.
Interpretação – consiste em desenvolver um entendimento
compartilhado com o usuário sobre os aspectos relevantes do
trabalho.
Foco – a investigação deve ser guiada por um entendimento claro do
seu objetivo, para atribuir significado ao trabalho.
Entrevista convencional – um membro da equipe
de design faz:
Apresentação
Descrição do foco
Importância (participante e trabalho)
Correção de erros (do designer)
Coleta de opinião (ferramentas)
Transição – fornece informações ao
participante sobre o que vai acontecer quando
passarem da parte da conversa para a
observação.
Entrevista contextual – o usuário
começa a fazer o seu trabalho enquanto o
entrevistador observa e interpreta.
Ao final da entrevista:
Repassar os dados com o usuário;
Correção de interpretação.
Este capítulo descreveu:
Os tipos de dados coletados durante a análise;
As fontes de informação que fornecem esses dados;
Os cuidados éticos envolvidos na captura dos dados;
Algumas técnicas de investigação e analise.
Com o objetivo de entender as necessidades dos
usuários e de definir os requisitos de IHC de um
sistema interativo.