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Os recursos expressivos
Os recursos expressivos
Nos últimos anos, contactaste com uma série de recursos expressivos: a
enumeração, a personificação, a comparação, a anáfora, a perífrase e a metáfora.
Recorda
Personificação – atribuição de características humanas a seres inanimados ou
não humanos.
Ex.: “O sapo e a raposa resolveram e acordaram fazer uma sementeira a meias.”
Ataíde de Oliveira (rec.), in Contos Tradicionais Portugueses, Figueirinhas, 1975
Enumeração – apresentação sucessiva de elementos que mantêm entre si uma
relação de sentido, como forma de intensificar uma ideia.
Ex.: “Era inteligente, corajosa, boa companheira, generosa e tinha espírito de iniciativa.”
Luísa Costa Gomes, A Pirata, 2.ª ed., Dom Quixote, 2006
Comparação – estabelecimento de uma relação de semelhança por meio da
conjunção como ou de outras palavras e expressões equivalentes (à
semelhança de, tal, parecer, assemelhar-se, lembrar…).
Ex.: “O pai, danado, só argumentava às bicadas, a picá-lo como se pica um boi.”
Miguel Torga, Bichos, 20.ª ed., Dom Quixote, 2002
Anáfora – repetição de uma palavra ou grupo de palavras, no início de frases
ou de versos sucessivos.
Ex.: “É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!”
Florbela Espanca, Sonetos, Bertrand, 1978
Perífrase – utilização de várias palavras para exprimir o que se poderia dizer
com menos.
Ex.: “[…] mesmo que o dia esteja forrado de cinza e chumbo e água desprendida dos
olhos lacrimejantes do céu.” (= mesmo que o dia esteja escuro e chuvoso)
Alexandre Honrado, Sentados no Silêncio, Ambar, 2000
Metáfora – identificação de duas realidades distintas a partir de elementos
semelhantes entre as duas.
Ex.: “Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,”
António Gedeão, Poemas Escolhidos, Sá da Costa Ed., 1999
Aplica
1. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes excertos.
a. “Tratava-se, apenas, de brincar com a leveza, a cor, a música das
palavras.” (Luísa Dacosta)
1. Perífrase
2. Anáfora
3. Metáfora
4. Enumeração
5. Comparação
6. Personificação
b. “É urgente o amor / É urgente um barco no mar.” (Eugénio de Andrade)
c. “Lembrava uma aranha.” (Manuel da Fonseca)
d. “A Mãe bebia as palavras do filho” (Miguel Torga)
e. “só parou quando a espuma das ondas lhe veio beijar os pés, muito
maneirinha.” (José Cardoso Pires)
f. “Pobres de nós! – gemiam os grandes jacarés.” (José Mauro Vasconcelos)
g. “O céu era como um lençol negro com pontinhos bordados e um
buraco no meio” (Álvaro Magalhães)
h. “Basta a fé no que temos. / Basta a esperança naquilo / que talvez
não teremos.” (Sebastião da Gama)
i. “O rei […] deu um banquete em sua honra, com todos os condes, os
marqueses, os barões e os grandes do reino.” (Italo Calvino)
Aplica
1. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes excertos.
a. “Tratava-se, apenas, de brincar com a leveza, a cor, a música das
palavras.” (Luísa Dacosta)
Enumeração
b. “É urgente o amor / É urgente um barco no mar.” (Eugénio de Andrade) Anáfora
c. “Lembrava uma aranha.” (Manuel da Fonseca) Comparação
d. “A Mãe bebia as palavras do filho” (Miguel Torga) Metáfora
e. “só parou quando a espuma das ondas lhe veio beijar os pés,
muito maneirinha.” (José Cardoso Pires)
Personificação
f. “Pobres de nós! – gemiam os grandes jacarés.” (José Mauro Vasconcelos) Personificação
g. “O céu era como um lençol negro com pontinhos bordados e um
buraco no meio” (Álvaro Magalhães)
Comparação
h. “Basta a fé no que temos. / Basta a esperança naquilo / que talvez
não teremos.” (Sebastião da Gama)
Anáfora
i. “O rei […] deu um banquete em sua honra, com todos os condes,
os marqueses, os barões e os grandes do reino.” (Italo Calvino)
Enumeração
Observa
No entanto, não basta identificar os recursos expressivos, é importante
compreender o seu valor expressivo, ou seja, qual o seu objetivo no texto, a
forma como contribuem para enriquecer o texto.
Repara nos seguintes exemplos.
“Subiu escadas, desceu escadas, entrou e saiu de cada sala, deu voltas ao
jardim, tornou a correr a casa toda. Até que de repente parou e foi
enroscar-se, como sempre, aos pés do meu pai, quer dizer, em frente da
cadeira vazia onde meu pai costumava sentar-se.”
Manuel Alegre, Cão como Nós, 3.ª ed., Dom Quixote, 2002
A enumeração das ações do cão (1.º período) demonstra que este
vasculhou a totalidade da casa em busca do ente querido. As antíteses
(sublinhados) transmitem-nos a ideia de movimento e de agitação.
Exemplos (continuação)
“Procuravam a polícia, os bombeiros, o exército, o ministério, a presidência,
até mesmo a NATO pelo telefone.”
Mário-Henrique Leiria, Contos do Gin-Tonic, Ed. Estampa, 2007
A enumeração indica-nos que foram solicitadas todas as formas de
auxílio.
“Lá ao fundo o bolo abominável sorria, a limpar o creme que lhe escorria ao
de leve entre o açúcar.”
Mário-Henrique Leiria, Contos do Gin-Tonic, Ed. Estampa, 2007
A personificação do bolo contribui para o carácter insólito deste conto,
em que há um bolo, numa pastelaria, que desafia um cliente.
Observa
Repara agora na lista de recursos na grelha abaixo e nalguns dos valores
expressivos habitualmente associados a cada um dos recursos.
Recurso expressivo Valor expressivo
1. Perífrase
Apresentar características da personagem, local ou ato; evitar
repetições; valorizar ou desvalorizar um determinado facto.
2. Anáfora Destacar palavras ou expressões, realçando a sua importância.
3. Metáfora
Salientar características semelhantes entre realidades distintas,
levando o leitor a refletir sobre elas; sensibilizar o leitor através da
imaginação.
4. Enumeração Reforçar uma ideia.
5. Comparação Estabelecer semelhanças entre duas realidades diferentes.
6. Personificação Humanizar as personagens, por vezes, com objetivos pedagógicos.
Observa
Este ano, aprenderás a identificar mais três recursos: a aliteração, o pleonasmo e
a hipérbole.
Aliteração – repetição intencional de sons consonânticos (isto é, sons de
consoantes) dentro da mesma palavra ou em várias palavras seguidas.
Ex.: “Casas, carros, casas, casos.
Capital
encarcerada.”
David Mourão-Ferreira, Obra Poética 1948-1988,
4.ª ed., Presença, 2001
O objetivo desta aliteração é
reproduzir o ruído que o rato
faz ao roer.
A repetição do som [k] sugere
um ambiente agitado.
Ex.: “O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia.”
Ex.: – Sobe cá acima! Quero mostrar-te um jogo.
Pleonasmo – consiste em reforçar uma ideia pela repetição de palavras e
expressões redundantes, desnecessárias.
Ex.: – Sai lá para fora! A repetição de palavras
redundantes reforça a
ideia que se quer
exprimir.
Ex.: “as velhas escadas que os bichos da
madeira roem devagarinho toda a
noite e todo o dia, pouco se importando
com as milhentas camadas de cera que
ali se aplicam semanalmente.”
António Mota, Cortei as Tranças, 4.ª ed., Edinter, 1998
Hipérbole – emprego de termos exagerados, a fim de pôr em destaque
determinada realidade.
Ex.: “a mochila a pesar toneladas de tanto
livro e tanto dossier.”
Alice Vieira, Trisavó de Pistola à Cinta, Caminho, 2001
Obviamente, a mochila não
pesa toneladas. Ao
exagerar a realidade, o
narrador destaca o peso
excessivo da mochila.
Neste excerto, há duas
hipérboles. A primeira realça
o trabalho contínuo e
persistente dos bichos da
madeira; a segunda salienta o
tratamento permanente que é
dado às escadas.
Aplica
1. Seleciona a opção correta nas questões 1.1. a 1.4.
1.1. Identifica o recurso expressivo presente no seguinte excerto.
“Pareceu-lhe ouvir um tiro de peça, uma buzina, brados.”
Rudyard Kipling, Lobos do Mar, Vega, 1993
a. Comparação.
b. Personificação.
c. Enumeração.
d. Aliteração.
1.2. Identifica o recurso expressivo presente no seguinte excerto.
“Atirou-o ao chão, meteu-lhe um joelho no peito e disse-lhe que se ele alguma vez
repetisse o que lhe tinha dito, havia de se arrepender mil vezes (ou mais).”
Luísa Costa Gomes, A Pirata, Dom Quixote, 2006
a. Pleonasmo.
b. Personificação.
c. Metáfora.
d. Hipérbole.
c. Enumeração.
d. Hipérbole.
1.3. “Ambas perdidas, no vento e na areia. […] O café do senhor Lourenço iria
aparecer, como um farol, no meio das dunas.”
Teolinda Gersão, A Mulher Que Prendeu a Chuva, 2.ª ed., Sextante, 2007
O recurso expressivo presente no excerto apresentado pretende
a. apresentar as características do local onde se encontram as personagens.
b. comparar a função do café do senhor Lourenço à de um farol.
c. destacar as condições meteorológicas adversas.
d. atribuir características humanas a locais (café e farol).
1.4. “Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda”
António Ramos Rosa, Antologia Poética, Círculo de Leitores, 2001
O recurso expressivo realçado no excerto
a. salienta a obrigatoriedade de um determinado comportamento, apesar das
dificuldades.
b. aponta os sentimentos do sujeito poético.
c. destaca a passagem do tempo e os seus efeitos no sujeito poético.
d. destaca as consequências do comportamento do sujeito poético.
a. salienta a obrigatoriedade de um determinado comportamento, apesar das
dificuldades.
b. comparar a função do café do senhor Lourenço à de um farol.
“No entanto, os populares, mantendo-se dia
e noite à porta do tribunal, são perentórios
na acusação dos sete mineiros […].”
Alice Vieira, Bica Escaldada, Casa das Letras, 2005
Os recursos expressivos
Este ano, aprenderás a identificar mais três recursos: antítese, eufemismo e
ironia.
Antítese – exprime um contraste ou oposição entre duas ideias, objetos ou seres.
Ex.: “E apenas conseguimos ouvir o barulho
da tampa a abrir e a fechar a caixa que
estava num canto da sala, e que tinha dentro
a roupa.”
António Mota, Pardinhas, Ed. Gailivro, 2005
Sugere uma ideia de
movimento, sendo que são
movimentos opostos.
Salienta-se que os populares
se mantinham ininterrupta-
mente naquele local.
(Podemos considerar que
simultaneamente existe aqui um
exagero, pelo que podemos
considerar também a existência
de uma hipérbole.)
Eufemismo – exprime uma realidade ou ideia consideradas desagradáveis de
uma forma suavizada.
Ex.: “roga a Deus, que teus anos encurtou,
que tão cedo de cá me leve a ver-te,”
Luís de Camões, Lírica Completa, INCM, 1994
Recurso a dois eufemismos
que visam suavizar a ideia
da morte. Perante a morte
da amada, também o
sujeito poético deseja
morrer.
Ex.: Ele faltou à verdade durante o
julgamento.
Em vez de se dizer “Ele
mentiu.” utiliza-se uma
expressão menos
agressiva.
Ironia – exprime-se uma ideia dizendo precisamente o contrário.
Ex.: Ele tirou umas notas fantásticas e, por
isso, está de castigo.
O adjetivo destacado
caracteriza as notas,
atribuindo-lhe características
opostas às reais, o que é
percetível através do contexto.
É uma forma de crítica, neste
caso, ao aluno.
Ex.: – Não preparaste a tua apresentação?
Vai correr muito bem!
Pretende-se destacar o
resultado da falta da
preparação, apresentando um
resultado inverso ao provável e
criticando o interlocutor.
Aplica
1. Sublinha e identifica três recursos expressivos, no seguinte excerto.
“Trata-se de um conflito entre criaturas
imaculadamente boas e sujeitos irremediavelmente
maus. Em Hong-Kong, ou terra que o valha, um
musculoso herói desbarata um pulguedo de gentes
crudelíssimas com as mãos, com os pés, com os
cotovelos, com a testa. Cada golpe é uma certidão de
óbito. Trás, pás, zuc, pum!”
Altino do Tojal, Os Novíssimos Putos, Guimarães e C.ª, 1984
Antítese
Enumeração
Onomatopeias
1.1. Indica o seu valor expressivo.
Antítese – destacar as diferenças entre as forças que se opõem.
Enumeração – mostrar que os golpes eram dados com todas as partes do corpo, isto é,
salientar a perícia do atacante.
Onomatopeias – reproduzir os ruídos da luta.
Ex.: “Tanto que Brízida Vaz se embarcou,
veo um judeu, com um bode às costas”
Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno, Porto Editora, 2014
O bode carregado pelo Judeu
no Auto da Barca do Inferno
representa o judaísmo, a sua
religião.
A roca é um objeto utilizado
para fiar e, neste excerto,
simboliza a mulher. Por outro
lado, a espada era um objeto
associado à guerra e,
portanto, aos homens.
Ex.: “No entanto, um grande temor enchia
o palácio, onde agora reinava uma
mulher entre mulheres. […] Uma roca
não governa como uma espada.”
“A Aia”, Eça de Queirós, Contos, Porto Editora, 2011
Aplica
1. Associa cada símbolo à ideia, ao conceito ou ao sentimento com que está
relacionado.
Símbolos Significados
1. Pomba a. Firmeza, estabilidade e segurança.
2. Estrela b. União, felicidade e energia.
3. Laço c. Paz, pureza e esperança.
4. Âncora d. Falsidade, encobrimento e mentira.
5. Borboleta e. Transformação, mudança, mas também algo momentâneo.
6. Coruja f. Amor, beleza e perfeição.
7. Rosa g. Purificação, fertilidade e força.
8. Água
h. Responsabilidade, prudência e controlo sobre o caminho a seguir,
destino.
9. Máscara i. Sabedoria e mistério.
10. Leme j. Proteção, desejo, esperança e perfeição.
Solução
Símbolos Significados
1. Pomba c. Paz, pureza e esperança.
2. Estrela j. Proteção, desejo, esperança e perfeição.
3. Laço b. União, felicidade e energia.
4. Âncora a. Firmeza, estabilidade e segurança.
5. Borboleta e. Transformação, mudança, mas também algo momentâneo.
6. Coruja i. Sabedoria e mistério.
7. Rosa f. Amor, beleza e perfeição.
8. Água g. Purificação, fertilidade e força.
9. Máscara d. Falsidade, encobrimento e mentira.
10. Leme
h. Responsabilidade, prudência e controlo sobre o caminho a seguir,
destino.
Alegoria – série de imagens (metáforas, comparações) utilizadas para concretizar
um pensamento ou uma realidade abstrata.
Ex.: “chegamos sùpitamente a um rio, o qual
per força havemos de passar em um de
dous batéis que naquele porto estão,
scilicet, um deles passa pera o paraíso, e o
outro pera o inferno”
Auto da Barca do Inferno, in Teatro de Gil Vicente, apresentação e
leituras de António José Saraiva, Portugália, 1959
Os dois batéis
representam a salvação
dos homens (o paraíso) ou
a sua perdição (o inferno).
Sinédoque – consiste em tomar a parte pelo todo ou vice-versa, o singular
pelo plural ou vice-versa.
Ex.: "Despois, na costa da Índia, andando cheia
De lenhos inimigos e artefícios“
Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto III, estância 42,
Porto Editora, 2013
Utiliza-se a palavra
“lenho” (madeira) para
referir os navios, ou seja,
um dos materiais
utilizados na sua
construção para designar
o todo.
Uso do singular para
designar todos os mouros
e todos os castelhanos.
Ex.: “Tomar ao Mouro forte e guarnecido
Toda a terra que rega o Tejo ameno;
Pois contra o Castelhano tão temido
Sempre alcançou favor do Céu sereno.”
Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto I, estância 25,
Porto Editora, 2013
Aplica
1. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes excertos.
a. “Tirar Inês ao mundo determina,” (Luís de Camões)
1. Perífrase
2. Anáfora
3. Metáfora
4. Enumeração
5. Comparação
6. Personificação
7. Alegoria
8. Sinédoque
9. Símbolo
10. Pleonasmo
11. Antítese
12. Eufemismo
13. Ironia
14. Aliteração
15. Hipérbole
b. “Que, da Ocidental praia Lusitana,” (Luís de Camões)
c. “Vem um Frade com ũa Moça pela mão, e um broquel e ũa espada
na outra, e um casco debaixo do capelo” (Gil Vicente)
d. “Nem no campo flores, / nem no céu estrelas,” (Luís de Camões)
e. “Os montes de mais perto respondiam, / Quase movidos de alta
piedade;” (Luís de Camões)
f. “No domingo seguinte, melhorou-se o saldo com dois mortos e vinte
feridos.” (Vergílio Ferreira)
g. “Ora aproximava a sua carreta, ora a afastava” (Mário de Carvalho)
h. A sua chegada foi uma surpresa inesperada.
i. “Pegou na carta e rasgou tudo em pedacinhos tão pequenos como
as minhas lágrimas e as do Bruno.” (Ondjaki)
j. “Cav. Quem morre por Jesu Cristo/ não vai em tal barca como essa.
Tornam a prosseguir, cantando, seu caminho direito à barca da Glória”
(Gil Vicente)
Solução
a. “Tirar Inês ao mundo determina,” (Luís de Camões)  Eufemismo
b. “Que, da Ocidental praia Lusitana,” (Luís de Camões)  Sinédoque
c. “Vem um Frade com ũa Moça pela mão, e um broquel e ũa espada na outra, e um
casco debaixo do capelo” (Gil Vicente)  Símbolo
d. “Nem no campo flores, / nem no céu estrelas,” (Luís de Camões)  Anáfora
e. “Os montes de mais perto respondiam, / Quase movidos de alta piedade;” (Luís de Camões)
 Personificação
f. “No domingo seguinte, melhorou-se o saldo com dois mortos e vinte feridos.” (Vergílio
Ferreira)  Ironia
g. “Ora aproximava a sua carreta, ora a afastava” (Mário de Carvalho)  Antítese
h. A sua chegada foi uma surpresa inesperada.  Pleonasmo
i. “Pegou na carta e rasgou tudo em pedacinhos tão pequenos como as minhas lágrimas
e as do Bruno.” (Ondjaki)  Comparação
j. “Cav. Quem morre por Jesu Cristo / não vai em tal barca como essa.
Tornam a prosseguir, cantando, seu caminho direito à barca da Glória” (Gil Vicente)  Alegoria

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  • 2. Os recursos expressivos Nos últimos anos, contactaste com uma série de recursos expressivos: a enumeração, a personificação, a comparação, a anáfora, a perífrase e a metáfora. Recorda Personificação – atribuição de características humanas a seres inanimados ou não humanos. Ex.: “O sapo e a raposa resolveram e acordaram fazer uma sementeira a meias.” Ataíde de Oliveira (rec.), in Contos Tradicionais Portugueses, Figueirinhas, 1975 Enumeração – apresentação sucessiva de elementos que mantêm entre si uma relação de sentido, como forma de intensificar uma ideia. Ex.: “Era inteligente, corajosa, boa companheira, generosa e tinha espírito de iniciativa.” Luísa Costa Gomes, A Pirata, 2.ª ed., Dom Quixote, 2006 Comparação – estabelecimento de uma relação de semelhança por meio da conjunção como ou de outras palavras e expressões equivalentes (à semelhança de, tal, parecer, assemelhar-se, lembrar…). Ex.: “O pai, danado, só argumentava às bicadas, a picá-lo como se pica um boi.” Miguel Torga, Bichos, 20.ª ed., Dom Quixote, 2002
  • 3. Anáfora – repetição de uma palavra ou grupo de palavras, no início de frases ou de versos sucessivos. Ex.: “É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor!” Florbela Espanca, Sonetos, Bertrand, 1978 Perífrase – utilização de várias palavras para exprimir o que se poderia dizer com menos. Ex.: “[…] mesmo que o dia esteja forrado de cinza e chumbo e água desprendida dos olhos lacrimejantes do céu.” (= mesmo que o dia esteja escuro e chuvoso) Alexandre Honrado, Sentados no Silêncio, Ambar, 2000 Metáfora – identificação de duas realidades distintas a partir de elementos semelhantes entre as duas. Ex.: “Eles não sabem que o sonho é tela, é cor, é pincel,” António Gedeão, Poemas Escolhidos, Sá da Costa Ed., 1999
  • 4. Aplica 1. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes excertos. a. “Tratava-se, apenas, de brincar com a leveza, a cor, a música das palavras.” (Luísa Dacosta) 1. Perífrase 2. Anáfora 3. Metáfora 4. Enumeração 5. Comparação 6. Personificação b. “É urgente o amor / É urgente um barco no mar.” (Eugénio de Andrade) c. “Lembrava uma aranha.” (Manuel da Fonseca) d. “A Mãe bebia as palavras do filho” (Miguel Torga) e. “só parou quando a espuma das ondas lhe veio beijar os pés, muito maneirinha.” (José Cardoso Pires) f. “Pobres de nós! – gemiam os grandes jacarés.” (José Mauro Vasconcelos) g. “O céu era como um lençol negro com pontinhos bordados e um buraco no meio” (Álvaro Magalhães) h. “Basta a fé no que temos. / Basta a esperança naquilo / que talvez não teremos.” (Sebastião da Gama) i. “O rei […] deu um banquete em sua honra, com todos os condes, os marqueses, os barões e os grandes do reino.” (Italo Calvino)
  • 5. Aplica 1. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes excertos. a. “Tratava-se, apenas, de brincar com a leveza, a cor, a música das palavras.” (Luísa Dacosta) Enumeração b. “É urgente o amor / É urgente um barco no mar.” (Eugénio de Andrade) Anáfora c. “Lembrava uma aranha.” (Manuel da Fonseca) Comparação d. “A Mãe bebia as palavras do filho” (Miguel Torga) Metáfora e. “só parou quando a espuma das ondas lhe veio beijar os pés, muito maneirinha.” (José Cardoso Pires) Personificação f. “Pobres de nós! – gemiam os grandes jacarés.” (José Mauro Vasconcelos) Personificação g. “O céu era como um lençol negro com pontinhos bordados e um buraco no meio” (Álvaro Magalhães) Comparação h. “Basta a fé no que temos. / Basta a esperança naquilo / que talvez não teremos.” (Sebastião da Gama) Anáfora i. “O rei […] deu um banquete em sua honra, com todos os condes, os marqueses, os barões e os grandes do reino.” (Italo Calvino) Enumeração
  • 6. Observa No entanto, não basta identificar os recursos expressivos, é importante compreender o seu valor expressivo, ou seja, qual o seu objetivo no texto, a forma como contribuem para enriquecer o texto. Repara nos seguintes exemplos. “Subiu escadas, desceu escadas, entrou e saiu de cada sala, deu voltas ao jardim, tornou a correr a casa toda. Até que de repente parou e foi enroscar-se, como sempre, aos pés do meu pai, quer dizer, em frente da cadeira vazia onde meu pai costumava sentar-se.” Manuel Alegre, Cão como Nós, 3.ª ed., Dom Quixote, 2002 A enumeração das ações do cão (1.º período) demonstra que este vasculhou a totalidade da casa em busca do ente querido. As antíteses (sublinhados) transmitem-nos a ideia de movimento e de agitação.
  • 7. Exemplos (continuação) “Procuravam a polícia, os bombeiros, o exército, o ministério, a presidência, até mesmo a NATO pelo telefone.” Mário-Henrique Leiria, Contos do Gin-Tonic, Ed. Estampa, 2007 A enumeração indica-nos que foram solicitadas todas as formas de auxílio. “Lá ao fundo o bolo abominável sorria, a limpar o creme que lhe escorria ao de leve entre o açúcar.” Mário-Henrique Leiria, Contos do Gin-Tonic, Ed. Estampa, 2007 A personificação do bolo contribui para o carácter insólito deste conto, em que há um bolo, numa pastelaria, que desafia um cliente.
  • 8. Observa Repara agora na lista de recursos na grelha abaixo e nalguns dos valores expressivos habitualmente associados a cada um dos recursos. Recurso expressivo Valor expressivo 1. Perífrase Apresentar características da personagem, local ou ato; evitar repetições; valorizar ou desvalorizar um determinado facto. 2. Anáfora Destacar palavras ou expressões, realçando a sua importância. 3. Metáfora Salientar características semelhantes entre realidades distintas, levando o leitor a refletir sobre elas; sensibilizar o leitor através da imaginação. 4. Enumeração Reforçar uma ideia. 5. Comparação Estabelecer semelhanças entre duas realidades diferentes. 6. Personificação Humanizar as personagens, por vezes, com objetivos pedagógicos.
  • 9. Observa Este ano, aprenderás a identificar mais três recursos: a aliteração, o pleonasmo e a hipérbole. Aliteração – repetição intencional de sons consonânticos (isto é, sons de consoantes) dentro da mesma palavra ou em várias palavras seguidas. Ex.: “Casas, carros, casas, casos. Capital encarcerada.” David Mourão-Ferreira, Obra Poética 1948-1988, 4.ª ed., Presença, 2001 O objetivo desta aliteração é reproduzir o ruído que o rato faz ao roer. A repetição do som [k] sugere um ambiente agitado. Ex.: “O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia.”
  • 10. Ex.: – Sobe cá acima! Quero mostrar-te um jogo. Pleonasmo – consiste em reforçar uma ideia pela repetição de palavras e expressões redundantes, desnecessárias. Ex.: – Sai lá para fora! A repetição de palavras redundantes reforça a ideia que se quer exprimir.
  • 11. Ex.: “as velhas escadas que os bichos da madeira roem devagarinho toda a noite e todo o dia, pouco se importando com as milhentas camadas de cera que ali se aplicam semanalmente.” António Mota, Cortei as Tranças, 4.ª ed., Edinter, 1998 Hipérbole – emprego de termos exagerados, a fim de pôr em destaque determinada realidade. Ex.: “a mochila a pesar toneladas de tanto livro e tanto dossier.” Alice Vieira, Trisavó de Pistola à Cinta, Caminho, 2001 Obviamente, a mochila não pesa toneladas. Ao exagerar a realidade, o narrador destaca o peso excessivo da mochila. Neste excerto, há duas hipérboles. A primeira realça o trabalho contínuo e persistente dos bichos da madeira; a segunda salienta o tratamento permanente que é dado às escadas.
  • 12. Aplica 1. Seleciona a opção correta nas questões 1.1. a 1.4. 1.1. Identifica o recurso expressivo presente no seguinte excerto. “Pareceu-lhe ouvir um tiro de peça, uma buzina, brados.” Rudyard Kipling, Lobos do Mar, Vega, 1993 a. Comparação. b. Personificação. c. Enumeração. d. Aliteração. 1.2. Identifica o recurso expressivo presente no seguinte excerto. “Atirou-o ao chão, meteu-lhe um joelho no peito e disse-lhe que se ele alguma vez repetisse o que lhe tinha dito, havia de se arrepender mil vezes (ou mais).” Luísa Costa Gomes, A Pirata, Dom Quixote, 2006 a. Pleonasmo. b. Personificação. c. Metáfora. d. Hipérbole. c. Enumeração. d. Hipérbole.
  • 13. 1.3. “Ambas perdidas, no vento e na areia. […] O café do senhor Lourenço iria aparecer, como um farol, no meio das dunas.” Teolinda Gersão, A Mulher Que Prendeu a Chuva, 2.ª ed., Sextante, 2007 O recurso expressivo presente no excerto apresentado pretende a. apresentar as características do local onde se encontram as personagens. b. comparar a função do café do senhor Lourenço à de um farol. c. destacar as condições meteorológicas adversas. d. atribuir características humanas a locais (café e farol). 1.4. “Não posso adiar o amor para outro século não posso ainda que o grito sufoque na garganta ainda que o ódio estale e crepite e arda” António Ramos Rosa, Antologia Poética, Círculo de Leitores, 2001 O recurso expressivo realçado no excerto a. salienta a obrigatoriedade de um determinado comportamento, apesar das dificuldades. b. aponta os sentimentos do sujeito poético. c. destaca a passagem do tempo e os seus efeitos no sujeito poético. d. destaca as consequências do comportamento do sujeito poético. a. salienta a obrigatoriedade de um determinado comportamento, apesar das dificuldades. b. comparar a função do café do senhor Lourenço à de um farol.
  • 14. “No entanto, os populares, mantendo-se dia e noite à porta do tribunal, são perentórios na acusação dos sete mineiros […].” Alice Vieira, Bica Escaldada, Casa das Letras, 2005 Os recursos expressivos Este ano, aprenderás a identificar mais três recursos: antítese, eufemismo e ironia. Antítese – exprime um contraste ou oposição entre duas ideias, objetos ou seres. Ex.: “E apenas conseguimos ouvir o barulho da tampa a abrir e a fechar a caixa que estava num canto da sala, e que tinha dentro a roupa.” António Mota, Pardinhas, Ed. Gailivro, 2005 Sugere uma ideia de movimento, sendo que são movimentos opostos. Salienta-se que os populares se mantinham ininterrupta- mente naquele local. (Podemos considerar que simultaneamente existe aqui um exagero, pelo que podemos considerar também a existência de uma hipérbole.)
  • 15. Eufemismo – exprime uma realidade ou ideia consideradas desagradáveis de uma forma suavizada. Ex.: “roga a Deus, que teus anos encurtou, que tão cedo de cá me leve a ver-te,” Luís de Camões, Lírica Completa, INCM, 1994 Recurso a dois eufemismos que visam suavizar a ideia da morte. Perante a morte da amada, também o sujeito poético deseja morrer. Ex.: Ele faltou à verdade durante o julgamento. Em vez de se dizer “Ele mentiu.” utiliza-se uma expressão menos agressiva.
  • 16. Ironia – exprime-se uma ideia dizendo precisamente o contrário. Ex.: Ele tirou umas notas fantásticas e, por isso, está de castigo. O adjetivo destacado caracteriza as notas, atribuindo-lhe características opostas às reais, o que é percetível através do contexto. É uma forma de crítica, neste caso, ao aluno. Ex.: – Não preparaste a tua apresentação? Vai correr muito bem! Pretende-se destacar o resultado da falta da preparação, apresentando um resultado inverso ao provável e criticando o interlocutor.
  • 17. Aplica 1. Sublinha e identifica três recursos expressivos, no seguinte excerto. “Trata-se de um conflito entre criaturas imaculadamente boas e sujeitos irremediavelmente maus. Em Hong-Kong, ou terra que o valha, um musculoso herói desbarata um pulguedo de gentes crudelíssimas com as mãos, com os pés, com os cotovelos, com a testa. Cada golpe é uma certidão de óbito. Trás, pás, zuc, pum!” Altino do Tojal, Os Novíssimos Putos, Guimarães e C.ª, 1984 Antítese Enumeração Onomatopeias 1.1. Indica o seu valor expressivo. Antítese – destacar as diferenças entre as forças que se opõem. Enumeração – mostrar que os golpes eram dados com todas as partes do corpo, isto é, salientar a perícia do atacante. Onomatopeias – reproduzir os ruídos da luta.
  • 18. Ex.: “Tanto que Brízida Vaz se embarcou, veo um judeu, com um bode às costas” Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno, Porto Editora, 2014 O bode carregado pelo Judeu no Auto da Barca do Inferno representa o judaísmo, a sua religião. A roca é um objeto utilizado para fiar e, neste excerto, simboliza a mulher. Por outro lado, a espada era um objeto associado à guerra e, portanto, aos homens. Ex.: “No entanto, um grande temor enchia o palácio, onde agora reinava uma mulher entre mulheres. […] Uma roca não governa como uma espada.” “A Aia”, Eça de Queirós, Contos, Porto Editora, 2011
  • 19. Aplica 1. Associa cada símbolo à ideia, ao conceito ou ao sentimento com que está relacionado. Símbolos Significados 1. Pomba a. Firmeza, estabilidade e segurança. 2. Estrela b. União, felicidade e energia. 3. Laço c. Paz, pureza e esperança. 4. Âncora d. Falsidade, encobrimento e mentira. 5. Borboleta e. Transformação, mudança, mas também algo momentâneo. 6. Coruja f. Amor, beleza e perfeição. 7. Rosa g. Purificação, fertilidade e força. 8. Água h. Responsabilidade, prudência e controlo sobre o caminho a seguir, destino. 9. Máscara i. Sabedoria e mistério. 10. Leme j. Proteção, desejo, esperança e perfeição.
  • 20. Solução Símbolos Significados 1. Pomba c. Paz, pureza e esperança. 2. Estrela j. Proteção, desejo, esperança e perfeição. 3. Laço b. União, felicidade e energia. 4. Âncora a. Firmeza, estabilidade e segurança. 5. Borboleta e. Transformação, mudança, mas também algo momentâneo. 6. Coruja i. Sabedoria e mistério. 7. Rosa f. Amor, beleza e perfeição. 8. Água g. Purificação, fertilidade e força. 9. Máscara d. Falsidade, encobrimento e mentira. 10. Leme h. Responsabilidade, prudência e controlo sobre o caminho a seguir, destino.
  • 21. Alegoria – série de imagens (metáforas, comparações) utilizadas para concretizar um pensamento ou uma realidade abstrata. Ex.: “chegamos sùpitamente a um rio, o qual per força havemos de passar em um de dous batéis que naquele porto estão, scilicet, um deles passa pera o paraíso, e o outro pera o inferno” Auto da Barca do Inferno, in Teatro de Gil Vicente, apresentação e leituras de António José Saraiva, Portugália, 1959 Os dois batéis representam a salvação dos homens (o paraíso) ou a sua perdição (o inferno).
  • 22. Sinédoque – consiste em tomar a parte pelo todo ou vice-versa, o singular pelo plural ou vice-versa. Ex.: "Despois, na costa da Índia, andando cheia De lenhos inimigos e artefícios“ Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto III, estância 42, Porto Editora, 2013 Utiliza-se a palavra “lenho” (madeira) para referir os navios, ou seja, um dos materiais utilizados na sua construção para designar o todo. Uso do singular para designar todos os mouros e todos os castelhanos. Ex.: “Tomar ao Mouro forte e guarnecido Toda a terra que rega o Tejo ameno; Pois contra o Castelhano tão temido Sempre alcançou favor do Céu sereno.” Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto I, estância 25, Porto Editora, 2013
  • 23. Aplica 1. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes excertos. a. “Tirar Inês ao mundo determina,” (Luís de Camões) 1. Perífrase 2. Anáfora 3. Metáfora 4. Enumeração 5. Comparação 6. Personificação 7. Alegoria 8. Sinédoque 9. Símbolo 10. Pleonasmo 11. Antítese 12. Eufemismo 13. Ironia 14. Aliteração 15. Hipérbole b. “Que, da Ocidental praia Lusitana,” (Luís de Camões) c. “Vem um Frade com ũa Moça pela mão, e um broquel e ũa espada na outra, e um casco debaixo do capelo” (Gil Vicente) d. “Nem no campo flores, / nem no céu estrelas,” (Luís de Camões) e. “Os montes de mais perto respondiam, / Quase movidos de alta piedade;” (Luís de Camões) f. “No domingo seguinte, melhorou-se o saldo com dois mortos e vinte feridos.” (Vergílio Ferreira) g. “Ora aproximava a sua carreta, ora a afastava” (Mário de Carvalho) h. A sua chegada foi uma surpresa inesperada. i. “Pegou na carta e rasgou tudo em pedacinhos tão pequenos como as minhas lágrimas e as do Bruno.” (Ondjaki) j. “Cav. Quem morre por Jesu Cristo/ não vai em tal barca como essa. Tornam a prosseguir, cantando, seu caminho direito à barca da Glória” (Gil Vicente)
  • 24. Solução a. “Tirar Inês ao mundo determina,” (Luís de Camões)  Eufemismo b. “Que, da Ocidental praia Lusitana,” (Luís de Camões)  Sinédoque c. “Vem um Frade com ũa Moça pela mão, e um broquel e ũa espada na outra, e um casco debaixo do capelo” (Gil Vicente)  Símbolo d. “Nem no campo flores, / nem no céu estrelas,” (Luís de Camões)  Anáfora e. “Os montes de mais perto respondiam, / Quase movidos de alta piedade;” (Luís de Camões)  Personificação f. “No domingo seguinte, melhorou-se o saldo com dois mortos e vinte feridos.” (Vergílio Ferreira)  Ironia g. “Ora aproximava a sua carreta, ora a afastava” (Mário de Carvalho)  Antítese h. A sua chegada foi uma surpresa inesperada.  Pleonasmo i. “Pegou na carta e rasgou tudo em pedacinhos tão pequenos como as minhas lágrimas e as do Bruno.” (Ondjaki)  Comparação j. “Cav. Quem morre por Jesu Cristo / não vai em tal barca como essa. Tornam a prosseguir, cantando, seu caminho direito à barca da Glória” (Gil Vicente)  Alegoria