O documento discute a situação de espíritos encarnados em corpos de cretinos e idiotas. Afirma que essas almas sofrem como forma de punição, tendo que habitar corpos com limitações mentais e físicas que dificultam sua manifestação. No entanto, as faculdades espirituais não são afetadas pelos órgãos, apenas sua manifestação. A loucura é vista como uma perturbação causada por alterações nos órgãos cerebrais que dificultam o controle espiritual sobre o corpo. Após a mort
3. TERMOS ADOTADO PELA MEDICINA NOS SEUS PRIMÓRDIOS
• Idiotia – Deficiência mental severa, geralmente
decorrente de lesões cerebrais ou de um desenvolvimento
incompleto do cérebro, que leva à incapacidade de
aquisição da linguagem e à impossibilidade de uma vida
autônoma; idiotismo.
• Cretinismo – Deficiência congênita que se caracteriza por
atraso no desenvolvimento físico e mental, associado a
uma insuficiência da tiroide. Hormônio necessário para o
desenvolvimento do sistema nervoso central e para o
adequado crescimento físico.
• Loucura – Doença mental caracterizada pela alienação
total do indivíduo em relação aos fatos que lhe são
pertinentes.
https://michaelis.uol.com.br
5. 371 – Tem fundamento a
opinião segundo a qual os
cretinos e os idiotas têm
uma alma de natureza
inferior?
Não, eles têm uma alma humana,
muitas vezes mais inteligente do que
pensais, e que sofre a insuficiência
dos meios de que dispõe para se
comunicar, do mesmo modo que o
mudo sofre a de não poder falar.
7. Em rápidos minutos achávamo-nos em
pequena câmara, onde magro
doentinho repousava, choramingando.
Cercavam-no duas entidades tão
infelizes quanto ele mesmo, pelo
estranho aspecto que apresentavam.
O menino enfermo inspirava piedade.
É paralítico de nascença, primogênito
de um casal aparentemente feliz, e
conta oito anos na existência nova —
informou Calderaro, indicando-o —;
não fala, não anda, não chega a
sentar-se, vê muito mal, quase nada
ouve dá esfera humana;
psiquicamente, porém, tem a vida de
um sentenciado sensível, a cumprir
severa pena, lavrada, em verdade, por
ele próprio.
8. Há quase dois séculos, decretou a morte
de muitos compatriotas numa insurreição
civil. Valeu-se da desordem político-
administrativa para vingar-se de desafetos
pessoais, semeando ódio e ruínas. Viveu
nas regiões inferiores, apartado da carne,
inomináveis suplícios. Inúmeras vítimas já
lhe perdoaram os crimes; muitas, contudo,
seguiram-no, obstinadas, anos afora... A
malta, outrora densa, rareou pouco a
pouco, até que se reduziu aos dois últimos
inimigos, hoje em processo final de
transformação. Com as lutas acremente
vividas, em sombrias e dantescas furnas
de sofrimento, o desgraçado aprestou-se
para esta fase conclusiva de resgate;
conseguiu, assim, a presente reencarnação
com o propósito de completar a cura
efetiva, em cujo processo se encontra, faz
muitos anos.
9. O Espírito não retrocede em
hipótese alguma...
[...] as formas de manifestação
podem sofrer degenerescência,
de modo a facilitar os processos
regenerativos.
Todo mal e todo bem praticados
na vida impõem modificações em
nosso quadro representativo.
Nosso desventurado amigo
envenenou para muito tempo os
centros ativos da organização
perispiritual. Cercado de inimigos
e desafetos, frutos da atividade
criminosa a que se consagrou
voluntariamente, permanece
quase embotado pelas sombras
resultantes dos seus tremendos
erros.
10. Extrema palidez e enorme angústia transpareceram no semblante do paralítico.
Notei que a infeliz entidade emitia, através das mãos, estrias negras de
substância semelhante ao piche, as quais atingiam o encéfalo do pequenino,
acentuando-lhe as impressões de pavor. [...]
Os raios destrutivos alcançam-lhe a zona motora, provocando a paralisação dos
centros da fala, dos movimentos, da audição, da visão e do governo de todos os
departamentos glandulares. Na verdade, essa dolorosa situação cronicificou-se,
pela repetição desta ocorrência milhares de vezes, em quase duas centenas de
anos.
11. O doentinho, da aflição, em que se
mergulhara, passou às contorções,
evidenciando todos os característicos da
idiotia clássica. Os órgãos revelavam
agora estranhos deslocamentos, O
sistema endócrino patenteava
indefiníveis perturbações.
A mãezinha estacou, tristonha, de pé
junto ao berço, afagando-lhe a fronte
aljofrada de suor, ao termo das
contorções finais. Afastou a colcha
rendada, levantou-o, cuidadosa, e
abraçou-o, ungindo-o com o mais terno
dos carinhos.
O menino aquietou-se.
O Médico Divino, utilizando um corpo
incurável e o amor, até o sacrifício, de um
coração materno, restitui o equilíbrio a
Espíritos eternos, a fim de que sobre as
ruínas do passado possam irmanar-se
para gloriosos destinos.
12. A Divina Sabedoria não se descuidou da
programação prévia de serviço, neste
particular. (problemas relacionados à mente)
Se encarregou a Ciência de superintender o
desdobramento harmonioso dos fenômenos
pertinentes à zona física.
Se incumbiu a Filosofia de acompanhar essa
mesma Ciência, enriquecendo-lhe os valores
intelectuais.
Confiou à Religião a tarefa de velar pelo
desenvolvimento da alma, propiciando-lhe
abençoadas luzes para a jornada de ascensão.
Colaborando com os trabalhadores decididos,
inúmeras legiões de auxiliares invisíveis ao
olhar humano se desdobram, em toda parte,
socorrendo os que sofrem, incentivando os
que esperam firmemente no bem,
melhorando sempre.
XAVIER, Chico. No Mundo Maior. 28ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz, pág. 94.
13. A prece, representada pelo desejo
não manifestado, pelas aspirações
íntimas ou pelas petições
declaradas, proveniente da zona
superior ou surgida do fundo vale,
onde se agitam as paixões
humanas, é, a rigor, o ascendente
de nossas atividades.
Colaboramos com o espírito
eterno em sua ascensão à zona
divina, aduzindo novas forças ao
bem, onde ele se encontre,
independentemente de fórmulas
dogmáticas, ou não, com que ele
se manifeste nos círculos
humanos.
XAVIER, Chico. No Mundo Maior. 28ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz, pág. 95.
14. 372 – Qual o objetivo da Providência criando seres infelizes
como os cretinos e os idiotas?
São os Espíritos em punição, habitando corpos de idiotas. Esses
Espíritos sofrem pelo constrangimento que experimentam e
pela impossibilidade em que se encontram de se manifestarem
por meio de órgãos não desenvolvidos ou desarranjados.
372.a) Não é exato, então, dizer que os órgãos não
têm influência sobre as faculdades?
Jamais dissemos que os órgãos não
tivessem influência. Eles têm uma
influência muito grande sobre a
manifestação das faculdades, porém não
dão as faculdades, e aí está a diferença.
Um bom músico com um mau
instrumento não fará boa música, e isso
não o impedirá que seja um bom
músico.
15. Allan Kardec:
É necessário distinguir o estado
normal do estado patológico. No
estado normal, o moral suplanta o
obstáculo que lhe opõe a matéria;
mas existem casos em que a
matéria oferece uma resistência
tal que as manifestações são
obstadas ou desnaturadas, como
na idiotia e na loucura. São casos
patológicos e, nesse estado, a
alma não gozando de toda a sua
liberdade, a própria lei humana a
isenta da responsabilidade dos
seus atos.
16.
17. Allan Kardec:
A superioridade moral não está sempre
em razão da superioridade intelectual, e
os maiores gênios podem ter muito a
expiar; daí resulta, frequentemente,
para eles uma existência inferior à que
tiveram e uma causa de sofrimentos. Os
entraves que o Espírito experimenta em
suas manifestações lhe são como as
correntes que comprimem os
movimentos de um homem vigoroso.
Pode-se dizer que o cretino e o idiota
são estropiados pelo cérebro, como o é
o coxo pelas pernas, o cego pelos olhos.
18.
19. 375 – Qual é a situação do Espírito na loucura?
O Espírito, no estado de liberdade, recebe diretamente
suas impressões e exerce diretamente sua ação sobre a
matéria; encarnado, porém, encontra-se em condições
muito diferentes e na contingência de só o fazer com a
ajuda de órgãos especiais. Que uma parte ou o conjunto
desses órgãos seja alterada, sua ação ou suas impressões,
naquilo que concerne a esses órgãos, ficam interrompidas.
Se ele perde os olhos, torna-se cego; se perde o ouvido,
torna-se surdo, etc. Imagina agora que o órgão que preside
aos efeitos da inteligência e da vontade seja parcial ou
inteiramente atacado ou modificado, e te será fácil
compreender que o Espírito, não tendo mais a seu serviço
senão órgãos incompletos ou desnaturados, deve lhe
resultar uma perturbação, da qual, por si mesmo e no seu
foro íntimo, tem perfeita consciência, mas não é senhor
para deter o curso.
20. 375.a) É então sempre o corpo e não o Espírito
que está desorganizado?
Sim, mas é preciso não perder de vista que, do
mesmo modo que o Espírito atua sobre a
matéria, esta reage sobre ele em uma certa
medida, e que o Espírito pode se encontrar
momentaneamente impressionado pela
alteração dos órgãos pelos quais se manifesta e
recebe suas impressões. Pode acontecer que,
com o tempo, quando a loucura durou
bastante, a repetição dos mesmos atos acabe
por ter, sobre o Espírito, uma influência da qual
não se livra senão depois de sua completa
separação de todas as impressões materiais.
21. 376 – Por que motivo a loucura
leva, algumas vezes, ao suicídio?
O Espírito sofre com o constrangimento que experimenta
e com a impossibilidade, em que se encontra, de se
manifestar livremente, por isso busca na morte um meio
de romper os seus laços.
22. 377 – O Espírito do alienado
se ressente, depois da
morte, do desarranjo de
suas faculdades?
Ele pode sentir algum tempo
depois da morte, até que
esteja completamente
desligado da matéria, como
o homem que acorda se
ressente algum tempo da
perturbação em que o sono
o mergulha.
23. 378 – Por que a alteração do
cérebro pode reagir sobre o
Espírito depois da morte?
É uma lembrança; um peso
oprime o Espírito e, como ele
não teve conhecimento de tudo
o que se passou durante sua
loucura, precisa sempre um
certo tempo para se pôr ao
corrente. É por isso que, quanto
mais durar a loucura durante a
vida, muito mais tempo dura a
opressão, o constrangimento
depois da morte. O Espírito
liberto do corpo se ressente,
algum tempo, da impressão dos
seus laços.
24. CRÉDITOS:
• Formatação: Marta G. P. Miranda
• Referências:
KARDEC, Allan. O Livro dos
Espíritos. Tradução de Salvador
Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE,
2009. Pág. 138 à 140.
XAVIER, Chico. Entre a Terra e o
Céu. 27ª ed. Brasília: FEB, 2018.
Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. No Mundo Maior.
28ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo
Espírito André Luiz.