4. Definição de sono
Fenômeno cíclico, caracterizado por uma
alteração reversível do estado de consciência e
da reatividade a estímulos ambientais, essencial
à vida e ao equilíbrio físico e psíquico do ser
humano.
• O sono é um processo cuja mecanismo fisiológico
ainda não está completamente definido.
• Consolidação de memórias e experiências
5.
6. Aspectos do sono
O sono normal ou o ato de dormir bem envolve 3 aspectos:
• Quantidade
– tempo total de sono adequado de cada pessoa
– número de horas necessárias é uma característica individual
• Qualidade
– Como a pessoa acorda de manhã e como se sente durante o dia
• Ritmo
– Sono possui vários estágios, que traduzem diferentes níveis e
estados de consciência
– Fases que repetem em ciclos - de 4 a 5x numa noite de 8h
– Para ser mantido podem haver interferências internas ou
externas
– Cumprir um ritmo circadiano
7. Funções do sono
• Antigas teorias – papel do sono no aprendizado seria
proporcionar ao cérebro um momento de descanso, ao
protegê-lo das influências externas.
• Atualmente - processo muito dinâmico e vital para o
armazenamento das informações acumuladas no
decorrer do dia.
O cérebro noturno como um dínamo em atividade.
• O fisiologista Alfred Loomis (1937) - intensa atividade
elétrica noturna no cérebro e percebeu as diferentes
frequências elétricas diferentes, o que permitiria, mais
tarde, distinguir as 5 etapas do sono.
8. Fases do Sono
O sono é dividido em duas categorias/ 5 fases:
• sono REM ("Rapid Eye Movements")
• sono não REM ("Non-Rapid Eye Movements")
e este é classificado em 4 fases.
Ciclos repetitivos de sono duram entre 90 a 120
minutos.
10. Fases do Sono
• Vigília ou Estágio 0:
– alto grau de atividade dos neurônios corticais,
– após 5 a 15 minutos no leito, o indivíduo alcança o
primeiro estágio do sono.
• Estágio 1:
– 2-5% do tempo total do sono,
– melatonina é liberada, induzindo o sono,
– redução do tônus muscular.
• Estágio 2:
– 45-55% do sono total de sono,
– redução do grau de atividade dos neurônios corticais,
– diminuição dos ritmos cardíaco e respiratório e da
temperatura corporal, relaxamento muscular.
11. Fases do Sono
• Estágio 3:
– 3-8% do sono total.
– movimentos oculares raros e o tônus muscular diminui
progressivamente.
• Estágio 4:
– 10-15% do sono total,
– É o sono profundo,
– pico de liberação do GH e da leptina; o cortisol começa a ser
liberado até atingir seu pico, no início da manhã
• SONO REM (Rapid Eye Moviment):
– 20-25% do sono total,
– EEG mostra registro de um cérebro “ativo”,
– Atonia muscular, FC e FR irregulares
– ocorre a maioria dos sonhos.
13. Aprendizagem
A aprendizagem, maravilhoso e complexo processo,
efetua-se pela criação de novas memórias e pela
ampliação e transformação de redes neuronais que
“guardam” conteúdos já trabalhados
anteriormente.
PLASTICIDADE CEREBRAL
O cérebro precisa ser desafiado, estimulado e
reestruturado o tempo todo – moldável e adaptado
à várias situações
15. A importância do sono nos
processos cognitivos
• Sono REM – processamento e armazenagem
na memória longa dos conteúdo aprendidos
durante o dia
• Sono fragmentado = dificuldades cognitivas
(aprendizagem, capacidade de memorizar e
evocar e se concentrar em tarefas novas ou
antigas)
16. A importância do sono nos
processos cognitivos
Dados sobre o sono:
• Na infância – dormir menos do que 10h/por noite
reduz em 40% os problemas de concentração
• Na adolescência – passar mais de 18h sem
dormir reduz 30% os testes de raciocínio lógico
• No idoso – diminuição do sono REM – memória
17. A importância do sono nos
processos cognitivos
• 2007 – estudo alemão mapeou, através de RNM
o trajeto da informação recebida desde o
hipocampo (cérebro onde os dados são
armazenados temporariamente) até o neocórtex
(onde é fixado numa memória de longo prazo)
• Estudo EUA realizado com testes cognitivos, de 6
meses de acompanhamento, mostrou que a
relação entre sono e memória é de uma clareza
geométrica.
18. Sono e Aprendizagem
• Melatonina: hormônio secretado na pineal e na
ausência de luz produz a vontade de dormir
• Relação da melatonina x horário de aprendizagem:
– Ao amanhecer os hormônio promotores da vigília são
secretados e a pineal encerra a produção de melatonina
– 8 às 12h - bom horário para estudar: somos mais
responsivos e atentos aos estímulos externos
– Às 15h – pior horário: nível mais baixo de vigilância diurno
– De 17 às 20h – bom horário para rever a matéria
– Às 21h –recomeça a produção de melatonina = dormir!
– De 24 às 2h – sono mais profundo
20. Distúrbios do sono
Compreender o fenômeno do sono em seus
diversos aspectos é o procedimento científico para
buscar soluções para seus distúrbios, visando
alcançar um rendimento satisfatório nas atividades
diárias.
O desconhecimento do papel fundamental que o sono
desempenha no processo cognitivo, social e
comportamental levas às pessoas a ignorarem os sinais e
sintomas na vida diária
21. Classificação dos Distúrbios do Sono
Insônia
Sonolência diurna:
• Apnéia, Narcolepsia.
Transtornos do Ciclo Circadiano:
• Atraso ou Avanço de fases do
sono, Jet Lag, Trabalhos em
turnos
Desordens intrínsecas do sono:
• Síndrome da Movimentação
Periódica dos Membros (PLMS) e
Síndrome das Pernas Inquietas
Parassônias:
• Desordens do despertar -
Sonambulismo, Terror Noturno
• Parassônias do sono REM -
Desordem Comportamental do
Sono REM, Paralisia do Sono e
Pesadelos.
• Distúrbios da transição sono-
vigília - Sonilóquio.
• Outras - Bruxismo e a Enurese
Noturna.
22. Insônia
Dificuldade iniciar e/ou manter o
sono ou uma insatisfação na
qualidade do sono – sintomas
diurnos físicos e comportamentais
• Na infância: 10 a 30% na idade pré-escolar
• Geralmente são comportamentais – diagnóstico de
exclusão (afastar causas médicas: medicamentos,
cólicas, refluxo GE)
• Dificuldade de adormecer ou manter sono –
relacionados à atitudes dos pais ou criança
23. Insônia na Infância
Distúrbio de associação
• condições são associadas ao início do sono e
que são necessárias para iniciar ou manter
• Positivas – a criança pode prover a si mesma
• Negativas – assistência de 3ª pessoa –
embalar, mamadeira, cama dos pais,
estorinhas
• Relacionada a acordares noturnos e menor
tempo de sono
Distúrbio da falta de limite
• recusa ou retarda de ir pra cama há hora estabelecida, prorroga por
meio de vários pedidos
• Incapacidade dos pais de criar os limites
• Depois que dorme, tem poucos despertares, mas diminui tempo de
sono
24. Pesadelos
• Sonhos com forte conteúdo
emocional, que geralmente
causa angústia e levam ao
despertar
• Ocorrem durante o sono REM
da segunda metade da noite.
• Frequentes entre as idades de
3 e 6 anos, com posterior
redução em sua ocorrência.
• O quadro não demanda
tratamento, exceto quando os
episódios são frequentes.
Neste caso está indicado o
estudo da condição emocional
da criança.
25. Sonambulismo
• Execução de
comportamentos motores
durante o sono
• Geralmente ocorre nos
estágios profundos 3 e 4, no
terço inicial da noite.
• Geralmente a pessoa
acorda ou pode até voltar
pro leito e continuar a
dormir. Pode haver amnésia
do ocorrido.
• Geralmente não precisa de
tratamento medicamentoso
26. Sonilóquios
• É o “conversar dormindo”.
• Distúrbio menor, comum e
sem consequências nocivas.
• Pouco se sabe a respeito.
• Geralmente dura segundos,
não tem é produto do
pensamento racional.
• Pode ocorrer junto com
pesadelos, apneias ou
estados confusionais.
• Não necessita tratamento
27. Terror Noturno
• Episódios de despertar parcial
do sono NREM, em que há
atividade anômala motora,
autonômica, de fala e de sonho
• A criança acorda subitamente,
com intensa angústia, tremor,
suor, senta-se na cama, grita,
pede socorro, mostra-se
aterrorizada por figuras
imaginárias, que geralmente
acabam quando se acede a luz.
• Geralmente acontece 1 a 2
horas após o início do sono.
• Frequentemente a criança não
desperta, logo se acalma e não
se lembra do episódio na
manhã seguinte.
• Presente em 3% das crianças,
principalmente em meninos.
28. Enurese Noturna
• Micção recorrente involuntária
durante o sono. Merece atenção por
sua complexidade, prevalência e
importância psicossocial.
• Ocorre em qualquer estágio do sono,
sendo mais frequente durante as
fases 3 e 4.
• Por definição, o quadro é
reconhecido apenas aos 5 anos de
idade, considerando que o controle
vesical noturno pode ocorrer até esta
idade.
• Muitas crianças sem doença orgânica
ou psíquica adquirem o controle
vesical entre 5 e 10 anos de idade,
com amadurecimento mais tardio do
controle vesical.
A Enurese Secundária é quando ocorre
reaparecimento do fenômeno após um
período de 3 a 6 meses de controle vesical,
em qualquer idade. É pouco frequente.
29. Atraso ou Avanço da Fase de Sono
• É uma incapacidade persistente em adormecer e acordar em horários
convencionais
• No Avanço, a pessoa dorme e acorda algumas horas antes do horário
estabelecido, que pode levar a imaginar uma insônia terminal
• No Atraso de fase, a pessoa dorme 3 a 6 h após o horário convencional
– relógio endógeno mais lento, com a liberação de melatonina
endógena atrasada
Na adolescência é REGRA!
30. O sono do adolescente
• O adolescente já tem uma
tendência social a dormir
mais tarde: vida social,
namoro, computador,
estudos.
• Nesta fase da vida há uma
alteração no ciclo do sono
do cérebro
• Essa mudança acontece por
um adiamento no horário
de secreção da melatonina,
o hormônio que gera uma
mensagem ao cérebro que
é hora de dormir.
31. O sono do adolescente
• Os adolescentes deveriam ir para cama e acordar mais tarde, pois
independentemente do horário eles precisam dormir de 8 a 10h.
• Estudos mostram que os adolescentes sofrem de séria privação
de sono. Uma pesquisa recente do National Sleep Foundation
mostrou que 60% dos adolescentes abaixo de 18 anos reclama
de cansaço durante o dia e 15% dormem na aula em algum
momento. A privação constante de sono leva a sérias
consequências no desempenho acadêmico, social e saúde do
adolescente.
• A escola está dessincronizada com o horário biológico dos alunos.
• Os adolescentes tendem a estar menos alertas e mais estressados
e irritados pela manhã.
• Iniciar as aulas mais tarde ou pelos menos colocar as matérias
mais difíceis e desafiadoras mais tarde favoreceria a
aprendizagem dos alunos.
32. O sono do adolescente
Estados americanos que atrasaram o início das aulas para mais tarde (média
9h00) mostrou diminuição da taxa de atraso, menos alunos adormeceram na
sala de aula, as notas e desempenho acadêmico aumentaram, os acidentes de
trânsito diminuíram e os sintomas auto-relatados de depressão também
diminuiram.
33. Concluindo
O sono afeta diretamente as funções intelectuais, regulando-as
durante o período ativo do dia e armazenando o conhecimento e
as experiências da pessoa enquanto ela dorme.
A quantidade e melhor horário de dormir varia a cada indivíduo –
observar fadiga
A generalização dos horários escolares, ao ignorar as diferentes
necessidade circadianas, e de idade impede que os alunos
desfrutem de uma qualidade de sono que seria necessário para
desenvolvimento físico, psíquico e cognitivo adequados.