Fisioterapia. São Paulo: Manole,
2004.
• Mester E, Spiry T, Szende B, Tota JG. Effect of
laser beams on wound healing. Am J Surg
1985;150: 617-620.
• Baxter GD. Therapeutic lasers: theory and
practice. London: Churchill Livingstone, 1994.
• Walker J. Relief from chronic pain by low
power laser irradiation. Neurosci Lett
1983;43: 339-344.
• Mester E, Mester AF, Mester A. The
biomedical effects of laser application. Lasers
Surg
2. Hidrotermofototerapia
• Laser.
• Em 1900 o físico alemão Max Planc,
propôs que a radiação não vem em apenas
uma série de ondas, mas ao mesmo
tempo, uma corrente de partículas que
seriam os “Fótons”.
• Em 1917 Einstein esboça os princípios
básicos para a produção da radiação laser.
• Os primeiros lasers médicos são
desenvolvidos nas décadas de 60 e 70 e
eram usados para destruição tecidual e
coagulação.
• Alguns efeitos benéficos foram observados
nos locais onde havia sido aplicada baixa
energia, o que levou ao uso terapêutico de
lasers de baixa intensidade.
Cap 15: Laser
3. Fototerapia
• A palavra Laser significa Light amplification by
stimulated emission of radiation (amplificação da
luz por estimulação da emissão de radiação).
• Se difere da luz comum nos seguintes aspectos:
• - Monocromaticidade -> Os lasers são um
comprimento de onda específico único e portanto
têm uma frequência definida. No caso dos lasers
visíveis é produzida uma única cor pura.
• Ex: Lasers de rubi apresentam uma luz vermelha de
643,3nm (dentro do esprecto infra-vermelho e
ultravioleta, apesar de visível.
• Coerência -> A radiação a laser não tem apenas o
mesmo comprimento de onda como também a
mesma fase, ou seja, os picos e as depressões dos
campos eletromagnéticos ocorrem ao mesmo
tempo e isso é chamado de “coerência temporal”.
• Todos correm na mesma direção e isso é chamado
de “coerência espacial”.
Cap 15: Laser
4. Fototerapia
• A radiação laser é colimada, ou
seja o feixe é paralelo.
• Se comporta como todas as
radiações:
• - É refletida;
• - Sofre refração, portanto pode
ser focada ou difundida;
• - É absorvida;
• A radiação laser é produzida pela
emissão de um grande número
de fótons idênticos a partir de um
material energizado apropriado.
Cap 15: Laser
5. Fototerapia
• Tipos de Lasers.
• Laser de Rubi consiste em um pequeno
bastão de rubi sintético feito em óxido de
alumínio.
• Um tubo helicoidal de lux de xenônio,
enrolado em torno dele, dá um flash intenso
de luz branca. As duas pontas do bastão são
achatadas e prateadas, uma ponta é
totalmente refletora e a outra parcialmente
transparente para que a radiação possa ser
emitida.
• Laser de hélio neônio consistem em um
tubo longo que contém esses gases naturais
a baixa pressão, cercados por um disparador
de flash semelhante ao laser de rubi e
emitem radiação na região visível vermelha
com 632,8nm.
Cap 15: Laser
6. Fototerapia
• Lasers de diodo.
• São diodos de luz especializados, baseados
em junções p-n (positivo-negativo) de
semicondutores. Existem vários tipos, como o
arseneto de gálio e alumíno (GaAIAs).
• Nesses os elétrons podem fluir mais
prontamente em uma direção que na outra.
• Os elétrons são excitados pela aplicação de
um potencial elétrico apropriado e sua
ocupação de “orifícios” no arranjo de treliça
de cristal pode então levar à emissão de um
fóton que pode estimular fótons idênticos do
modo já descrito.
• Podem fornecer saída contínua ou pulsada,
os de onda contínua são em geral de potência
baixa.
• Em alguns aparelhos a frequência de pulsos
pode ser variada.
Cap 15: Laser
7. Fototerapia
• Diodos superluminosos.
• É difícil a construção de diodos
completamente coerentes.
• É mais barato produzir diodos
superluminosos (DSLs) que são
completamente monocromáticos e
colimados porém não coerentes.
• Argumenta-se que a coerência é
terapeuticamente supérflua e em
qualquer caso e logo perdida à medida
que as radiações entram nos tecidos.
• Apesar de não serem estritamente
lasers, eles são amplamente usados na
terapia.
• Devido ao seu tamanho reduzido,
podem ser aplicados diretamente nos
tecidos com um aplicador de mão.
Cap 15: Laser
Classificação dos Lasers CW= onda contínua
Classe Potência Efeito Uso
1 Baixa Nenhum nos olhos ou pele Apontador de
quadro negro
Leitor de código
de barras
2 Baixa
CW -> 1mW
Seguro na pele
Olhos protegidos por resposta
de aversão
3A Baixa-média
CW -> 5mW
Olhar diretamente para dentro
do feixe com auxílios ópticos
pode ser perigoso
Terapêutico
Modelos
fisioterapeuticos
3B Média
CW -> 500mW
Olhar diretamente para dentro
do feixe pode ser perigoso
4 Alta Perigoso para a pele e os olhos Destrutivo
Modelos
cirúrgicos
8. Fototerapia
• Medida da energia laser.
• A quantidade de energia que cai em uma superfície
é expressa joules (j/m²) ou (J/cm²) e é geralmente
chamada de densidade de energia.
• A taxa com a qual a energia é produzida ou
absorvida é medida em Joules por segundo, ou seja,
em Watts (1 W= 1 J/s) e chamada de potência.
• A maioria dos Laser usados em fisioterapia tem
saída em miliwatts de potência.
• A potência média por unidade de área pode ser
expressa como irradiância ou densidade de
potência em w/cm².
• O feixe de laser não é perfeitamente colimado e a
divergência pode ser expressa como ângulo.
Cap 15: Laser
9. Fototerapia
• Efeitos da radiação laser nos tecidos.
• Como qualquer radiação o laser pode:
• - Ser refletido da superfície;
• - Penetrar nos tecidos em proporções que dependem:
• - do comprimento de onda;
• - da natureza da superfície do tecido;
• - do ângulo de incidência.
• Após entrar nos tecidos a radiação laser é espalhada por:
• Divergência;
• Reflexão;
• Refração;
• E ainda atenuada por absorção.
• A profundidade de penetração de laser vermelho e infravermelho curta é de poucos
milímetros, 1-2mm para a luz vermelha e 2-4mm para os lasers de diodo arseneto de gálio.
• Uma dose de apenas 0,01 J/cm² pode alterar os processos celulares.
• Os lasers de varredura podem ser usados para tratar áreas maiores.
• Qualquer energia absorvida pelos tecidos irá levar a uma maior energia cinética no nível
molecular e celular.
Cap 15: Laser
10. Fototerapia
• Absorção nos tecidos.
• As radiações visíveis são absorvidas pela
hemoglobina e melanina, enquanto o
infravermelho é absorvido pela água.
• O laser vermelho deve ser absorvido pelos
citocromos nas mitocôndrias das células, e isso
possivelmente afeta a permeabilidade da
membrana celular.
• Tipos diferentes de células têm fotoaceptores
diferentes em suas membranas, por isso,
comprimentos de onda diferentes podem ter
um efeito tudo-ou-nada sobre células
específicas, o que pode servir no futuro, para
atingir preferencialmente essas células.
• O fator crucial parece ser o transporte de íons
de cálcio através da membrana celular,
estabelecendo uma sequência de eventos
necessários para restaurar a função normal da
célula.
• Mester et all (1985) sugeriram que 4 J/cm² era
uma dose apropriada, mas tem sido utilizadas
doses de 1-32 J/cm²
Cap 15: Laser
11. Fototerapia
• Uso terapêutico do Laser.
• Existem duas áreas principais nas quais a Laserterapia é usada:
• - A cicatrização de feridas, com radiações da parte vermelha do
espectro visível e mostrado grande eficácia (Laser Hélio-neônio).
• Contudo, Colver e Priestley (1989) constataram uma falha do
Laser Hélio-neônio em afetar os componentes da cicatrização de
feridas in vitro.
• Comprimento de onda -> as evidências que relacionam o
comprimento de onda da radiação com efeitos biológicos
específicos são extensas.
• Comprimentos de onda de 660, 820, 870nm encorajavam os
macrófagos a liberar fatores de estimulação a proliferação de
fibroblastos acima dos níveis de controle.
• Comprimentos de onda de 880nm causavam inibição.
• Somente o comprimento de onda de 820nm era coerente e
polarizado, mostrando que em certos comprimentos de onda a
coerência e a polarização não são essenciais.
• Em geral parece que as respostas às radiações visíveis ocorrem
tanto no nível da célula quanto do organismo.
Cap 15: Laser
12. Fototerapia
• Frequência de pulso.
• Dyson e Young (1986) constataram que
ao usar o laser combinado infravermelho
a 904nm com pulsos de 200ns e Hélio-
neônio a 632,8nm) em lesões de pele
cirúrgicas de camundongos ocorria
maior contração da ferida na frequência
de pulso do infravermelho a 700Hz do
que 1200Hz.
• 11 dias após a lesão havia maior
celularidade e fibroblastos e mais bem
organizados no grupo de 700Hz.
• Fatores adicionais envolvidos na
cicatrização de feridas com laser podem
influir em um aumento acentuado na
formação de colágeno, vasodilatação e
síntese de DNA e aumento na produção
de RNA.
Cap 15: Laser
13. Fototerapia
• O laser é recomendado para feridas e úlceras
tróficas para promover uma cicatrização mais
rápida, e considera-se que a radiação visível de
baixa intensidade tenha efeito na aceleração
ou estimulação da proliferação celular.
• Controle da dor.
• Musculoesquelética.
• Artrite reumatoide, osteoartrite, bursite, e
vários aspectos da dor lombar se beneficiam
com o TTO de laser.
• Goldmam (1980) relata alívio da dor e redução
do edema articular com melhorias da função
da mão em pacientes com artrite reumatoide.
• Vasseljem (1992) constatou que 47% do
pacientes com cotovelo de tenista (tratados
três vezes por semana, oito aplicações) ficaram
sem dor, ou menos dolorosos, um mês após o
TTO.
Cap 15: Laser
14. Fototerapia
• Neurogênica.
• Encontrou-se alívio da dor neurogênica
(neuralgia do trigêmeo, pós herpética e
outras) em alguns pacientes tratados
com laser (Walker -1983), pensa-se que
pode ser devido ao laser afetar o
metabolismo da serotonina.
• Pontos de acupuntura e pontos-gatilho.
• Um estudo duplo-cego da resistência da
pele em cima dos pontos-gatilho, antes
e depois da aplicação de três sessões de
laser hélio-neônio, mostrou um
aumento estatisticamente significativo
na resistência da pele após o TTO,
sugerindo que o laser tem efeito
terapêutico nos pontos-gatilho
musculoesqueléticos subjacentes e
pode ajudar a resolver a condição
patológica.
Cap 15: Laser
15. Fototerapia
• Velocidade de condução nervosa.
• Foram feitos muitos estudos sobre
velocidade de condução nervosa que
produziram evidências conflitantes, mas
um trabalho cuidadoso e de valor
científico (Baxter et all, 1991) mostrou
repetidamente que a irradiação de laser
sobre o nervo mediano de pessoas
normais aumenta as latências (diferença de
tempo entre o início de um evento e o momento
em que seus efeitos tornam-se perceptíveis) de
condução nervosa.
• Outro estudo verificou que as velocidades
de condução eram 1% mais rápidas com
luz branca e 1% mais lentas com luz
vermelha, mas que não deveriam produzir
resultados clínicos relevantes.
Cap 15: Laser
16. Fototerapia
• Parâmetros de dosagem.
• Comprimento de onda.
• - fixo para determinado laser;
• - a escolha influi na profundidade de penetração.
• Área a ser tratada.
• - secção transversa do feixe único;
• - aplicações repetidas do feixe único;
• - movimento contínuo do feixe único;
• - coleção de lasers (cluster diodes)
• Potência média (em mW).
• - fixa;
• Variável - pelo controle do laser;
• Pela pulsação;
• Duração da aplicação (em segundos)
• - determina a densidade de energia em J/cm²
• Pulsação (em Hz) – pode ter efeitos especiais.
• Frequência de TTO – geralmente limitada e regulada pelos
resultados.
Cap 15: Laser
Ex:
1. Potência média = 10mW
Área do feixe = 0,125 cm²
2. Portanto, a densidade de potência = __10__ = 80mW/CM²
0,125
3. Se a aplicação dura 50 s, a densidade
de energia = 80 Mw/cm² X 50 s
= 4000 mJ/cm²
= 4 J/cm²
17. Fototerapia
• Riscos e contra-indicações.
• O principal risco dos laser de baixa intensidade é o dano aos
olhos se o feixe for aplicado diretamente dentro deles.
• Geralmente não ocorre efeito térmico ao serem aplicados na
pele.
• Precauções:
• - Usar dispositivos laser somente em áreas especialmente
designadas;
• - Evitar refletir o feixe de laser em superfícies brilhantes;
• - Somente ligar o laser quando o aplicador estiver em contato
com a pele;
• - Usar os óculos de proteção adequados.
• Contra indicações:
• - Tecido neoplásico;
• - Útero gravídico;
• - Hemorragias e tecidos infectados.
Cap 15: Laser
18. Referências bibliográficas
• Starkey C. Agentes elétricos. In: Starkey C. Recursos terapêuticos em
fisioterapia. 2ª ed. São Paulo: Manole; 2001.
• Low J, Reed A. Electrical stimulation of nerve and muscle. In:
Electrotherapy explained: principles and practice. 3ª ed. Oxford:
Butterworth-Heinemann; 2000.
Prof: Cleanto Santos Vieira – contato – cleantosantos@Hotmail.com