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Informe-se em promoção da saúde, v.2,n.1.p.03-05. 2006.
3
O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA E SUA IMPORTÂNCIA PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE
Jorge Luiz Lima da Silva1
O processo envolvendo
adoecimento e cura tem sido
influenciado, através dos tempos,
pelos paradigmas que regem a
saúde e a doença. O
renascimento com os miasmas, os
determinantes do ambiente social
e laboral, no século XVIII com a
chegada das indústrias e,
finalmente, no século XIX o
avanço da microbiologia. Neste
último, definiram-se as causas
para as doenças, desde então, o
aspecto biológico tem recebido
destaque. É inegável a influência
do positivismo, onde um “corpo
hígido” representava ⎯ e ainda
pode representar ⎯ ausência de
qualquer afecção.
Atualmente, no fim
século XX e início XXI, há uma
preocupação com uso de
tecnologias, controle dos gastos e
qualidade fatores que têm
ganhado destaque. Surgiram
novos conceitos envolvendo o
processo de cuidado como
acolhimento, acreditação
hospitalar, humanização, e
cuidado individualizado e integral
dentre outros. São fatores que
possuem relação com a
subjetividade do sujeito, pois
buscam laços entre aqueles que
cuidam e os que são cuidados.
Nesse sentido, o processo saúde-
doença recebe atenção especial,
pois
[...] é um processo social
caracterizado pelas relações
dos homens com a natureza
(meio ambiente, espaço,
território) e com outros homens
(através do trabalho e das
relações sociais, culturais e
políticas) num determinado
espaço geográfico e num
determinado tempo histórico.
(TANCREDI; BARRIOS;
FERREIRA, 1998, p.29)
Com o avançar das
discussões sobre saúde, foi
percebido que a garantia do
cuidado mais individualizado e,
consequentemente, a promoção
da saúde, precisava ir além do
discurso da “ausência de
doença”. Tornou-se necessário
um paradigma contextualizado
com os “novos” conceitos que
envolvem o processo dinâmico
de vivenciar a saúde e a doença.
A Primeira Conferência
Internacional sobre Promoção da
Saúde, realizada em Ottawa,
Canadá, em 1986, definiu a
promoção à saúde: como o
processo de capacitação da
comunidade para atuar na
melhoria da sua qualidade de
vida e saúde, incluindo maior
participação no controle desse
processo. Para atingir um estado
de completo bem-estar, os
indivíduos e grupos devem saber
identificar aspirações, satisfazer
necessidades e modificar
favoravelmente o meio ambiente.
Diante das afirmações, percebe-
se que o sujeito torna-se mais
ativo na construção seu processo
de saúde, logo ele passa a ser
visto como um elemento central,
diferente da medicina dos órgãos
que denomina uma pessoa pela
patologia, ofuscando sua
personalidade e sua capacidade
de decisão, ou participação –
“um paciente”.
Constata-se, no meio
científico e acadêmico, a
discussão voltada para um
paradigma ampliado de saúde,
atrelado à qualidade de vida e
bem-estar. Como então criar
parâmetros para algo complexo
como o fenômeno saúde? Três
aspectos fundamentais referentes
ao construto qualidade de vida
foram obtidos através de um
grupo de experts de diferentes
culturas, com isso, a Organização
Mundial de Saúde (OMS)
apresentou 3 dimensões
influentes: 1) subjetividade; 2)
multidimensionalidade, 3)
presença de dimensões positivas
(p.ex. mobilidade) e negativas
(p.ex. dor). Esses aspectos se
desdobram em seis domínios que
englobam, desde o domínio
físico, até o espiritual.
Observa-se que a
deficiência em um dos sistemas
do corpo físico corresponde
apenas a um elemento que
influencia à saúde. Como se viu
são seis domínios; mas é claro
que um deles pode ter maior
importância que outro, ganhando
forte significância, como a dor,
dificuldade para se locomover,
ausência de emprego e outros...
Contudo, uma coisa é certa, os
domínios recebem interpretações
peculiares que podem variar de
acordo com cada cultura. A
cultura guia como as pessoas
vivem o que é geralmente
acreditado e valorizado, como se
comunicam, quais são seus
hábitos, costumes e gostos. O
conhecimento cultural existe em
todos os âmbitos da existência,
incluindo subsistência ou
manutenção da ordem, religião,
gênero, lazer, e saúde e doença.
(GUALDA; BERGAMASCO,
2004, p.26)
Outro elemento que
recebe destaque no processo
saúde-doença é a enfermidade
que pode representar apenas um
detalhe para alguns. Existem
clientes com patologias crônicas
que se consideram sadios. Outros
“aparentando saúde”, vivenciam
um problema de ordem pessoal,
tendo tamanha relevância que
arruína o seu bem-estar. O
paradigma ampliado inclui o
bem-estar e a visão de totalidade
do ser humano. Enquanto a
doença é uma condição de uma
determinada parte do corpo,
afetada por um evento que o
prejudica, a enfermidade está
relacionada à totalidade do ser
humano. Uma pessoa pode estar
enferma mesmo sem apresentar
qualquer doença. (VICINI, 2002,
p.65)
Informe-se em promoção da saúde, v.2,n.1.p.03-05. 2006.
4
Como o bem-estar é
subjetivo e vai depender da
cultura e forma de encarar os
problemas da vida, o estado de
adoecimento pode ser visto ⎯
por alguns ⎯ como uma
oportunidade de rever a vida e a
forma de viver, um momento de
reflexão e pode até representar
ganhos qualitativos
posteriormente. Para outros, o
estado de morbidez pode
representar o fim, levar a
processos de depressão e arruinar
o ritmo considerado normal e
saudável da vida agitada. Logo, a
doença possui influência do
aspecto biológico, espiritual,
social, psicológico e do acesso
aos recursos essenciais que
promovem a manutenção da
saúde e bem-estar. A doença
ganha voz pelo sujeito que sente,
pensa e constata, daí afirmações
como:
Doença é o que nós
representamos que ela seja.
Assim, se para nós doença é
uma possessão diabólica, então
ela é isso. Se achamos que é
uma invasão de
microorganismos patógenos
em nosso corpo, então doença
é isso. Se pensamos que é algo
que nos afeta negativamente,
pois nos faz sofrer, e é fruto de
uma punição por alguma ação
imprópria que possamos ter
cometido (comer
desregradamente, por
exemplo), então doença é isso.
Mas, se julgarmos que doença
é algo que nos revela um
desequilíbrio interior e que nos
chama a uma mudança de vida
para que alcancemos um novo
equilíbrio superior, então
doença será isso. (ibid, p.64)
Para promover a saúde
deve-se conhecer a pessoa a quem
é prestado o cuidado, atitudes
como ouvir e compreender
recebem importância singular,
bem como os aspectos variados
de sua cultura. O atendimento
aos clientes requer uma equipe
multidisciplinar e trabalho
interdisciplinar, pois como o
sujeito representa uma história,
uma vivência, e uma forma de
encarar a saúde e a doença,
requer um grau de acolhimento e
atenção maior, nesse caso,
conhecimento requerido permeia
diversas áreas do saber. Muitos
profissionais de saúde recebem
conteúdos acadêmicos que
contribuem para que esse
processo se estabeleça2
,
entretanto, o modelo curativista -
centrado na doença- ainda possui
forte peso na formação superior
na área da saúde, refletindo sobre
o atendimento aos clientes.
Constata-se que a
evolução tecnológica e científica
baseada no conhecimento
biomédico deu grandes saltos e
contribuiu inegavelmente à
atenção e ao controle dos riscos
de doenças. Pretende-se agora
aplicar esse conhecimento a uma
pessoa, de forma a reconhecer
sua individualidade e
peculiaridade, enquanto um ser
que age, sente, pensa, e possui
um grau de instrução, está
inserido em um ambiente com
fatores variados que influenciam
em sua vida.
Cabe a reflexão de que
para promover a saúde devem-se
ser consideradas as
desigualdades históricas sociais,
entre gêneros, brancos e negros,
com relação à renda, acesso à
educação e à saúde. Caso esses
fatores sejam esquecidos, a
promoção da saúde fica aquém
do desejado, estagna no âmbito
de repetição de discursos
denominados “educação em
saúde”, sem adequação à
realidade concreta e, ao mesmo
tempo dinâmica, que rege o
processo saúde-doença.
[...] saúde e doença em
sentido absoluto não existem.
Ambas em uma totalidade, de um
processo, a prova disso é que
não se consegue definir uma sem
falar na outra. (TAVARES;
1994, 89)
Logo, o modo de ver
saúde e ver doença é peculiar de
cada indivíduo e deve-se ter em
mente essa informação ao
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saúde.
A doença passa a ser
vista como uma forma complexa
e dinâmica de relacionamento,
um objeto de síntese por
excelência e deve ser tratada
como aspecto do sistema
simbólico. (GUALDA;
BERGAMASCO, 2004, p.33) E
a saúde é um movimento de auto-
transcendência da pessoa em
direção a uma expressão de vida
que supera a simples homeostase
dos subsistemas do organismo
humano. (VICINI, 2002, p.74)
Com isso, entende-se
que a valorização do sujeito
como um ser humano é essencial
para as ações de promoção e
proteção à saúde, prevenção das
doenças, contribuindo para uma
atenção integral às pessoas e suas
famílias.
OBRAS CITADAS E CONSULTADAS
BRASIL. Lei n. 8.080, 19 de setembro de 1990. Presidência da República. Subchefia para assuntos jurídicos. Brasília:
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 1990.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Manual brasileiro de acreditação hospitalar / Secretaria de
Assistência à Saúde. – 3. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
______. ______. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As Cartas da Promoção da Saúde /
Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Projeto Promoção da Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
GUALDA, D.M.R; BERGAMASCO, R. Enfermagem cultura e o processo saúde doença. São Paulo: Ícone, 2004.
___________________
O processo saúde-
doença e sua
importância para a
promoção da saúde
___________________
Jorge Luiz Lima da
Silva
Informe-se em promoção da saúde, v.2,n.1.p.03-05. 2006.
5
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. DIVISÃO DE SAÚDE MENTAL. VERSÃO EM PORTUGUÊS DOS
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA (WHOQOL), 1998. Disponível em:<
http://www.ufrgs.br/psiq/whoqol86.html > . Acessado em: 09 de fevereiro de 2005.
TANCREDI, F.B; BARRIOS, S.R.L; FERREIRA, J.H.G. Planejamento em saúde. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública/
Instituto para o Desenvolvimento da Saúde, 1998.
TAVARES, C. Iniciação a visão holística. 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 1994.
VICINI, G. Abraço afetuoso em corpo sofrido: saúde integral para idosos. São Paulo: SENAC, 2002.
REFERÊNCIA DO TEXTO:
SILVA, J. L. L. O processo saúde-doença e importância para a promoção da saúde. Informe-se em promoção da saúde,
n.2.p.03-05. 2006. Disponível em: <http://www.uff.br/promocaodasaude/informe>. Acessado em: ____/____/_____.
1
Enfermeiro. Pós-graduando em Ativação de Processos de Mudança na Formação Superior de Profissionais de Saúde ENSP/FIOCRUZ. Professor
Colaborador do curso de especialização Enfermagem em Promoção da Saúde. Mestrando em Enfermagem/ UNIRIO.
2
Podem ser citados conteúdos das ciências humanas que oferecem uma visão sobre o homem e seu contexto social. A dificuldade se encontra nas relações
diretas com a prática profissional, a influência do modelo biológico é marcante no decorrer do curso o que torna o estabelecimento de vínculos da teoria e a
prática muito difícil por parte dos estudantes. Mesmo sabendo que uma pessoa é integrante de uma comunidade, possui uma filosofia de vida e possui
aspectos peculiares de sua cultura. As bagagens teóricas de cadeiras como sociologia, filosofia e antropologia são facilmente despercebidos na prática.

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Determinantes sociais da saúde
 

Processo saúde-doença e sua importância para promoção da saúde

  • 1. Informe-se em promoção da saúde, v.2,n.1.p.03-05. 2006. 3 O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA E SUA IMPORTÂNCIA PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE Jorge Luiz Lima da Silva1 O processo envolvendo adoecimento e cura tem sido influenciado, através dos tempos, pelos paradigmas que regem a saúde e a doença. O renascimento com os miasmas, os determinantes do ambiente social e laboral, no século XVIII com a chegada das indústrias e, finalmente, no século XIX o avanço da microbiologia. Neste último, definiram-se as causas para as doenças, desde então, o aspecto biológico tem recebido destaque. É inegável a influência do positivismo, onde um “corpo hígido” representava ⎯ e ainda pode representar ⎯ ausência de qualquer afecção. Atualmente, no fim século XX e início XXI, há uma preocupação com uso de tecnologias, controle dos gastos e qualidade fatores que têm ganhado destaque. Surgiram novos conceitos envolvendo o processo de cuidado como acolhimento, acreditação hospitalar, humanização, e cuidado individualizado e integral dentre outros. São fatores que possuem relação com a subjetividade do sujeito, pois buscam laços entre aqueles que cuidam e os que são cuidados. Nesse sentido, o processo saúde- doença recebe atenção especial, pois [...] é um processo social caracterizado pelas relações dos homens com a natureza (meio ambiente, espaço, território) e com outros homens (através do trabalho e das relações sociais, culturais e políticas) num determinado espaço geográfico e num determinado tempo histórico. (TANCREDI; BARRIOS; FERREIRA, 1998, p.29) Com o avançar das discussões sobre saúde, foi percebido que a garantia do cuidado mais individualizado e, consequentemente, a promoção da saúde, precisava ir além do discurso da “ausência de doença”. Tornou-se necessário um paradigma contextualizado com os “novos” conceitos que envolvem o processo dinâmico de vivenciar a saúde e a doença. A Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em 1986, definiu a promoção à saúde: como o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo. Para atingir um estado de completo bem-estar, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. Diante das afirmações, percebe- se que o sujeito torna-se mais ativo na construção seu processo de saúde, logo ele passa a ser visto como um elemento central, diferente da medicina dos órgãos que denomina uma pessoa pela patologia, ofuscando sua personalidade e sua capacidade de decisão, ou participação – “um paciente”. Constata-se, no meio científico e acadêmico, a discussão voltada para um paradigma ampliado de saúde, atrelado à qualidade de vida e bem-estar. Como então criar parâmetros para algo complexo como o fenômeno saúde? Três aspectos fundamentais referentes ao construto qualidade de vida foram obtidos através de um grupo de experts de diferentes culturas, com isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou 3 dimensões influentes: 1) subjetividade; 2) multidimensionalidade, 3) presença de dimensões positivas (p.ex. mobilidade) e negativas (p.ex. dor). Esses aspectos se desdobram em seis domínios que englobam, desde o domínio físico, até o espiritual. Observa-se que a deficiência em um dos sistemas do corpo físico corresponde apenas a um elemento que influencia à saúde. Como se viu são seis domínios; mas é claro que um deles pode ter maior importância que outro, ganhando forte significância, como a dor, dificuldade para se locomover, ausência de emprego e outros... Contudo, uma coisa é certa, os domínios recebem interpretações peculiares que podem variar de acordo com cada cultura. A cultura guia como as pessoas vivem o que é geralmente acreditado e valorizado, como se comunicam, quais são seus hábitos, costumes e gostos. O conhecimento cultural existe em todos os âmbitos da existência, incluindo subsistência ou manutenção da ordem, religião, gênero, lazer, e saúde e doença. (GUALDA; BERGAMASCO, 2004, p.26) Outro elemento que recebe destaque no processo saúde-doença é a enfermidade que pode representar apenas um detalhe para alguns. Existem clientes com patologias crônicas que se consideram sadios. Outros “aparentando saúde”, vivenciam um problema de ordem pessoal, tendo tamanha relevância que arruína o seu bem-estar. O paradigma ampliado inclui o bem-estar e a visão de totalidade do ser humano. Enquanto a doença é uma condição de uma determinada parte do corpo, afetada por um evento que o prejudica, a enfermidade está relacionada à totalidade do ser humano. Uma pessoa pode estar enferma mesmo sem apresentar qualquer doença. (VICINI, 2002, p.65)
  • 2. Informe-se em promoção da saúde, v.2,n.1.p.03-05. 2006. 4 Como o bem-estar é subjetivo e vai depender da cultura e forma de encarar os problemas da vida, o estado de adoecimento pode ser visto ⎯ por alguns ⎯ como uma oportunidade de rever a vida e a forma de viver, um momento de reflexão e pode até representar ganhos qualitativos posteriormente. Para outros, o estado de morbidez pode representar o fim, levar a processos de depressão e arruinar o ritmo considerado normal e saudável da vida agitada. Logo, a doença possui influência do aspecto biológico, espiritual, social, psicológico e do acesso aos recursos essenciais que promovem a manutenção da saúde e bem-estar. A doença ganha voz pelo sujeito que sente, pensa e constata, daí afirmações como: Doença é o que nós representamos que ela seja. Assim, se para nós doença é uma possessão diabólica, então ela é isso. Se achamos que é uma invasão de microorganismos patógenos em nosso corpo, então doença é isso. Se pensamos que é algo que nos afeta negativamente, pois nos faz sofrer, e é fruto de uma punição por alguma ação imprópria que possamos ter cometido (comer desregradamente, por exemplo), então doença é isso. Mas, se julgarmos que doença é algo que nos revela um desequilíbrio interior e que nos chama a uma mudança de vida para que alcancemos um novo equilíbrio superior, então doença será isso. (ibid, p.64) Para promover a saúde deve-se conhecer a pessoa a quem é prestado o cuidado, atitudes como ouvir e compreender recebem importância singular, bem como os aspectos variados de sua cultura. O atendimento aos clientes requer uma equipe multidisciplinar e trabalho interdisciplinar, pois como o sujeito representa uma história, uma vivência, e uma forma de encarar a saúde e a doença, requer um grau de acolhimento e atenção maior, nesse caso, conhecimento requerido permeia diversas áreas do saber. Muitos profissionais de saúde recebem conteúdos acadêmicos que contribuem para que esse processo se estabeleça2 , entretanto, o modelo curativista - centrado na doença- ainda possui forte peso na formação superior na área da saúde, refletindo sobre o atendimento aos clientes. Constata-se que a evolução tecnológica e científica baseada no conhecimento biomédico deu grandes saltos e contribuiu inegavelmente à atenção e ao controle dos riscos de doenças. Pretende-se agora aplicar esse conhecimento a uma pessoa, de forma a reconhecer sua individualidade e peculiaridade, enquanto um ser que age, sente, pensa, e possui um grau de instrução, está inserido em um ambiente com fatores variados que influenciam em sua vida. Cabe a reflexão de que para promover a saúde devem-se ser consideradas as desigualdades históricas sociais, entre gêneros, brancos e negros, com relação à renda, acesso à educação e à saúde. Caso esses fatores sejam esquecidos, a promoção da saúde fica aquém do desejado, estagna no âmbito de repetição de discursos denominados “educação em saúde”, sem adequação à realidade concreta e, ao mesmo tempo dinâmica, que rege o processo saúde-doença. [...] saúde e doença em sentido absoluto não existem. Ambas em uma totalidade, de um processo, a prova disso é que não se consegue definir uma sem falar na outra. (TAVARES; 1994, 89) Logo, o modo de ver saúde e ver doença é peculiar de cada indivíduo e deve-se ter em mente essa informação ao abordar um cliente do sistema de saúde. A doença passa a ser vista como uma forma complexa e dinâmica de relacionamento, um objeto de síntese por excelência e deve ser tratada como aspecto do sistema simbólico. (GUALDA; BERGAMASCO, 2004, p.33) E a saúde é um movimento de auto- transcendência da pessoa em direção a uma expressão de vida que supera a simples homeostase dos subsistemas do organismo humano. (VICINI, 2002, p.74) Com isso, entende-se que a valorização do sujeito como um ser humano é essencial para as ações de promoção e proteção à saúde, prevenção das doenças, contribuindo para uma atenção integral às pessoas e suas famílias. OBRAS CITADAS E CONSULTADAS BRASIL. Lei n. 8.080, 19 de setembro de 1990. Presidência da República. Subchefia para assuntos jurídicos. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 1990. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Manual brasileiro de acreditação hospitalar / Secretaria de Assistência à Saúde. – 3. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002. ______. ______. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As Cartas da Promoção da Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Projeto Promoção da Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002. GUALDA, D.M.R; BERGAMASCO, R. Enfermagem cultura e o processo saúde doença. São Paulo: Ícone, 2004. ___________________ O processo saúde- doença e sua importância para a promoção da saúde ___________________ Jorge Luiz Lima da Silva
  • 3. Informe-se em promoção da saúde, v.2,n.1.p.03-05. 2006. 5 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. DIVISÃO DE SAÚDE MENTAL. VERSÃO EM PORTUGUÊS DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA (WHOQOL), 1998. Disponível em:< http://www.ufrgs.br/psiq/whoqol86.html > . Acessado em: 09 de fevereiro de 2005. TANCREDI, F.B; BARRIOS, S.R.L; FERREIRA, J.H.G. Planejamento em saúde. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública/ Instituto para o Desenvolvimento da Saúde, 1998. TAVARES, C. Iniciação a visão holística. 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 1994. VICINI, G. Abraço afetuoso em corpo sofrido: saúde integral para idosos. São Paulo: SENAC, 2002. REFERÊNCIA DO TEXTO: SILVA, J. L. L. O processo saúde-doença e importância para a promoção da saúde. Informe-se em promoção da saúde, n.2.p.03-05. 2006. Disponível em: <http://www.uff.br/promocaodasaude/informe>. Acessado em: ____/____/_____. 1 Enfermeiro. Pós-graduando em Ativação de Processos de Mudança na Formação Superior de Profissionais de Saúde ENSP/FIOCRUZ. Professor Colaborador do curso de especialização Enfermagem em Promoção da Saúde. Mestrando em Enfermagem/ UNIRIO. 2 Podem ser citados conteúdos das ciências humanas que oferecem uma visão sobre o homem e seu contexto social. A dificuldade se encontra nas relações diretas com a prática profissional, a influência do modelo biológico é marcante no decorrer do curso o que torna o estabelecimento de vínculos da teoria e a prática muito difícil por parte dos estudantes. Mesmo sabendo que uma pessoa é integrante de uma comunidade, possui uma filosofia de vida e possui aspectos peculiares de sua cultura. As bagagens teóricas de cadeiras como sociologia, filosofia e antropologia são facilmente despercebidos na prática.