1) O documento resume a história do autismo, desde sua primeira descrição em 1906 até os dias atuais, incluindo classificações, estatísticas e métodos de tratamento.
2) As principais abordagens de tratamento discutidas são o método TEACCH, o sistema de troca de imagens (PECS) e a análise aplicada do comportamento (ABA).
3) O autismo é caracterizado por déficits na comunicação e interação social e comportamentos repetitivos, e requer um diagnóstico multidisciplinar sem exames específicos.
3. HISTÓRIA DO AUTISMO
Plouller Eugene Bleuler Leo Kanner
1906 1911 1943
• Introduziu o termo
autista na literatura
psiquiátrica.
• O primeiro a difundir o
termo autismo para
referir-se ao quadro de
esquizofrenia.
• Definiu como sendo uma
“fuga da realidade”.
Grupo de onze crianças:
• Inabilidade para se
relacionarem com outras
pessoas;
• Falha no uso da
linguagem para
comunicação.
Segundo Kanner, o autismo era causado por pais altamente
intelectualizados, pessoas emocionalmente frias e com pouco interesse
nas relações humanas da criança.
4. HISTÓRIA DO AUTISMO
1943 1993 2008 2010
A primeira
vez que foi
descrito.
OMS: inclui da
Classificação
Mundial de
Doenças
ONU: 02 de abril
Dia Mundial de
Conscientização
do Autismo.
Secretário Geral da
ONU, Ban Ki-moon:
Destacou a importância
da inclusão social.
5. ESTATÍSTICA
• Um estudo divulgado pelo CDC (Center of Deseases Control
and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados
Unidos, revela que uma criança a cada 100 nasce com o
Transtorno do Espectro Autista (TEA).
• Os dados revelam um aumento no número de casos de
autismo em todo mundo. Até há alguns anos, a estimativa era
de um caso para cada 500 crianças.
• Com isso, estima-se que no Brasil existem dois milhões de
autistas, e o que torna a questão mais grave é o preconceito e
a falta de tratamento adequado. As pesquisas ainda revelam
que os meninos são mais afetados pelo transtorno do que as
meninas.
8. SINDROME DE ASPERGER
• A Síndrome de Asperger é a forma mais leve do espectro
autista. As crianças que a possuem normalmente se tornam
extremamente obsessivos por um único objeto e também
se interessam demais pelo seu assunto preferido, podendo
discuti-lo por horas a fio, sem parar.
• A síndrome afeta três vezes mais os meninos e, quem a
desenvolve, normalmente possui inteligência acima da
média. Por conta disso, alguns médicos a chamam de
“Autismo de Alto Funcionamento”.
• Em contrapartida, quando esses pacientes atingem a fase
adulta, o risco de depressão e/ou ansiedade se
desenvolverem é muito alta.
9. TRANSTORNO INVASIVO DO
DESENVOLVIMENTO
• Crianças que possuam um tipo de autismo um pouco mais
grave do que a Síndrome de Asperger e um pouco mais leve
do que o Transtorno Autista são diagnosticadas com
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento.
• Pelo fato dos sintomas desse tipo de transtorno variarem
bastante, pode-se dizer que os mais comuns são:
a. Interação social prejudicada;
b. Competência linguística razoável superior ao Transtorno
Autista, mas inferior a Síndrome de Asperger;
c. Menos comportamentos repetitivos.
10. TRANSTORNO AUSTISTA
• Todas as crianças que possuam sintomas mais rígidos do
que os citados anteriormente possuem o transtorno autista.
O funcionamento da capacidade social, cognitiva e linguística
é bastante afetado, além de possuírem comportamentos
repetitivos.
11. SINDROME DE RETT
• Por mais que as crianças com esse problema possuam
comportamentos muito parecidos com os autistas.
• Especialistas dizem que a mutação presente na síndrome
acontece de forma aleatória ao invés de ser herdada e ela
afeta, em sua maioria, crianças do sexo feminino.
12. SINDROME DE RETT
A síndrome é caracterizada por alguns itens e aparecem entre
o 6º e o 18º mês da criança:
• Para de responder socialmente;
• Torce demais as mãos, o que se torna um hábito;
• Perde competências linguísticas;
• O crescimento da cabeça diminui significativamente e, por 2
anos, é muito abaixo do normal.
13. TRANSTORNO DESINTEGRATIVO
DA INFÂNCIA
• Esse tipo de autismo é o mais grave de todos os presentes
no Espectro Autista, porém também é o menos comum cerca
de 2 crianças de 100 mil são diagnosticadas com Transtorno
Desintegrativo da Infância.
• Quanto aos sintomas, pode-se dizer que depois de um
período de desenvolvimento normal, geralmente entre 2 e 4
anos de idade, a criança com esse tipo de transtorno perde
de maneira muito brusca as habilidades sociais, linguísticas
e intelectuais. Além disso, essas funções perdidas não são
mais recuperadas.
14. A classificação recente do Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais DSM 5 (2014), passa a agregar o autismo,
a Síndrome de Asperger, o Transtorno Desintegrativo e o
Transtorno Global do Desenvolvimento em uma única
categoria: Transtorno do Espectro do Autismo.
O diagnóstico é feito com base na observação de dois fatores
centrais:
1) Déficits na comunicação social e interação social
2) Padrões repetitivos e restritos de comportamento,
interesses e atividades.
AUTISMO – DSM V
F84 – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
15. Níveis de gravidade, segundo esse manual, com dois grupos de sintomas característico
AUTISMO – DSM V
F84 – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Tabela 1 - Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. (DSM -5 p.52).
16. TEA. Na tabela 1 são apresentados os níveis de gravidade, segundo esse manual,
com dois grupos de sintomas característico
AUTISMO – DSM V
F84 – TRANSTONRO DO ESPECTRO AUTISTA
Tabela 1 - Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. (DSM -5 p.52).
17. Segundo Mello (2004), “autismo é uma síndrome definida por alterações
presentes desde idades muito precoces, tipicamente antes dos três anos
de idade, e que se caracteriza sempre por desvios qualitativos
na comunicação, na interação social e no repertório de comportamentos”.
Deve-se observar se os sintomas nessas áreas, quando em conjunto,
limitam ou dificultam o funcionamento diário do indivíduo.
AUTISMO – DSM V
F84 – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
21. Não há nenhum exame específico para que o diagnóstico
seja realizado. Como o Autismo é um transtorno que afeta a
linguagem e a interação social, a criança que o possui
precisa ser analisada por um grupo de pessoas e
profissionais que convivem com ela – incluindo pediatras,
psicólogos, professores e os pais.
22. • Não há uma regra específica de tratamento, pois cada criança
possui as suas particularidades. Portanto, a equipe
multidisciplinar decidirá qual o tipo de tratamento que deve ser
abordado de acordo com os níveis de gravidade .
23. UMA ANÁLISE COMPORTAMENTAL DO AUTISTA
• Autismo é uma síndrome de deficts e excesso que [pode ter] uma base
neurológica, mas que está, todavia, sujeita a mudança, a partir de
interações construtivas, cuidadosamente organizadas com o ambiente
físico e social (Green, 2001 Apud Goulart e Assis 2002).
• (Ferster 1961 Apud Goulart e Assis 2002) discutiu o comportamento autista
com base nos princípios operantes, sugerindo que o repertório autista
poderia ter uma determinação ambiental, ter sido aprendido, ao invés de
exclusivamente biológico.
• Para ele, o ambiente social apresenta contingencias relativamente
inconsistentes, reflexo da predominância de esquemas de reforçamento
intermitente de extinção, que resultariam numa carência de
comportamentos aprendidos socialmente.
https://psicoativo.com/2018/03/tipos-de-autismo-sintomas-como-identificar-criterios-diagnosticos-dsm.html
24. UMA ANÁLISE COMPORTAMENTAL DO AUTISTA
• Os autores, Spradlin e Brady (1999) apud Goulart e Assis (2002)
afirmam que o autismo é resultado da inconsistência do ambiente
social, por um lado, e da consistência do ambiente físico, por outro.
Eles acreditam que crianças com autismo necessitam de uma maior
consistência de relações estímulo, resposta e reforçamento, do que
necessitam crianças com desenvolvimento normal, para o controle de
estímulo apropriado se desenvolva.
• Os autores acreditam que muitas das características apresentadas
pelos autistas poderiam ser em função de limitações no
desenvolvimento de controle de estímulos. Assim o repertório
comportamental característico do autismo estaria atrelado a um controle
restrito de estímulos.
Revista brasileira de terapia comportamental e cognitiva (2002)
25. UMA ANÁLISE COMPORTAMENTAL DO AUTISTA
• Na visão analítico-comportamental, mesmo comportamentos
considerados desajustados, como os apresentados por indivíduos
autistas, são provocados por eventos específicos e são mantidos por
suas consequências.
• O transtorno do espectro do autismo (TEA) é caracterizado por
alterações qualitativas nas habilidades de interação social, dificuldades
de comunicação e o engajamento em comportamentos repetitivos e
estereotipados (American Psychiatric Association, 2000, Apud Camargo
e Rispoli, 2013).
Revista brasileira de terapia comportamental e cognitiva (2002)
26. UMA ANÁLISE COMPORTAMENTAL DO AUTISTA
INTERVENÇÃO
• A análise aplicada do comportamento tem como objetivo, na
intervenção, desenvolver repertórios de habilidades sociais relevantes e
reduzir repertórios inadequados.
• Foca no ensino sistemático de unidades reduzidas e mensuráveis de
comportamento.
• Green (1996) apud Goulart e Assis (2002) aponta que o objetivo de alta
prioridade é tornar o aprendizado divertido e ensinar as crianças como
discriminar entre vários estímulos diferentes, como o seu nome de
outras palavras faladas, cores, formas, letras, números e
comportamento apropriado de inapropriado.
Revista brasileira de terapia comportamental e cognitiva (2002)
27. INTERVENÇÃO
• Dentre essas formas de intervenção, existem alguns tipos de métodos de
intervenção, comprovados cientificamente, aos quais os profissionais
acabam por se basear.
a. TEACCH - (treatment and education of autistic and relate communication
handcapped children) - tratamento e educação para autistas e crianças
com déficits relacionados com a comunicação.
O método TEACCH foi desenvolvido na década de sessenta no
Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina na Universidade da
Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
É um programa educacional e clínico com uma prática predominantemente
psicopedagógica, criado a partir de um projeto de pesquisa que buscou
observar profundamente os comportamentos das crianças autistas, em
diversas situações frente a diferentes estímulos.
28. O Método TEACCH facilita o aprendizado da pessoa com autismo
nas seguintes áreas:
LINGUAGEM
COMPORTAMENTO
COMUNICAÇÃO
HABILIDADES
INTERVENÇÃO
30. INTERVENÇÃO
B. PECS (picture exchange communication system) - Os PECS são
placas de comunicação alternativa que são muito uteis no trabalho com
autistas.
O PECS foi desenvolvido nos EUA pelo psicólogo Andrew Bondy e pela
fonoaudióloga Lori Frost em 1996.
O método é baseado nos princípios da Análise Experimental do
Comportamento e tem sido eficaz no treinamento de comunicação
funcional de pessoas com traços autistas (Bondy & Frost, 2001).
32. C- ABA (Applied Behavior Analysis)
ABA vem do behaviorismo e observa, analisa e explica a associação entre
o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem (Lear, K., 2004)
Sabemos que todos os comportamentos de um modo geral são
aprendidos. O método ABA pode intencionalmente ensinar a criança a
exibir comportamentos mais adequados no lugar dos comportamentos
inapropriados.
INTERVENÇÃO
33. INTERVENÇÃO
• ABA deve ser entendida enquanto campo do conhecimento como uma
abordagem científica, tecnológica e profissional. Como uma
abordagem científica, ABA busca avaliar, explicar e modificar
comportamentos baseado nos princípios do condicionamento operante
introduzidos por B.F. Skinner (Skinner, 1953 citado por Camargo e
Rispoli,2013).
35. VISÃO GERAL DO PROGRAMA DE ABA
Uma vez selecionados, os programas serão
estabelecidos de maneira que todos saibam quais
instruções dar, como apresentar os materiais que podem
ser usados e qual resposta é aceitável.
Os métodos e técnicas envolvidos em modificar ou
mudar comportamento são o foco deste Programa de
Treinamento.
37. VISÃO GERAL DO PROGRAMA DE ABA
• Reforçamento é um processo no qual um comportamento
é fortalecido pela conseqüência imediata que
seguramente segue a sua ocorrência (Miltenberger,
2001).
• Quando um comportamento é fortalecido é mais provável
que aconteça no futuro.
• Ao usar ABA para ensinar crianças com autismo, usamos
apenas conseqüências positivas, ou reforçadoras.
38. VISÃO GERAL DO PROGRAMA DE ABA
Quando falamos de reforçadores, estamos nos referindo a
reforçadores secundários, ou seja, coisas de que
aprendemos a gostar, de preferência a reforçadores
primários, que são coisas que precisamos para sobreviver,
como ar, água e comida.
Tangíveis
Comestíveis
Atividades Sociais
Físico
39. VISÃO GERAL DO PROGRAMA DE ABA
• Avaliação Funcional é “o processo de coletar informações sobre os
antecedentes e consequências que estão relacionadas
funcionalmente à ocorrência de problemas de comportamento”.
(Miltenberger, 2001).
• Existem relações funcionais tanto entre comportamentos adaptativos
como mal adaptativos.
• Uma Avaliação Funcional é planejada para determinar: onde e
quando o comportamento ocorre; com quem ocorre; com que
freqüência; e o que acontece antes e depois que o comportamento
ocorre. Então, com base nos dados da avaliação, os próximos passos
são decididos e uma intervenção ou plano de tratamento é posto em
ação.
Avaliação
Indireta
Observação
Indireta
Manipulações
experimentais
40. VISÃO GERAL DO PROGRAMA DE ABA
Lidando com o Comportamento
Uma vez que tenha analisado os dados, estará na posição de descobrir
algumas funções dos comportamentos, podendo começar a lidar com
elas através de intervenções apropriadas.
Comportamento de fuga de demanda (Reforçamento Social
Negativo)
Comportamento Auto-Estimulatório (Reforçamento Automático)
Comportamento de Busca de Atenção (Reforçamento Social
Positivo)
Extinção de Comportamento
41. VISÃO GERAL DO PROGRAMA DE ABA
Comportamento Verbal
ECÓICO
• Um ecóico é
uma imitação
vocal.
IMITAÇÃO
• É copiar os
movimentos de
alguém, com
correspondência
de um a um.
TATO
• Tato é um rótulo.
Quando você
nomeia ou
identifica
objetos, ações,
propriedades,
etc., você está
“tateando”
(“tacting”).
MANDO
• Um mando é um
pedido. Trata-se
de pedir itens
reforçadores que
se desejam, tais
como objetos,
atividades ou
informação
OPERANTES VERBAIS
43. TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS USADAS
EM ABA
Técnica da Transferência de Estímulo
Modelando o Comportamento
Momentum Comportamental
Encadeamento
Diminuir uma demanda
Esvanecimento
Generalização
44.
45. CURIOSIDADES
• 27 de dezembro de 2012, sancionou a Lei 12.764, instituindo a
Política Nacional de proteção dos direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista.
• Esta Lei estabelece, dentre outros, no At. 2º, inciso VII: “o incentivo
à formação e à capacitação de profissionais especializados no
atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem
como a pais e responsáveis”.
46. CURIOSIDADES
Ministério da Saúde lançou no dia 02 de abril de 2013, a Diretriz de
Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo,
trazendo pela primeira vez uma tabela com indicadores do desenvolvimento
autista e sinais de alerta para que as equipes do SUS – Sistema Único de
Saúde possam fazer a identificação precoce daqueles quadros,
48. CURIOSIDADES
• Nos EUA, há mais de 250 salas de cinema ideais para autistas. Nelas, o
volume é mais baixo, assim como a iluminação é menos intensa. Além
disso, as pessoas podem levar as próprias comidas e bebidas, se
quiserem;
• No Brasil, existem pelo menos 2 milhões de pessoas autistas;
• Autistas são pessoas absolutamente normais, mas que têm uma forma de
interação social diferente da mais comum. O respeito é fundamental.
51. REFERÊNCIAS
MATOS,. Acesso em: 10 de junho de 2019Rosana do S. Pinheiro. As
Dificuldades de Aprendizagem em Pessoa com Autismo e as
Contribuições da Análise do Comportamento Aplicada- ABA. v.4, n.4, p.1-
20, Out-Dez, 2018. Disponível em:
http://www.journalofspecialist.com/jos/index.php/jos/article/view/119/74
GOULART, Paulo; ASSIS, Grauben José Alves de. Estudos sobre autismo
em análise do comportamento: Aspectos metodológicos. 2002, Vol. IV, n°
4, 151-165. Revista brasileira de terapia comportamental e cognitiva.
Universidade Federal do Pará.
BLOG PESSOAL. QUAIS OS SINTOMAS DO AUTISMO. Disponível em:
http://faculdadeinspirar.com.br/blog/quais-os-sintomas-do-autismo/Acesso em:
10 de junho de 2019
Notas do Editor
Geralmente, crianças entre 2 e 3 meses já observam os rostos próximos, voltam-se para vozes e sorriem.
Na questão do autismo, essas ações não acontecem e, quando tem por volta de 8 a 10 meses, essas crianças começam a apresentar alguns sintomas como falta de resposta quando chamadas e também do interesse para com as pessoas ao seu redor.
Além disso, muitas crianças autistas possuem dificuldade em participar de brincadeiras que envolvam um grupo, preferindo brincarem sozinhas. Também podem ter dificuldade em interpretar gestos e expressões faciais do outro, o que faz com que o mundo seja um lugar desconcertante para eles.
Em um desenvolvimento normal de uma criança, a aprendizagem das línguas – tanto verbais quanto através de gestos – se dá desde muito cedo. Um dos primeiros meios de comunicação de um bebê é a fala balbuciada e até o seu primeiro ano, ele já afirma uma ou duas palavras.
Em contrapartida, algumas crianças com Autismo tendem a não balbuciar, falar e também não aprendem a se comunicar com gestos. Outras, por sua vez, possuem atrasos de linguagem e começam a falar apenas alguns anos depois do que seria o normal.
Quando a linguagem começa a se desenvolver, a criança autista pode utilizar a sua voz de forma inusitada, ter dificuldade em combinar palavras em frases que possuam sentido ou, ainda, repetir a mesma frase várias vezes.
Comportamentos repetitivos incomuns ou tendência a se envolver em apenas algumas atividades são outros sintomas característicos do Autismo. Dentre os comportamentos, encontram-se ações como mãos batendo, balançar de corpo, reorganização de objetos e repetição de sons e palavras.
Já quanto a característica das atividades restritas, ela pode ser identificada, por exemplo, quando uma criança faz uma fila de brinquedos de uma maneira muito específica ao invés de brincar com eles.
Quando a atividade sai da rota que a criança previamente estipulou, normalmente ela se estressa.
Esses interesses extremos podem transformar-se em obsessões, gerando adultos que desenvolvem um interesse muito grande em números, símbolos, datas ou temas da ciência.
Uma característica chave do comportamento é que ele é observável e mensurável.
Comportamento é geralmente medido com base em sua:
Duração: quanto tempo leva fazer uma coisa – por exemplo, “levou 3 minutos e
meio para Sílvio amarrar seus sapatos”, ou “levou 15 minutos para Sandra fazer
seu dever de Matemática”.
• Freqüência: quão freqüentemente ocorre – por exemplo, “João bateu palmas 16
vezes em um período de 5 minutos”, ou “Caio fez 5 pedidos em um período de
45 minutos”.
• Intensidade: quanta energia, força física ou intensidade esteve envolvida em
realizar o comportamento – por exemplo, “Zeca carregou 15 quilos de
mantimentos”, ou “os gritos de Rita atingiram 100 decibéis”.
Geralmente, quando você quer substituir um comportamento, é porque considera que há
excessos ou déficits nele. A primeira coisa que você precisa fazer é coletar alguns dados
para determinar a linha-de-base ou ponto de partida em relação ao qual vai medir
mudanças.
Reforçadores secundários são coisas como:
Tangíveis: bijuterias, brinquedos, livros, figurinhas, etc.
• Comestíveis: doces, frutas, biscoitos, batata frita, guloseimas, etc. (brindes
extras).
• Atividades: um filme, videogame, ciranda-cirandinha, tempo livre, um jogo,
tempo no computador, etc.
• Sociais: um elogio, sorrisos, um aceno de cabeça, aplausos, polegar-para-cima,
uma piscadinha, etc.
• Físicos: cócegas, abraços, beijos, tapinhas nas costa, um toque, um balanço, etc.
Avaliação Indireta: entreviste professores, pais, amigos; crie e distribua questionários
(use escalas de avaliação de pais, professores, etc.).
3) Observação Direta: observe e registre o comportamento-alvo tal como ocorre. Isto,
provavelmente, é o mais preciso e mais fácil de fazer. Escolha o momento em que você
pensa que o comportamento tem probabilidade de se manifestar. Não há nenhum
sentido em observar “tempo de história” se a professora relata que, nesta situação, a
criança apresenta seu melhor comportamento. Pergunte qual a hora do dia ou quais
eventos que tendem a produzir mais comportamentos-problema. Uma precaução: ainda
que os comportamentos PAREÇAM os mesmos, as funções podem ser diferentes,
dependendo das circunstâncias; assim seja cuidadoso quanto a generalizar uma
intervenção de mudança de comportamento para outras circunstâncias além das que
você observou.
4) Manipulações experimentais: (deixe para os profissionais!).