1. OS FORNECEDORES PODEMSE BENEFICIARDE
RELACIONAMENTOS COLABORATIVOS COM
GRANDES VAREJISTAS? UMA INVESTIGAÇÃO
EMPÍRICA DA ADOÇÃODA RESPOSTA
EFICIENTE DOCONSUMIDOR
Daniel Corsten & Nirmalya Kumar
Journal of Marketing Vol. 69 (July 2005), 80–94
2. AUTORES
Daniel Corsten é professor associado de
gerenciamento da cadeia de suprimentos da
Universidade de St. Gallen, Suiça e Vice-Diretor do
Instituto Kuehne de Logística
Nirmalya Kumar é professor de Marketing da
London Business Scholl. Entre 2001 e 2009 foi
Co-diretor do Grupo Multinacional Indiano Aditya
Birla.
4. Introdução
Embora as relações colaborativas criem um valor
único, que nenhum dos parceiros poderia criar de
forma independente, há uma tensão entre a
maximização e a distribuição desse valor entre os
parceiros.
Essa questão faz com que as relações de
colaboração sejam difíceis de serem
implementadas na prática, particularmente com
grupos poderosos
5. Gap / Objetivo
As pesquisas existentes estudaram apenas as relações
entre grandes fornecedores x grandes varejistas
Investigar empiricamente se os fornecedores que
adotam as práticas de ECR com um grande varejista
terão impactos positivos em seus resultados
6. Objetivo
Propor uma escala abrangente para medir as relações colaborativas de
ECR entre fornecedores e varejistas.
Examinar os efeitos da adoção das práticas de ECR sobre os resultados
do fornecedor e as condições em que tais relações com grandes
varejistas tendem a ser benéficas para os fornecedores.
7. Estratégia de criação de valor
cooperativo em que os varejistas e
os fornecedores realizam,
conjuntamente, suas práticas de
negócios, com o objetivo de cumprir
os desejos de consumo juntos,
melhor, mais rápido e com menos
custo
Introdução
8. Introdução
Principais práticas:
Estimular a demanda dos consumidores, através da
promoção conjunta atividades de marketing e vendas;
Otimizar o fornecimento, com um foco em logística conjunta e
atividades da cadeia de fornecimento;
Estimular o uso da tecnologia e de ferramentas de melhoria de processos para
apoiar a articulação de atividades relacionais
9. Fundo conceitual
De acordo com Dyer e Singh (1998), rendas relacionais
fluem quando os parceiros de aliança:
Investem em ativos específicos de relação;
Compartilhamconhecimento de rotinas entre si;
Usam os mecanismos de governança eficientes;
Exploram capacidades complementares.
10. Quadro Conceitual
H1: Quanto mais investimentos específicos de transação forem feitos pelo fornecedor,
maior será o seu nível de adoção nas práticas de ECR
11. Quadro Conceitual
H2: Quanto maior a implementação de (a) equipes multifuncionais (b) suporte de
sistemas de incentivo na organização do fornecedor, maior será o nível de adoção ECR
12. Quadro Conceitual
H3: Quanto maior o nível de adoção ECR, mais o fornecedor terá (a) performance
econômica, (b) equidade percebida (c) capacidade de desenvolvimento
13. Quadro Conceitual
H4 : Quanto maior o nível de confiança, mais o fornecedor terá (a) performance
econômica(b) equidade percebida (c) capacidade de desenvolvimento
14. Quadro Conceitual
H5: Quanto maior o nível de confiança, maiores serão os níveis de efeitos da adoção ECR
na (a) performance econômica, (b) equidade percebida (c) capacidade de desenvolvimento
do fornecedore
15. Quadro Conceitual
H6: Quanto maior o nível de capacidades do varejista, mais o fornecedor terá (a)
performance econômica, (b) percepção de equidade (c) capacidade de desenvolvimento
16. Quadro Conceitual
H7: Quanto maior for o nível de capacidades do varejista, maior será a eficiência de
adoção ECR na (a) performance econômica, (b) equidade percebida (c) capacidade de
desenvolvimento do fornecedor
21. Metodologia
Foram colhidos dados de fornecedores de um único varejista - Cadeia de
supermercados top 40 do mundo
996 questionários foram enviados por email – 772 chegaram ao destino – 226
foram respondidos (34,5% taxa de resposta)
The Global ECR Scorecard, 43 questões, reformuladas para ficarem mais
simples
Os fornecedores foram dividos por categorias de acordo com seu tamanho,
categoria de vendas, desempenho econômico, valor de vendas, etc...
26. Figura 3 - Resultados do modelo de estimativaH1: Quanto mais investimentos específicos de transação forem feitos pelo fornecedor,
maior será o seu nível de adoção nas práticas de ECR - CONFIRMADA
27. Figura 3 - Resultados do modelo de estimativaH2: Quanto maior a implementação de (a) equipes multifuncionais (b) suporte de
sistemas de incentivo na organização do fornecedor, maior será o nível de adoção ECR
– CONFIRMADA
28. Figura 3 - Resultados do modelo de estimativaH3: Quanto maior o nível de adoção ECR, mais o fornecedor terá (a) performance
econômica- CONFIRMADA, (b) equidade percebida – NEGADA (c) capacidade de
desenvolvimento - CONFIRMADA
29. Figura 3 - Resultados do modelo de estimativaH4 : Quanto maior o nível de confiança, mais o fornecedor terá (a) performance
econômica– PARCIALMENTE CONFIRMADA (b) equidade percebida - CONFIRMADA
(c) capacidade de desenvolvimento – NEGADA
30. Figura 3 - Resultados do modelo de estimativaH5: Quanto maior o nível de confiança, maiores serão os níveis dos efeitos da adoção
ECR na (a) performance econômica – PARCIALMENTE CONFIRMADA, (b) equidade
percebida – NEGADA (c) capacidade de desenvolvimento – PARCIALMENTE
CONFIRMADA do fornecedor
31. Figura 3 - Resultados do modelo de estimativaH6: Quanto maior o nível de capacidades do varejista, mais o fornecedor terá (a)
performance econômica – CONFIRMADA (b) percepção de equidade – NEGADA (c)
capacidade de desenvolvimento - CONFIRMADA
32. Figura 3 - Resultados do modelo de estimativaH7: Quanto maior o nível de capacidades do varejista, maior será a eficiência de
adoção ECR na (a) performance econômica - NEGADA, (b) equidade percebida –
CONFIRMADA (c) capacidade de desenvolvimento – NEGADA do fornecedor
34. Conclusão
Quanto maior for o fornecedor, e quanto mais importante o varejista for
para o fornecedor, maiores serão as chances do fornecedor adotar o ECR.
Mesmo a pesquisa demonstrando que os fornecedores alcançam maior
desempenho econômico, há um considerável cinismo (equidade
percebida) entre eles sobre as vantagens de fazer parte de relações
colaborativas com varejistas grandes e poderosos
As relações de colaboração com grandes varejistas podem beneficiar os
fornecedores? SIM, porque eles terão uma significativa melhora
econômica e bons retornos de aprendizagem
35. LIMITAÇÕES
o Apesar das parcerias “ganha-ganha" serem frequentemente noticiadas na
imprensa, estudos acadêmicos de colaborações ECR são escassos,
provavelmente por causa da sensibilidade das partes envolvidas no
fornecimento necessário dos dados
o Seria interessante compreender se os benefícios do ECR, além de beneficiar os
fornecedores e varejistas, também proporcionasse benefícios tangíveis para o
consumidor, como preços mais baixos.
37. Pesquisa realizada com 10 Fornecedores e 20 Atacadistas, sendo que
60% (6) dos FORNECEDORES e 40% (8) dos ATACADISTAS
responderam aos questionários.
FORNECEDORES
ATACADISTAS
38. Principais Resultados
Tem um forte preconceito com relação ao ECR, pelo receio de perda de mercado
com a implantação de uma nova forma de fazer negócio. Isso evita que seus
membros aprofundem o conhecimento das suas estratégias e ferramentas;
Tendem a ser muito fechado, dificilmente abre suas informações para
fornecedores, um dos requisitos básicos para a implantação bem sucedida do
ECR.
Desconfia das verdadeiras intenções dos FORNECEDORES. Há ATACADISTAS
que chegaram a implantar uma ferramenta do ECR para teste e desistiram, por
sentirem que os FORNECEDORES fogem aos acordos estabelecidos, visando, em
OsetorATACADISTA:
39. Referências
REIS, M. A. S. O ECRNA RELAÇÃO FORNECEDORXATACADISTA. Relatório GV
Pesquisa, 2008. Disponível em:
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/3048/Rel072008.pdf
ECRBRASIL – http://www.ecrbrasil.com.br/ecrbrasil/page/
40. O NÍVEL DESEJADO DE ORIENTAÇÃO PARA O
MERCADO E DE DESEMPENHO DA UNIDADE DE
NEGÓCIOS
Michael Song and Mark E. Parry
Journal of the Academic of Marketing Science (2009) 37:144–160
41. AUTORES
Dr. Michael Song é professor de Marketing da Universidade de Missouri, na
cidade de Kansas. Pesquisador top 50 na área de gestão de tecnologia e
inovação. Nos últimos 10 anos, foi classificado como um dos cientistas mais
citados na área de Economia e Negócios.
Dr. MarkE. Parry é professor de Marketing da Universidade de Missouri.
Dentre os seus inúmeros prêmios recebidos, destaca-se o Prêmio de
Excelência em Pesquisa de Marketing Global, concedido em 2005 pela
Associação Americana de Marketing.
42. Drucker (1954): Levitt (1960):
McKitterrick (1957) Day (1989)
considerava o cliente como foco empresarial. Logo, a empresa que
estivesse orientada para o cliente, estaria, consequentemente,
voltada para o mercado.
deu ênfase a uma teoria organizacional preocupada com o
atendimento dos desejos e necessidades dos consumidores.
Ela foi chamada de ―conceito de gerência de marketing.
Demonstrou que a falta de compreensão das expectativas dos
clientes e do provimento de produtos adequados para atender
a essas necessidades acarretava o fracasso das empresas
advogou a relevância de a empresa ser orientada de fora para dentro
– a partir do mercado – para construir vantagem competitiva
Todos eles afirmavam a percepção de que a empresa efetivamente
orientada para o mercado alcançaria desempenho superior.
44. Introdução
Narvere Slater(1990)
Jaworski e Kohli (1990)
Investigaram empiricamente a
orientação para o mercado, avaliando
seus antecedentes e consequências
Tais hipóteses ainda não foram totalmente comprovadas
Assumem que o desempenho é uma função linear do nível alcançado de
orientação para o mercado
Testam se as incertezas do ambiente de mercado (turbulência de mercado,
turbulência tecnológica e competitividade intensiva) moderam essa relação
45. GAP
Os atuais estudos concentraram-se em avaliar o efeito
que o nível alcançado de orientação para o mercado
exerce no desempenho das organizações, deixando
assim uma lacuna na literatura que avalia a
importância que o nível desejado exerce na
performance das empresas.
46. Objetivo
Verificar:
Se as incertezas do ambiente (turbulência de mercado,
turbulência tecnológica e competitividade intensiva)
influenciam o nível desejado de orientação para o mercado
Se a diferença entre os níveis desejado e alcançado de
orientação para o mercado influenciam o desempenho das
unidades de negócios
47. Fundo conceitual
• Orientação para o mercado:
O conjunto de crenças que coloca os
interesses dos clientes em primeiro lugar,
sem excluir os dos demais stakeholders -
proprietários, gerentes e empregados –
para desenvolver uma empresa lucrativa
em longo prazo.
Dehspandé; Farley; Webster Jr. (1993)
48. Nível desejado de orientação para o mercado: nível no qual os
gestores acreditam que irá maximizar o desempenho de sua empresa
ou unidade de negócio.
Nível alcançado de orientação para o mercado: conjunto de
comportamentos através dos quais as empresas coletam, divulgam e
respondem às informações do mercado.
Conceitos
52. Quadro Conceitual
H1: Quanto maior o nível de turbulência do mercado, maior será o nível desejado de
orientação para o mercado
53. Quadro Conceitual
H2: Quanto maior o nível de intensidade competitiva, maior será o nível desejado de
orientação para o mercado
54. Quadro Conceitual
H3: Quanto menoro nível de turbulência tecnológica, maior será o nível desejado de
orientação para o mercado
55. Quadro Conceitual
H4: O nível alcançado de orientação para o mercado como percebido pelos gestores
de uma SBU é uma função crescente do nível desejado de orientação para o mercado
segundo a percepção dos gestores superiores de uma SBU
56. Quadro Conceitual
H 5: A relação entre o nível alcançado de orientação para o mercado como percebido pelos
gestores SBU e o nível desejado de orientação para o mercado segundo a percepção dos gestores
superiores SBU é moderado pelo grau em que a alta administração comunica suas percepções
para os gerentes da SBU
57. Quadro Conceitual
H6(a): Quando o nível desejado de orientação para o mercado excede o nível alcançado
(DMO> AMO), o desempenho da unidade de negócios está negativamente relacionado
com a diferença entre os níveis desejado e alcançado de orientação para o mercado
58. Quadro Conceitual
H6 (b): Quando o nível alcançado de orientação para o mercado excede o nível desejado
(AMO> DMO), o ROI é negativamente relacionado coma diferença entre os níveis
alcançado e desejado de orientação para o mercado.
59. H 6 (c): Quando o nível alcançado de orientação para o mercado excede o nível desejado
(AMO> DMO), o marketing share relativo e a retenção de clientes estão positivamente
relacionados com a diferença entre os níveis alcançados e desejados de orientação para o
mercado.
60. Metodologia
800 empresas aleatórias listadas no Diretório de Custódia de Empresas Públicas
e Privadas dos Estados Unidos
1º Fase: envio de uma página de pesquisa + carta de apresentação solicitando a
participação de todas as empresas listadas;
2º Fase: envio de carta personalizada + questionário de pesquisa para as 392 empresas que
concordaram participar e para as 341 empresas que não concordaram participar – 360
questionários foram respondidos;
3º Fase: 360 questionários enviados aos altos executivos citados na fase anterior - 308
questionários respondidos, a amostra final foi composta por 13 indústrias.
Questionários basearam-se quase que completamente na metodologia
desenvolvida por Jaworski e Kohli 1993 e Slater Narver e 1994.
61.
62.
63. Figura 3 - Resultados do modelo de estimativaH1: Quanto maior o nível de turbulência do mercado, maior será o nível desejado de
orientação para o mercado - CONFIRMADA
64. Figura 3 - Resultados do modelo de estimativaH2: Quanto maior o nível de intensidade competitiva, maior será o nível desejado de
orientação para o mercado - CONFIRMADA
65. Figura 3 - Resultados do modelo de estimativaH3: Quanto menoro nível de turbulência tecnológica, maior será o nível desejado de
orientação para o mercado – NÃO CONFIRMADA
66. H 4: O nível alcançado de orientação para o
mercado como percebido pelos gestores SBU é
uma função crescente do nível desejado de
orientação para o mercado segundo a percepção
dos seus superiores - CONFIRMADA
67. H 5: A relação entre o nível alcançado de
orientação para o mercado como percebido pelos
gestores SBU e do nível desejado de orientação
para o mercado segundo a percepção dos
gestores superiores SBU é moderado pelo grau em
que a alta administração comunica suas
percepções para os gerentes da SBU -
CONFIRMADA
68. H6(a): Quando o nível desejado de orientação para o mercado excede o nível alcançado (DMO>
AMO), o desempenho da unidade de negócios está negativamente relacionado com a diferença
entre os níveis de orientação para o mercado desejadas e alcançadas. - CONFIRMADA
69. H6 (b): Quando o nível alcançado de orientação para o mercado excede o nível desejado (AMO>
DMO), o ROI é negativamente relacionado com a diferença entre os níveis alcançado e desejado de
orientação para o mercado. – NÃO CONFIRMADA
70. H6 (c): Quando o nível alcançado de orientação para o mercado excede o nível desejado (AMO>
DMO), o marketing share relativo e a retenção de clientes estão positivamente relacionados com a
diferença entre os níveis alcançados e desejados de orientação para o mercado. – NÃO
CONFIRMADA
72. Conclusão
O nível desejado de orientação de mercado está positivamente
relacionado com os níveis percebidos de turbulência de mercado, de
intensidade competitiva e de turbulência tecnológica.
A hipótese de que aumentos de turbulência tecnológica diminuem a
importância de uma orientação de mercado não é verdadeira.
73. Quanto mais a alta gestão enfatizar a importância de uma orientação de
mercado dentro da empresa, maior será o seu nível adotado de orientação
para o mercado.
O nível desejado de orientação para o mercado influencia positivamente o
nível alcançado.
Quando o nível desejado de orientação para o mercado é maior do que o
nível alcançado, o desempenho da unidade de negócios é uma função
negativa da diferença entre esses dois níveis.
Conclusão
75. Considerações - OBrasil e os estudos
brasileiros
BAIXOgrau de orientação para o mercado.
Até a década de 1990, na maior parte dos setores prevalecia certa acomodação
entre os participantes que estavam satisfeitos com os resultados obtidos. A
economia fechada e os consumidores pouco exigentes facilitavam esse
processo.
A abertura do mercado.
A partir de 1990, a concorrência ampliou a competitividade do mercado, e as
empresas brasileiras se viram forçadas a adotarem as práticas de orientação
para o mercado.
No entanto, os efeitos residuais de séculos de práticas orientadas para o
vendedor e não para o cliente, ainda ficaram presentes por muito tempo.
1
9
9
0
1
9
9
1
Os resultados das pesquisas realizadas em empresas brasileiras encontraram uma relação
positiva entre orientação para o mercado e variáveis de desempenho.
76. Referências
DESHPANDÉ, R, WEBSTER, Jr., F. E. Organizational culture and marketing:
defining the research agenda. Journal of Marketing, New York, v. 53, p. 3-15, Jan.
1989
DRUCKER, P. F. The practice of management. New York: Harper & Brothers, 1954.
MCKITTERICK, J. B. What is the marketing management concept? In: BASS, F. M.
(Ed.). ThE frontiers of marketing thought and science. Chicago: American Marketing
Association, 1957. p.71-82.
LEVITT, T. Marketing myopia. Harvard Business Review, Cambridge, v.38, n.4, p.45-
56,1960.
PEIXOTO, V. A. B. Orientação para o Mercado e desempenho: um estudo em
empresas de construção civil de Belo Horizonte. 2012. 66f. Dissertação (Mestrado
em Administração). Universidade FUMEC – Faculdade de Ciências Empresariais.