O documento discute os diferentes tipos de sonhos e a emancipação da alma durante o sono. Explica que durante o sono a alma se liberta parcialmente do corpo e pode se comunicar com outros espíritos, visitar outros lugares e mundos, e às vezes ter visões do passado ou futuro. Também discute como os sonhos podem ser afetados pela imaginação ou preocupações da vigília, mas que em alguns casos refletem experiências reais do espírito.
4. EMANCIPAÇÃO DA ALMA – estado particular da vida
humana, durante o qual, desprendendo-se dos laços
materiais, a alma recobra algumas de suas faculdades de
Espírito, e entra mais facilmente em comunicação com os
seres incorpóreos. Tal estado se manifesta principalmente
pelo fenômeno dos sonhos, da sonolência, da dupla vista, do
sonambulismo natural ou magnético e do êxtase.
DESDOBRAMENTO ESPIRITUAL – é uma faculdade
anímica onde o Espírito encarnado desliga-se parcialmente
do seu corpo físico. É uma capacidade intrínseca ao ser
humano que desenvolveu, ao longo da evolução da espécie,
a possibilidade de desembaraçar-se do corpo material, dentro
de certos limites, adquirindo alguma sensação de liberdade.
O desdobramento espiritual acontece, na maior parte das
vezes, durante o sono.
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5. Sono é um estado em que cessam as
atividades físicas motoras e sensoriais.
Sonho é a lembrança dos fatos, dos
acontecimentos ocorridos durante o sono.
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6. 400 – O Espírito encarnado
permanece voluntariamente
em seu envoltório corporal?
É como se perguntasses
se o prisioneiro se alegra
com a prisão. O Espírito
encarnado aspira sem
cessar à sua libertação, e
quanto mais o envoltório é
grosseiro, mais deseja
estar dele desembaraçado.
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7. 401 – Durante o sono,
a alma repousa como
o corpo?
Não, o Espírito jamais
está inativo. Durante o
sono, os laços que o
unem ao corpo se
relaxam, e o corpo não
necessita do Espírito.
Então ele percorre o
espaço e entra em
relação mais direta com
os outros Espíritos.
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8. Enquanto o corpo trabalha, a alma trabalha;
enquanto o corpo descansa, a alma trabalha.
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9. 402 – Como podemos apreciar a liberdade do
Espírito durante o sono?
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10. Pelos sonhos. Crede, enquanto o corpo repousa, o Espírito
dispõe de mais faculdades do que na vigília. Tem o
conhecimento do passado e, algumas vezes, previsão do
futuro. Adquire maior energia e pode entrar em comunicação
com os outros Espíritos, seja neste mundo, seja em outro.
Muitas vezes, dizes: Tive um sonho bizarro, um sonho horrível,
mas que não tem nada de verossímil; enganaste, é
frequentemente uma lembrança dos lugares e das coisas que
viste e verás em uma outra existência ou em um outro
momento. Estando o corpo entorpecido, o Espírito esforça-se
por quebrar seus grilhões, procurando no passado e no futuro.
Pobres homens, que pouco conheceis os fenômenos mais
simples da vida! Acreditai-vos sábios e vos embaraçais com as
coisas mais vulgares. Ficais perturbados a esta pergunta de
todas as crianças: que fazemos quando dormimos, e que é o
sonho?
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11. O sonho liberta, em parte, a alma do corpo. Quando se dorme,
se está, momentaneamente, no estado em que o homem se
encontra, de maneira fixa, depois da morte. Espíritos que se
desligam logo da matéria, em sua morte tiveram sonhos
inteligentes; estes, quando dormem, reúnem-se à sociedade
de outros seres superiores a eles. Com eles, viajam, conversam
e se instruem, trabalhando mesmo em obras que encontram
prontas quando morrem. Isto deve vos ensinar, uma vez mais,
a não temer a morte, pois que morreis todos os dias, segundo
a palavra de um santo¹. Isso para os Espíritos elevados.
Todavia, a massa dos homens que, na morte, deve ficar longas
horas em perturbação, nessa incerteza da qual vos falaram,
esses vão, seja para mundos inferiores à Terra, onde velhas
afeições os evocam, seja a procurar os prazeres que podem ser
mais inferiores que aqueles que têm aí. Eles vão haurir
doutrinas ainda mais vis, mais ignóbeis, mais nocivas que as
que professam em vosso meio. 1 – São Francisco de Sales
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12. O que gera a simpatia sobre a Terra não é outra coisa que o
fato de se sentirem ao despertar, ligados pelo coração, àqueles
com quem vieram de passar oito ou nove horas de felicidade
ou de prazer. Isso explica também as antipatias invencíveis,
pois sabem no fundo do seu coração que essas pessoas de lá
têm uma consciência diversa da nossa e a conhecem sem as
ter visto jamais com os olhos. Explica, ainda, a indiferença,
visto que não se deseja fazer novos amigos quando a gente
sabe que existem outras pessoas que nos amam e nos querem.
Em uma palavra, o sono influi mais do que pensais sobre vossa
vida.
Pelo efeito do sono, os Espíritos encarnados estão sempre em
relacionamento com o mundo dos Espíritos, e é isso que faz
com que os Espíritos superiores consintam, sem demasiada
repulsa, em encarnarem entre vós. Quis Deus que durante o
seu contato com o vício eles possam ir se renovar nas fontes
do bem, para não falirem, eles que vêm instruir os outros. 12
13. O sono é a porta que Deus lhes abriu até seus amigos do céu. É
o recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande
libertação, a liberação final que deve devolvê-los ao seu
verdadeiro meio.
O sonho é a lembrança do que vosso Espírito viu durante o
sono. Notai, porém, que não sonhais sempre porque não
recordais sempre do que vistes, ou de tudo o que vistes. Vossa
alma não está em pleno desdobramento. Não é, muitas vezes,
senão a lembrança da perturbação que acompanha vossa
partida ou vossa volta, à qual se junta a do que fizestes ou do
que vos preocupou no estado de vigília. Sem isso, como
explicareis esses sonhos absurdos que têm os sábios, assim
como os mais simples? Os maus Espíritos também se servem
dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.
De resto, vereis dentro em pouco se desenrolar outra espécie
de sonho, tão velha quanto a que conheceis, mas vós a ignorais.
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14. O sonho de Joana, o sonho de Jacob, o sonho dos profetas
judeus e de alguns adivinhos indianos. Esse sonho é a
lembrança da alma, inteiramente desligada do corpo, a
lembrança dessa segunda vida de que sempre vos falo.
Procurai distinguir bem essas duas espécies de sonhos
naqueles dos quais vos lembrais; sem isso, caireis em
contradição e nos erros que serão funestos à vossa fé.
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16. Sonhos
Espíritas
Nesse tipo de sonho, a alma,
desprendida do corpo, exerce
atividade real e efetiva,
encontrando-se com parentes,
amigos, instrutores e também
com os inimigos desta e de
outras existências.
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17. Sonhos
Comuns
- Fisiológico: é aquele que dramatiza
algo que acontece com nosso corpo.
- Psicológico: é aquele que exprime
nossos estados íntimos.
Sonhos
Reflexivos
Exteriorização de impressões e imagens
arquivadas na mente do espírito.
Sonhos
Espíritas
Atividade real e efetiva do Espírito
durante o sono.
TIPOS DE SONHOS
Martins Peralva - Estudando a Mediunidade
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18. Allan Kardec:
Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna
mais independente pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí
uma espécie de clarividência indefinida que se estende aos lugares
mais distantes, ou que jamais se viu e, algumas vezes, mesmo a
outros mundos, assim como a lembrança que traz à memória os
acontecimentos ocorridos na existência presente ou nas
existências anteriores; a estranheza de imagens do que se passa ou
se passou em mundos desconhecidos, entremeadas de coisas do
mundo atual, formam esses conjuntos bizarros e confusos que
parecem não ter nem sentido, nem ligação.
A incoerência dos sonhos se explica, ainda, pelas lacunas que
produz a lembrança incompleta do que nos apareceu em sonho.
Tal seria uma narração qual se tenha truncado frases ao acaso, ou
parte de frases; os fragmentos restantes reunidos perderiam toda
significação razoável.
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19. 403 – Por que não nos lembramos sempre
dos sonhos?
No que tu chamas de sono, só há o repouso do
corpo, porque o Espírito está sempre em
movimento. Aí ele recobra um pouco de sua
liberdade e se corresponde com aqueles que
lhe são caros, seja neste mundo, seja em
outros. Todavia, como o corpo é matéria pesada
e grosseira, dificilmente conserva as impressões
que o Espírito recebeu, porque este não a
recebeu pelos órgãos do corpo.
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20. 404 – Que pensar da significação atribuída aos sonhos?
Os sonhos não são verdadeiros como entendem certos adivinhos,
porque é absurdo crer-se que sonhar com tal coisa, anuncia tal coisa.
Eles são verdadeiros no sentido de que apresentam imagens reais
para o Espírito, mas que, frequentemente, não têm relação com o
que se passa na vida corporal. Muitas vezes, também, como já o
dissemos, é uma lembrança e pode ser, enfim, algumas vezes, um
pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão do que se
passa nesse momento em outro lugar, para onde a alma se
transporta. Não tendes numerosos exemplos de pessoas que
aparecem em sonho e vêm advertir seus parentes ou seus amigos do
que lhes acontece? Que são essas aparições senão a alma ou o
Espírito dessas pessoas que vêm comunicar-se com o vosso?
Quando estais certos de que aquilo que vistes realmente se deu, não
é uma prova de que a imaginação não tomou parte em nada,
sobretudo se essa coisa não esteve de modo algum em vosso
pensamento durante a vigília?
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21. 405 – Veem-se frequentemente, em sonhos, coisas que
parecem pressentimentos e que não se cumprem; de
onde vem isso?
Eles podem cumprir-se para o Espírito, se não para o
corpo, isto é, o Espírito vê a coisa que deseja porque vai
procurá-la. É preciso não se esquecer que, durante o sono,
a alma está sempre, mais ou menos, sob a influência da
matéria, e que, por conseguinte, ela jamais se liberta
completamente das ideias terrenas. Disso resulta que as
preocupações da vigília podem dar, ao que se vê, a
aparência do que se deseja ou do que se teme; a isso,
verdadeiramente, pode-se chamar um efeito da
imaginação. Quando se está fortemente preocupado com
uma ideia, a ela se liga tudo aquilo que se vê.
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22. Atos em que não pensam, de
maneira alguma? Que sabes tu? Seu
Espírito pode visitar o teu, assim
como o teu pode visitá-lo, e nem
sempre sabes em que ele pensa.
Aliás, frequentemente, atribuís às
pessoas que conheceis, e segundo
vossos desejos, o que se passou ou
que se passa em outras existências.
406 – Quando vemos em sonhos
pessoas vivas, que conhecemos
perfeitamente, realizando atos em
que não pensam, de maneira alguma,
não é um efeito da imaginação?
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23. Não, o Espírito recobra sua liberdade
quando os sentidos se entorpecem; ele
aproveita, para se emancipar, de todos
os instantes de repouso que o corpo
lhe dá. Desde que haja prostração das
forças vitais, o Espírito se desprende, e
quanto mais o corpo está
enfraquecido, mais o Espírito está
livre.
407 – O sono completo é necessário para a emancipação do
Espírito?
Allan Kardec:
É assim que a sonolência ou um simples entorpecimento dos
sentidos apresenta, frequentemente, as mesmas imagens do sonho.
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24. 408 – Parece-nos ouvir,
algumas vezes em nós
mesmos, palavras
pronunciadas distintamente
e que não têm nenhuma
relação com o que nos
preocupa; de onde vem
isso?
Sim, e mesmo frases
inteiras, sobretudo quando
os sentidos começam a se
entorpecer. É, algumas
vezes, um fraco eco de um
Espírito que veio comunicar-
se contigo.
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25. 409 – Frequentemente, em um
estado que não é ainda de
sonolência, quando temos os
olhos fechados, vemos imagens
distintas, figuras das quais
apreendemos os mais
minuciosos detalhes; é isso um
efeito de visão ou de
imaginação?
Estando o corpo entorpecido, o
Espírito procura quebrar seus
grilhões: ele se transporta e vê.
Se o sono fosse completo, isso
seria um sonho.
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26. 410 – A gente tem, algumas vezes, durante o sono ou a
sonolência, ideias que parecem muito boas e que, malgrado
os esforços que se faz para lembrá-las, se apagam da
memória: de onde provêm essas ideias?
Elas são o resultado da liberdade do Espírito, que se emancipa
e goza de mais faculdades durante esse momento.
Frequentemente, são conselhos que dão outros Espíritos.
410.a) De que servem essas ideias e esses conselhos, uma vez
que se perde a lembrança e não se pode aproveitá-los?
Essas ideias pertencem, algumas vezes, mais ao mundo dos
Espíritos que ao mundo corporal; mas, com mais frequência, se
o corpo esquece, o Espírito se lembra, e a ideia revive no
instante necessário, como uma inspiração do momento.
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27. Frequentemente, ele a
pressente; algumas vezes
tem plena consciência, e é
isso que, no estado de
vigília, lhe dá a intuição.
Daí vem o fato de certas
pessoas preverem algumas
vezes, sua morte, com
grande exatidão.
411 – O Espírito encarnado,
nos momentos em que se
desliga da matéria e age
como Espírito, conhece a
época de sua morte?
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28. 412 – A atividade do
Espírito durante o repouso
ou o sono do corpo, pode
fazê-lo experimentar
fadiga, quando retorna?
Sim, porque o Espírito tem
um corpo, como o balão
cativo tem um poste. Ora,
da mesma forma que a
agitação do balão abala o
poste, a atividade do
Espírito reage sobre o
corpo e pode fazê-lo
experimentar fadiga.
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29. Prece no momento de dormir
Minha alma vai estar por
alguns instantes com os
outros Espíritos. Venham os
bons ajudar-me com seus
conselhos. Faze, meu anjo
guardião, que, ao despertar,
eu conserve durável e salutar
impressão desse convívio.
ESE – Cap. XXVIII, item 39 29
30. CRÉDITOS:
• Formatação: Marta Gomes P.
Miranda
• Referências:
KARDEC, Allan. O Livro dos
Espíritos. Tradução de Salvador
Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE,
2009. Pág. 141 à 143.
PERALVA, Martins. Estudando a
Mediunidade. Rio de Janeiro: FEB,
2009.
XAVIER, Chico. Entre a Terra e o
Céu. 27ª ed. Brasília: FEB, 2018.
Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. No Mundo Maior.
28ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo
Espírito André Luiz.
http://www.ebookespirita.org/Ad
enauerNovaes/SonhosMensag
ensdaAlma.pdf
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