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1 de 29
MMNC
B

Neurofisiologia, 3º ano

Prof. Rui Braga, Eletromiografia II
9 de Dezembro de 2013
Ana Filipa Cardoso Pinho - 10110178
Diana Patrícia Oliveira Miller - 10110184
Prune Mazer - 10110195
1
INTRODUÇÃO
O trabalho que aqui apresentamos foi realizado no âmbito da componente prática da Unidade Curricular de
Electromiografia II e tem como tema a Neuropatia Motora Multifocal com Bloqueio de Condução (MMNCB, Multifocal Motor
Neuropathy with Conduction Block).
A MMNCB é uma doença rara autoimune que leva a uma desmielinização crónica das fibras nervosas motoras. No
entanto, o seu prognóstico é positivo pois é uma patologia potencialmente tratável e de progressão lenta, motivos pelo qual um
diagnóstico assertivo e precoce é importante.
O seu envolvimento puramente motor, com graus variáveis de atrofia muscular e a presença frequente de fasciculações
e cãibras, fazem com que facilmente se confunda com doenças do neurónio motor inferior levando ao diagnóstico inadequado
destes doentes, daí a importância de termos conhecimentos sobre esta.
2
1, 2, 3
HISTÓRIA
▪ 1979 e 1982 - Lewis et al descreveram pela primeira vez esta patologia rara.
▪ 1985 - Parry e Clarke distinguiram esta patologia das doenças do neurónio motor inferior e
outras neuropatias crónicas passando a denominar-se “ neuropatia motora multifocal pura com
bloqueio de condução”.
▪ O reconhecimento inicial desta patologia permitiu que, ao longo destas duas décadas, portas no
que diz respeito à investigação da mesma se abrissem proporcionando-nos uma melhor
compreensão da sua patogénese.
3
1, 4, 5,
FISIOPATOLOGIA
6

A MMNCB é considerada, por alguns autores, uma variante única da CIDP, enquanto outros a consideram uma patologia

independente, uma neuropatia autoimune desmielinizante puramente motora, caracterizada por achados eletrodiagnósticos
específicos.

Imunoglobulinas

↑ anormal dos
níveis de
anticorpos IgM
(anticorpos antiGM1)

Reação

Ligam-se à porção
terminal do
dissacarídeo
gangliosídeo M1

Destruição

Destruição/eliminação
do GM1, um
glicoesfingolípido
presente no axolema
e no escudo de
mielina dos axónios.

Como consequência da destruição de constituintes da bainha de mielina, ocorrem alterações na função dos canais de Na+

das fibras motoras e a condução do impulso nervoso vai sendo dificultada até ser mesmo eliminada.
Os bloqueios de condução de longa duração sugerem desmielinização crónica como a base patológica.

4
1, 4, 7
SINTOMAS
Início insidioso e progressão lenta (com períodos de piora rápida, seguidos de longos períodos de
estabilização)
Fraqueza muscular distal assimétrica com início nos membros superiores em cerca de 80% dos
doentes.
Atrofia  Perda axonal motora  Resposta pobre à terapêutica
Hipertrofia proximal, associada a uma contínua atividade da unidade motora (músculos bicípite e
braquial)
A implicação dos nervos cranianos é rara (exceção: nervo hipoglosso)
Reflexos ausentes ou diminuídos (de forma difusa ou apenas nos membros com fraqueza), no entanto
podem estar normais ou ainda aumentados num terço dos pacientes

Estudos de condução sensitivos normais, apesar de algumas queixas sensitivas serem relatadas e poderem
estar relacionadas com outras patologias

5
1,8
EPIDEMIOLOGIA
Prevalência

• 1 a 3 casos para cada 100.000.

Taxa de mortalidade

• Pouco estudada;
• São muito raros os casos fatais.

Sexo

• Mais comum no sexo masculino do que no sexo feminino na razão
de 3:1.

Idade

• A idade média de início dos sintomas é de 40 anos, sendo que 80
% dos doentes tem entre 20 e 50 anos.

6
1, 4
DIAGNÓSTICO

Exame
Físico

A grande variabilidade de sintomas não permite

Estudos de Condução Nervosa
Motores e Sensitivos

+
Eletromiografia de Agulha

um diagnóstico puramente clínico.

Estes critérios realçam:
▪ distribuição da fraqueza muscular

Exame
Neurológico

DIAGNÓSTICO

Avaliação
EMG

semelhante à observada na mononeuropatia
multiplex;
▪ presença de bloqueios de condução
motores multifocais;
▪ ausência de alterações nos Estudos de
Condução Sensitivos;
▪ ausência de sinais piramidais.

Critérios
Diagnósticos
7
Critérios Principais
1. Fraqueza nos membros assimétrica e lentamente progressiva no território de pelo menos dois
nervos, durante mais de um mês, mas normalmente mais de seis meses.
2. Bloqueios de condução em nervos motores em locais que não os de compressão mais
comuns.
3. Ausência de perda sensitiva objetivável.
4. Estudos de Condução Nervosa Sensitiva normais (de pelo menos 3 nervos), particularmente

Fonte: Katiriji, Bashar. Electromyography

nos mesmos segmentos em que há bloqueio de condução demonstrado.

in clinical practice: a case study

Critérios de Exclusão
1. Sinais de envolvimento do neurónio motor superior (espasticidade, clonus, respostas

approach. 2nd ed. Philadelphia: Mosby
Elsevier; 2007. p. 379

plantares em extensão e paralisia pseudobulbar).
2. Envolvimento bulbar marcado.
3. Perda sensitiva objetivável exceto pequenas sensações de vibração anormais nas pernas.

4. Fraqueza simétrica difusa durante as fases iniciais de fraqueza sintomática.
5. Proteínas no líquido cefalorraquidiano (LCR) marcadamente elevadas (superiores a 1g/L).

8
Critérios Clínicos de Suporte
1. Envolvimento predominante dos membros superiores.

2. Reflexos diminuídos ou ausentes de forma irregular ou difusa, mas por vezes estes podem
estar normais ou ainda aumentados.
3. Ausência de envolvimento dos pares cranianos, com exceção do Nervo Hipoglosso.

4. Cãibras e fasciculações
Outros Critérios de Suporte
1. Níveis elevados de anticorpos anti-GM1.
2. Contraste de gadolínio e/ou hipertrofia do plexo braquial ou locais de bloqueio de condução
nos nervos periféricos.
3. Melhoras clínicas com tratamento por administração intravenosa de imunoglobulinas.
Diagnóstico definitivo de MMN: Critérios principais e de exclusão com bloqueio de condução
definitivo em dois ou mais nervos motores.
Diagnóstico provável de MMN: Critérios principais e de exclusão com bloqueio de condução
provável em dois ou mais nervos motores, ou bloqueio de condução definitivo num nervo motor

e bloqueio de condução provável noutro nervo motor, ou bloqueio de condução definitivo num
nervo motor e pelo menos um dos “Outros Critérios de Suporte”.

9

Bloqueios de Condução
ELETRONEUROGRAFIA
1, 3, 4, 7

A realização da técnica de inching (estimulação

de curtos segmentos) pode permitir uma localização

Distribuição assimétrica
Maior incidência nos membros superiores

mais precisa do bloqueio de condução e também
ajuda a excluir hipotéticos bloqueios de condução
que podem estar associados a perda axonal ou

Multifocais

cancelamento de fase.

Não é patognomónico, mas é normalmente um pré-requisito
para o diagnóstico desta patologia.
Neurónios motores

↓ Velocidade de
Condução

Podem ser acompanhados por:

Pode preceder a deteção
de um bloqueio de
condução.

↑ Latência Distal

Exclusão de locais de compressão comuns

↑ Latência das Ondas F
ou Ondas F ausentes

Crónicos, persistentes e dinâmicos
Evitar o diagnóstico de falsos positivos

10
Bloqueio de Condução Definitivo (+) (^)
Diminuição da amplitude e da área do PAMC superior a 50% com duração do PAMC inferior a 30%.
Diminuição da amplitude e da área do PAMC superior a 30% com duração do PAMC inferior a 30%

num dos curtos segmentos de um nervo avaliado através da técnica de inching.
Bloqueio de Condução Provável (*) (^)
Diminuição da amplitude e da área do PAMC entre 20-50% com duração do PAMC inferior a 30%.

Diminuição da amplitude e da área do PAMC superior a 50% com duração do PAMC entre 30ª 60%.
Diminuição da amplitude e da área do PAMC superior a 50% com duração do PAMC inferior a 30%
durante a estimulação entre o tornozelo e o joelho para o nervo tibial.
Diminuição da amplitude e da área do PAMC superior a 50% com duração do PAMC inferior a 30%

Fonte: Katiriji, Bashar. Electromyography

durante a estimulação entre a axila e o ponto d’Erb (para os nervos mediano, cubital, radial ou

in clinical practice: a case study

musculocutâneo).

approach. 2nd ed. Philadelphia: Mosby

(*) Todas as amplitudes áreas e durações refletem picos negativos de áreas, amplitudes e durações

Elsevier; 2007. p. 381

comparando as respostas de estimulação proximal para distal.
(+) Bloqueios de condução em locais comuns de compressão estão excluídos.
(^) Estes requisitos devem ser mais rigorosos e por vezes nem podem ser aplicados em nervos com

amplitude do PAMC distal muito diminuída (20% ou menos de diminuição em relação ao limite
mínimo inferior considerado normal ou inferior a 1Mv).

11
Estudo de condução nervosa motor do nervo mediano
direito num indivíduo de 52 anos com fraqueza bilateral
assimétrica das mãos devido a MMN há mais de 10
anos. O elétrodo ativo foi colocado no curto abdutor do
polegar. Reparar no bloqueio de condução do nervo
mediano ao nível do antebraço (fora dos locais de
compressão comuns).

Estudo de condução nervosa motor do nervo cubital
esquerdo, ao nível distal do antebraço, com a técnica de
inching e elétrodo ativo no curto abdutor do 5º dedo.
Mulher de 45 anos com fraqueza na território deste
nervo e níveis elevados de anticorpos anti-GM1. As
distâncias marcadas com asteriscos retratam a distância
do local de estimulação ao processo estiloide do cubital.
Diminuição marcada da área e amplitude do PAMC.

Fonte: Katiriji, Bashar. Electromyography in clinical practice: a case
study approach. 2nd ed. Philadelphia: Mosby Elsevier; 2007. pp. 380-381

12

1,
Condução Sensitiva
ELETRONEUROGRAFIA
3, 4, 7

O envolvimento seletivo das fibras motoras nos segmentos com bloqueio de

condução com preservação das fibras sensitivas, ou seja, ausência de alterações nos
estudos de condução é um achado eletrofisiológico apenas inerente a esta patologia.
Assim, esta será uma característica de extrema importância para o diagnóstico
diferencial desta patologia, a discutir posteriormente.

13
Estudos de condução nervosa motores e sensitivos do
nervo mediano esquerdo num indivíduo saudável
(controlo) [A] e num doente com MMNCB [B]. O local de
estimulação está indicado acima da linha de potencial na
coluna da esquerda. O nervo mediano foi estimulado no
pulso; 30 mm, 57 mm e 160 mm proximalmente ao
pulso; no cotovelo; e na axila. Os potenciais de ação
sensitivos do 1º (coluna média) e 3º (coluna da direita)
dedos foram recolhidos nos mesmos locais. As latências
distais motoras e as velocidades de condições sensitivas

estão indicadas acima a primeira linha de potencial nas
respetivas colunas. Apesar do severo bloqueio de
condução no doente com MMNCB, os potencias de
ação sensitivos são semelhantes ao controlo.
Fonte: Katiriji, Bashar. Electromyography in clinical
practice: a case study approach. 2nd ed. Philadelphia:
Mosby Elsevier; 2007. p. 382

14
 ELETROMIOGRAFIA DE
1, 3, 7
AGULHA
( E V O L U Ç Ã O

Bloqueio de Condução

D A

D O E N Ç A )

Perda axonal/
Desenervação Ativa

Reinervação

REPOUSO: fibrilações e ondas positivas;

Padrão Neuropático Crónico  PUM têm uma

ATIVIDADE MUSCULAR VOLUNTÁRIA: Padrão
Neuropático Agudo  Potenciais de Unidade Motora
(PUM) têm uma morfologia normal (amplitude, duração e
número de fases normais)
 Padrão Interferencial Pobre
devido ao menor número de Unidades Motoras (UM) que
leva a uma diminuição no recrutamento.

morfologia alterada (amplitude e duração aumentadas
com presença de polifasia) + Padrão Interferencial Pobre
pois o recrutamento continua diminuído.

15
 Níveis de anticorpos anti-GM1 e níveis de
proteínas no LCR 1, 4, 7

Níveis elevados de anti-GM1 não são considerados um
dado fundamental para o diagnóstico:
▪ ocorre em vários distúrbios neuromusculares;
▪ doentes com ou sem níveis elevados de
anticorpos respondem de forma similar ao tratamento;

Normais ou ligeiramente
elevados.

▪ plasma de doentes com MMNCB, tendo ou não

níveis elevados dos referidos anticorpos, quando aplicado a
animais provoca bloqueios de condução nos mesmos.

16
DIAGNÓSTICO
1, 4
DIFERENCIAL

A MMNCB é uma patologia que deve ser diferenciada da Esclerose Lateral Amiotrófica e outras síndromes do neurónio

motor, bem como de polineuropatias crónicas adquiridas desmielinizantes.

ELA

CIDP + Síndrome de
Lewis-Summer

Reflexos aumentados em 1/3 dos doentes com MMNCB.

Sintomas, maioritariamente ou até exclusivamente, do neurónio
motor inferior em certos doentes com MMNCB.
MMNCB: distribuição da fraqueza mais proeminente no domínio de
nervos periféricos do que ao nível dos segmentos espinais, início
insidioso ao longo dos anos e ausência de sinais piramidais.

A Esclerose Lateral Amiotrófica tem um desfecho fatal.

Tanto as fibras motoras como as sensitivas têm
alterações.

Plasmaferese e corticosteroides são eficazes no
tratamento destas, mas podem ser prejudiciais na
MMNCB.
17
3, 4, 9, 10
TRATAMENTO
Atualmente e no geral, a terapêutica usada:

 É dispendiosa;

IgIV
(Imunoglobulinas
Intravenosas)

 Está associada a alguns riscos;
 Ainda não foi estudada adequadamente.
Os resultados ao tratamento variam consideravelmente

IgSC
(Imunoglobulina
Subcutânea)

Ciclofosfamida

de caso para caso:
 Uns doentes melhoram, mas não voltam ao
normal;
 Outros estabilizam;

Esteroides e
Plasmaferese

Tratamento

Rituximab

 Alguns requerem tratamento a longo prazo;
 Outros tornam-se refratários a qualquer forma
de tratamento.

18
 IgIV (Imunoglobulinas
Intravenosas)11
É a terapêutica melhor estudada e mais utilizada para a NMMCB,
apesar dos estudos serem ainda escassos, sabe-se da existência de pelo
menos 4 estudos controlados:
 Azulay et al., 1994;

 Van den Berget et al., 1995;
 Federico et al., 2000;
 Leger et al., 2001.

Esta é também uma técnica usada para outras patologias incluindo

Imunoglobulinas intravenosas.

dermatomiosite, Síndrome de Guillian-Barré, CIDP, entre outras.
Fonte: Seth Wenig/AP em theguardian.com
19
• É necessária uma infusão de imunoglobulinas periódica de 4 a 8

Aplicação da IgIV

semanas.
• A dosagem recomendada é de 2g/kg durante 2 a 5 dias consecutivos.

•Existem melhorias na força muscular nos primeiros 3 a 10 dias após a infusão, tendo

Evolução da IgIV

um pico às 2 semanas e uma duração de cerca de 2 meses.
•As melhorias são mais evidentes nos nervos afetados mais recentemente e
naqueles em que a atrofia muscular ainda não é significativa nos músculos da sua

dependência.

Em doentes em que o efeito da IgIV não é visível, deve manter-se esta terapêutica durante 6 meses antes de

declarar o doente como não responsivo e tentar outras opções de terapêutica.

20
 Ciclofosfamida 3, 4,
12, 13

 Agente imunossupressor que pode ser administrado oral e/ou

intravenosamente.
 É uma alternativa à IgIV, caso esta não esteja a ser eficaz ou o

indivíduo não a tolere, e pode ser usada em casos mais
avançados da doença. No entanto ainda não foram realizados

estudos controlados o que leva a alguma discussão no seio da
comunidade científica.
 Esta droga apresenta um elevado nível de toxicidade com o

risco de efeitos secundários graves como o desenvolvimento de
tumores.

Ciclofosfamida oral 25mg-ROX
Fonte: University of Michigan Health System
em www.uofmhealth.org

21
 IgSC (Imunoglobulina
12
Subcutânea)
 Foi sugerido na Europa como alternativa à administração

intravenosa.
 O doente, devidamente treinado por um enfermeiro, é capaz de

fazer a aplicação da IgSC sozinho, diminuindo assim o custo e
aumentando a conveniência do tratamento para o mesmo.
 Ainda está por estudar se a IgSC tem a mesma eficácia que a IgIV.

Imunoglobulina Subcutânea
Fonte: Strategic Pharmaceutical Advisors em
www.srxawordonhealth.com

22
 Outros4,
13, 14

Visto que a NMMCB tem uma

progressão lenta, se os sintomas forem

Rituximab

Plasmaferese e
Corticoesteroides

ligeiros e não afetarem as atividades
diárias do doente, após discussão entre
a

Agente imunomodulador
monoclonal

Nos vários estudos
realizados concluiu-se
que nenhuma destas
técnicas é útil nesta
patologia.

equipa

responsável

pelo

seu

acompanhamento, uma opção viável
será não aplicar nenhum tratamento,
sendo importante que o doente seja
seguido periodicamente para se verificar

Os seus efeitos
necessitam de maior
investigação

se a doença não está a lesar os nervos
irreversivelmente.
23
1, 7, 8, 14,
PROGNÓSTICO
15
 Patologia de carácter progressivo lento;

 A destreza e a marcha estão, normalmente, ligeiramente afetadas, mas a maioria dos indivíduos mantém a

autonomia.
 Num estudo realizado em 46 doentes ( Taylor,BV et al 2000), 94% dos indivíduos mantiveram o emprego que

tinham antes do início dos sintomas e do diagnóstico.
 Embora as melhorias do doente após a IgIV sejam visíveis, como já foi referido, pode haver algum declínio na

função muscular ao longo dos anos devido à perda axonal secundária.
 Apesar do bom prognóstico, é importante referir que os doentes com MMNCB não melhoram sem tratamento,

isto é, a recuperação espontânea é muito rara apesar de estarem documentados alguns casos de exceção.
24
3, 12
PROGNÓSTICO
Início da
terapêutica

Ainda em estudo

Anticorpos
anti-GM1

Número de
bloqueios de
condução

Idade

Fatores de bom
prognóstico

Quantidade de
membros
lesados
25
CONCLUSÃO
Este trabalho fez-nos tomar consciência de inúmeros aspetos, como por exemplo, a existência de muitas
perguntas ainda sem resposta no que diz respeito à sua patogénese, ao seu tratamento e ao seu prognóstico.
Além disso, é de grande importância que os conhecimentos sobre esta neuropatia desmielinizante adquirida
sejam aprofundados para que possa ser feito um correto e precoce diagnóstico por toda a equipa profissional
multidisciplinar da qual os Técnicos de Neurofisiologia fazem parte e desempenham um papel crucial ao realizar os
exames eletrodiagnósticos.
Por último, mas não menos importante, há que salientar que a MMNCB tem várias opções de terapêutica que

revelam eficácia no que diz respeito à estabilização da doença e até algumas melhoras, permitindo aos indivíduos
afetados uma vivência diária normal, ao contrário do que acontece nas doenças que fazem parte do seu diagnóstico
diferencial.
26
BIBLIOGRAFIA
1.

Katiriji, Bashar. Electromyography in clinical practice: a case study approach. 2nd ed. Philadelphia: Mosby Elsevier;
2007. pp. 373-385.

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Ruiz-Sandoval, María; Reséndiz-Ramírez, Yunuen; Villaseñor-Cabrera, Teresita; Chiquete, Erwin. Alteraciones
Neuropsicológicas En Neuropatía Motora Multifocal Con Bloqueo De Conducción; Departamento De Neurociencias,

Centro Universitario De Ciencias De La Salud, Universidad De Guadalajara: Revista Mexicana De
Neurociencia. 2010; 11(4): pp.302-305.
3.

Muley, Suraj Ashok; J. Parry, Gareth. Multifocal Motor Neuropathy. Journal of Clinical Neuroscience. 2012; 19:
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4.

Kimura, Jun. Eletrodiagnosis in diseases of nerve and muscle: Principals and practice. 3rd ed. Oxford, New York:
Oxford University Press, Inc.; 2001. pp. 665-666.

5.

Vucic, Steve; Black, Kristin; Chong, Peter Siao Tick; Cros, Didier. Multifocal Motor Neuropathy with Conduction Block:
Distribution of demyelination and axonal degeneration. Clinical Neurophysiology. 2007; 118: pp. 124–130.
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BIBLIOGRAFIA
6.

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V.Taylor, Bruce; Wright, R. Alan; Harper, C. Michel; Dyck, Peter J. Natural History of 46 patients with Multifocal Motor

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Erdmann, PG; Lindeman E, Cats EA; Van den Berg, LH. Functioning of patients with multifocal motor
neuropathy. Journal of Peripheral Nervous System. 2010; 15(2): pp. 113-119.

9.

Van Schaik, IN; Léjer, JN; Nobile-Orazio, E; Cornblath, DR; Hadden, RD; Koski, CL; Pollard, JD; Sommer, C; Illa, I; Van
Den Bergh, P; Van Doorn, PA. European Federation of Neurological Societies/Peripheral Nerve Society Guideline on
Management of Multifocal Motor Neuropathy: Report of a Joint Task Force of the European Federation of Neurological
Societies and the Peripheral Nerve Society – First Revision. Journal of the Peripheral Nervous System. 2010; 15: pp.
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2013. Web. 01 Dec. 2013.

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BIBLIOGRAFIA
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Neuropathy. Annals of Neurology. 3rd. 1991; ser. 30: pp. 397-401.

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case study of 24 patients; Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry. 1995; 59: pp. 38-44
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benign. Archive Neurology. 2006; 63(12): pp. 1778-1781.
29

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Multifocal Motor Neuropathy with conduction Block

  • 1. MMNC B Neurofisiologia, 3º ano Prof. Rui Braga, Eletromiografia II 9 de Dezembro de 2013 Ana Filipa Cardoso Pinho - 10110178 Diana Patrícia Oliveira Miller - 10110184 Prune Mazer - 10110195
  • 2. 1 INTRODUÇÃO O trabalho que aqui apresentamos foi realizado no âmbito da componente prática da Unidade Curricular de Electromiografia II e tem como tema a Neuropatia Motora Multifocal com Bloqueio de Condução (MMNCB, Multifocal Motor Neuropathy with Conduction Block). A MMNCB é uma doença rara autoimune que leva a uma desmielinização crónica das fibras nervosas motoras. No entanto, o seu prognóstico é positivo pois é uma patologia potencialmente tratável e de progressão lenta, motivos pelo qual um diagnóstico assertivo e precoce é importante. O seu envolvimento puramente motor, com graus variáveis de atrofia muscular e a presença frequente de fasciculações e cãibras, fazem com que facilmente se confunda com doenças do neurónio motor inferior levando ao diagnóstico inadequado destes doentes, daí a importância de termos conhecimentos sobre esta. 2
  • 3. 1, 2, 3 HISTÓRIA ▪ 1979 e 1982 - Lewis et al descreveram pela primeira vez esta patologia rara. ▪ 1985 - Parry e Clarke distinguiram esta patologia das doenças do neurónio motor inferior e outras neuropatias crónicas passando a denominar-se “ neuropatia motora multifocal pura com bloqueio de condução”. ▪ O reconhecimento inicial desta patologia permitiu que, ao longo destas duas décadas, portas no que diz respeito à investigação da mesma se abrissem proporcionando-nos uma melhor compreensão da sua patogénese. 3
  • 4. 1, 4, 5, FISIOPATOLOGIA 6 A MMNCB é considerada, por alguns autores, uma variante única da CIDP, enquanto outros a consideram uma patologia independente, uma neuropatia autoimune desmielinizante puramente motora, caracterizada por achados eletrodiagnósticos específicos. Imunoglobulinas ↑ anormal dos níveis de anticorpos IgM (anticorpos antiGM1) Reação Ligam-se à porção terminal do dissacarídeo gangliosídeo M1 Destruição Destruição/eliminação do GM1, um glicoesfingolípido presente no axolema e no escudo de mielina dos axónios. Como consequência da destruição de constituintes da bainha de mielina, ocorrem alterações na função dos canais de Na+ das fibras motoras e a condução do impulso nervoso vai sendo dificultada até ser mesmo eliminada. Os bloqueios de condução de longa duração sugerem desmielinização crónica como a base patológica. 4
  • 5. 1, 4, 7 SINTOMAS Início insidioso e progressão lenta (com períodos de piora rápida, seguidos de longos períodos de estabilização) Fraqueza muscular distal assimétrica com início nos membros superiores em cerca de 80% dos doentes. Atrofia  Perda axonal motora  Resposta pobre à terapêutica Hipertrofia proximal, associada a uma contínua atividade da unidade motora (músculos bicípite e braquial) A implicação dos nervos cranianos é rara (exceção: nervo hipoglosso) Reflexos ausentes ou diminuídos (de forma difusa ou apenas nos membros com fraqueza), no entanto podem estar normais ou ainda aumentados num terço dos pacientes Estudos de condução sensitivos normais, apesar de algumas queixas sensitivas serem relatadas e poderem estar relacionadas com outras patologias 5
  • 6. 1,8 EPIDEMIOLOGIA Prevalência • 1 a 3 casos para cada 100.000. Taxa de mortalidade • Pouco estudada; • São muito raros os casos fatais. Sexo • Mais comum no sexo masculino do que no sexo feminino na razão de 3:1. Idade • A idade média de início dos sintomas é de 40 anos, sendo que 80 % dos doentes tem entre 20 e 50 anos. 6
  • 7. 1, 4 DIAGNÓSTICO Exame Físico A grande variabilidade de sintomas não permite Estudos de Condução Nervosa Motores e Sensitivos + Eletromiografia de Agulha um diagnóstico puramente clínico. Estes critérios realçam: ▪ distribuição da fraqueza muscular Exame Neurológico DIAGNÓSTICO Avaliação EMG semelhante à observada na mononeuropatia multiplex; ▪ presença de bloqueios de condução motores multifocais; ▪ ausência de alterações nos Estudos de Condução Sensitivos; ▪ ausência de sinais piramidais. Critérios Diagnósticos 7
  • 8. Critérios Principais 1. Fraqueza nos membros assimétrica e lentamente progressiva no território de pelo menos dois nervos, durante mais de um mês, mas normalmente mais de seis meses. 2. Bloqueios de condução em nervos motores em locais que não os de compressão mais comuns. 3. Ausência de perda sensitiva objetivável. 4. Estudos de Condução Nervosa Sensitiva normais (de pelo menos 3 nervos), particularmente Fonte: Katiriji, Bashar. Electromyography nos mesmos segmentos em que há bloqueio de condução demonstrado. in clinical practice: a case study Critérios de Exclusão 1. Sinais de envolvimento do neurónio motor superior (espasticidade, clonus, respostas approach. 2nd ed. Philadelphia: Mosby Elsevier; 2007. p. 379 plantares em extensão e paralisia pseudobulbar). 2. Envolvimento bulbar marcado. 3. Perda sensitiva objetivável exceto pequenas sensações de vibração anormais nas pernas. 4. Fraqueza simétrica difusa durante as fases iniciais de fraqueza sintomática. 5. Proteínas no líquido cefalorraquidiano (LCR) marcadamente elevadas (superiores a 1g/L). 8
  • 9. Critérios Clínicos de Suporte 1. Envolvimento predominante dos membros superiores. 2. Reflexos diminuídos ou ausentes de forma irregular ou difusa, mas por vezes estes podem estar normais ou ainda aumentados. 3. Ausência de envolvimento dos pares cranianos, com exceção do Nervo Hipoglosso. 4. Cãibras e fasciculações Outros Critérios de Suporte 1. Níveis elevados de anticorpos anti-GM1. 2. Contraste de gadolínio e/ou hipertrofia do plexo braquial ou locais de bloqueio de condução nos nervos periféricos. 3. Melhoras clínicas com tratamento por administração intravenosa de imunoglobulinas. Diagnóstico definitivo de MMN: Critérios principais e de exclusão com bloqueio de condução definitivo em dois ou mais nervos motores. Diagnóstico provável de MMN: Critérios principais e de exclusão com bloqueio de condução provável em dois ou mais nervos motores, ou bloqueio de condução definitivo num nervo motor e bloqueio de condução provável noutro nervo motor, ou bloqueio de condução definitivo num nervo motor e pelo menos um dos “Outros Critérios de Suporte”. 9
  • 10.  Bloqueios de Condução ELETRONEUROGRAFIA 1, 3, 4, 7 A realização da técnica de inching (estimulação de curtos segmentos) pode permitir uma localização Distribuição assimétrica Maior incidência nos membros superiores mais precisa do bloqueio de condução e também ajuda a excluir hipotéticos bloqueios de condução que podem estar associados a perda axonal ou Multifocais cancelamento de fase. Não é patognomónico, mas é normalmente um pré-requisito para o diagnóstico desta patologia. Neurónios motores ↓ Velocidade de Condução Podem ser acompanhados por: Pode preceder a deteção de um bloqueio de condução. ↑ Latência Distal Exclusão de locais de compressão comuns ↑ Latência das Ondas F ou Ondas F ausentes Crónicos, persistentes e dinâmicos Evitar o diagnóstico de falsos positivos 10
  • 11. Bloqueio de Condução Definitivo (+) (^) Diminuição da amplitude e da área do PAMC superior a 50% com duração do PAMC inferior a 30%. Diminuição da amplitude e da área do PAMC superior a 30% com duração do PAMC inferior a 30% num dos curtos segmentos de um nervo avaliado através da técnica de inching. Bloqueio de Condução Provável (*) (^) Diminuição da amplitude e da área do PAMC entre 20-50% com duração do PAMC inferior a 30%. Diminuição da amplitude e da área do PAMC superior a 50% com duração do PAMC entre 30ª 60%. Diminuição da amplitude e da área do PAMC superior a 50% com duração do PAMC inferior a 30% durante a estimulação entre o tornozelo e o joelho para o nervo tibial. Diminuição da amplitude e da área do PAMC superior a 50% com duração do PAMC inferior a 30% Fonte: Katiriji, Bashar. Electromyography durante a estimulação entre a axila e o ponto d’Erb (para os nervos mediano, cubital, radial ou in clinical practice: a case study musculocutâneo). approach. 2nd ed. Philadelphia: Mosby (*) Todas as amplitudes áreas e durações refletem picos negativos de áreas, amplitudes e durações Elsevier; 2007. p. 381 comparando as respostas de estimulação proximal para distal. (+) Bloqueios de condução em locais comuns de compressão estão excluídos. (^) Estes requisitos devem ser mais rigorosos e por vezes nem podem ser aplicados em nervos com amplitude do PAMC distal muito diminuída (20% ou menos de diminuição em relação ao limite mínimo inferior considerado normal ou inferior a 1Mv). 11
  • 12. Estudo de condução nervosa motor do nervo mediano direito num indivíduo de 52 anos com fraqueza bilateral assimétrica das mãos devido a MMN há mais de 10 anos. O elétrodo ativo foi colocado no curto abdutor do polegar. Reparar no bloqueio de condução do nervo mediano ao nível do antebraço (fora dos locais de compressão comuns). Estudo de condução nervosa motor do nervo cubital esquerdo, ao nível distal do antebraço, com a técnica de inching e elétrodo ativo no curto abdutor do 5º dedo. Mulher de 45 anos com fraqueza na território deste nervo e níveis elevados de anticorpos anti-GM1. As distâncias marcadas com asteriscos retratam a distância do local de estimulação ao processo estiloide do cubital. Diminuição marcada da área e amplitude do PAMC. Fonte: Katiriji, Bashar. Electromyography in clinical practice: a case study approach. 2nd ed. Philadelphia: Mosby Elsevier; 2007. pp. 380-381 12
  • 13.  1, Condução Sensitiva ELETRONEUROGRAFIA 3, 4, 7 O envolvimento seletivo das fibras motoras nos segmentos com bloqueio de condução com preservação das fibras sensitivas, ou seja, ausência de alterações nos estudos de condução é um achado eletrofisiológico apenas inerente a esta patologia. Assim, esta será uma característica de extrema importância para o diagnóstico diferencial desta patologia, a discutir posteriormente. 13
  • 14. Estudos de condução nervosa motores e sensitivos do nervo mediano esquerdo num indivíduo saudável (controlo) [A] e num doente com MMNCB [B]. O local de estimulação está indicado acima da linha de potencial na coluna da esquerda. O nervo mediano foi estimulado no pulso; 30 mm, 57 mm e 160 mm proximalmente ao pulso; no cotovelo; e na axila. Os potenciais de ação sensitivos do 1º (coluna média) e 3º (coluna da direita) dedos foram recolhidos nos mesmos locais. As latências distais motoras e as velocidades de condições sensitivas estão indicadas acima a primeira linha de potencial nas respetivas colunas. Apesar do severo bloqueio de condução no doente com MMNCB, os potencias de ação sensitivos são semelhantes ao controlo. Fonte: Katiriji, Bashar. Electromyography in clinical practice: a case study approach. 2nd ed. Philadelphia: Mosby Elsevier; 2007. p. 382 14
  • 15.  ELETROMIOGRAFIA DE 1, 3, 7 AGULHA ( E V O L U Ç Ã O Bloqueio de Condução D A D O E N Ç A ) Perda axonal/ Desenervação Ativa Reinervação REPOUSO: fibrilações e ondas positivas; Padrão Neuropático Crónico  PUM têm uma ATIVIDADE MUSCULAR VOLUNTÁRIA: Padrão Neuropático Agudo  Potenciais de Unidade Motora (PUM) têm uma morfologia normal (amplitude, duração e número de fases normais)  Padrão Interferencial Pobre devido ao menor número de Unidades Motoras (UM) que leva a uma diminuição no recrutamento. morfologia alterada (amplitude e duração aumentadas com presença de polifasia) + Padrão Interferencial Pobre pois o recrutamento continua diminuído. 15
  • 16.  Níveis de anticorpos anti-GM1 e níveis de proteínas no LCR 1, 4, 7 Níveis elevados de anti-GM1 não são considerados um dado fundamental para o diagnóstico: ▪ ocorre em vários distúrbios neuromusculares; ▪ doentes com ou sem níveis elevados de anticorpos respondem de forma similar ao tratamento; Normais ou ligeiramente elevados. ▪ plasma de doentes com MMNCB, tendo ou não níveis elevados dos referidos anticorpos, quando aplicado a animais provoca bloqueios de condução nos mesmos. 16
  • 17. DIAGNÓSTICO 1, 4 DIFERENCIAL A MMNCB é uma patologia que deve ser diferenciada da Esclerose Lateral Amiotrófica e outras síndromes do neurónio motor, bem como de polineuropatias crónicas adquiridas desmielinizantes. ELA CIDP + Síndrome de Lewis-Summer Reflexos aumentados em 1/3 dos doentes com MMNCB. Sintomas, maioritariamente ou até exclusivamente, do neurónio motor inferior em certos doentes com MMNCB. MMNCB: distribuição da fraqueza mais proeminente no domínio de nervos periféricos do que ao nível dos segmentos espinais, início insidioso ao longo dos anos e ausência de sinais piramidais. A Esclerose Lateral Amiotrófica tem um desfecho fatal. Tanto as fibras motoras como as sensitivas têm alterações. Plasmaferese e corticosteroides são eficazes no tratamento destas, mas podem ser prejudiciais na MMNCB. 17
  • 18. 3, 4, 9, 10 TRATAMENTO Atualmente e no geral, a terapêutica usada:  É dispendiosa; IgIV (Imunoglobulinas Intravenosas)  Está associada a alguns riscos;  Ainda não foi estudada adequadamente. Os resultados ao tratamento variam consideravelmente IgSC (Imunoglobulina Subcutânea) Ciclofosfamida de caso para caso:  Uns doentes melhoram, mas não voltam ao normal;  Outros estabilizam; Esteroides e Plasmaferese Tratamento Rituximab  Alguns requerem tratamento a longo prazo;  Outros tornam-se refratários a qualquer forma de tratamento. 18
  • 19.  IgIV (Imunoglobulinas Intravenosas)11 É a terapêutica melhor estudada e mais utilizada para a NMMCB, apesar dos estudos serem ainda escassos, sabe-se da existência de pelo menos 4 estudos controlados:  Azulay et al., 1994;  Van den Berget et al., 1995;  Federico et al., 2000;  Leger et al., 2001. Esta é também uma técnica usada para outras patologias incluindo Imunoglobulinas intravenosas. dermatomiosite, Síndrome de Guillian-Barré, CIDP, entre outras. Fonte: Seth Wenig/AP em theguardian.com 19
  • 20. • É necessária uma infusão de imunoglobulinas periódica de 4 a 8 Aplicação da IgIV semanas. • A dosagem recomendada é de 2g/kg durante 2 a 5 dias consecutivos. •Existem melhorias na força muscular nos primeiros 3 a 10 dias após a infusão, tendo Evolução da IgIV um pico às 2 semanas e uma duração de cerca de 2 meses. •As melhorias são mais evidentes nos nervos afetados mais recentemente e naqueles em que a atrofia muscular ainda não é significativa nos músculos da sua dependência. Em doentes em que o efeito da IgIV não é visível, deve manter-se esta terapêutica durante 6 meses antes de declarar o doente como não responsivo e tentar outras opções de terapêutica. 20
  • 21.  Ciclofosfamida 3, 4, 12, 13  Agente imunossupressor que pode ser administrado oral e/ou intravenosamente.  É uma alternativa à IgIV, caso esta não esteja a ser eficaz ou o indivíduo não a tolere, e pode ser usada em casos mais avançados da doença. No entanto ainda não foram realizados estudos controlados o que leva a alguma discussão no seio da comunidade científica.  Esta droga apresenta um elevado nível de toxicidade com o risco de efeitos secundários graves como o desenvolvimento de tumores. Ciclofosfamida oral 25mg-ROX Fonte: University of Michigan Health System em www.uofmhealth.org 21
  • 22.  IgSC (Imunoglobulina 12 Subcutânea)  Foi sugerido na Europa como alternativa à administração intravenosa.  O doente, devidamente treinado por um enfermeiro, é capaz de fazer a aplicação da IgSC sozinho, diminuindo assim o custo e aumentando a conveniência do tratamento para o mesmo.  Ainda está por estudar se a IgSC tem a mesma eficácia que a IgIV. Imunoglobulina Subcutânea Fonte: Strategic Pharmaceutical Advisors em www.srxawordonhealth.com 22
  • 23.  Outros4, 13, 14 Visto que a NMMCB tem uma progressão lenta, se os sintomas forem Rituximab Plasmaferese e Corticoesteroides ligeiros e não afetarem as atividades diárias do doente, após discussão entre a Agente imunomodulador monoclonal Nos vários estudos realizados concluiu-se que nenhuma destas técnicas é útil nesta patologia. equipa responsável pelo seu acompanhamento, uma opção viável será não aplicar nenhum tratamento, sendo importante que o doente seja seguido periodicamente para se verificar Os seus efeitos necessitam de maior investigação se a doença não está a lesar os nervos irreversivelmente. 23
  • 24. 1, 7, 8, 14, PROGNÓSTICO 15  Patologia de carácter progressivo lento;  A destreza e a marcha estão, normalmente, ligeiramente afetadas, mas a maioria dos indivíduos mantém a autonomia.  Num estudo realizado em 46 doentes ( Taylor,BV et al 2000), 94% dos indivíduos mantiveram o emprego que tinham antes do início dos sintomas e do diagnóstico.  Embora as melhorias do doente após a IgIV sejam visíveis, como já foi referido, pode haver algum declínio na função muscular ao longo dos anos devido à perda axonal secundária.  Apesar do bom prognóstico, é importante referir que os doentes com MMNCB não melhoram sem tratamento, isto é, a recuperação espontânea é muito rara apesar de estarem documentados alguns casos de exceção. 24
  • 25. 3, 12 PROGNÓSTICO Início da terapêutica Ainda em estudo Anticorpos anti-GM1 Número de bloqueios de condução Idade Fatores de bom prognóstico Quantidade de membros lesados 25
  • 26. CONCLUSÃO Este trabalho fez-nos tomar consciência de inúmeros aspetos, como por exemplo, a existência de muitas perguntas ainda sem resposta no que diz respeito à sua patogénese, ao seu tratamento e ao seu prognóstico. Além disso, é de grande importância que os conhecimentos sobre esta neuropatia desmielinizante adquirida sejam aprofundados para que possa ser feito um correto e precoce diagnóstico por toda a equipa profissional multidisciplinar da qual os Técnicos de Neurofisiologia fazem parte e desempenham um papel crucial ao realizar os exames eletrodiagnósticos. Por último, mas não menos importante, há que salientar que a MMNCB tem várias opções de terapêutica que revelam eficácia no que diz respeito à estabilização da doença e até algumas melhoras, permitindo aos indivíduos afetados uma vivência diária normal, ao contrário do que acontece nas doenças que fazem parte do seu diagnóstico diferencial. 26
  • 27. BIBLIOGRAFIA 1. Katiriji, Bashar. Electromyography in clinical practice: a case study approach. 2nd ed. Philadelphia: Mosby Elsevier; 2007. pp. 373-385. 2. Ruiz-Sandoval, María; Reséndiz-Ramírez, Yunuen; Villaseñor-Cabrera, Teresita; Chiquete, Erwin. Alteraciones Neuropsicológicas En Neuropatía Motora Multifocal Con Bloqueo De Conducción; Departamento De Neurociencias, Centro Universitario De Ciencias De La Salud, Universidad De Guadalajara: Revista Mexicana De Neurociencia. 2010; 11(4): pp.302-305. 3. Muley, Suraj Ashok; J. Parry, Gareth. Multifocal Motor Neuropathy. Journal of Clinical Neuroscience. 2012; 19: pp.1201-1209. 4. Kimura, Jun. Eletrodiagnosis in diseases of nerve and muscle: Principals and practice. 3rd ed. Oxford, New York: Oxford University Press, Inc.; 2001. pp. 665-666. 5. Vucic, Steve; Black, Kristin; Chong, Peter Siao Tick; Cros, Didier. Multifocal Motor Neuropathy with Conduction Block: Distribution of demyelination and axonal degeneration. Clinical Neurophysiology. 2007; 118: pp. 124–130. 27
  • 28. BIBLIOGRAFIA 6. Kaji, R.; Kimura, J. Facts and fallacies on anti-GM1 antibodies: physiology of motor neuropathies. Oxford University Press. 1999; pp. 797-798. 7. V.Taylor, Bruce; Wright, R. Alan; Harper, C. Michel; Dyck, Peter J. Natural History of 46 patients with Multifocal Motor Neuropathy with Conduction Block. John Wiley & Sons, Inc. Muscle Nerve. 2000; 23: pp. 900–908. 8. Erdmann, PG; Lindeman E, Cats EA; Van den Berg, LH. Functioning of patients with multifocal motor neuropathy. Journal of Peripheral Nervous System. 2010; 15(2): pp. 113-119. 9. Van Schaik, IN; Léjer, JN; Nobile-Orazio, E; Cornblath, DR; Hadden, RD; Koski, CL; Pollard, JD; Sommer, C; Illa, I; Van Den Bergh, P; Van Doorn, PA. European Federation of Neurological Societies/Peripheral Nerve Society Guideline on Management of Multifocal Motor Neuropathy: Report of a Joint Task Force of the European Federation of Neurological Societies and the Peripheral Nerve Society – First Revision. Journal of the Peripheral Nervous System. 2010; 15: pp. 295-301. 10. Zivkovic, Sasa. Multifocal Motor Neuropathy With Conduction Blocks. Emedicine.medscape.com. WebMD LLC, 9 Jan. 2013. Web. 01 Dec. 2013. 28
  • 29. BIBLIOGRAFIA 11. Scheinfeld, Noah S.. Intravenous Immunoglobulin. Http://emedicine.medscape.com/. Ed. Emmanuel C. Bessa. WebMD LLC, 27 Feb. 2013. Web. 29 Nov. 2013. 12. Leger, JM; Chassande, B.; Musset, L.; Mininger, V.; Bouche, P.; Baumann, M.. Intravenous Immunoglobulin Therapy in Multifocal Motor Neuropathy: A Double-blind, Placebo-controlled Study. Oxford Journals. 2000; 124.(1): pp. 145153. 13. Feldman, Eva; Bromberg, Mark; Albers, James; Pestronk, Alan. Immunosuppressive Treatment in Multhocal Motor Neuropathy. Annals of Neurology. 3rd. 1991; ser. 30: pp. 397-401. 14. Bouche, P.; Moulonguet, A.; Younes-Chennoufi, A. B., et al. Multifocal Motor Neuropathy with Conduction Block: a case study of 24 patients; Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry. 1995; 59: pp. 38-44 15. Lange, DJ ; Weimer, LH ; Trojaborg, W ; et al. Multifocal motor neuropathy with conduction block: slow but not benign. Archive Neurology. 2006; 63(12): pp. 1778-1781. 29