SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 41
ACIDENTES COM ANIMAIS
PEÇONHENTOS
Professor: Cleanto Santos Vieira
Ofidismo
INTRODUÇÃO
 Chamamos de peçonhentos todos os animais que
possuem veneno e que podem inoculá-lo, prejudicando
a saúde do homem. Entre os animais peçonhentos mais
perigosos estão as serpentes. As picadas de atingem
as partes do corpo localizadas abaixo dos joelhos em
80% dos casos e 19% atingem mãos, antebraços e
braços.
INTRODUÇÃO
ACIDENTES CAUSADOS POR SERPENTES
 Serpentes de maior importância no Brasil.
 As serpentes são responsáveis por muitos
acidentes em nosso pais. Podem, matar ou
incapacitar o acidentado, quando não socorrido
em tempo hábil e tratado de forma correta com
a aplicação dos soros apropriados. As vítimas
mais comuns são trabalhadores rurais.Veja a
seguir os tipos de serpentes e como vivem.
Assim você poderá evitar acidentes.
CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DE SERPENTES
PEÇONHENTAS NO BRASIL
MicrurusAs serpentes do gênero Micrurus não
apresentam fosseta loreal e possuem
dentes inoculadores pouco
desenvolvidos e fixos na região
anterior da boca
DISTINÇÃO
PRINCIPAIS GÊNEROS DE SERPENTES
 As Jararacas (gênero Bothrops) São serpentes
responsáveis por cerca de 90% dos acidentes
ofídicos registrados no país. 'Também
conhecidas por "jararacuçu", "urutu", "jararaca
do rabo branco", "cotiara",
“caicaca",surucucurana","patrona","jararaca-
pintada","preguiçosa" e outros.
BOTHROPS JARARACA
 Características: Coloração variada com padrão de
desenhos semelhantes a um "V" invertido. Corpo fino
medindo aproximadamente um metro de
comprimento.
 Possui fosseta Loreal, a cauda é lisa e afilada.
 Distribuição geográfica:
 É encontrada em todo Brasil.
 É encontrada principalmente nas zonas rurais e
periferia de grandes cidades, em lugares em que haja
roedores (paióis, celeiros, depósitos de lenha etc.).
 Sintomas após a picada:
 Dor , inchaço e manchas arrocheadas na região da
picada. Pode haver sangramento no local e em outras
partes do corpo, como nas gengivas, ferimentos
recentes e urina. E possível haver complicações, como
infecção e morte do tecido (necrose) no local picado.
Nos casos mais graves, os rins param de funcionar.
 Tipo de soro: Antibotrópico ou Antibotrópico-
Laquético.
BOTHROPS ATROX
 Bothrops atrox (caiçaca da Amazônia)
BOTHROPS NEUWIEDI
Nome Popular: Jararaca Pintada, Jararaca do Rabo
Branco
Nome Científico: Bothrops neuwiedi
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 0,80 metros
Habitat: Cerrado
Atividade: Noturna
•Serpente de hábito terrícola.
•Com ampla distribuição geográfica.
•Apresenta diversas subespécies.
•Com grande variação de desenhos e cores
BOTHROPS
ALTERNATUS
Nome Popular: Urutu
Nome Científico: Bothrops alternatus
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 1,20 metros
Habitat: Campos e Cerrados
Atividade: Noturna
•Serpente de hábito terrícola.
•É uma das mais temidas.
•É reconhecida pelas manchas brancas laterais em
forma de cruz que as vezes pode ocorrer na cabeça.
•Sua fama é maior do que ela merece, no dito popular
"Urutu quando não mata, aleija..." o que em parte é
verdadeiro, porque seu veneno destrói as células do
local atingido, podendo causar até necrose. Mas esse
poder de ação é característico de todas as Jararacas,
grupo do qual a Urutu faz parte.
BOTHROPS JARARACUÇU
Nome Popular: Jararacussu
Nome Científico: Bothrops jararacussu
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores,Anfíbios
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 1,50 metros
Habitat: Matas
Atividade: Diurna,Noturna
•Serpente de hábito terrícola.
•É uma das maiores serpentes do grupo da
Jararaca.
•Por ser de grande porte, consegue inocular
muito mais veneno que as outras portanto,
causa acidentes com consequências muito
mais graves, inclusive com casos fatais.
BOTHROPS LEUCURUS
Nome Popular: Jararaca
Nome Científico: Bothrops leucurus
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 0,80 metros
Habitat: Mata
Atividade: Noturna
•Serpente de hábito terrícola.
•Espécie endêmica da mata Atlântica, entre
Pernanbuco e o sul do Espírito Santo.
•Atualmente tem sido encontrada em regiões
onde tem ocorrido desmatamento para dar
lugar às atividades agrícolas
BOTHROPS MOOJENI
Nome Popular: Caiçaca,Jararacão
Nome Científico: Bothrops moojeni
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores,lagartos
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 1,50 metros
Habitat: Cerrado
Atividade: Noturna
•Serpente de hábito terrícola.
•É uma das serpentes mais agressivas do grupo da
Jararaca.
•A distância do bote das serpentes corresponde a
aproximadamente 1/3 do seu comprimento e é dado mais
no sentido horizontal.
•A Caiçaca desfere seu bote mais para o sentido vertical,
podendo atingir dessa forma partes mais altas do corpo
de uma pessoa.
ACIDENTE BOTHRÓPICO
 Acidente ofídico de maior importância epidemiológica no país
cerca de 90% dos envenenamentos
 Ações da peçonha:
 Proteolítica
 Lesões locais, edema, bolhas e necrose patogênese complexa:
proteases, hialuronidases e PLA2, liberação de mediadores da
resposta inflamatória, ação das hemorraginas sobre o endotélio
vascular e ação pró-coagulante. Ação coagulante
 Ativa fator X e protrombina e tem ação semelhante à trombina,
incoagulabilidade sangüínea. Ação hemorrágica
 Hemorraginas que provocam lesões na membrana basal dos
capilares, associadas à plaquetopenia e alterações da coagulação.
ACIDENTE BOTHRÓPICO
 Quadro clínico:
 Manifestações locais - dor e edema no local da
picada, de intensidade variável e, em geral, de
instalação precoce e caráter progressivo.
Equimoses e sangramentos no ponto da picada
são freqüentes. Infartamento ganglionar e bolhas
podem aparecer na evolução, acompanhados ou
não de necrose.
 Manifestações sistêmicas - Além de
sangramentos em ferimentos cutâneos pré-
existentes, podem ser observadas hemorragias à
distância como gengivorragias, epistaxes,
hematêmese (sangue com origem do sistema
gastro-intestinal).
ACIDENTE BOTHRÓPICO
 Leve: dor e edema local pouco intenso ou ausente, manifestações
hemorrágicas discretas ou ausentes, com ou sem alteração do Tempo
de Coagulação.
 Moderado: dor e edema evidente ultrapassando a região da picada,
acompanhados ou não de alterações hemorrágicas locais ou sistêmicas
como gengivorragia, epistaxe (hemorragia nasal) e hermatúria
(presença de sangue na urina).
 Grave: edema local intenso e extenso, podendo atingir todo o membro
picado, acompanhado de dor intensa e, eventualmente com presença
de bolhas. O edema pode levar à isquemia local devido à compressão
de vasos e nervos. Hipotensão arterial, choque, oligoanúria (diminuição
ou ausência de produção de urina) ou hemorragias intensas.
ACIDENTE BOTHRÓPICO
 Complicações Locais:
 Síndrome Compartimental: isquemia de
extremidades provocada pelo edema.
Manifestações mais importantes: dor intensa,
parestesia, queda na temperatura do segmento
distal, cianose e déficit motor.
 Abscesso: Ação “proteolítica”favorece o
aparecimento de infecções locais.
 Necrose: É devida principalmente à ação
“proteolítica”do veneno, associada àisquemia
local decorrente de lesão vascular e de outros
fatores como infecção, trombose arterial,
síndrome de compartimento ou uso indevido
de torniquetes. O risco é maior nas picadas em
extremidades (dedos) podendo evoluir para
gangrena
ACIDENTE BOTHRÓPICO
 Complicações Sistêmicas:
 Choque: casos graves. Sua patogênese é
multifatorial, podendo decorrer da
liberação de substâncias vasoativas, do
seqüestro de líquido na área do edema e
de perdas por hemorragias.
 Insuficiência Renal Aguda: (IRA)também
de patogênese multifatorial, pode decorrer
da ação direta da peçonha sobre os rins,
isquemia renal secundária à deposição de
micro-trombos nos capilares, desidratação
ou hipotensão arterial e choque.
ACIDENTE BOTHRÓPICO
 Exames complementares:
 Tempo de Coagulação: (TC)fácil execução
e importante na elucidação diagnóstica
 Hemograma: leucocitose com neutrofilia e
desvio à esquerda, hemossedimentação
elevada nas primeiras horas do acidente e
plaquetopenia de intensidade variável.
 Exame sumário de urina: pode haver
proteinúria, hemafúria e leucocitúria.
 Outros exames laboratoriais: eletrólitos,
uréia e creatinina, visando à detecção da
insuficiência renal aguda.
 Métodos de imunodiagnóstico
 técnica de ELISA
ACIDENTE BOTHRÓPICO
 Tratamento:
 Específico: soro antibotrópico (SAB) i.v. Na falta
deste, soro antibotrópico-crotálico (SABC) ou
antibotrópico laquético (SABL).
 Geral: Manter elevado e estendido o segmento
picado; Analgésicos;Hidratação; Antibioticoterapia.
 Tratamento das complicações locais
diagnóstico + de síndrome de compartimento:
fasciotomia, debridamento de áreas necrosadas e
drenagem de abscessos
 Prognóstico geralmente é bom. A letalidade nos
casos tratados é baixa (0,3%). Há possibilidade de
ocorrer seqüelas locais anatômicas ou funcionais.
CROTALUS DURISSUS E CROTALUS
TERRIFICUS
 cascavel-de-quatro-ventas (Crotalus durissus)
é uma espécie de cascavel cuja área de
distribuição se estende, descontinuadamente,
do Mexico até Argentina. É também
conhecida como boicininga, boiçununga,
boiquira, maracá e maracabóia.
 Os machos chegam a atingir 1,5 m de
comprimento (as fêmeas são, em geral,
menores).
 O revestimento é castanho, com losangos
verticais escuros, e cores claras na margem. A
parte dorsal da cauda é escura com barras
transversais do mesmo tom. A região ventral
é mais clara.
 Alimentam-se de mamíferos e aves. Os
animais mais jovens preferem lagartos.
ACIDENTE CROTÁLICO
 Estatística: 7,7% dos acidentes ofídicos no Brasil.
30% em algumas regiões. Maior coeficiente de
letalidade devido à freqüência com que evolui para
insuficiência renal aguda (IRA).
 Ações da peçonha:
 Ação neurotóxica: Crotoxina, neurotoxina de ação
pré- sináptica que inibe a liberação de Ach
(paralisias motoras).
 Ação miotóxica: Lesões de fibras musculares
esqueléticas (rabdomiólise) com liberação de
enzimas e mioglobina para o soro e que são
posteriormente excretadas pela urina.
 Ação coagulante: atividade do tipo trombina.
Incoagulabilidade sangüínea. Geralmente não há
redução do número de plaquetas. As manifestações
hemorrágicas, quando presentes, são discretas.
ACIDENTE CROTÁLICO
 Quadro clínico:
 Manifestações locais pouco importantes:
 Não há dor.
 Há parestesia local ou regional, podendo ser acompanhada de edema discreto
ou eritema no ponto da picada.
 Manifestações sistêmicas gerais: mal-estar, prostração, sudorese, náusea,
vômito, sonolência ou inquietação e secura da boca.
 Neurológicas:
 Ação neurotóxica da peçonha: fácies miastênica (fácies neurotóxica de
Rosenfeld) evidenciadas por ptose palpebral uni ou bilateral, flacidez da
musculatura da face, alteração do diâmetro pupilar, incapacidade de
movimentação do globo ocular (oftalmoplegia), podendo existir dificuldade
de acomodação (visão turva) e/ou visão dupla (diplopia). Pode ocorrer
paralisia velopalatina, com dificuldade à deglutição, diminuição do reflexo do
vômito, alterações do paladar e olfato e voz nasalada.
ACIDENTE CROTÁLICO
 Manifestações sistêmicas:
 Musculares: dor muscular
generalizada(mialgias). Fibra muscular
esquelética lesada: liberação de
mioglobina que é excretada pela urina
(mioglobinúria), conferindo-lhe uma cor
avermelhada ou de tonalidade mais
escura, até o marrom. A mioglobinúria
constitui a manifestação clínica mais
evidente da necrose da musculatura
esquelética (rabdomiólise-> é a quebra
rápida de músculo esquelético devido à
lesão no tecido muscular).
Coleta sequencial de urina até 48 horas após o
acidente
ACIDENTE CROTÁLICO
 Distúrbios da Coagulação: incoagulabilidade
sangüínea ou aumento do Tempo de
Coagulação, em 40% dos pacientes,
observando-se raramente sangramentos
restritos às gengivas (gengivorragia).
 Manifestações clínicas pouco frequentes:
Insuficiência respiratória aguda, fasciculações e
paralisia de grupos musculares têm sido
relatadas. Tais fenômenos são interpretados
como decorrentes da atividade neurotóxica
e/ou da ação miotóxica do veneno.
ACIDENTE CROTÁLICO
 Complicações locais: parestesias locais
duradouras, reversíveis após algumas
semanas. Sistêmicas insuficiência renal aguda,
com necrose tubular geralmente de
instalação nas primeiras 48 horas.
 Exames complementares:
Sanguecreatinoquinase (CK), desidrogenase
lática (LDH), aspartase-amino-transferase
(AST), aspartase-alanino-transferase (ALT),
aldolase, uréia, creatinina, ác úrico, fósforo,
potássio e calcemia.
 Tempo de Coagulação: Leucocitose, com
neutrofilia e desvio à esquerda.
 Urina: sedimento urinário normal quando
não há IRA e proteinúria discreta. Com IRA,
hematúria. Presença de mioglobina.
ACIDENTE CROTÁLICO
 Tratamento Específico: Soro anticrotálico, i.v.
Pode ser utilizado soro antibotrópico-crotálico
(SABC).
 Tratamento Geral: Hidratação adequada é
fundamental na prevenção da IRA. A diurese
osmótica pode ser induzida com manitol a 20%.
 Caso persista oligúria: uso de diuréticos de alça
tipo furosemida. O pH urinário deve ser > de 6,5
(urina ácida potencia a precipitação intra-tubular
de mioglobina), portanto, alcalinação da urina pela
administração parenteral de bicarbonato de sódio.
 Prognóstico: Bom nos acidentes leves e
moderados e nos pacientes atendidos até 6 horas
após a picada. Nos acidentes graves, depende da
existência de IRA. A evolução do quadro depende
de diálise eficiente, em tempo hábil.
LACHESIS MUTA
Lachesis muta, vulgarmente conhecida como surucucu,
surucutinga, surucucutinga, surucucu-de-fogo,
surucucu-pico-de-jaca e cobra-topete , é a maior cobra
peçonhenta da América do Sul.
"Surucucu" vem do Tupi suruku'ku. "Surucucutinga" e
"surucutinga" vêm do tupi suruku'kutinga, "surucucu
branca". Lachesis é uma referência a Láquesis, uma das três
Moiras mitológicas gregas que decidiam o destino dos
seres humanos e deuses. Muta (muda" em latin) é uma
referência ao fato de a surucucu vibrar sua cauda, como a
cascavel, sem, no entanto, produzir o ruído que esta
produz.
Habitat: Vive em florestas densas, principalmente na
Amazônia, mas conhecem-se registros na literatura da
presença desse animal até em áreas isoladas de resquícios
de Mata Atlântica.
LACHESIS MUTA
 Acidente Laquético:
 Informações disponíveis sobre acidentes
são raras: distribuição geográfica. Os
acidentes por Lachesis são raros, mesmo na
região Amazônica.
 Ações da peçonha:
 Ação proteolíticaLesão tecidual (~ botrópico)
 Ação coagulanteatividade tipo trombina
 Ação hemorrágicaintensa atividade
hemorrágica (hemorraginas)
 Ação neurotóxicaÉdescrita uma ação do tipo
estimulação vagal, porém ainda não
caracterizada.
ACIDENTE LAQUÉTICO
 Quadro clínico:
 Manifestações locais: ~botrópico -> dor
e edema, que podem progredir para
todo o membro. Podem surgir vesículas e
bolhas de conteúdo seroso ou sero-
hemorrágico logo após o acidente.
Hemorragia local.
 Manifestações sistêmicas: Hipotensão
arterial, tonturas, escurecimento da visão,
bradicardia, cólicas abdominais e diarréia
(síndrome vagal). Necrose por ação do veneno laquético
ACIDENTE LAQUÉTICO
 Acidentes Laquéticos:
 São classificados como moderados e graves.
Grande porte do animal e quantidade de
peçonha injetada. Complicações ~botrópico
(síndrome compartimental, necrose, infecção
secundária, abscesso, déficit funcional).
 Exames complementares: Tempo de
Coagulação (TC), hemograma, dosagens de
uréia, creatinina e eletrólitos. ELISA vem sendo
utilizado em caráter experimental.
 Diagnóstico diferencial Acidentes botrópico x
laquético: manifestações da “síndrome vagal”.
Maioria dos acidentes referidos pelos pacientes
como causados por Lachesis é do gênero
botrópico (ELISA).
ACIDENTE LAQUÉTICO
 Tratamento:
 Tratamento específico: Soro antilaquético
(SAL), ou antibotrópico-laquético (SABL), na
ausência dos 2, soro antibotrópico (não
neutraliza de maneira eficaz a ação
coagulante do veneno laquético).
 Tratamento geral: Mesmas medidas
indicadas para o acidente botrópico.
MICRURUS CORALLINUS
 A Micrurus corallinus é uma das espécies da
cobra coral, coral verdadeira e boicorá e é
uma das serpentes mais venenosas do Brasil.
 Habitat: preferencialmente a região do litoral.
As corais tem hábitos noturnos, vivem sob o
solo, folhas, troncos em decomposição, raízes
e pedras. Não é agresiva, oferecendo risco
somente quando manuseada ou acuada. Suas
presas de veneno são fixas e pequenas,
localizadas na parte anterior da boca, por isso
morde invés de picar, mesmo assim é uma
das corais de veneno mais ativo no homem.
Seu veneno pode causar a morte em pouco
tempo.
 Seu comprimento é em torno de 60 cm nos
machos e 70 nas fêmeas
MICRURUS LEMNISCATUS
 É uma variante das corais
mais encontrada nas
regiões Centro Oeste e
Norte do Brasil.
MICRURUS FRONTALIS
.É outra pertencente as corais, sua
distribuição geográfica no Brasil
abrange os Estados de Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.
ACIDENTE ELAPÍDICO
 0,4% dos acidentes por serpentes peçonhentas
no Brasil. Pode evoluir para insuficiência
respiratória aguda, causa de óbito neste tipo de
envenenamento.
 Ações da peçonha (neurotóxica) NTX de ação
pós-sinápticapresente em todas sps estudadas.
Proteínas de baixo MW, rapidamente
distribuídas para os tecidos.
 precocidade dos sintomas de envenenamento.
As NTXs competem com Ach pelos receptores
colinérgicos da junção neuromuscular, atuando
de modo semelhante ao curare.
 Nos envenenamentos onde predomina essa
ação (M. frontalis), o uso de substâncias
anticolinesterásticas (edrofônio e neostigmina)
pode prolongar a vida média do
neurotransmissor (Ach), levando a uma rápida
melhora da sintomatologia.
ACIDENTE ELAPÍDICO
 Ações da peçonha (neurotóxica)
 NTX de ação pré-sináptica: Presentes em
algumas corais (M. coralliunus) e também em
alguns viperídeos, como a cascavel
sulamericana. Atuam na junção neuromuscular,
bloqueando a liberação de Ach pelos impulsos
nervosos, impedindo a deflagração do
potencial de ação. Esse mecanismo não é
antagonizado pelas substâncias
anticolinesterásicas.
ACIDENTE ELAPÍDICO
 Quadro clínico:
 Manifestações locais: Discreta dor local,
parestesia.
 Manifestações sistêmicas: Inicialmente,
vômitos. Posteriormente, fraqueza muscular
progressiva, ocorrendo ptose palpebral,
oftalmoplegia e a presença de fácies
miastênica ou “neurotóxica”. Dificuldade
para manutenção da posição ereta, mialgia
localizada ou generalizada e dificuldade para
deglutir em virtude da paralisia do véu
palatino. A paralisia flácida da musculatura
respiratória compromete a ventilação,
podendo haver evolução para insuficiência
respiratória aguda e apnéia.
ACIDENTE ELAPÍDICO
 Exames complementares: Não há
exames específicos para o diagnóstico.
Tratamento Tratamento específico Soro
antielapídico (SAE), i.v.
 Todos os casos de acidente por coral
com manifestações clínicas devem ser
considerados como potencialmente
graves.
 Tratamento geral: Nos casos de
insuficiência respiratória, ventilação
artificial, Anticolinesterásicos
(neostigmina) em acidentes por M.
frontalis, M. lemniscatus).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 Elisabeth Ferroni Schwartz Laboratório de Toxinologia Departamento de Ciências Fisiológicas
Instituto de Ciências Biológicas –UnB
 CANTER, Henrique M., PUORTO, Giuseppe e FERREIRA SANTOS, Marcos. O Butantan e as
serpentes do Bra tan /Itautec, CD-ROW, 1996.
 FU lo: Folder Série Técnica n"- 4.
 INS z Guia Rural, 1992.
 MI e ofidismo (COBRAL). Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 1991.
 MI acidentes por animais peçonhentos. Bra .
 SEB Brasília, 1996.
 SEC SAÚDE. Manual de vigilância epidemiológica acidentes pó animais peç São Paulo: CVE,
lnstituto Butantan, 1993. SC avier, 1992.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Animais peçonhentos
Animais peçonhentosAnimais peçonhentos
Animais peçonhentosrob1805
 
Slide Seminário Hanseníase
Slide Seminário HanseníaseSlide Seminário Hanseníase
Slide Seminário HanseníaseNathy Oliveira
 
Assistência ao Paciente Grande Queimado
Assistência ao Paciente Grande QueimadoAssistência ao Paciente Grande Queimado
Assistência ao Paciente Grande QueimadoJanaína Lassala
 
Guia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridas
Guia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridasGuia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridas
Guia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridasGNEAUPP.
 
Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012
Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012
Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012Andressa Santos
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosSMS - Petrópolis
 
Apresentação1 vaginite
Apresentação1 vaginiteApresentação1 vaginite
Apresentação1 vaginiteCláudia Sofia
 
Administração de medicamentos por via parenteral
Administração de medicamentos por via parenteralAdministração de medicamentos por via parenteral
Administração de medicamentos por via parenteralAline Neves
 
Distúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticosDistúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticosresenfe2013
 

Mais procurados (20)

Animais peçonhentos
Animais peçonhentosAnimais peçonhentos
Animais peçonhentos
 
Tratamento Emergencial em Queimaduras - Enf. Cida Amaral
Tratamento Emergencial em Queimaduras - Enf. Cida AmaralTratamento Emergencial em Queimaduras - Enf. Cida Amaral
Tratamento Emergencial em Queimaduras - Enf. Cida Amaral
 
Meningite
MeningiteMeningite
Meningite
 
Slide Seminário Hanseníase
Slide Seminário HanseníaseSlide Seminário Hanseníase
Slide Seminário Hanseníase
 
Candidíase 1.1
Candidíase 1.1Candidíase 1.1
Candidíase 1.1
 
Assistência ao Paciente Grande Queimado
Assistência ao Paciente Grande QueimadoAssistência ao Paciente Grande Queimado
Assistência ao Paciente Grande Queimado
 
Guia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridas
Guia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridasGuia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridas
Guia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridas
 
Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012
Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012
Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012
 
Animais peçonhentos ofidismo
Animais peçonhentos ofidismoAnimais peçonhentos ofidismo
Animais peçonhentos ofidismo
 
Queimaduras
QueimadurasQueimaduras
Queimaduras
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentos
 
Queimaduras
QueimadurasQueimaduras
Queimaduras
 
Queimaduras
Queimaduras Queimaduras
Queimaduras
 
Apresentação1 vaginite
Apresentação1 vaginiteApresentação1 vaginite
Apresentação1 vaginite
 
Doença de chagas
Doença de chagasDoença de chagas
Doença de chagas
 
Vírus ébola
Vírus ébolaVírus ébola
Vírus ébola
 
Patologia hpv
Patologia hpvPatologia hpv
Patologia hpv
 
Administração de medicamentos por via parenteral
Administração de medicamentos por via parenteralAdministração de medicamentos por via parenteral
Administração de medicamentos por via parenteral
 
Distúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticosDistúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticos
 
Animais peçonhentos
Animais peçonhentosAnimais peçonhentos
Animais peçonhentos
 

Semelhante a ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS

Acidentes com animais peçonhentos.pptx
Acidentes com animais peçonhentos.pptxAcidentes com animais peçonhentos.pptx
Acidentes com animais peçonhentos.pptxAnnaErikaCardosoAlme
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosIsmael Costa
 
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS.pptx
ACIDENTES POR ANIMAIS  PEÇONHENTOS.pptxACIDENTES POR ANIMAIS  PEÇONHENTOS.pptx
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS.pptxSSTTempus
 
Slides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdf
Slides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdfSlides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdf
Slides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdfStefanSudono
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosIsmael Costa
 
Os animais peconhentos
Os animais peconhentosOs animais peconhentos
Os animais peconhentosbalinsoares
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosDenilsi Gonçalves
 
Aula 5 Ancylostomidae E Larva Migrans Cutanea
Aula 5   Ancylostomidae E Larva Migrans CutaneaAula 5   Ancylostomidae E Larva Migrans Cutanea
Aula 5 Ancylostomidae E Larva Migrans CutaneaITPAC PORTO
 
Picada animais peçonhentos
Picada animais peçonhentosPicada animais peçonhentos
Picada animais peçonhentosAlexandre Donha
 
Slide trabalho de segunda (1)
Slide trabalho de segunda (1)Slide trabalho de segunda (1)
Slide trabalho de segunda (1)Raquel Costa
 
Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiose
Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiosePicadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiose
Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabioseCassyano Correr
 
Aula micose subcutanea e sporothrix
Aula    micose subcutanea e sporothrixAula    micose subcutanea e sporothrix
Aula micose subcutanea e sporothrixCatarina Leão
 
Animais peçonhentos
Animais peçonhentosAnimais peçonhentos
Animais peçonhentosJorginho2000
 
Doenças mais comuns em Moluscos
Doenças mais comuns em MoluscosDoenças mais comuns em Moluscos
Doenças mais comuns em MoluscosAna Catarina Reis
 
Aula 1 reino protista
Aula 1  reino protistaAula 1  reino protista
Aula 1 reino protistaNeila
 
Cartilha animais peçonhentos: conhecer para respeitar e prevenir acidentes
Cartilha animais peçonhentos: conhecer para respeitar e prevenir acidentesCartilha animais peçonhentos: conhecer para respeitar e prevenir acidentes
Cartilha animais peçonhentos: conhecer para respeitar e prevenir acidentesAna Filadelfi
 
Apresentação - animais peçonhentos.ppt
Apresentação - animais peçonhentos.pptApresentação - animais peçonhentos.ppt
Apresentação - animais peçonhentos.pptFabioGarcia724760
 
Correção do estudo dirigido protozoários
Correção do estudo dirigido protozoáriosCorreção do estudo dirigido protozoários
Correção do estudo dirigido protozoáriosRaquel Freiry
 

Semelhante a ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS (20)

Acidentes com animais peçonhentos.pptx
Acidentes com animais peçonhentos.pptxAcidentes com animais peçonhentos.pptx
Acidentes com animais peçonhentos.pptx
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentos
 
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS.pptx
ACIDENTES POR ANIMAIS  PEÇONHENTOS.pptxACIDENTES POR ANIMAIS  PEÇONHENTOS.pptx
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS.pptx
 
Slides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdf
Slides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdfSlides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdf
Slides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdf
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentos
 
Os animais peconhentos
Os animais peconhentosOs animais peconhentos
Os animais peconhentos
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentos
 
Aula 5 Ancylostomidae E Larva Migrans Cutanea
Aula 5   Ancylostomidae E Larva Migrans CutaneaAula 5   Ancylostomidae E Larva Migrans Cutanea
Aula 5 Ancylostomidae E Larva Migrans Cutanea
 
Picada animais peçonhentos
Picada animais peçonhentosPicada animais peçonhentos
Picada animais peçonhentos
 
Slide trabalho de segunda (1)
Slide trabalho de segunda (1)Slide trabalho de segunda (1)
Slide trabalho de segunda (1)
 
Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiose
Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiosePicadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiose
Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiose
 
Aula micose subcutanea e sporothrix
Aula    micose subcutanea e sporothrixAula    micose subcutanea e sporothrix
Aula micose subcutanea e sporothrix
 
Animais peçonhentos
Animais peçonhentosAnimais peçonhentos
Animais peçonhentos
 
Doenças mais comuns em Moluscos
Doenças mais comuns em MoluscosDoenças mais comuns em Moluscos
Doenças mais comuns em Moluscos
 
Aula 1 reino protista
Aula 1  reino protistaAula 1  reino protista
Aula 1 reino protista
 
Cartilha animais peçonhentos: conhecer para respeitar e prevenir acidentes
Cartilha animais peçonhentos: conhecer para respeitar e prevenir acidentesCartilha animais peçonhentos: conhecer para respeitar e prevenir acidentes
Cartilha animais peçonhentos: conhecer para respeitar e prevenir acidentes
 
Apresentação - animais peçonhentos.ppt
Apresentação - animais peçonhentos.pptApresentação - animais peçonhentos.ppt
Apresentação - animais peçonhentos.ppt
 
Correção do estudo dirigido protozoários
Correção do estudo dirigido protozoáriosCorreção do estudo dirigido protozoários
Correção do estudo dirigido protozoários
 
Animais peconhentos
Animais peconhentosAnimais peconhentos
Animais peconhentos
 
Animais peconhentos
Animais peconhentosAnimais peconhentos
Animais peconhentos
 

Mais de Cleanto Santos Vieira

Hidroterapia - crio tapping - Aula 8
Hidroterapia - crio tapping - Aula 8Hidroterapia - crio tapping - Aula 8
Hidroterapia - crio tapping - Aula 8Cleanto Santos Vieira
 
Termoterapia ondas curtas e microondas - cap 7
Termoterapia   ondas curtas e microondas - cap 7Termoterapia   ondas curtas e microondas - cap 7
Termoterapia ondas curtas e microondas - cap 7Cleanto Santos Vieira
 
Termoterapia ultra-som - capítulo 14
Termoterapia   ultra-som - capítulo 14Termoterapia   ultra-som - capítulo 14
Termoterapia ultra-som - capítulo 14Cleanto Santos Vieira
 
Fototerapia - ultra violeta - capitulo 16
Fototerapia - ultra violeta - capitulo 16Fototerapia - ultra violeta - capitulo 16
Fototerapia - ultra violeta - capitulo 16Cleanto Santos Vieira
 
Fototerapia - infravermelho - cap 13
 Fototerapia - infravermelho - cap 13 Fototerapia - infravermelho - cap 13
Fototerapia - infravermelho - cap 13Cleanto Santos Vieira
 
Hidroterapia - banhos de contraste - Aula 12
Hidroterapia - banhos de contraste - Aula 12 Hidroterapia - banhos de contraste - Aula 12
Hidroterapia - banhos de contraste - Aula 12 Cleanto Santos Vieira
 
Hidroterapia - turbilhões - Aula 11
Hidroterapia - turbilhões - Aula 11Hidroterapia - turbilhões - Aula 11
Hidroterapia - turbilhões - Aula 11Cleanto Santos Vieira
 
Hidroterapia - crioalongamento - Aula 10
Hidroterapia - crioalongamento - Aula 10Hidroterapia - crioalongamento - Aula 10
Hidroterapia - crioalongamento - Aula 10Cleanto Santos Vieira
 
Hidroterapia - imersão no gelo - Aula 9
Hidroterapia - imersão no gelo - Aula 9Hidroterapia - imersão no gelo - Aula 9
Hidroterapia - imersão no gelo - Aula 9Cleanto Santos Vieira
 
Eletroterapia - corrente aussie - capitulo 8 aula 18
Eletroterapia - corrente aussie - capitulo 8 aula 18Eletroterapia - corrente aussie - capitulo 8 aula 18
Eletroterapia - corrente aussie - capitulo 8 aula 18Cleanto Santos Vieira
 
Eletroterapia - corrente russa - capitulo 7 aula 17
Eletroterapia - corrente russa - capitulo 7 aula 17Eletroterapia - corrente russa - capitulo 7 aula 17
Eletroterapia - corrente russa - capitulo 7 aula 17Cleanto Santos Vieira
 
Neurofisiologia - sinapses - aula 3 capitulo 2
Neurofisiologia - sinapses - aula 3 capitulo 2 Neurofisiologia - sinapses - aula 3 capitulo 2
Neurofisiologia - sinapses - aula 3 capitulo 2 Cleanto Santos Vieira
 
Sistema Nervoso - fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...
Sistema Nervoso -  fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...Sistema Nervoso -  fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...
Sistema Nervoso - fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...Cleanto Santos Vieira
 
Primeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizados
Primeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizadosPrimeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizados
Primeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizadosCleanto Santos Vieira
 
Primeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leito
Primeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leitoPrimeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leito
Primeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leitoCleanto Santos Vieira
 
Primeiros Socorros - Desmaios noções de cuidados e socorros de urgência
Primeiros Socorros - Desmaios noções de cuidados e socorros de urgênciaPrimeiros Socorros - Desmaios noções de cuidados e socorros de urgência
Primeiros Socorros - Desmaios noções de cuidados e socorros de urgênciaCleanto Santos Vieira
 
Primeiros Socorros - Respiração noções de primeiros socorros e cuidados de em...
Primeiros Socorros - Respiração noções de primeiros socorros e cuidados de em...Primeiros Socorros - Respiração noções de primeiros socorros e cuidados de em...
Primeiros Socorros - Respiração noções de primeiros socorros e cuidados de em...Cleanto Santos Vieira
 
Primeiros Socorros - Acidentes com animais peçonhentos himenopteros
Primeiros Socorros - Acidentes com animais peçonhentos himenopterosPrimeiros Socorros - Acidentes com animais peçonhentos himenopteros
Primeiros Socorros - Acidentes com animais peçonhentos himenopterosCleanto Santos Vieira
 

Mais de Cleanto Santos Vieira (20)

Hidroterapia - crio tapping - Aula 8
Hidroterapia - crio tapping - Aula 8Hidroterapia - crio tapping - Aula 8
Hidroterapia - crio tapping - Aula 8
 
Termoterapia ondas curtas e microondas - cap 7
Termoterapia   ondas curtas e microondas - cap 7Termoterapia   ondas curtas e microondas - cap 7
Termoterapia ondas curtas e microondas - cap 7
 
Termoterapia ultra-som - capítulo 14
Termoterapia   ultra-som - capítulo 14Termoterapia   ultra-som - capítulo 14
Termoterapia ultra-som - capítulo 14
 
Fototerapia - ultra violeta - capitulo 16
Fototerapia - ultra violeta - capitulo 16Fototerapia - ultra violeta - capitulo 16
Fototerapia - ultra violeta - capitulo 16
 
Fototerapia - infravermelho - cap 13
 Fototerapia - infravermelho - cap 13 Fototerapia - infravermelho - cap 13
Fototerapia - infravermelho - cap 13
 
Fototerapia - laser - capítulo 15
 Fototerapia - laser - capítulo 15 Fototerapia - laser - capítulo 15
Fototerapia - laser - capítulo 15
 
Hidroterapia - banhos de contraste - Aula 12
Hidroterapia - banhos de contraste - Aula 12 Hidroterapia - banhos de contraste - Aula 12
Hidroterapia - banhos de contraste - Aula 12
 
Hidroterapia - turbilhões - Aula 11
Hidroterapia - turbilhões - Aula 11Hidroterapia - turbilhões - Aula 11
Hidroterapia - turbilhões - Aula 11
 
Hidroterapia - crioalongamento - Aula 10
Hidroterapia - crioalongamento - Aula 10Hidroterapia - crioalongamento - Aula 10
Hidroterapia - crioalongamento - Aula 10
 
Hidroterapia - imersão no gelo - Aula 9
Hidroterapia - imersão no gelo - Aula 9Hidroterapia - imersão no gelo - Aula 9
Hidroterapia - imersão no gelo - Aula 9
 
Hidroterapia introdução - aula 1
Hidroterapia   introdução - aula 1Hidroterapia   introdução - aula 1
Hidroterapia introdução - aula 1
 
Eletroterapia - corrente aussie - capitulo 8 aula 18
Eletroterapia - corrente aussie - capitulo 8 aula 18Eletroterapia - corrente aussie - capitulo 8 aula 18
Eletroterapia - corrente aussie - capitulo 8 aula 18
 
Eletroterapia - corrente russa - capitulo 7 aula 17
Eletroterapia - corrente russa - capitulo 7 aula 17Eletroterapia - corrente russa - capitulo 7 aula 17
Eletroterapia - corrente russa - capitulo 7 aula 17
 
Neurofisiologia - sinapses - aula 3 capitulo 2
Neurofisiologia - sinapses - aula 3 capitulo 2 Neurofisiologia - sinapses - aula 3 capitulo 2
Neurofisiologia - sinapses - aula 3 capitulo 2
 
Sistema Nervoso - fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...
Sistema Nervoso -  fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...Sistema Nervoso -  fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...
Sistema Nervoso - fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...
 
Primeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizados
Primeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizadosPrimeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizados
Primeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizados
 
Primeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leito
Primeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leitoPrimeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leito
Primeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leito
 
Primeiros Socorros - Desmaios noções de cuidados e socorros de urgência
Primeiros Socorros - Desmaios noções de cuidados e socorros de urgênciaPrimeiros Socorros - Desmaios noções de cuidados e socorros de urgência
Primeiros Socorros - Desmaios noções de cuidados e socorros de urgência
 
Primeiros Socorros - Respiração noções de primeiros socorros e cuidados de em...
Primeiros Socorros - Respiração noções de primeiros socorros e cuidados de em...Primeiros Socorros - Respiração noções de primeiros socorros e cuidados de em...
Primeiros Socorros - Respiração noções de primeiros socorros e cuidados de em...
 
Primeiros Socorros - Acidentes com animais peçonhentos himenopteros
Primeiros Socorros - Acidentes com animais peçonhentos himenopterosPrimeiros Socorros - Acidentes com animais peçonhentos himenopteros
Primeiros Socorros - Acidentes com animais peçonhentos himenopteros
 

Último

Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 

Último (9)

Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 

ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS

  • 1. ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS Professor: Cleanto Santos Vieira Ofidismo
  • 2. INTRODUÇÃO  Chamamos de peçonhentos todos os animais que possuem veneno e que podem inoculá-lo, prejudicando a saúde do homem. Entre os animais peçonhentos mais perigosos estão as serpentes. As picadas de atingem as partes do corpo localizadas abaixo dos joelhos em 80% dos casos e 19% atingem mãos, antebraços e braços.
  • 4. ACIDENTES CAUSADOS POR SERPENTES  Serpentes de maior importância no Brasil.  As serpentes são responsáveis por muitos acidentes em nosso pais. Podem, matar ou incapacitar o acidentado, quando não socorrido em tempo hábil e tratado de forma correta com a aplicação dos soros apropriados. As vítimas mais comuns são trabalhadores rurais.Veja a seguir os tipos de serpentes e como vivem. Assim você poderá evitar acidentes.
  • 5. CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DE SERPENTES PEÇONHENTAS NO BRASIL MicrurusAs serpentes do gênero Micrurus não apresentam fosseta loreal e possuem dentes inoculadores pouco desenvolvidos e fixos na região anterior da boca
  • 7. PRINCIPAIS GÊNEROS DE SERPENTES  As Jararacas (gênero Bothrops) São serpentes responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos registrados no país. 'Também conhecidas por "jararacuçu", "urutu", "jararaca do rabo branco", "cotiara", “caicaca",surucucurana","patrona","jararaca- pintada","preguiçosa" e outros.
  • 8. BOTHROPS JARARACA  Características: Coloração variada com padrão de desenhos semelhantes a um "V" invertido. Corpo fino medindo aproximadamente um metro de comprimento.  Possui fosseta Loreal, a cauda é lisa e afilada.  Distribuição geográfica:  É encontrada em todo Brasil.  É encontrada principalmente nas zonas rurais e periferia de grandes cidades, em lugares em que haja roedores (paióis, celeiros, depósitos de lenha etc.).  Sintomas após a picada:  Dor , inchaço e manchas arrocheadas na região da picada. Pode haver sangramento no local e em outras partes do corpo, como nas gengivas, ferimentos recentes e urina. E possível haver complicações, como infecção e morte do tecido (necrose) no local picado. Nos casos mais graves, os rins param de funcionar.  Tipo de soro: Antibotrópico ou Antibotrópico- Laquético.
  • 9. BOTHROPS ATROX  Bothrops atrox (caiçaca da Amazônia)
  • 10. BOTHROPS NEUWIEDI Nome Popular: Jararaca Pintada, Jararaca do Rabo Branco Nome Científico: Bothrops neuwiedi Dentição: Solenóglifa Alimentação Básica: Roedores Reprodução: Vivípara Tamanho: 0,80 metros Habitat: Cerrado Atividade: Noturna •Serpente de hábito terrícola. •Com ampla distribuição geográfica. •Apresenta diversas subespécies. •Com grande variação de desenhos e cores
  • 11. BOTHROPS ALTERNATUS Nome Popular: Urutu Nome Científico: Bothrops alternatus Dentição: Solenóglifa Alimentação Básica: Roedores Reprodução: Vivípara Tamanho: 1,20 metros Habitat: Campos e Cerrados Atividade: Noturna •Serpente de hábito terrícola. •É uma das mais temidas. •É reconhecida pelas manchas brancas laterais em forma de cruz que as vezes pode ocorrer na cabeça. •Sua fama é maior do que ela merece, no dito popular "Urutu quando não mata, aleija..." o que em parte é verdadeiro, porque seu veneno destrói as células do local atingido, podendo causar até necrose. Mas esse poder de ação é característico de todas as Jararacas, grupo do qual a Urutu faz parte.
  • 12. BOTHROPS JARARACUÇU Nome Popular: Jararacussu Nome Científico: Bothrops jararacussu Dentição: Solenóglifa Alimentação Básica: Roedores,Anfíbios Reprodução: Vivípara Tamanho: 1,50 metros Habitat: Matas Atividade: Diurna,Noturna •Serpente de hábito terrícola. •É uma das maiores serpentes do grupo da Jararaca. •Por ser de grande porte, consegue inocular muito mais veneno que as outras portanto, causa acidentes com consequências muito mais graves, inclusive com casos fatais.
  • 13. BOTHROPS LEUCURUS Nome Popular: Jararaca Nome Científico: Bothrops leucurus Dentição: Solenóglifa Alimentação Básica: Roedores Reprodução: Vivípara Tamanho: 0,80 metros Habitat: Mata Atividade: Noturna •Serpente de hábito terrícola. •Espécie endêmica da mata Atlântica, entre Pernanbuco e o sul do Espírito Santo. •Atualmente tem sido encontrada em regiões onde tem ocorrido desmatamento para dar lugar às atividades agrícolas
  • 14. BOTHROPS MOOJENI Nome Popular: Caiçaca,Jararacão Nome Científico: Bothrops moojeni Dentição: Solenóglifa Alimentação Básica: Roedores,lagartos Reprodução: Vivípara Tamanho: 1,50 metros Habitat: Cerrado Atividade: Noturna •Serpente de hábito terrícola. •É uma das serpentes mais agressivas do grupo da Jararaca. •A distância do bote das serpentes corresponde a aproximadamente 1/3 do seu comprimento e é dado mais no sentido horizontal. •A Caiçaca desfere seu bote mais para o sentido vertical, podendo atingir dessa forma partes mais altas do corpo de uma pessoa.
  • 15. ACIDENTE BOTHRÓPICO  Acidente ofídico de maior importância epidemiológica no país cerca de 90% dos envenenamentos  Ações da peçonha:  Proteolítica  Lesões locais, edema, bolhas e necrose patogênese complexa: proteases, hialuronidases e PLA2, liberação de mediadores da resposta inflamatória, ação das hemorraginas sobre o endotélio vascular e ação pró-coagulante. Ação coagulante  Ativa fator X e protrombina e tem ação semelhante à trombina, incoagulabilidade sangüínea. Ação hemorrágica  Hemorraginas que provocam lesões na membrana basal dos capilares, associadas à plaquetopenia e alterações da coagulação.
  • 16. ACIDENTE BOTHRÓPICO  Quadro clínico:  Manifestações locais - dor e edema no local da picada, de intensidade variável e, em geral, de instalação precoce e caráter progressivo. Equimoses e sangramentos no ponto da picada são freqüentes. Infartamento ganglionar e bolhas podem aparecer na evolução, acompanhados ou não de necrose.  Manifestações sistêmicas - Além de sangramentos em ferimentos cutâneos pré- existentes, podem ser observadas hemorragias à distância como gengivorragias, epistaxes, hematêmese (sangue com origem do sistema gastro-intestinal).
  • 17. ACIDENTE BOTHRÓPICO  Leve: dor e edema local pouco intenso ou ausente, manifestações hemorrágicas discretas ou ausentes, com ou sem alteração do Tempo de Coagulação.  Moderado: dor e edema evidente ultrapassando a região da picada, acompanhados ou não de alterações hemorrágicas locais ou sistêmicas como gengivorragia, epistaxe (hemorragia nasal) e hermatúria (presença de sangue na urina).  Grave: edema local intenso e extenso, podendo atingir todo o membro picado, acompanhado de dor intensa e, eventualmente com presença de bolhas. O edema pode levar à isquemia local devido à compressão de vasos e nervos. Hipotensão arterial, choque, oligoanúria (diminuição ou ausência de produção de urina) ou hemorragias intensas.
  • 18. ACIDENTE BOTHRÓPICO  Complicações Locais:  Síndrome Compartimental: isquemia de extremidades provocada pelo edema. Manifestações mais importantes: dor intensa, parestesia, queda na temperatura do segmento distal, cianose e déficit motor.  Abscesso: Ação “proteolítica”favorece o aparecimento de infecções locais.  Necrose: É devida principalmente à ação “proteolítica”do veneno, associada àisquemia local decorrente de lesão vascular e de outros fatores como infecção, trombose arterial, síndrome de compartimento ou uso indevido de torniquetes. O risco é maior nas picadas em extremidades (dedos) podendo evoluir para gangrena
  • 19. ACIDENTE BOTHRÓPICO  Complicações Sistêmicas:  Choque: casos graves. Sua patogênese é multifatorial, podendo decorrer da liberação de substâncias vasoativas, do seqüestro de líquido na área do edema e de perdas por hemorragias.  Insuficiência Renal Aguda: (IRA)também de patogênese multifatorial, pode decorrer da ação direta da peçonha sobre os rins, isquemia renal secundária à deposição de micro-trombos nos capilares, desidratação ou hipotensão arterial e choque.
  • 20. ACIDENTE BOTHRÓPICO  Exames complementares:  Tempo de Coagulação: (TC)fácil execução e importante na elucidação diagnóstica  Hemograma: leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda, hemossedimentação elevada nas primeiras horas do acidente e plaquetopenia de intensidade variável.  Exame sumário de urina: pode haver proteinúria, hemafúria e leucocitúria.  Outros exames laboratoriais: eletrólitos, uréia e creatinina, visando à detecção da insuficiência renal aguda.  Métodos de imunodiagnóstico  técnica de ELISA
  • 21. ACIDENTE BOTHRÓPICO  Tratamento:  Específico: soro antibotrópico (SAB) i.v. Na falta deste, soro antibotrópico-crotálico (SABC) ou antibotrópico laquético (SABL).  Geral: Manter elevado e estendido o segmento picado; Analgésicos;Hidratação; Antibioticoterapia.  Tratamento das complicações locais diagnóstico + de síndrome de compartimento: fasciotomia, debridamento de áreas necrosadas e drenagem de abscessos  Prognóstico geralmente é bom. A letalidade nos casos tratados é baixa (0,3%). Há possibilidade de ocorrer seqüelas locais anatômicas ou funcionais.
  • 22. CROTALUS DURISSUS E CROTALUS TERRIFICUS  cascavel-de-quatro-ventas (Crotalus durissus) é uma espécie de cascavel cuja área de distribuição se estende, descontinuadamente, do Mexico até Argentina. É também conhecida como boicininga, boiçununga, boiquira, maracá e maracabóia.  Os machos chegam a atingir 1,5 m de comprimento (as fêmeas são, em geral, menores).  O revestimento é castanho, com losangos verticais escuros, e cores claras na margem. A parte dorsal da cauda é escura com barras transversais do mesmo tom. A região ventral é mais clara.  Alimentam-se de mamíferos e aves. Os animais mais jovens preferem lagartos.
  • 23. ACIDENTE CROTÁLICO  Estatística: 7,7% dos acidentes ofídicos no Brasil. 30% em algumas regiões. Maior coeficiente de letalidade devido à freqüência com que evolui para insuficiência renal aguda (IRA).  Ações da peçonha:  Ação neurotóxica: Crotoxina, neurotoxina de ação pré- sináptica que inibe a liberação de Ach (paralisias motoras).  Ação miotóxica: Lesões de fibras musculares esqueléticas (rabdomiólise) com liberação de enzimas e mioglobina para o soro e que são posteriormente excretadas pela urina.  Ação coagulante: atividade do tipo trombina. Incoagulabilidade sangüínea. Geralmente não há redução do número de plaquetas. As manifestações hemorrágicas, quando presentes, são discretas.
  • 24. ACIDENTE CROTÁLICO  Quadro clínico:  Manifestações locais pouco importantes:  Não há dor.  Há parestesia local ou regional, podendo ser acompanhada de edema discreto ou eritema no ponto da picada.  Manifestações sistêmicas gerais: mal-estar, prostração, sudorese, náusea, vômito, sonolência ou inquietação e secura da boca.  Neurológicas:  Ação neurotóxica da peçonha: fácies miastênica (fácies neurotóxica de Rosenfeld) evidenciadas por ptose palpebral uni ou bilateral, flacidez da musculatura da face, alteração do diâmetro pupilar, incapacidade de movimentação do globo ocular (oftalmoplegia), podendo existir dificuldade de acomodação (visão turva) e/ou visão dupla (diplopia). Pode ocorrer paralisia velopalatina, com dificuldade à deglutição, diminuição do reflexo do vômito, alterações do paladar e olfato e voz nasalada.
  • 25. ACIDENTE CROTÁLICO  Manifestações sistêmicas:  Musculares: dor muscular generalizada(mialgias). Fibra muscular esquelética lesada: liberação de mioglobina que é excretada pela urina (mioglobinúria), conferindo-lhe uma cor avermelhada ou de tonalidade mais escura, até o marrom. A mioglobinúria constitui a manifestação clínica mais evidente da necrose da musculatura esquelética (rabdomiólise-> é a quebra rápida de músculo esquelético devido à lesão no tecido muscular). Coleta sequencial de urina até 48 horas após o acidente
  • 26. ACIDENTE CROTÁLICO  Distúrbios da Coagulação: incoagulabilidade sangüínea ou aumento do Tempo de Coagulação, em 40% dos pacientes, observando-se raramente sangramentos restritos às gengivas (gengivorragia).  Manifestações clínicas pouco frequentes: Insuficiência respiratória aguda, fasciculações e paralisia de grupos musculares têm sido relatadas. Tais fenômenos são interpretados como decorrentes da atividade neurotóxica e/ou da ação miotóxica do veneno.
  • 27. ACIDENTE CROTÁLICO  Complicações locais: parestesias locais duradouras, reversíveis após algumas semanas. Sistêmicas insuficiência renal aguda, com necrose tubular geralmente de instalação nas primeiras 48 horas.  Exames complementares: Sanguecreatinoquinase (CK), desidrogenase lática (LDH), aspartase-amino-transferase (AST), aspartase-alanino-transferase (ALT), aldolase, uréia, creatinina, ác úrico, fósforo, potássio e calcemia.  Tempo de Coagulação: Leucocitose, com neutrofilia e desvio à esquerda.  Urina: sedimento urinário normal quando não há IRA e proteinúria discreta. Com IRA, hematúria. Presença de mioglobina.
  • 28. ACIDENTE CROTÁLICO  Tratamento Específico: Soro anticrotálico, i.v. Pode ser utilizado soro antibotrópico-crotálico (SABC).  Tratamento Geral: Hidratação adequada é fundamental na prevenção da IRA. A diurese osmótica pode ser induzida com manitol a 20%.  Caso persista oligúria: uso de diuréticos de alça tipo furosemida. O pH urinário deve ser > de 6,5 (urina ácida potencia a precipitação intra-tubular de mioglobina), portanto, alcalinação da urina pela administração parenteral de bicarbonato de sódio.  Prognóstico: Bom nos acidentes leves e moderados e nos pacientes atendidos até 6 horas após a picada. Nos acidentes graves, depende da existência de IRA. A evolução do quadro depende de diálise eficiente, em tempo hábil.
  • 29. LACHESIS MUTA Lachesis muta, vulgarmente conhecida como surucucu, surucutinga, surucucutinga, surucucu-de-fogo, surucucu-pico-de-jaca e cobra-topete , é a maior cobra peçonhenta da América do Sul. "Surucucu" vem do Tupi suruku'ku. "Surucucutinga" e "surucutinga" vêm do tupi suruku'kutinga, "surucucu branca". Lachesis é uma referência a Láquesis, uma das três Moiras mitológicas gregas que decidiam o destino dos seres humanos e deuses. Muta (muda" em latin) é uma referência ao fato de a surucucu vibrar sua cauda, como a cascavel, sem, no entanto, produzir o ruído que esta produz. Habitat: Vive em florestas densas, principalmente na Amazônia, mas conhecem-se registros na literatura da presença desse animal até em áreas isoladas de resquícios de Mata Atlântica.
  • 30. LACHESIS MUTA  Acidente Laquético:  Informações disponíveis sobre acidentes são raras: distribuição geográfica. Os acidentes por Lachesis são raros, mesmo na região Amazônica.  Ações da peçonha:  Ação proteolíticaLesão tecidual (~ botrópico)  Ação coagulanteatividade tipo trombina  Ação hemorrágicaintensa atividade hemorrágica (hemorraginas)  Ação neurotóxicaÉdescrita uma ação do tipo estimulação vagal, porém ainda não caracterizada.
  • 31. ACIDENTE LAQUÉTICO  Quadro clínico:  Manifestações locais: ~botrópico -> dor e edema, que podem progredir para todo o membro. Podem surgir vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou sero- hemorrágico logo após o acidente. Hemorragia local.  Manifestações sistêmicas: Hipotensão arterial, tonturas, escurecimento da visão, bradicardia, cólicas abdominais e diarréia (síndrome vagal). Necrose por ação do veneno laquético
  • 32. ACIDENTE LAQUÉTICO  Acidentes Laquéticos:  São classificados como moderados e graves. Grande porte do animal e quantidade de peçonha injetada. Complicações ~botrópico (síndrome compartimental, necrose, infecção secundária, abscesso, déficit funcional).  Exames complementares: Tempo de Coagulação (TC), hemograma, dosagens de uréia, creatinina e eletrólitos. ELISA vem sendo utilizado em caráter experimental.  Diagnóstico diferencial Acidentes botrópico x laquético: manifestações da “síndrome vagal”. Maioria dos acidentes referidos pelos pacientes como causados por Lachesis é do gênero botrópico (ELISA).
  • 33. ACIDENTE LAQUÉTICO  Tratamento:  Tratamento específico: Soro antilaquético (SAL), ou antibotrópico-laquético (SABL), na ausência dos 2, soro antibotrópico (não neutraliza de maneira eficaz a ação coagulante do veneno laquético).  Tratamento geral: Mesmas medidas indicadas para o acidente botrópico.
  • 34. MICRURUS CORALLINUS  A Micrurus corallinus é uma das espécies da cobra coral, coral verdadeira e boicorá e é uma das serpentes mais venenosas do Brasil.  Habitat: preferencialmente a região do litoral. As corais tem hábitos noturnos, vivem sob o solo, folhas, troncos em decomposição, raízes e pedras. Não é agresiva, oferecendo risco somente quando manuseada ou acuada. Suas presas de veneno são fixas e pequenas, localizadas na parte anterior da boca, por isso morde invés de picar, mesmo assim é uma das corais de veneno mais ativo no homem. Seu veneno pode causar a morte em pouco tempo.  Seu comprimento é em torno de 60 cm nos machos e 70 nas fêmeas
  • 35. MICRURUS LEMNISCATUS  É uma variante das corais mais encontrada nas regiões Centro Oeste e Norte do Brasil.
  • 36. MICRURUS FRONTALIS .É outra pertencente as corais, sua distribuição geográfica no Brasil abrange os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
  • 37. ACIDENTE ELAPÍDICO  0,4% dos acidentes por serpentes peçonhentas no Brasil. Pode evoluir para insuficiência respiratória aguda, causa de óbito neste tipo de envenenamento.  Ações da peçonha (neurotóxica) NTX de ação pós-sinápticapresente em todas sps estudadas. Proteínas de baixo MW, rapidamente distribuídas para os tecidos.  precocidade dos sintomas de envenenamento. As NTXs competem com Ach pelos receptores colinérgicos da junção neuromuscular, atuando de modo semelhante ao curare.  Nos envenenamentos onde predomina essa ação (M. frontalis), o uso de substâncias anticolinesterásticas (edrofônio e neostigmina) pode prolongar a vida média do neurotransmissor (Ach), levando a uma rápida melhora da sintomatologia.
  • 38. ACIDENTE ELAPÍDICO  Ações da peçonha (neurotóxica)  NTX de ação pré-sináptica: Presentes em algumas corais (M. coralliunus) e também em alguns viperídeos, como a cascavel sulamericana. Atuam na junção neuromuscular, bloqueando a liberação de Ach pelos impulsos nervosos, impedindo a deflagração do potencial de ação. Esse mecanismo não é antagonizado pelas substâncias anticolinesterásicas.
  • 39. ACIDENTE ELAPÍDICO  Quadro clínico:  Manifestações locais: Discreta dor local, parestesia.  Manifestações sistêmicas: Inicialmente, vômitos. Posteriormente, fraqueza muscular progressiva, ocorrendo ptose palpebral, oftalmoplegia e a presença de fácies miastênica ou “neurotóxica”. Dificuldade para manutenção da posição ereta, mialgia localizada ou generalizada e dificuldade para deglutir em virtude da paralisia do véu palatino. A paralisia flácida da musculatura respiratória compromete a ventilação, podendo haver evolução para insuficiência respiratória aguda e apnéia.
  • 40. ACIDENTE ELAPÍDICO  Exames complementares: Não há exames específicos para o diagnóstico. Tratamento Tratamento específico Soro antielapídico (SAE), i.v.  Todos os casos de acidente por coral com manifestações clínicas devem ser considerados como potencialmente graves.  Tratamento geral: Nos casos de insuficiência respiratória, ventilação artificial, Anticolinesterásicos (neostigmina) em acidentes por M. frontalis, M. lemniscatus).
  • 41. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  Elisabeth Ferroni Schwartz Laboratório de Toxinologia Departamento de Ciências Fisiológicas Instituto de Ciências Biológicas –UnB  CANTER, Henrique M., PUORTO, Giuseppe e FERREIRA SANTOS, Marcos. O Butantan e as serpentes do Bra tan /Itautec, CD-ROW, 1996.  FU lo: Folder Série Técnica n"- 4.  INS z Guia Rural, 1992.  MI e ofidismo (COBRAL). Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 1991.  MI acidentes por animais peçonhentos. Bra .  SEB Brasília, 1996.  SEC SAÚDE. Manual de vigilância epidemiológica acidentes pó animais peç São Paulo: CVE, lnstituto Butantan, 1993. SC avier, 1992.