O documento fornece diretrizes para tratar deficientes visuais de forma respeitosa e inclusiva, como não tratá-los de forma diferente, oferecer ajuda quando necessário e fornecer orientações claras.
Braile - Como tratar deficientes visuais corretamente
1. COMO TRATAR DEFICIENTES VISUAIS
CORRETAMENTE
Não trate as pessoas cegas como seres diferentes
somente porque não podem ver.
Se encontrar algum deficiente visual que precise de
ajuda, identifique-se, faça-o perceber que você está
falando com ele e ofereça auxílio.
Para guiar uma pessoa cega, ela deve segurar-lhe pelo
braço, de preferência no cotovelo ou no ombro. Não a
pegue pelo braço: além de perigoso, isso pode assustá-la.
À medida que encontrar degraus, meios fios e outros
obstáculos, vá orientando-a. Em lugares muito estreitos
para duas pessoas caminharem lado a lado, ponha seu
braço para trás de modo que a pessoa cega possa lhe
seguir;
2. • Ao sair de uma sala, informe o(a) cego(a); é desagradável para
qualquer pessoa falar para o vazio. Não evite palavras como
"cego", "olhar" ou "ver", os(as) cegos(as) também as usam;
• Ao guiar um(a) cego(a) para uma cadeira, guie a sua mão
para o encosto da cadeira, e informe se a cadeira tem braços
ou não;
• Num restaurante, é de boa educação que você leia o
cardápio e os preços;
Ao explicar direções para uma pessoa cega, seja o mais
claro e específico possível, de preferência, indique as
distâncias e posições: a sua esquerda, daqui mais ou menos
3 passos, uns 5 metros a sua frente...
3. Nunca as exclua de participar plenamente, nem
procure minimizar tal participação. Deixe que
decidam como participar. Proporcione à pessoa cega
a chance de ter sucesso ou de falhar, tal como
qualquer outra pessoa;
• Quando são pessoas com visão subnormal (alguém
com sérias dificuldades visuais), proceda com o
mesmo respeito, perguntando-lhe se precisa de
ajuda, quando notar que ela está em dificuldade.
• Fonte: Extraído/adaptado do site da Sociedade
dos Cegos do Rio Grande do Norte - SOCERN,
em 11/05/2000.
5. O DESEMPENHO VISUAL NA
ESCOLA
Na escola, os professores costumam confundir ou
interpretar erroneamente algumas atitudes e
condutas de alunos com baixa visão que oscilam
entre o ver e o não ver.
Para que o aluno com baixa visão desenvolvaa
capacidade de enxergar, o professor deve
despertar o seu interesse em utilizar a visão
potencial, desenvolver a eficiência visual,
estabelecer o conceito de permanência doobjeto, e
facilitar a exploração dirigida e organizada.
.
6. RECURSOS ÓPTICOS E NÃO-
ÓPTICOS
Recursos ou auxílios ópticos são lentes de uso especial ou
dispositivo formado por um conjunto de lentes, geralmente
de alto poder, com o objetivo de magnificar a imagem da
retina.
Esses recursos são utilizados mediante prescrição e
orientação oftalmológica. As escolhas e os níveis de
adaptação desses recursos em cada caso devem ser
definidos a partir da conciliação de inúmeros fatores.
Entre eles, destacamos: necessidades
específicas,diferenças individuais, faixa etária,
preferências, interesses e habilidades que vão
determinar as modalidades de adaptações e as
atividades mais adequadas.
7. RECURSOS ÓPTICOS
Recursos ópticos para longe: telescópio:
usado para leitura no quadro negro, restringem
muito o campo visual; telessistemas, telelupas e
lunetas.
Recursos ópticos para perto: óculos especiais
com lentes de aumento que servem para
melhorar a visão de perto. (óculos bifocais, lentes
esferoprismáticas, lentes monofocais esféricas,
sistemas telemicroscópicos).
Lupas manuais ou lupas de mesa e de apoio:
úteis para ampliar o tamanho de fontes para a
leitura, as dimensões de mapas, gráficos,
diagramas, figuras etc.
9. RECURSOS NÃO-ÓPTICOS
Tipos ampliados: ampliação de fontes, desinais
e símbolos gráficos em livros, apostilas, textos
avulsos, jogos, agendas, entre outros.
Acetato amarelo: diminui a incidência
declaridade sobre o papel.
Plano inclinado: carteira adaptada, com a mesa
inclinada para que o aluno possa realizar as
atividades com conforto visual e estabilidade da
coluna vertebral.
Acessórios: lápis 4B ou 6B, canetas de ponta
porosa, suporte para livros, cadernos com pautas
pretas espaçadas, tiposcópios (guia de leitura),
gravadores.
10. Softwares com magnificadores de tela e
Programas com síntese de voz.
Chapéus e bonés: ajudam a diminuir o reflexo da
luz em sala de aula ou em ambientes externos.
Circuito fechado de televisão --- CCTV:
aparelho acoplado a um monitor de TV
monocromático ou colorido que amplia até 60
vezes as imagens e as transfere para o monitor.
11. RECOMENDAÇÕES ÚTEIS
Sentar o aluno a uma distância de
aproximadamente um metro do quadro negro na
parte central da sala.
Posicionar a carteira de maneira que o aluno não
escreva na própria sombra.
Adaptar o trabalho de acordo com a condição
visual do aluno.
Colocar a carteira em local onde não haja reflexo
de iluminação no quadro negro.
12. RECURSOS DIDÁTICOS
Os sólidos geométricos, os jogos de encaixe, os
ligue-ligues e similares podem ser
compartilhados com todos os alunos sem
necessidade de adaptação.
A confecção de recursos didáticos para alunos
cegos deve se basear em alguns critérios muito
importantes para a eficiência de sua utilização.
Além disso, deve ser atraente para a visão e
agradável ao tato.
Objetos ou desenhos em relevo pequenos demais
não ressaltam detalhes de suas partes
componentes ou se perdem com facilidade.
13. Contrastes do tipo liso/áspero, fino/espesso,
permitem distinções adequadas.
O material não deve provocar rejeição ao
manuseio e ser resistente para que não se
estrague com facilidade e resista à exploração
tátil e ao manuseio constante. Deve ser simples e
de manuseio fácil, proporcionando uma prática
utilização e não deve oferecer perigo para os
alunos.
A disponibilidade de recursos que atendam ao
mesmo tempo às diversas condições visuais dos
alunos pressupõe a utilização do sistema braille,
de fontes ampliadas e de outras alternativas no
processo de aprendizagem.
15. CELINHA BRAILLE: FEITAS COM CAIXAS DE
CHICLETES,
BOTÕES, CARTELAS DE COMPRIMIDOS, CAIXA DE
FÓSFORO,
EMBORRACHADO.
16. CELA BRAILLE VASADA: CONFECCIONADA EM
VÁRIOS
TAMANHOS COM ACETATO USADO EM RADIOGRAFIAS
OU
PAPELÃO.
17. CAIXA DE VOCABULÁRIO: CAIXA DE PLÁSTICO OU
DE
PAPELÃO CONTENDO MINIATURAS COLADAS EM
CARTÕES
COM O NOME DO OBJETO EM BRAILLE E EM TINTA.
18. • ALFABETO: LETRAS CURSIVAS CONFECCIONADAS
COM
EMBORRACHADO, PAPELÃO OU EM ARAME FLEXÍVEL.
• Gaveteiro alfabético: cada gaveta contém
miniaturas de objetos iniciados com a letra fixada
em relevo e em braille na parte externa.
• Pesca-palavras: caixa de plástico ou de
papelão contendo cartelas imantadas com
palavras em braille para serem pescadas com
vareta de churrasco com imã na ponta.
• Roleta das letras: disco na forma de relógio
com um ponteiro giratório contendo as letras do
alfabeto em braille e em tinta.
Livro de bolso: as páginas são bolsos de pano
contendo atividades com palavras, frases ou
expressões escritas em braille.
19. GRADE PARA ESCRITA CURSIVA: PAUTAS
CONFECCIONADAS
COM CAIXA DE PAPELÃO, RADIOGRAFIAS,
EMBORRACHADO E
OUTROS.
21. CAIXA DE NÚMEROS: CAIXAS DE PLÁSTICO OU DE
PAPELÃO CONTENDO MINIATURAS. COLAR NA PARTE
EXTERNA O
NUMERAL, EM TINTA, RELEVO E EM BRAILLE,
CORRESPONDENTE À QUANTIDADE DE OBJETOS
GUARDADOS NO INTERIOR DA CAIXA.
26. ATENÇÃO!
Com os 63 sinais da escrita braille é possível escrever
números, palavras acentuadas, matemática, contexto
informático, etc...
Na escrita braille, se escreve da DIREITA para
ESQUERDA, e se lê da ESQUERDA para DIREITA.
27. SISTEMA BRAILLE
Os seis pontos formam o que se convencionou chamar
“cela braille”
1
63
52
4
POSIÇÃO DE LEITURA
29. ALFABETO BRAILLE
A – (1) O – 1,3,5
B – (1,2) P – 1,2,3,4
C – (1,4) Q – 1,2,3,4,5
D – (1,4,5) R – 1,2,3,5
E – (1,5) S – 2,3,4
F – (1,2,4) T – 2,3,4,5
G – (1,2,4,5) U – 1,3,6
H – (1,2,5) V – 1,2,3,6
I – (2,4) W – 2,4,5,6
J – (2,4,5) X – 1,3,4,6
K – (1,3) Y – 1,3,4,5,6
L – (1,2,3) Z – 1,3,5,6
M – (1,3,4)
N – (1,3,4,5)
30. POSIÇÃO DE ESCRITA
4
5
6
Ex.: Letra P
4
6
5
POSIÇÃO DE LEITURA
31. "Posso admitir que o deficiente seja vítima do
destino! Porém não posso admitir que seja vítima
da indiferença!"
John Kennedy