Este documento discute a eletroneuromiografia (ENMG), um exame que avalia a função do sistema nervoso periférico e muscular através de respostas elétricas. O exame consiste em duas etapas: neurocondução e avaliação muscular. Realizado por médicos especializados, o ENMG fornece informações sobre lesões neuromusculares e pode ajudar no diagnóstico de doenças.
2. Um método de diagnóstico e
prognóstico das lesões
do sistema nervoso
ENMG
Eletroneuromiografia
• Carolina Hashimoto
• Isadora Clara
• Leticia Prates
• Liliane Santos
• Mikaelly Ferreira
• Rubia Cristina
• Welisson Porto
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3. Introdução
Eletroneuromiografia (ENMG) é um
procedimento que avalia a função do sistema
nervoso periférico e muscular através do
registro das respostas elétricas geradas por
estes sistemas, às quais são detectadas
graficamente por um equipamento denominado
eletroneuromiógrafo. As lesões destes sistemas
determinam doenças neuromusculares que
representam um grupo extenso de afecções que
comprometem a unidade motora.
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4. O Exame
Durante a realização do exame de
eletroneuromiografia o aparelho utilizado é o
eletromiógrafo, ele que irá detectar as trocas
elétricas que ocorrem no nível celular durante a
transmissão nervosa e a contração muscular. (PINTO,
2010).
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5. O Exame
• O exame eletroneuromiografia é
constituído por duas etapas
interdependentes, que são a
eletroneurografia, que é a
neurocondução e eletromiografia, que é
avaliação muscular. Essas duas etapas se
complementam e por isso sempre
devem ser realizadas, independente se
a patologia suspeita é uma neuropatia
ou uma miopatia, pois se necessita
sempre da informação de ambas para
se chegar ao diagnóstico.
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6. O Exame
• A história clinica contribui muito para o
diagnostico diferencial enquanto o
exame físico fornece informações
cruciais para a topografia das lesões.
Portanto, antes de realizar o exame é
necessário fazer uma rápida anamnese
para se conhecer a queixa real do
paciente, a história da doença atual,
historia pregressa, etc.
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7. O Exame
• A presença de marcapasso cardíaco não
é contraindicação para o exame, mas irá
exigir cuidados especiais durante a
colocação dos eletrodos, deve-se evitar
colocar em locais próximos ao
marcapasso.
• Para que seja feita uma interpretação
correta da eletroneuromiografia é
aquela na qual se faz um resumo das
anormalidades neurofisiológicas em
relação a sua distribuição anatômica e
transforma esses achados em uma
impressão clinica que atenda o médico
solicitante, mesmo que em desacordo
com a sua indicação. (PINTO, 2010).
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8. O Exame
O RELACIONAMENTO MÉDICO/PACIENTE
• Quando submetidos a exames é normal
que o paciente já apresente
preocupações e tensões devido à
algum problema que possa estar
passando e devido ao incomodo que irá
sentir durante a eletroneuromiografia.
Por isso é muito importante que o
paciente seja tratado com carinho e
respeito evitando um sofrimento ainda
maior.
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9. O equipamento • Eletromiógrafo
• O eletromiógrafo é um aparelho que registra sinais
bioelétricos através do uso de eletrodos de captação
que são inseridos no corpo com intuito de identificar
fenômenos bioelétricos que acontecem a nível celular,
que serão convertidos em sinais elétricos e depois de
ocorrer amplificações são registrados e enviados para
o dispositivo adequado.
• Quando os eletrodos de captação forem posicionados
no paciente, os sinais registrados por eles são
enviados para pré-amplificadores e amplificadores,
que irão tornar a sua amplitude maior para que seja
possível o reconhecimento na tela do aparelho.
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10. O equipamento
Os filtros de alta e de baixa frequência
• São usados para elevar ou abaixar a
frequência de captação do
equipamento. Através dos limites dos
filtros podemos saber se o
eletromiógrafo pode ou não produzir
potenciais audíveis e visuais e o
examinador pode alterar a calibração
dos filtros quando for conveniente.
• No filtro de baixa, a frequência pode ser
entre 1 e 200 Hz e no filtro de alta entre
100 Hz e 10 kHz.
Figura1: Eletromiografia de superfície com dois
canais, demonstrando um tremor de 6 Hz com
ativação síncrona entre agonistas e antagonistas,
característica de um tremor essencial.
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11. O equipamento
• CALIBRADORES
Através dos calibradores é possível alterar a intensidade, frequência e tempo em que os
estímulos serão colocados em cima do nervo.
• O MARCADOR DE LATÊNCIA
Latência é o tempo que os nervos levam para direcionar os pulsos elétricos a partir do
ponto de estimulação até a captação. É medida em milissegundos.
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12. O equipamento
• O SISTEMA DE ÁUDIO
Quanto ao áudio, não é
necessária muita sofisticação,
devendo tão somente possibilitar a
identificação e diferenciação dos
inúmeros tipos de potenciais.
• REGISTRADORES
Os registradores possibilitam que
o médico identifique os registros
dos traçados
eletroneuromiográficos. É um
microcomputador, sendo possível
guardar os dados do exame em
sua memória e editar e imprimir os
traçados. A depender do
equipamento, as informações
poderão ser enviadas por meio da
internet.
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13. O examinador
Para ter um conhecimento e domínio sobre as
técnicas de eletroneuromiografia, necessita
que o médico tenha um conhecimento da
medicina interna geral e uma boa formação
clínica com conhecimentos nas áreas de
neurologia, ortopedia, reumatologia e
endocrinologia e também que ele entenda
sobre biofísica, anatomia humana e fisiologia.
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14. O examinador
Uma das causas mais frequentes de erro no
diagnóstico da eletroneuromiografia é o
examinador não ter o conhecimento da
anatomia, quando ele não se tem
conhecimento da anatomia e necessita buscar
diariamente informações em atlas de anatomia
e esquemas, isso faz com que ele perca o
tempo necessário para obter um diagnóstico
correto e não tenha a capacidade de obter um
raciocínio concluso sobre os resultados obtidos
no exame. (PINTO, 2010).
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15. Bases fundamentais da
ENMG
De acordo com o estudo muscular da
ENMG, os íons mais importantes são íons
sódio, cloro, cálcio, potássio e magnésio. Os
íons estão distribuídos entre os
compartimentos intra e extracelulares em
quantidades distintas, havendo
predominância de potássio e magnésio no
interior e de sódio, cloro e cálcio no exterior.
Está diferença iônica entre os dois meios
depende da variação da pressão, de um
equilíbrio eletroquímico e da variação de
concentração, tudo isto de uma certa forma é
controlado pela membrana celular, é através
dela que os íons passam de um lado para o
outro. Por causa da existência de íons dentro
e fora da célula cria uma diferença de
potencial entre os dois meios, criando assim,
uma tendência iônica de passar de um lado
para o outro.
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16. Bases fundamentais da
ENMG
O que difere de uma membrana celular
para a outra são as diferentes proteínas
especificas que estão associadas as
mesmas de uma forma ou outra. Em geral,
as camadas lipídicas da membrana são
similares em todo tipo de célula. Como os
lipídios das membranas são fluidos, as
proteínas intrínsecas estão livres para se
movimentarem por difusão de um ponto
para outro, em alguns casos, no entanto,
estas proteínas estão fortemente unidas
por subestruturas. Com uma parte externa
hidrofílica e uma parte interna altamente
hidrofóbica as membranas celulares são
semipermeáveis.
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17. Propagação do Impulso
Nervoso
• A propagação do impulso nervoso coincide com as
mudanças súbitas na permeabilidade da membrana do
axônio para os íons sódio e potássio.
• Na região eletricamente alterada, na direção de
propagação do impulso nervoso, abrem-se canais na
membrana para permitir que os íons sódio penetrem no
axônio.
• Nas fibras mielínicas, a condução se faz de forma
especial. Essas fibras tem a membrana revestida de
mielina, que é produzida pelas “Células de Schwann”,
que as envolvem. O processo de mielinização ocorre na
última fase do desenvolvimento fetal e no primeiro ano
após o nascimento.
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18. Propagação do Impulso
Nervoso
A perda da mielina afeta diretamente a condução
nervosa e retarda ou impossibilita a condução dos
impulsos ao longo da membrana axonal.
Existem três tipos básicos de anormalidades
encontradas nos estudos de condução motora, quando
a estimulação é próxima ao local da lesão. Pode haver:
• Diminuição da amplitude do potencial de ação;
• Aumento da latência com amplitude relativamente
normal;
• Ausência de resposta.
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19. Potencial de
repouso,
potencial de ação
e repolarização
celular.
Em uma célula em repouso, os íons estão em equilíbrio
e os íons cálcio se encontram ligados às proteínas
canais, impedindo assim a passagem do sódio para
dentro da célula. (PINTO, 2006).
Nas fibras musculares ou nervosas dos mamíferos o
potencial de repouso se encontra em média por volta de
-90 a -85 milivolts (mV). (PINTO, 2006).
É possível que as alterações dos potenciais, que se
caracterizam por descargas repetidas e que aparecem
após a inserção do eletrodo de agulha no músculo
durante a eletromiografia, sejam na realidade uma
medida de acomodação das membranas das células
através das quais se insere o eletrodo. (PINTO, 2006).
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20. Resultados
Observando o laudo podemos saber se o exame foi
bem feito, ou se está incompleto. Apesar do “lay-out”
do mesmo poder variar de laboratório para laboratório
para laboratório, ele deve conter sempre as seguintes
partes: identificação; descrição técnica da avaliação
muscular; descrição técnica das provas de
neurocondução; comentários acerca dos achados;
conclusão final e em caráter opcional poderão ser ou
não anexados gráficos e/ou fotografias dos achados.
Portanto, através do laudo sabemos quais foram os
nervos e os músculos examinados e quais foram os
testes realizados, o que nos diz até que ponto o
exame foi amplo ou limitado. (PINTO, 2010).
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21. Resultados
O laudo deve ser dividido em duas fases: uma etapa
técnica inicial e uma etapa de comentários, com a
interpretação e as conclusões. A parte técnica se
destina principalmente a outros possíveis
examinadores e serve também de parâmetro para
reavaliações futuras. Ela deve conter as informações
e os resultados detalhados dos testes da
neurocondução e da avaliação muscular. Na parte de
comentários deve-se fazer um resumo das
anormalidades neurofisiológicas contidas na parte
técnica, correlacionando-as com a distribuição
anatômica. Estes achados devem ser traduzidos para
uma impressão clínica que tenha sentido para o
médico solicitante, mesmo quando está em
desacordo com a sua indicação. (PINTO, 2010).
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22. Conclusão
No presente trabalho abordamos o tema eletroneuromiografia é um exame que avalia a função do sistema
nervoso periférico e muscular através do registro das respostas elétricas geradas por estes sistemas, esse
exame também possibilita investigar a existência de patologias que comprometem a unidade motora e seus
elementos.
O exame eletroneuromiografia é composto por duas etapas interdependentes, que são a neurocondução e a
avaliação muscular. Essas duas etapas se complementam e por isso sempre devem ser realizadas,
independente se a patologia suspeita é uma neuropatia ou uma miopatia, fortalecendo o diagnóstico da
doença.
A eletroneuromiografia (ENMG) só poderá ser realizada pelo médico especializado. Para ter conhecimento e
domínio sobre as técnicas de eletroneuromiografia, necessita que o médico tenha um conhecimento da
medicina interna geral e uma boa formação clínica.
A propagação do impulso é importante para entender sobre a os mecanismos da membrana celular e o
potencial de ação. O resultado do exame deve conter as seguintes informações: identificação sobre o
paciente, descrição técnica da avaliação muscular e das provas de neurocondução, comentários sobre o que
foi achado no exame e resultado final obtido.
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23. Referências
• PINTO, Luiz Carlos; PINTO, Vera Lucia Rocha.
Eletroneuromiografia clínica: princípios básicos.
In: LIANZA, Sergio. Medicina de reabilitação.
4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2015. Cap. 3, p. 26-35.
• PINTO, Luiz Carlos. Neurofisiologia clínica:
princípios básicos e aplicações. São Paulo:
Atheneu, 2006.
• PINTO, Luiz Carlos. Neurofisiologia clínica:
princípios básicos e aplicações. 2. ed. São
Paulo: Atheneu, 2010.
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