O documento discute a Luta Antimanicomial no Brasil, que busca transformar os serviços psiquiátricos e transferir o foco do tratamento da saúde mental dos hospitais psiquiátricos para uma rede de atenção psicossocial comunitária e aberta, visando a desinstitucionalização e os direitos dos pacientes. A data de 18 de maio é lembrada como o início deste movimento no país.
3. Conceito
• A saúde mental (ou sanidade mental) é um
termo usado para descrever um nível de
qualidade de vida cognitiva ou emocional ou a
ausência de uma doença mental. Na
perspectiva da psicologia positiva ou do
holismo, a saúde mental pode incluir a
capacidade de um indivíduo de apreciar a vida
e procurar um equilíbrio entre as atividades e
os esforços para atingir a resiliência
psicológica.
4. Conceito
• A Organização Mundial de Saúde afirma que
não existe definição "oficial" de saúde mental.
• Diferenças culturais, julgamentos subjetivos e
teorias relacionadas concorrentes afetam o
modo como a "saúde mental" é definida.
5. Conceito
• Saúde Mental é o equilíbrio emocional entre o
patrimônio interno e as exigências ou vivências
externas. É a capacidade de administrar a própria
vida e as suas emoções dentro de um amplo
espectro de variações sem contudo perder o
valor do real e do precioso. É ser capaz de ser
sujeito de suas próprias ações sem perder a
noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida
na sua plenitude máxima, respeitando o legal e o
outro.
6. Conceito
• Saúde Mental é estar de bem consigo e com
os outros. Aceitar as exigências da vida. Saber
lidar com as boas emoções e também com as
desagradáveis: alegria/tristeza;
coragem/medo; amor/ódio; serenidade/raiva;
ciúmes; culpa; frustrações. Reconhecer seus
limites e buscar ajuda quando necessário.
7. Critérios de Saúde Mental
1. Atitudes positivas em relação a si próprio;
2. Crescimento, desenvolvimento e auto-
realização;
3. Integração e resposta emocional;
4. Autonomia e autodeterminação;
5. Percepção apurada da realidade;
6. Domínio ambiental e competência social.
8. Pensando o fazer psicossocial
• Desde de 1950 a Psicologia vem se consolidando
e desenvolvendo estudos e pesquisas referentes
as demandas sociais.
• Psicologia crítica e construtivista.
• Palavras, representações e as condutas, relações
intersubjetivas -> relação entre o indivíduo e o
social.
• Abordagem psicossocial: articula a sociedade
com o psíquico, ou seja, o sujeito em suas
múltiplas dimensões.
9. Pensando o fazer psicossocial
• Elo entre o físico, o psicológico, o meio ambiente
natural e o social.
• História de vida -> Contexto social.
• Sujeito em relação consigo mesmo, com os
outros e com o mundo.
• A vivência do homem é um processo dinâmico.
• O universo simbólico está sempre presente nas
relações pessoais -> processo de existência x
significação.
10. Pensando o fazer psicossocial
• Comprometimento político e consciência
cidadã.
• Crítica ao processos de saúde/doença, à
formação profissional e aos modelos vigentes.
• Escuta analítica e atenta.
• O ser sujeito em sua singularidade e
coletividade.
11. A complexidade do ser humano na
abordagem psicossocial
• A construção da subjetividade permeia as
áreas social e psíquica.
• “O ser humano é a singularização de toda
história da humanidade”.
• A ética do psicólogo deve abordar a
transformação contínua e inclusão do sujeito
histórico.
• Qual é o lugar do sujeito?
• Limites: autonomia e liberdade.
12. A complexidade do ser humano na
abordagem psicossocial
• A abordagem psicossocial enfatiza os usuários da
saúde mental -> Produção de projetos de vida e
ressocialização.
• Interdisciplinaridade
• A família como responsável e mediadora.
• Atenção ao sofrimento integral.
• Morin, 1996: A concepção do homem como um
conjunto de incertezas que busca elementos para
auto-atualização, mas que logo se percebe em
meio a ambiguidades próprias da natureza
humana.
13. A complexidade do ser humano na
abordagem psicossocial
• Psicossociologia: individual e coletivo,
afetividade e mundo social e inconsciente.
• O sujeito como protagonista de sua história.
14. A intervenção psicossocial nos
atendimentos de saúde
• Saúde pública: ações psicossociais.
• Como tornar o atendimento psicológico mais
acessível e útil ao serviço público de saúde?
• Foco na família, abordagem transdisciplinar,
trabalho com grupos e realidade social.
• Rede = Vínculos
• Atores sociais
• Formulação, regulação e o controle de políticas
públicas de saúde mental.
15. A intervenção psicossocial nos
atendimentos de saúde
• Superar dualidades e dinamizar o processo de
Saúde Mental.
• Âmbitos: promoção e prevenção.
• Desinstitucionalização do sujeito: Luta
antimanicomial.
• A burocracia impede o progresso e sucesso da
Saúde Mental.
16. O fazer clínico na saúde mental
• Ribeiro, 1996: O exercício profissional em
saúde mental tende a dialogar, de forma a
criar espaços para aproximações. É no entre
que a criação acontece, é no limiar do poder
que os saberes podem revelar contribuições e
reconstruir caminhos.
• Construção de uma política humanizada.
17. Clínica psicossocial
• O profissional psicólogo é mediador e figura
facilitadora
• Potencialização das capacidades do sujeito,
visando sua autonomia, superação das
dificuldades vividas e reinvenção e
fortalecimento de caminhos possíveis
• Intervir implica contextualizar na realidade,
questionar ações e tomar posições de
transformação com conscientização
18. Clínica psicossocial
• Atitude dialógica
• Sujeito-Sociedade-Consciência
• Postura comprometida com o psicossocial.
• Relações socialmente ética e justas.
20. Luta Antimanicomial
• O Movimento Antimanicomial , também conhecido
como Luta Antimanicomial, se refere a um processo de
transformação dos Serviços Psiquiátricos, derivado de
uma série de eventos políticos nacionais e
internacionais.
• O Movimento Antimanicomial tem o dia 18 de maio
como data de comemoração no calendário nacional
brasileiro. Esta data remete ao Encontro dos
Trabalhadores da Saúde Mental, ocorrido em 1987, na
cidade de Bauru, no estado de São Paulo, que reuniu
mais de 350 trabalhadores na área de saúde mental.
22. Luta Antimanicomial
• Na sua origem, esse movimento está ligado à Reforma
Sanitária Brasileira da qual resultou a criação do Sistema
Unico de Saúde - (SUS); está ligado também à experiência
de desinstitucionalização da Psiquiatria desenvolvidas em
Gorizia e em Trieste, na Itália, por Franco Basaglia nos anos
60.
• Como processo decorrente deste movimento, temos a
Reforma Psiquiátrica, definida pela Lei 10.216 de 2001 (Lei
Paulo Delgado) como diretriz de reformulação do modelo
de Atenção à Saúde Mental, transferido o foco do
tratamento que se concentrava na instituição hospitalar,
para uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em
unidades de serviços comunitários e abertos.
23. Luta Antimanicomial
• Política pública de saúde mental é um processo
político e social complexo, composto de
participantes, instituições e forças de diferentes
origens que acontece em diversos territórios. É
um conjunto de transformações de práticas,
saberes, valores culturais e sociais, e é no
cotidiano da vida das instituições, dos serviços e
das relações interpessoais que o processo da
política avança, passando por tensões, conflitos e
desafios.
24. Luta Antimanicomial
• Os séculos passados, quando ainda não havia controle de saúde
mental, a loucura era uma questão privada onde, as famílias eram
responsáveis por seus membros portadores de transtorno mental.
Os loucos eram livres para circulação nos campos, mas, nem tudo
eram flores. Eles também eram alvo de chacotas, zombarias e
escárnio público.
• Com o passar dos anos, começou então a discussão e luta pela
implantação de serviços de saúde mental no Brasil. Foi ai então que
surgiram as primeiras instituições, no ano de 1841 na cidade do Rio
de Janeiro, que era um abrigo provisório, logo após surgirem outras
instituições como hospícios e casas de saúde. Somente no final do
século XX é que a militância por serviços humanizados consegui às
primeiras implantações de Centros de Atenção Psicossocial os CAPS.
25. Luta Antimanicomial
• Foi em 2001 que a Lei Paulo Delgado foi sancionada no país. A Lei
redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o
oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária,
dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos
mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva
extinção dos manicômios.
• As condições da saúde mental no Brasil evoluíram, porém a Luta
Antimanicomial não parou. Ainda acontecem manifestações em
todo o país no dia 18 de maio, para que se mantenha vivo o
cuidado com os doentes, e para que fique claro que eles não devem
ser excluídos da sociedade e maltratados como eram antigamente,
mas sim orientados e acompanhados para que possam encontrar
seu lugar no mundo.