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Neurofisiologia
Professor: Cleanto Santos Vieira
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Sono: É definido como a
inconsciência da qual a pessoa
pode ser despertada por
estímulos sensoriais e de outra
natureza.
• Deve ser distinguido do coma,
que é a inconsciência da qual a
pessoa não pode ser despertada.
• Existem diversos estágios do
sono, desde o sono muito
superficial até o muito profundo.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• A maioria dos cientistas divide o sono em
dois tipos distintos:
• 1 – Sono de ondas lentas (nesse tipo de
sono, as ondas cerebrais são muito lentas).
• 2 – Sono R.E.M. “rapid eye movement”
(movimentos rápidos dos olhos), apesar da
pessoa permanecer adormecida.
• Durante a noite, a pessoa oscila entre os
dois tipos distintos de sono, que se
alternam entre si.
• Maior parte do sono noturno é do tipo de
ondas lentas, esse sono é repousante, a
pessoa tem na primeira hora de sono, após
ter permanecido acordada por muitas
horas.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• O sono R.E.M, ocorre
periodicamente durante o sono de
ondas lentas e representam cerca
de 25% do tempo total do adulto
jovem, geralmente ocorrem em
intervalos de 90 minutos.
• Esse tipo de sono não é repousante
e em geral está associado ao sonhar.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Sono de ondas lentas:
• O sono de ondas lentas é extremamente
repousante, estando associado à redução do
tônus vascular periférico e também a outras
funções vegetativas corporais.
• Ocorre a diminuição de 10 a 30% da pressão
arterial, da frequência respiratória e do
metabolismo basal.
• Embora seja chamado de sono sem sonho, nele
ocorrem sonhos e chega a ocorrer pesadelos.
• A diferença entre o sono de ondas lentas e o
sono R.E.M é que o sono R.E.M é lembrado e o
sono de ondas lentas em geral não o é.
• O processo de consolidação do sonho na
memória não ocorre no sono de ondas lentas.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Sono R.E.M:
• Em uma noite normal de sono, surtos de
sono REM, cada um durando de 5 a 30
minutos, ocorre em média, a cada 90
minutos, com o primeiro deles
acontecendo dentro de 80 a 100 minutos
após o adormecimento.
• Quando a pessoa está sonolenta, a
duração de cada surto de sono REM fica
muito curta, podendo até mesmo, não
ocorrer.
• Quanto mais descansada a pessoa fica no
decorrer da noite, a duração dos surtos de
sono REM aumenta muito.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Características importantes do sono REM:
• 1. Em geral, está associado ao sonhar ativo.
• 2. É bem mais difícil de acordar a pessoa por meio de estímulos sensoriais do que no sono
de ondas lentas, entretanto as pessoas acordam pela manhã durante um episódio de sono
REM.
• 3. O tônus muscular do corpo fica extremamente deprimido, indicando forte inibição das
projeções da medulla espinhal das áreas excitatórias do tronco cerebral.
• 4. As frequências cardíaca e respiratória ficam irregulares, caracterizando o estado de
sonhar.
• 5. Apesar da intense inibição da musculature periférica, ainda assim surgem poucos
movimentos musculares sem regularidade (ex. Movimento dos olhos).
• 6. Durante o sono REM, encéfalo está muito ativo, o metabolism global encefálico pode
aumentar até 20%.
• O encéfalograma registra ondas semelhantes as registradas no estado de vigília, por isso
esse tipo de sono é também chamdo de sono paradoxal, pois é um paradox que a pessoa
esteja dormindo, apesar de intense atividade cerebral.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Teorias básicas sobre o sono:
• Teorias do sono -> Uma das primeiras teorias sobre o sono propunha que
as áreas excitatórias do tronco cerebral superior, chamadas, até então, de
Sistema reticular ativador, e outras partes do encéfalo se fatigassem no
período de vigília, e como resultado, ficassem inativas. Essa foi a teoria
chamada de teoria do sono passive.
• Contudo em um experimento em que foi demonstrada a transecção do
tronco cerebral, ao nível mediopontino, faz com que o cérebro nunca
adormeça, parecendo haver algum centro, localizado abaixo do nível
mediopontino do tronco cerebral, que ativamente provoca o sono ao
inibir outras regiões do encéfalo. Essa é a chamada teoria do sono ativo.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Causas possíveis do sono REM:
• Não é conhecido o porque que o
sono de ondas lentas é
interrompido periodicamente pelo
sono REM. Entretanto, lesão do
locus ceruleus, de cada lado do
tronco cerebral, pode reduzir o
sono REM e , caso a lesão inclua
áreas adjacentes, o sono REM pode
cessar inteiramente.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Ciclo sono vigília:
• Quando os centros do sono não estão
ativados, a liberação da inibição dos núcleos
reticulares mesencefálicos e pontinos
superiors permite que essa região fique
espontaneamente ativa.
• Isso excita o cortex cerebral e o SN
periférico, e eles enviam numerosos sinais
de feedback positivo de volta para os
mesmos núcleos reticulares, excitando-os
ainda mais.
• Contudo, após o encéfalo ter permanecido
ativado por muitas horas, até os neurônios
do Sistema ativador, presumilvelmente,
ficarão fatigados, e é possível que outros
fatores ativem os centros do sono.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Consequentemente isso pode ser
interrompido, e, ao mesmo tempo, os efeitos
inibitórios dos centros do sono passariam a
predominar, levando à rápida transição da
vigília para o estado de sono.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Efeitos fisiológicos do sono:
• O sono pode causar dois tipos de efeitos
fisiológicos:
• Primeiro -> sobre o próprio Sistema nervoso;
• Segundo -> efeitos sobre as outras estruturas
do corpo.
• Os efeitos sobre o Sistema nervoso são de
longe os mais importantes, pois qualquer
pessoa que tenha sofrido a transsecção da
medulla espinhal, ao nível do pescoço, não
apresenta quaisquer efeitos nocivos sobre as
partes de seu corpo, abaixo do nível de secção,
que possam ser atribuídos ao sono vigília (a
falta do ciclo sono-vigília no SN em qualquer
nível abaixo do encéfalo não provoca lesão dos
órgãos corporais, nem qualquer distúrbio de
funcionamento.
• A falta de sono certamente compromete o
funcionamento do SNC.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• A vigília prolongada está associada,
muitas vezes, a disfunção mental
progressive e, ocasionalmente, a
atividades comportamentais
anormais do SN.
• O pensamento fica mais lento
próximo ao fim de um período
prolongado de vigília, a pessoa pode
tornar-se irritável e até mesmo
psicótica, após uma vigília forçada
por longos períodos.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Então podemos admitir que o sono,
de alguma maneira, ainda não
conhecida, restaura os níveis
normais de atividade e também, o
equilibrio entre os diferentes
components do SNC.
• É como se fosse uma Tecla “reset”
nos computadores.
• O principal efeito do sono seria
restaurar o equilibrio natural entre
os centros neuronais.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Na vigília ocorre o aumento das
atividades simpáticas, bem como um
maior número de impulsos para a
musculature esquelética, para
aumentar o tônus muscular.
• Durante o sono a atividade simpática
diminui, enquanto a parasimpática
aumenta.
• O resultado disso, a pressão arterial
baixa, a frequência cardíaca diminui, os
vasos cutâneos se dilatam, a atividade
gastrointestinal, por vezes aumenta, os
músculos permanecem, em sua maioria
em estado relaxado, com o
metabolismo basal global diminuindo
em media 10 a 30%.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Ondas cerebrais:
• Registros elétricos colhidos da
superfície do encéfalo ou do
escalpo apresentam uma
atividade continua do encéfalo.
• As ondulações desses registros
de potenciais elétricos são
chamadas de ondas cerebrais.
• A totalidade do registro é o
eletroencéfalograma (EEG).
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Os registros são classificados como
ondas:
• Alfa, beta, Teta e Delta.
• As ondas alfa são rítmicas, com
frequência entre 9 e 14 por Segundo,
sendo encontradas no EEG de quase
todas as pessoas adultas normais,
quando acordadas,, em estado de
cerebração quieta e em repouso.
• São mais intensas na região occipital,
podendo ser registradas também em
regiões parietal e frontal durante o
escalpo, sua voltage é em media de
50μV.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Durante o sono as ondas alfa
desaparecem completamente;
• Se a atenção de uma pessoa acordada
é direcionada para algum tipo
específico de atividade mental, as
ondas alfa são substituídas por ondas
beta, assincrônicas, com maior
frequência e menor voltagem.
• As ondas beta têm frequências acima
de 14 por Segundo, podendo atingir 25
por Segundo e, raramente 50 ciclos por
Segundo. São as ondas mais
frequentemente registradas nas
regiões parietal e frontal do escalpo,
durante a ativação do SNC e durante
estados de tensão.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• As ondas Teta têm frequência
entre 4 e 7 ciclos por Segundo.
Ocorrem, em sua maioria, nas
regiões parietal e temporal, em
crianças e, em alguns adultos em
estresse emocional, em especial
em desapontamentos e
frustrações.
• As ondas Teta também ocorrem
em muitas doenças cerebrais.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• As ondas delta incluem todas ondas
do EEG com frequência abaixo de 3,5
ciclos por Segundo, por vezes, sua
frequência pode ser de apenas 1 ciclo
a cada 2 ou 3 seundos.
• Elas ocorrem no sono muito
profundo, na infância e em doenças
orgânicas cerebrais graves.
• As ondas delta podem ocorrer, de
forma restrita no cortex,
independentemente da atividade nas
regiões inferiores do encéfalo.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Origem cerebral das ondas cerebrais:
• Origem das ondas alfa -> é provável
que as ondas alfa resultem da
atividade espontânea do Sistema
talamocortical inespecífico, produtor
tanto da periodicidade das ondas alfa
como da ativação síncrona de
literalmente milhões de neurônios
corticais durante cada onda.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
Neurofisiologia
• Origem das ondas delta -> A secção
(corte) dos feixes de fibras que vão
do tálamo para o cortex, impedindo
a ativação talâmica desse cortex,
eliminando as ondas alfa, mas
provocando o aparecimento de
ondas beta no cortex.
• Isso indica que possa existir algum
mecanismo sincronizador nos
próprios neurônios corticais –
independente das estruturas mais
inferiores do cérebro – como
causador das ondas delta.
Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de
atividade do encéfalo: Sono
REFERÊNCIAS
• ALÓE F; AZEVEDO AP; HASAN R. Mecanismos do ciclo sono-vigília. Rev. Bras. Psiquiatr. vol.27 suppl.1 São
Paulo May 2005.
• ALOE F ET AL. Síndrome das pernas inquietas: diagnóstico e tratamento. Opinião de especialistas
brasileiros. Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.65 no.3a São Paulo Sept. 2007.
• ANTUNES HKM; ANDERSEN ML; TUFIK S; MELLO MT. Privação de sono e exercício físico. Rev Bras Med
Esporte vol.14 no.1 Niterói Jan./Feb. 2008.
• CHELLAPPA SL; ARAÚJO JF. O sono e os transtornos do sono na depressão Rev. psiquiatr. clín. vol.34 no.6
São Paulo 2007.
• CRISPIM CA; ZALCMAN I; DÁTTILO M; PADILHA HG; TUFIK S; MELLO MT. Relação entre sono e obesidade:
uma revisão da literatura. Arq Bras Endocrinol Metab vol.51 no.7 São Paulo Oct. 2007.
• CROSSMAN, A. R; NEARY, D. Neuroanatomia: um texto ilustrado em cores. Tradução Charles Alfred
Esberard. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
• CUNHA MCB; ZANETTI ML; HASS VJ. Qualidade do sono em diabéticos do tipo 2. Rev. Latino-Am.
Enfermagem vol.16 no.5 Ribeirão Preto Sept./Oct. 2008
• MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2000. FERNANDES RMF. O SONO
NORMAL Medicina, Ribeirão Preto, 39 (2): 157-168, abr./jun. 2006.

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Sono e ondas cerebrais: os estágios do sono

  • 1. Neurofisiologia Professor: Cleanto Santos Vieira Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 2. Neurofisiologia • Sono: É definido como a inconsciência da qual a pessoa pode ser despertada por estímulos sensoriais e de outra natureza. • Deve ser distinguido do coma, que é a inconsciência da qual a pessoa não pode ser despertada. • Existem diversos estágios do sono, desde o sono muito superficial até o muito profundo. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 3. Neurofisiologia • A maioria dos cientistas divide o sono em dois tipos distintos: • 1 – Sono de ondas lentas (nesse tipo de sono, as ondas cerebrais são muito lentas). • 2 – Sono R.E.M. “rapid eye movement” (movimentos rápidos dos olhos), apesar da pessoa permanecer adormecida. • Durante a noite, a pessoa oscila entre os dois tipos distintos de sono, que se alternam entre si. • Maior parte do sono noturno é do tipo de ondas lentas, esse sono é repousante, a pessoa tem na primeira hora de sono, após ter permanecido acordada por muitas horas. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 4. Neurofisiologia • O sono R.E.M, ocorre periodicamente durante o sono de ondas lentas e representam cerca de 25% do tempo total do adulto jovem, geralmente ocorrem em intervalos de 90 minutos. • Esse tipo de sono não é repousante e em geral está associado ao sonhar. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 5. Neurofisiologia • Sono de ondas lentas: • O sono de ondas lentas é extremamente repousante, estando associado à redução do tônus vascular periférico e também a outras funções vegetativas corporais. • Ocorre a diminuição de 10 a 30% da pressão arterial, da frequência respiratória e do metabolismo basal. • Embora seja chamado de sono sem sonho, nele ocorrem sonhos e chega a ocorrer pesadelos. • A diferença entre o sono de ondas lentas e o sono R.E.M é que o sono R.E.M é lembrado e o sono de ondas lentas em geral não o é. • O processo de consolidação do sonho na memória não ocorre no sono de ondas lentas. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 6. Neurofisiologia • Sono R.E.M: • Em uma noite normal de sono, surtos de sono REM, cada um durando de 5 a 30 minutos, ocorre em média, a cada 90 minutos, com o primeiro deles acontecendo dentro de 80 a 100 minutos após o adormecimento. • Quando a pessoa está sonolenta, a duração de cada surto de sono REM fica muito curta, podendo até mesmo, não ocorrer. • Quanto mais descansada a pessoa fica no decorrer da noite, a duração dos surtos de sono REM aumenta muito. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 7. Neurofisiologia • Características importantes do sono REM: • 1. Em geral, está associado ao sonhar ativo. • 2. É bem mais difícil de acordar a pessoa por meio de estímulos sensoriais do que no sono de ondas lentas, entretanto as pessoas acordam pela manhã durante um episódio de sono REM. • 3. O tônus muscular do corpo fica extremamente deprimido, indicando forte inibição das projeções da medulla espinhal das áreas excitatórias do tronco cerebral. • 4. As frequências cardíaca e respiratória ficam irregulares, caracterizando o estado de sonhar. • 5. Apesar da intense inibição da musculature periférica, ainda assim surgem poucos movimentos musculares sem regularidade (ex. Movimento dos olhos). • 6. Durante o sono REM, encéfalo está muito ativo, o metabolism global encefálico pode aumentar até 20%. • O encéfalograma registra ondas semelhantes as registradas no estado de vigília, por isso esse tipo de sono é também chamdo de sono paradoxal, pois é um paradox que a pessoa esteja dormindo, apesar de intense atividade cerebral. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 8. Neurofisiologia • Teorias básicas sobre o sono: • Teorias do sono -> Uma das primeiras teorias sobre o sono propunha que as áreas excitatórias do tronco cerebral superior, chamadas, até então, de Sistema reticular ativador, e outras partes do encéfalo se fatigassem no período de vigília, e como resultado, ficassem inativas. Essa foi a teoria chamada de teoria do sono passive. • Contudo em um experimento em que foi demonstrada a transecção do tronco cerebral, ao nível mediopontino, faz com que o cérebro nunca adormeça, parecendo haver algum centro, localizado abaixo do nível mediopontino do tronco cerebral, que ativamente provoca o sono ao inibir outras regiões do encéfalo. Essa é a chamada teoria do sono ativo. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 9. Neurofisiologia • Causas possíveis do sono REM: • Não é conhecido o porque que o sono de ondas lentas é interrompido periodicamente pelo sono REM. Entretanto, lesão do locus ceruleus, de cada lado do tronco cerebral, pode reduzir o sono REM e , caso a lesão inclua áreas adjacentes, o sono REM pode cessar inteiramente. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 10. Neurofisiologia • Ciclo sono vigília: • Quando os centros do sono não estão ativados, a liberação da inibição dos núcleos reticulares mesencefálicos e pontinos superiors permite que essa região fique espontaneamente ativa. • Isso excita o cortex cerebral e o SN periférico, e eles enviam numerosos sinais de feedback positivo de volta para os mesmos núcleos reticulares, excitando-os ainda mais. • Contudo, após o encéfalo ter permanecido ativado por muitas horas, até os neurônios do Sistema ativador, presumilvelmente, ficarão fatigados, e é possível que outros fatores ativem os centros do sono. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 11. Neurofisiologia • Consequentemente isso pode ser interrompido, e, ao mesmo tempo, os efeitos inibitórios dos centros do sono passariam a predominar, levando à rápida transição da vigília para o estado de sono. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 12. Neurofisiologia • Efeitos fisiológicos do sono: • O sono pode causar dois tipos de efeitos fisiológicos: • Primeiro -> sobre o próprio Sistema nervoso; • Segundo -> efeitos sobre as outras estruturas do corpo. • Os efeitos sobre o Sistema nervoso são de longe os mais importantes, pois qualquer pessoa que tenha sofrido a transsecção da medulla espinhal, ao nível do pescoço, não apresenta quaisquer efeitos nocivos sobre as partes de seu corpo, abaixo do nível de secção, que possam ser atribuídos ao sono vigília (a falta do ciclo sono-vigília no SN em qualquer nível abaixo do encéfalo não provoca lesão dos órgãos corporais, nem qualquer distúrbio de funcionamento. • A falta de sono certamente compromete o funcionamento do SNC. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 13. Neurofisiologia • A vigília prolongada está associada, muitas vezes, a disfunção mental progressive e, ocasionalmente, a atividades comportamentais anormais do SN. • O pensamento fica mais lento próximo ao fim de um período prolongado de vigília, a pessoa pode tornar-se irritável e até mesmo psicótica, após uma vigília forçada por longos períodos. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 14. Neurofisiologia • Então podemos admitir que o sono, de alguma maneira, ainda não conhecida, restaura os níveis normais de atividade e também, o equilibrio entre os diferentes components do SNC. • É como se fosse uma Tecla “reset” nos computadores. • O principal efeito do sono seria restaurar o equilibrio natural entre os centros neuronais. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 15. Neurofisiologia • Na vigília ocorre o aumento das atividades simpáticas, bem como um maior número de impulsos para a musculature esquelética, para aumentar o tônus muscular. • Durante o sono a atividade simpática diminui, enquanto a parasimpática aumenta. • O resultado disso, a pressão arterial baixa, a frequência cardíaca diminui, os vasos cutâneos se dilatam, a atividade gastrointestinal, por vezes aumenta, os músculos permanecem, em sua maioria em estado relaxado, com o metabolismo basal global diminuindo em media 10 a 30%. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 16. Neurofisiologia • Ondas cerebrais: • Registros elétricos colhidos da superfície do encéfalo ou do escalpo apresentam uma atividade continua do encéfalo. • As ondulações desses registros de potenciais elétricos são chamadas de ondas cerebrais. • A totalidade do registro é o eletroencéfalograma (EEG). Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 17. Neurofisiologia • Os registros são classificados como ondas: • Alfa, beta, Teta e Delta. • As ondas alfa são rítmicas, com frequência entre 9 e 14 por Segundo, sendo encontradas no EEG de quase todas as pessoas adultas normais, quando acordadas,, em estado de cerebração quieta e em repouso. • São mais intensas na região occipital, podendo ser registradas também em regiões parietal e frontal durante o escalpo, sua voltage é em media de 50μV. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 18. Neurofisiologia • Durante o sono as ondas alfa desaparecem completamente; • Se a atenção de uma pessoa acordada é direcionada para algum tipo específico de atividade mental, as ondas alfa são substituídas por ondas beta, assincrônicas, com maior frequência e menor voltagem. • As ondas beta têm frequências acima de 14 por Segundo, podendo atingir 25 por Segundo e, raramente 50 ciclos por Segundo. São as ondas mais frequentemente registradas nas regiões parietal e frontal do escalpo, durante a ativação do SNC e durante estados de tensão. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 19. Neurofisiologia • As ondas Teta têm frequência entre 4 e 7 ciclos por Segundo. Ocorrem, em sua maioria, nas regiões parietal e temporal, em crianças e, em alguns adultos em estresse emocional, em especial em desapontamentos e frustrações. • As ondas Teta também ocorrem em muitas doenças cerebrais. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 20. Neurofisiologia • As ondas delta incluem todas ondas do EEG com frequência abaixo de 3,5 ciclos por Segundo, por vezes, sua frequência pode ser de apenas 1 ciclo a cada 2 ou 3 seundos. • Elas ocorrem no sono muito profundo, na infância e em doenças orgânicas cerebrais graves. • As ondas delta podem ocorrer, de forma restrita no cortex, independentemente da atividade nas regiões inferiores do encéfalo. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 21. Neurofisiologia • Origem cerebral das ondas cerebrais: • Origem das ondas alfa -> é provável que as ondas alfa resultem da atividade espontânea do Sistema talamocortical inespecífico, produtor tanto da periodicidade das ondas alfa como da ativação síncrona de literalmente milhões de neurônios corticais durante cada onda. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 22. Neurofisiologia • Origem das ondas delta -> A secção (corte) dos feixes de fibras que vão do tálamo para o cortex, impedindo a ativação talâmica desse cortex, eliminando as ondas alfa, mas provocando o aparecimento de ondas beta no cortex. • Isso indica que possa existir algum mecanismo sincronizador nos próprios neurônios corticais – independente das estruturas mais inferiores do cérebro – como causador das ondas delta. Aula 9 – Capítulo 6 – Estados de atividade do encéfalo: Sono
  • 23. REFERÊNCIAS • ALÓE F; AZEVEDO AP; HASAN R. Mecanismos do ciclo sono-vigília. Rev. Bras. Psiquiatr. vol.27 suppl.1 São Paulo May 2005. • ALOE F ET AL. Síndrome das pernas inquietas: diagnóstico e tratamento. Opinião de especialistas brasileiros. Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.65 no.3a São Paulo Sept. 2007. • ANTUNES HKM; ANDERSEN ML; TUFIK S; MELLO MT. Privação de sono e exercício físico. Rev Bras Med Esporte vol.14 no.1 Niterói Jan./Feb. 2008. • CHELLAPPA SL; ARAÚJO JF. O sono e os transtornos do sono na depressão Rev. psiquiatr. clín. vol.34 no.6 São Paulo 2007. • CRISPIM CA; ZALCMAN I; DÁTTILO M; PADILHA HG; TUFIK S; MELLO MT. Relação entre sono e obesidade: uma revisão da literatura. Arq Bras Endocrinol Metab vol.51 no.7 São Paulo Oct. 2007. • CROSSMAN, A. R; NEARY, D. Neuroanatomia: um texto ilustrado em cores. Tradução Charles Alfred Esberard. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. • CUNHA MCB; ZANETTI ML; HASS VJ. Qualidade do sono em diabéticos do tipo 2. Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.16 no.5 Ribeirão Preto Sept./Oct. 2008 • MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2000. FERNANDES RMF. O SONO NORMAL Medicina, Ribeirão Preto, 39 (2): 157-168, abr./jun. 2006.