2. Texto 1:
O que podemos experimentar de mais belo é o mistério.
Ele é a fonte de toda a arte e ciência verdadeira.
Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não
se detém a admirar as coisas, sentindo-se cheio de
surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os
olhos extintos. O que fez nascer a religião foi essa
vivência do misterioso – embora mesclado de terror.
Saber que existe algo insondável, sentir a presença de
algo profundamente racional e radiantemente
belo, algo que compreendemos apenas em forma
muito rudimentar – é esta a experiência que constitui a
atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e
unicamente neste sentido pertenço aps homens
profundamente religiosos.
(Albert Einstein – Como vejo o mundo)
3. Texto 1:(Albert Einstein – Como vejo o mundo)
Exemplos de erros no entendimento do texto:
Extrapolação: o texto fala sobre a importância de
Deus e da religião, e sobre o mistério e a criação
do universo.
Redução: o texto afirma que o terror fez nascer a
religião. O texto também afirma que a nossa
compreensão dos fenômenos é ainda muito
rudimentar.
Contradição: o texto afirma que quem
experimenta o mistério está com os olhos
fechados e não consegue compreender a
natureza. O texto ainda afirma que a experiência
do mistério é um elemento importante para a
arte, não para a ciência.
4. Texto 1:(Albert Einstein – Como vejo o mundo)
Exemplos de interpretação correta do texto:
O texto apresenta, na verdade, diversas ideias
básicas:
• A beleza da experiência do mistério;
• A emoção do mistério como raiz da ciência e da
arte;
• A homem incapaz de sentir essa emoção está
com os olhos mortos;
• A caracterização dessa vivência: saber e sentir
que existe algo – belo e racional – que
compreendemos apenas rudemente;
• O sentido em que o autor se considera uma
pessoa religiosa (e unicamente neste sentido).
5. Texto 2:
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da
janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os
homens presentes,
a vida presente.
(Carlos Drummond de Andrade – Sentimento do mundo)
6. Texto 2 (Carlos Drummond de Andrade – Sentimento do mundo)
Exemplos de erros no entendimento do texto:
Extrapolação: o texto afirma a desilusão do
autor com os amores românticos, que não são
correspondidos, e que levam à
autodestruição.
Redução: o texto afirma que o autor não
pretende viver numa ilha.
Contradição: o texto afirma que o autor sente-
se preso à vida presente, à passada e à futura.
7. Texto 1: (Carlos Drummond de Andrade – Sentimento do mundo)
Exemplos de interpretação correta do texto:
Observe como o poema de Drummond apresenta
muitas ideias relevantes:
• A negação de ser um poeta do passado (mundo
caduco) e do futuro;
• O estar preso à vida, com os companheiros, na
realidade presente;
• O chamado para viver o presente, juntos;
• A negação de várias atitudes que o tirariam de
viver a realidade presente (as várias fugas: o
amor romântico, o sentimentalismo, as drogas, o
suicídio, a solidão, a religião alienante);
• Reafirmação, no fim do texto, do presente: o
tempo, a vida presente.
9. 1. (FUVEST / GV) O meu fim evidente era atar as duas pontas
da vida, e restaurar na velhice a adolescência.
Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que
fui.
É o que diz o narrador no segundo capítulo do
romance Dom Casmurro. Afinal por que não teria ele
alcançado o seu intento?
(A) Pelas dificuldades inerentes à estrutura do romance, na
recuperação de outros tempos.
(B) Pelo receio de confessar suas fraquezas e a traição
sofrida.
(C) Porque era impossível recuperar o sentido daquele
período, pois ele já não era a mesma pessoa.
(D) Pela falta de bom senso e de clareza na apreensão das
lembranças.
(E) Porque o tempo, impiedoso, apaga todos os
acontecimentos e transforma as pessoas.
10. 2. (ENEM 2007, adaptado) Sobre a exposição de Anita Malfatti, em
1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna, Monteiro
Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranóia ou Mistificação:
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem as coisas e
em conseqüência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da
vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os
processos clássicos dos grandes mestres. (...) A outra espécie é
formada dos que vêem anormalmente a natureza e a interpretam à
luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas
rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...).
Estas considerações são provocadas pela exposição da sra.
Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma
atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso &
cia. O Diário de São Paulo, dez./1917.
Em qual das obras A SEGUIR identifica-se o estilo de Anita
Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo?
11. Vaso de Flores
Acesso ao Monte Nossa Senhora da
Serrat - Santos Auxiliadora e Dom
Bosco
A Santa Ceia
A boba
12. 3. (ENEM 2008, adaptado) Texto para as questões 12 e 13
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da Costa.
(In: Domício Proença Filho. A poesia
dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.)
13. Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos
do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o
poema e o momento histórico de sua produção.
a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens
relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje
“rico e fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, com o núcleo do poema, revela uma
contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo
urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do
Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma
representação literária realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é
formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente
vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está
representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à
transformação do pranto em alegria.
14. 4. Assinale a opção que apresenta um verso do
soneto de Cláudio Manoel da Costa em que o
poeta se dirige ao seu interlocutor:
a) “Torno a ver-vos, ó montes; o destino” (v.1)
b) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,”
(v.5)
c) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,”
(v.6)
d) “Vendo correr os míseros vaqueiros” (v.7)
e) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,” (v.11)
16. 6. O texto tem o objetivo de solucionar um
problema social,
a) descrevendo a situação do país em relação à gripe
suína.
b) alertando a população para o risco de morte pela
• Influenza A.
c) informando a população sobre a iminência de uma
• pandemia de Influenza A.
d) orientando a população sobre os sintomas da gripe
• suína e procedimentos para evitar a contaminação.
e) convocando toda a população para se submeter a
• exames de detecção da gripe suína.
17. 7. Os principais recursos utilizados para envolvimento
e adesão do leitor à campanha institucional incluem:
a) o emprego de enumeração de itens e apresentação
de títulos expressivos.
b) o uso de orações subordinadas condicionais e
temporais.
c) o emprego de pronomes como “você” e “sua” e o
uso do imperativo.
d) a construção de figuras metafóricas e o uso de
repetição.
e) o fornecimento de número de telefone gratuito
para contato.
18. Questão 8
Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária
entre si e o público a representação. A palavra vem do grego drao
(fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição
literária destinada à apresentação por atores em um palco, atuando
e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela
atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura
específica, caracterizada: 1) pela presença de personagens que
devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela
ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos
dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas
à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de
exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação
ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias
físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema,ou
seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua
interpretação real por meio da representação.
COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1973 (adaptado).
19. Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um
espetáculo teatral, conclui-se que
a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem
individual, pois não é possível sua concepção de forma coletiva.
b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo
cenógrafo de modo autônomo e independente do tema da peça e do trabalho
interpretativo dos atores.
c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como
contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos
textuais, entre outros.
d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação
teatral, visto que o mais importante é a expressão verbal, base da
comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais.
e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de
produção/recepção do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens
artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.
20. Questão 9 (PSC 3 2008): Assinale a opção falsa a respeito do que se deduz
do texto de Othon M. Garcia, abaixo transcrito:
Há alguns anos, o Dr. Johnson O’Connor, do Laboratório de
Engenharia Humana, de Boston, e do Instituto de
Tecnologia, de Hoboken, Nova Jersey, submeteu a um teste de
vocabulário cem alunos de um curso de formação de
dirigentes de empresas industriais (industrial executives), os
executivos. Cinco anos mais tarde, verificou que os dez por
cento que haviam revelado maior conhecimento ocupavam
cargos de direção, ao passo que dos vinte e cinco por cento
mais “fracos” nenhum alcançara igual posição.
Isso não prova, entretanto, que, para vencer na vida, basta ter
um bom vocabulário; outras qualidades se
fazem, evidentemente, necessárias. Mas parece não restar
dúvida de que, dispondo de palavras suficientes e adequadas
à expressão do pensamento de maneira clara, fiel e
precisa, estamos em melhores condições de assimilar
conceitos, de refletir, de escolher, de julgar, do que outros
cujo acervo léxico seja insuficiente ou medíocre para a tarefa
vital da comunicação.
21. a) Ser dotado de considerável acervo léxico é condição necessária, mas
não suficiente, para ascender no mercado de trabalho.
b) Teste de vocabulário aplicado a alunos de um curso para formação
de executivos provou, depois de tempo razoável, que os mais bem
sucedidos da turma ocupavam cargos de direção nas empresas em
que atuavam, o que, por si só, demonstrou que basta o domínio de
amplo léxico para vencer no mercado de trabalho.
c) Bagagem léxica exígua dificulta a assimilação de conceitos e diminui
a capacidade de refletir, escolher e julgar, o que torna insuficiente e
muito limitado o desempenho do indivíduo nos atos diários de
comunicação.
d) Dispor de um bom vocabulário constitui certamente uma das mais
importantes ferramentas para disputar posições no mercado de
trabalho.
e) Decorrido algum tempo, verificou-se que, dos alunos menos bem
sucedidos em um teste de vocabulário aplicado em um curso para
formação de executivos, nenhum ascendeu a cargo de direção na
empresa em que trabalhava, o que deixou evidente que, se não é
decisivo, é com certeza importante dispor de apreciável acervo
léxico para crescer profissionalmente.
22. 10. O texto II é uma tirinha do cartunista argentino
Quino que traz a personagem Mafalda, sua criação
mais famosa.
23. 10 –A) “Mas daqui a trinta anos nós é que vamos fazer coisas e ocupar cargos.
Nós, as crianças, vamos ter o mundo nas mãos.” (segundo quadrinho).
Assinale a alternativa em que, alterando-se a redação do trecho acima, ficam
mantidas a correção gramatical e a correspondência semântica ao original.
(A) Mas, uma vez que daqui a trinta anos nós, as crianças, vamos ter
o mundo nas mãos, vamos fazer coisas e ocupar cargos.
(B) Nós, as crianças, daqui a trinta anos, vamos fazer coisas e
ocuparemos cargos porquanto teremos o mundo nas mãos.
(C) Conquanto, já que daqui a trinta anos nós, as crianças, vamos
fazer coisas e ocupar cargos, teremos o mundo nas mãos.
(D) Entretanto, como daqui a trinta anos nós, as crianças, faremos
coisas e ocuparemos cargos, teremos o mundo nas mãos.
(E) Daqui há trinta anos, porque teremos o mundo nas mãos, nós,
as crianças, vamos fazer coisas e ocupar cargos.
24. 10 –B) No primeiro quadrinho, ocorre
exemplo de:
(A) pleonasmo.
(B) anacoluto.
(C) silepse de pessoa.
(D) zegma.
(E) silepse de gênero.
25. Referências
AMARAL, Emília; ANTÔNIO, Severino;
PATROCÍNIO, Mauro Ferreira do.
Português:
redação, gramática, literatura, interpretação
de texto. São Paulo: Nova Cultural, 1999.