Aprenda sobre o PISA e melhore sua interpretação textual
1. Aulas de interpretação textual
Preparatório para as provas do PISA
Programme for International Student
Assessment (Pisa) - Programa Internacional
de Avaliação de Estudantes
2. O que é o Pisa?
É uma avaliação internacional projetada
para obter referências sobre o desempenho
em leitura, matemática e ciências de
estudantes de 15 anos de idade, de vários
países do mundo: em 2015 serão cerca de 70
países!
3. Quem administra o Pisa?
Internacionalmente o Pisa é administrado
pela Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A coordenação no Brasil é feita pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
4. Como são utilizados os resultados?
o Os resultados do estudante, que são anônimos,
contribuem para o cálculo da média nacional.
o As informações coletadas são utilizadas pelos governos
para trocar experiências, ver o que está dando certo
em outros países e pensar novas políticas que
melhorem a educação.
o Algumas empresas também usam os resultados para
conhecer o nível educacional dos trabalhadores em
locais onde irão abrir suas filiais.
5. Por que a SUA participação é importante?
Cada estudante selecionado representa
centenas de estudantes brasileiros.
Os resultados são usados pela imprensa e
pelos formuladores de políticas públicas
para informar os brasileiros sobre a
qualidade do nosso sistema educacional.
Decisões importantes sobre educação são
tomadas com base nos resultados do Pisa.
6. Por que a SUA participação é importante?
Cada estudante selecionado representa
centenas de estudantes brasileiros.
Os resultados são usados pela imprensa e
pelos formuladores de políticas públicas
para informar os brasileiros sobre a
qualidade do nosso sistema educacional.
Decisões importantes sobre educação são
tomadas com base nos resultados do Pisa.
7. Matriz de avaliação de leitura
o Leva em consideração três características:
Situação (contexto)
Texto
Aspectos
8. Situação (contexto): o propósito com que o
texto foi elaborado
Pessoal
Público
Educação
Ocupacional
9. Situação (contexto): o propósito com que o
texto foi elaborado
Pessoal: cartas pessoais, textos de ficção,
biografias e informativos lidos por
curiosidade, como parte de atividades de lazer
ou recreativas. No meio digital inclui a troca
de emails, mensagens instantâneas, e blogs
pessoais.
10. Situação (contexto): o propósito com que o
texto foi elaborado
Público: documentos oficiais, assim como
informações sobre eventos públicos, notícias
de interesse da coletividade, e sítios de
notícias públicas. Em geral, essas tarefas estão
associadas a contatos mais ou menos
anônimos com outras pessoas.
11. Situação (contexto): o propósito com que o
texto foi elaborado
Educacional: livros didáticos ou softwares
educacionais. As atividades destes textos
normalmente são voltadas para aquisição de
informação como parte de um processo de
aprendizagem mais amplo.
12. Situação (contexto): o propósito com que o
texto foi elaborado
Ocupacional: textos associados ao local de
trabalho, voltados ao “ler para fazer”. Podem
estar associados a uma tarefa imediata a ser
realizada, ou a uma seção de anúncios de
emprego em um jornal.
18. Tipo descritivo
para nos referirmos a algo ou a um ser,
atribuindo-lhe características.
oExemplo: pode aparecer em diversos
gêneros
19. Tipo narrativo
Narra uma sequência de ações que se
realizam no tempo e no espaço.
oExemplo: notícias, romances,contos,
(auto)biografias, novelas, apólogos,
fábulas, parábolas etc.
oObs.: relato (não ficcionais)
20. Tipo expositivo
para informar o interlocutor e transmitir
saberes realizando exposição,
apresentando definições ou explicando
algo
oExemplos: seminário, palestra, aula,
pregação
21. Tipo argumentativo
para defender um ponto de vista,
comprovar uma tese por meio de
argumentos explícitos
oExemplos: redação, artigo de opinião
etc.
22. Tipo injuntivo
para dar instruções sobre algo, fazer um
apelo, aconselhar, ordenar, buscando
alterar o comportamento do interlocutor
oExemplos: receita, manual de instruções
etc.
23. Tipo interativo
permite troca de informação com o
leitor e a localização de informações
específicas presentes no texto
oExemplos: pesquisas, questionários,
cartas, mensagens eletrônicas, etc.
24. Aspectos
Localizar e recuperar informação
Integrar e interpretar
Refletir e analisar
Complexo
25. ESFERAS DE CIRCULAÇÃO GÊNEROS
JORNALÍSTICA JORNAL, REVISTA, ENTREVISTA
JORNALÍSTICA, REPORTAGEM,
CHARGE, TIRAS ETC.
RELIGIOSA SALMOS, HINOS, PARÁBOLAS,
EPÍSTOLAS
CIENTÍFICA DISSERTAÇÕES, TESES, ARTIGO
CIENTÍFICO ETC.
ESCOLAR LIVRO DIDÁTICO, AULA,
SEMINÁRIO, DEBATE,
EXERCÍCIOS ETC.
27. Paráfrase [do latim paraprase]. sf.
1. Desenvolvimento ou interpretação de um
texto sem alteração das ideias originais. 2.
Tradução livre ou comentada.
28. Intertextualidade
Ocorre quando em um texto está inserido outro
texto (intertexto) anteriormente produzido.
Pode ser explícita (cita a fonte do texto) ou
implícita (não cita a fonte do texto).
29. Monte Castelo
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
30. O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
31. É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
32. Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
33. Percebeu?
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos, 1 Coríntios 13
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade. 1 Coríntios 13
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
34. Continua...
O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente; Camões
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos 1 Coríntios 13
Sem amor eu nada seria.
35. Continua...
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade; Camões
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
36. Continua...
Estou acordado e todos dormem. R. Russo
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.1 Coríntios 13
37. EXERCÍCIO 1: Interprete e parafraseie o Hino
Nacional Brasileiro. Identifique se há nele
algum intertexto.
38. Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(...)
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Gonçalves Dias, De Primeiros cantos (1847)
40. Erros clássicos de entendimento do texto:
1. Redução
2. Extrapolação
3. contradição
41. 1. Redução:
Quando abordamos apenas uma parte do
texto e o dissociamos do contexto.
Damos atenção a um elemento (ou uma
relação) que é verdadeiro mas não é
suficiente diante do contexto, ou então se
torna falso porque está descontextualizado.
42. 2. Extrapolação:
Quando acrescentamos ideias que não estão
presentes no texto.
Tentar descobrir coisas no texto que não são
ditas.
43. 3. Contradição:
Por uma leitura desatenta, não compreensão
de um raciocínio, elemento ou ideia, perda
de uma passagem etc., chegamos a uma
conclusão contrária ao texto.
Os testes de interpretação muitas vezes são
organizados com uma espécie de armadilha.
44. 1. Leia o texto abaixo:
O que podemos experimentar de mais belo é o mistério.
Ele é a fonte de toda a arte e ciência verdadeira. Aquele
que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém
a admirar as coisas, sentindo-se cheio de surpresa, esse
já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O
que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso –
embora mesclado de terror. Saber que existe algo
insondável, sentir a presença de algo profundamente
racional e radiantemente belo, algo que
compreendemos apenas em forma muito rudimentar – é
esta a experiência que constitui a atitude genuinamente
religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido
pertenço aps homens profundamente religiosos.
(Albert Einstein – Como vejo o mundo)
45. Texto 1:(Albert Einstein – Como vejo o mundo)
Exemplos de erros no entendimento do texto:
Extrapolação: o texto fala sobre a importância de
Deus e da religião, e sobre o mistério e a criação
do universo.
Redução: o texto afirma que o terror fez nascer a
religião. O texto também afirma que a nossa
compreensão dos fenômenos é ainda muito
rudimentar.
Contradição: o texto afirma que quem
experimenta o mistério está com os olhos
fechados e não consegue compreender a
natureza. O texto ainda afirma que a experiência
do mistério é um elemento importante para a
arte, não para a ciência.
46. Texto 1:(Albert Einstein – Como vejo o mundo)
Exemplos de interpretação correta do texto:
O texto apresenta, na verdade, diversas ideias
básicas:
• A beleza da experiência do mistério;
• A emoção do mistério como raiz da ciência e da
arte;
• A homem incapaz de sentir essa emoção está
com os olhos mortos;
• A caracterização dessa vivência: saber e sentir
que existe algo – belo e racional – que
compreendemos apenas rudemente;
• O sentido em que o autor se considera uma
pessoa religiosa (e unicamente neste sentido).
47. 2. Agora este texto:
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da
janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os
homens presentes,
a vida presente.
(Carlos Drummond de Andrade – Sentimento do mundo)
48. Texto 1: (Carlos Drummond de Andrade – Sentimento do mundo)
Exemplos de interpretação correta do texto:
Observe como o poema de Drummond apresenta
muitas ideias relevantes:
• A negação de ser um poeta do passado (mundo
caduco) e do futuro;
• O estar preso à vida, com os companheiros, na
realidade presente;
• O chamado para viver o presente, juntos;
• A negação de várias atitudes que o tirariam de
viver a realidade presente (as várias fugas: o
amor romântico, o sentimentalismo, as drogas, o
suicídio, a solidão, a religião alienante);
• Reafirmação, no fim do texto, do presente: o
tempo, a vida presente.
49. Texto 2 (Carlos Drummond de Andrade – Sentimento do mundo)
Exemplos de erros no entendimento do texto:
Extrapolação: o texto afirma a desilusão do
autor com os amores românticos, que não são
correspondidos, e que levam à
autodestruição.
Redução: o texto afirma que o autor não
pretende viver numa ilha.
Contradição: o texto afirma que o autor sente-
se preso à vida presente, à passada e à futura.
51. MACONDO
Deslumbrado com tantas e tão prodigiosas invenções, o povo de
Macondo não sabia onde começavaseu assombro. Ficavam acordados
toda a noite com os olhos arregalados, fixos nas lâmpadas elétricas
alimentadas pelo gerador que Aureliano Triste trouxera quando da
segunda viagem do trem, e levou tempo e custou-lhes esforço para se
acostumarem ao seu incessante tum-tum. Ficaram indignados com as
imagens vivas que o próspero comerciante Dom Bruno Crespi projetava
no teatro decorado com cabeças de leão sobre os guichês, pois um
personagem que morria e era enterrado em um filme, por cujos
infortúnios haviam sido derramadas lágrimas de aflição, tornava a
aparecer vivo e transformado em árabe no outro. A platéia, que pagava
dois centavos por cabeça para compartilhar das desventuras dos atores,
não tolerou esse tipo de fraude inconcebível e quebrou os assentos. O
prefeito, cedendo às instâncias de Dom Bruno Crespi, explicou através de
uma proclamação pública que o cinema era uma máquina de ilusões que
não merecia tais arrebatamentos de emoção da platéia. Após essa
explicação desanimadora, muitos acreditaram que tinham sido vítimas de
um novo e espetacular negócio de ciganos e decidiram não mais voltar ao
cinema, considerando que já tinham problemas suficientes para chorar
pelos dramas representados por seres imaginários.
Fonte: "Cem anos de solidão" de Gabriel Garcia Marques
52. • O texto na página anterior foi extraído de um
romance. Nesta parte da história, a ferrovia e
a eletricidade acabavam de ser introduzidas
na cidade fictícia de Macondo e inaugurava-se
o primeiro cinema.
• Consulte o texto para responder às questões a
seguir.
54. Questão 2: MACONDO
Ao final do texto, por que o povo de Macondo
decidiu não mais voltar ao cinema?
55. Questão 3: MACONDO
Quem são os “seres imaginários” referidos na
última linha do texto?
A) Fantasmas.
B) Invenções circenses.
C) Personagens dos filmes.
D) Atores.
56. 4: MACONDO R061Q05-019
Você concorda com o julgamento final do povo
de Macondo a respeito do cinema? Explique
sua resposta comparando sua atitude em
relação ao cinema com a deles.
57. Questão 1: MACONDO
Que característica dos filmes causou indignação no povo de Macondo?
Questão 2: MACONDO
Ao final do texto, por que o povo de Macondo decidiu não mais voltar
ao cinema?
Questão 3: MACONDO
Quem são os “seres imaginários” referidos na última linha do texto?
A) Fantasmas.
B) Invenções circenses.
C) Personagens dos filmes.
• D) Atores. Questão
Questão 4: MACONDO
Você concorda com o julgamento final do povo de Macondo a respeito
do cinema? Explique sua resposta comparando sua atitude em
relação ao cinema com a deles.
58. Referências bibliográficas
AMARAL, Emília; ANTÔNIO, Severino; PATROCÍNIO,
Mauro Ferreira do. Português: redação, gramática,
literatura e interpretação de texto. São Paulo: Nova
Cultural, 1999.
CEREJA, Willian Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar.
Português linguagens I: literatura, produção de texto,
gramática. São Paulo: Saraiva, 2010.
KOCH, Ingedore Vilaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e
compreender: os sentidos do texto. 3 ed. São Paulo:
Contexto, 2012.
Portal do Inep