O documento descreve os cuidados com recém-nascidos, incluindo avaliação, classificação de risco, cuidados imediatos como limpeza de vias aéreas e clampeamento do cordão umbilical. Também aborda medidas antropométricas, prevenção de doenças, avaliação neurológica e rotina de cuidados como alimentação e higiene.
1. Recepção e avaliação
do recém-nascido.
Cuidados mediatos e imediatos.
Enfermeira Tuanny Sampaio
2. • As causas mais frequentes de mortalidade neonatal: doenças
respiratórias, as malformações e prematuridades.
• Os neonatos são classificados quanto: ao risco de morte e
potencial para complicações em baixo, médio e alto risco.
• Ao nascer, o RN também é classificado quanto a idade
gestacional (IG), peso e relação entre peso e IG.
• Após o nascimento são utilizados boletins para avaliar a IG
(Método de Capurro e New Ballard Score).
• A assistência ao RN pode ser dividida em mediata e imediata.
3. Cuidados imediatos
• Cuidados imediatos: realizado nas primeiras 12 horas de vida.
• Realizar:
- Verificação da permeabilidade da via aérea.
- Manter temperatura corporal
- Clampeamento do cordão umbilical
- Colocar o bebê no seio materno (menos mães com HIV positivo).
4. Material para admissão do RN
• Berço de calor irradiante, 2 campos cirúrgicos aquecidos.
• Fonte de vácuo com manômetro e de 0² com
termoumidificador e fluxômetro.
• Laringoscópio com lâminas retas zero e um, com pilhas.
• Cânulas endotraqueais, sem balonete, n:2.0 , 2.5, 3.0, 3.5, 4.0
• Bandagem adesiva elástica para fixação
• Reanimador pulmonar manual neonatal, com válvula
unidirecional e reservatórios de 0² com mascara n.0 e 1.
• Sondas de aspiração n° 6, 8 e 10.
• Oxímetro
• Estetoscópio neonatal
5. • Relógio com segundos;
• Material com cateterismo umbilical;
• Filme transparente para envolver o RNPT;
• Adaptador para aspirador de mecônio;
• Clamps de plástico ;
• Material para drenagem torácica ;
• Sonda gástrica n° 6 e 8, agulhas e seringas de diversos calibres
e tamanhos;
• Solução de Nitrato de Prata a 1%;
• Tubos para coletas de exames;
• Medicamentos para uso de reanimação;
• Incubadoras para transporte com torpedo de 0².
6. Primeiros cuidados
• Limpeza de vias aéreas superiores
- Limpeza de boca e narinas com compressa estéril ou “pera”
manual, se necessário.
• Clampeamento Umbilical
- Realizado após o inicio da respiração ou parada da pulsação
dos vasos umbilicais.
- O clampeamento deve ser feito a 3cm do anel umbilical,
com látex, fio ou grampo plástico. Observar o pinçamento dos
3 vasos .
7. • Em prematuros extremos, asfixios e isoimunizados
recomenda-se o cateterismo umbilical, o pinçamento é
realizado a 8 cm e o colo é envolvido em gaze estéril e soro
fisiológico.
• Clampeamento após um minuto eleva o hematócrito, após
cinco minutos pode causar desconforto respiratório.
- A manutenção do RN abaixo do nível da placenta ou a
realização da ordenha do cordão são indicadas em casos de
Deslocamento Prematuro de Placenta (DPP), placenta de
inserção baixa com sangramento intenso, prolapso do cordão,
RN anêmico por hemorragia aguda. A ordenha é contra-
indicada em casos de isoimunização Rh, mãe em anestesia
geral e doenças autoimunes.
8. • Coleta de sangue placentário
- Para tipagem sanguínea, Coombs, sorologias e etc. Por meio
de aspiração direta por agulha, dos vasos fetais no cordão ou
na face fetal da placenta.
• Recepção do RN
- Em campos estéreis e aquecidos, utilizando EPI’s.
- Secar o bebê, colocar em berço de calor radiante, em
decúbito lateral, retirar os campos úmidos. Neste momento o
médico estará aspirando a boca e nariz.
10. Identificando o Recém-nascido
• Identificar o RN com pulseira e tornozeleira em plástico. Se
houver parto múltiplo identificar ordem de nascimento, nesta
deve conter nome da mãe, registro hospitalar e data de
nascimento.
• Realizar impressão do plantar do RN e a digital do polegar
direito da mãe.
11. Mensuração de medidas antropométricas.
• Coleta de dados: peso, estatura, perímetro cefálico (PC),
perímetro torácico (PT), perímetro abdominal (PA).
• Estatura: Medir da proeminência occipital ao calcanhar.
• PC: circundar da proeminência frontal ao occipital (micro ou
macrocefalia).
• PT: circundar o tórax na altura do mamilo- indicar ausência de
algum órgão.
• PA: circundar o abdome na altura do coto umbilical.
12. Admissão no berçário
• O RN é registrado em livro próprio, conferida identificação,
colocado em berço aquecido por seis horas para observação.
• Observar a frequência cardiorespiratória após o nascimento ela
se encontra de 160 a 180 bpm por aproximadamente 10 a 15
minutos, até 100 a 120 bpm.
• A respiração é irregular nos primeiros 15 minutos, variando de
60 a 80 movimentos respiratórios por minuto.
13. Prevenção de oftalmia, doença hemorrágica e hepatite
B
• Método de Credé
- Colírio de nitrato de pata a 1%; é fotossensível;
- O excesso deve ser retirado com gaze embebecido em água
estéril ou soro fisiológico.
- Para o RN com infecção gonocócica ativa, introduz-se a
antibioticoterapia parenteral.
14. • Vitamina K
- Catalisar a síntese de protrombina no fígado, necessária para
coagulação sanguínea.
- Previne a doença hemorrágica do neonato, causada por
deficiência de fatores de coagulação;
- Técnica: Administra-se uma dose intramuscular na primeira
hora de vida (0,5 mg para RN pré-termos e 1 mg para RN a
termos). E repetir os 2 mg por via oral nos RN a termo em
aleitamento materno que tenham recebido a 1° dose também
por via oral, entre 7 a 15 dias .
15. • Vacina contra Hepatite B
- Administrado nas primeiras 12 horas de vida ;
- A primeira dose deverá ser aplicada no vasto lateral da coxa (
via IM);
- Vitamina K na coxa direita e hepatite na coxa esquerda,
normalmente.
16. Características do RN
• Pálpebras edemaciadas;
• Unhas compridas;
• Pele delicada geralmente descama nas duas primeiras semanas;
• Alguns apresentam vesículas de sebo no nariz e bochecha;
• Rachaduras na pele em tornozelo e punho devido à pele
ressecada;
• Perda de ate 10% do seu peso nos primeiros dias de vida,
• Geralmente o RN ganha por dia 30 gramas;
17. • As cólicas ocorrem pela adaptação natural do intestino para
receber um alimento novo.
• A icterícia é uma alteração que provoca cor amarelada na pele
do bebê, ou nos olhos. Provocado por alteração no
metabolismo da bilirrubina produto final da hemácia.
• Observar no exame físico malformações grosseiras,
tocotraumatismos e alterações cardiorespiratórias ainda na sala
de reanimação.
• O soluço é um espasmo ou contração do diafragma de origem
reflexa, ocorre nos primeiros meses de vida.
18. Cuidados com as fontanelas.
• As fontanelas são aberturas no osso do crânio do bebê
separado por linhas abertas chamadas de sutura.
• Função: promover o momento do parto, facilitando a
passagem do bebê pelo canal vaginal e permitir o crescimento
adequado do cérebro.
• A fontanela maior fecha-se por volta de 18 meses, a fontanela
menor fecha-se por volta do 2°mês.
• Se a fontanela estiver deprimida indica desidratação, se estiver
inchada indica pressão intracraniana (PIC).
19. Cranioestenose
Fechamento precoce das fontanelas e suturas
ocorrendo
deformidades no crânio, já que o cérebro fica sem
espaço
para crescer. Não tem causa definida, mas pode ter
motivos hereditários, intrauterino, infecção ou uso de
medicação na gestação como anticonvulsivante. O
diagnostico é feito por neuroimagem e radiológico. O
tratamento é cirúrgico.
20. Avaliação Neurológica
• Tipos de reflexos
- Moro: Extensão e abdução das extremidades, seguido de
movimento de abraço.
- Busca: Estimulação dos cantos da boca.
- Sucção: Reflexo de busca mais o reflexo de amamentação.
• - Preensão plantar e palmar: coloca-se o dedo do examinador
ou lápis na base da superfície plantar ou palmar dos dedos do
RN. Movimento de flexão forte capaz de prender o objeto.
21. - Tônus do pescoço: Quando a cabeça do RN é virada
rapidamente para um lado, as extremidades daquele lado
estendem-se e as do lado oposto e flexionam-se.
- Extensão cruzada dos MMII: Sob estimulo doloroso em um
pé, o bebê retira o pé estimulando com extensão variável da
perna oposta.
- Marcha: Desencadeada quando o bebê é suspenso, é parece
querer caminhar.
- Reflexo de Babinski: Esfregar o lado externo da planta do pé
para cima. A resposta é a dorsiflexão do hálux e abertura dos
artelhos em leque.
22. Higiene corporal
• Não há necessidade de banhar o bebê ainda no centro
obstétrico, apenas se a mãe é HIV+, mas bebês saudáveis, o
banho deve ser dado quando os sinais vitais estiverem estáveis
e sido amamentado.
• O RN perde muito calor nas primeiras semanas, portanto a
cabeça deverá ser lavada antes que o corpo seja porto em
imersão.
• As orelhas devem ser protegidas pelos dedos polegar e
indicador, para não entrar água.
• Trocar a fralda a cada eliminação e limpar com algodão e água
morna
23. Higiene Oral
• Gaze embebecida com água morna;
• Realizar massagem na boca do bebê;
• Observar se há secreção, sujidade e cor da língua.
24. Higiene umbilical
• Antissepsia com álcool a 70%;
• A fralda deverá ser dobrada para que fique o coto para fora;
• Não usar faixa ou cobertura;
• Verificar secreção, coloração e odor fétido;
• O clamp deve ser removido depois de 24 a 48 horas.
25. Rotina Alimentar
• Avaliar reflexo de busca e sucção.
• Iniciar amamentação logo após o parto (Se resultado negativo
para HIV).
• Amamentação sobre livre demanda;
• Observar as primeiras mamadas, detectar dificuldades na pega,
sucção, descartar sinais de atresia esofágica;
• Observação de micção espontânea nas primeiras 16 horas de
vida e mecônio nas primeiras 24 horas.
26. Referências
• Santos, Aretha. Guia prático de enfermagem: processos,
técnicas, SAE, NANDA/ Aretha Santos, Tatiane Marangoni-
São Paulo: PAE Editora, 2010 .
• Souza, Aspásia Basile Gesteira. Enfermagem Neonatal
cuidado integral ao recém-nascido/ Aspásia Basile Gesteira
Souza, organizadora.- São Paulo: Martinari, 2011.